– Onde quer ir? - Ele pergunta.

Onde eu quero ir? Quero ir para casa. Deitar na cama e chorar. Eu estava muito bem hoje, mas depois da ''conversa'' com Thomas fiquei mal. Ele sempre faz isso comigo. Meus pesamentos viajam para Thomas. Foi bom recuperar minhas lembranças, mas ao mesmo tempo ruim. Gostaria que eu não sofresse.

– Grace? - Brendom fala de novo.

– Oi. Desculpa. - Dou um risinho. - Podemos ir ao Teatro.

– Ótima ideia, adoro Teatro.

– Sério? Eu gosto um pouquinho. Estou representando a Julieta nas aulas. Confesso que é um papel e tanto.

– Se a professora te escolher deve ser porque você é boa. - Ele sorriu.

– Não sou boa. Só sei chorar na frente do palco. Tenho certeza que vocÊ é melhor.

– Todos somos bons, só que as pessoas não sabem. - Ele fala.

Um silêncio aborda.

– Adivinha o pior papel que já tive que fazer no palco.

– Sou péssima com adivinhações. - É verdade.

– Um pássaro, mas não era um pássaro qualquer. Era um pássaro fantasiado de galinha. - Ele fala rindo.

Não aguento e começo a rir com ele. Imaginar Brendom vestido de ''galinha'' é hilário.

Uma pessoa aparece no corredor vindo em nossa direção.

– Thomas. - Sussurro o nome dele e paro de rir imediatamente.

– Quem? - Bredom perguntou e depois olhou para ele. Um silêncio constrangedor tomou o corredor. Até que num piscar de olhos o inspetor cruza o corredor correndo.

– Ei! Vocês três. O que vocês estão fazendo? - Pergunta ele furioso.

– Estou indo de volta para a sala.- Thomas disse com a voz grossa. Em nenhum momento ele deixou de olhar para mim. Seus olhos estavam grudados em cada movimento meu.

– Estou só mostrando a escola para ele. Foi o senhor que pediu. - Disse.

– Tudo bem. Mostre logo e depois vá para sala. Vocês tem 10 minutos. Thomas? Quero que vá imediatamente para sala. Nada de ficar rondando o corredor.

Ele balança a cabeça e passa por mim, esbarrando o ombro e me fazendo desequilibrar um pouco. Ele está furioso. Isso me faz ficar fria.

Quando o inspetor saiu, eu e Brendom continuamos caminhando para o Teatro.

– Você o conhece? - Ele disse.

– O menino que esbarrou em mim? - Digo. Ele balança a cabeça. - Conheço. Meu ex.

Aquela palavra me deus um aperto do estômago.

– Ah. - Ele disse.

O silêncio retornou.

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