Como não conquistar um Duque. escrita por Naiana Mara


Capítulo 3
O mercado.




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Julie correu o mais rápido que pode. A mão no coração que pulsava sem controle e a respiração ofegante. Era mesmo muito tola, pensou. Algumas palavras e ela tinha se desconcertado totalmente. Respirou fundo, tentando esquecer aquela frase há pouco tempo dita e olhou para o grande espelho que sempre ficara ali, na sala de jantar dos Campbell. As bochechas, antes levemente rosadas, agora exibiam um vermelho forte e evidente. Qualquer um que a visse perceberia.

– Algum problema, Srta. Scott?

Era Christopher. A testa franzida e a expressão de dúvida bem evidente só deixaram Julie mais angustiada.

– Não, nenhum. Só estou um pouco cansada com todos os preparativos do baile.

– Ah, claro. - Christopher pronunciou, mesmo sem acreditar muito.

– Desculpe.

– Não, tudo bem. Não tem que se desculpar por nada. Eu vou à cidade comprar algumas coisas, se quiser vir comigo para me ajudar, seria maravilhoso.

Julie assentiu, finalmente acalmando-se.

– Sim, obrigada. Vou sim.

– Ótimo, mas antes vou ver como o Duque está. Me encontre daqui a 20 minutos na carruagem.

– Tudo bem.

***

Christopher subiu as escadas rapidamente, abrindo a porta do amigo de supetão. Harry nem se mexeu.

– Tem que saber entrar com delicadeza, Sr. Campbell. Está tentando me matar?

Christopher riu ironicamente.

– O que fez com Julie?

Harry sentou na cama e começou a rir, lembrando das palavras que dissera à serviçal.

" Qualquer coisa? "

– Nada.

– Ora, não banque o santo. Conheço-o muito bem. Bem até demais para saber que mulher é tudo na sua vida. Afinal, é o libertino mais famoso de todos os tempos.

– Não exagere.

– É tudo verdade.

– Não posso fazer nada se sua vida amorosa é um fracasso, meu caro amigo.

Christopher riu.

– Não encontrei a mulher certa ainda.

– Há várias mulheres certas.

Christopher balançou a cabeça, indignada com o amigo e sorriu.

– Eu e Julie vamos ao mercado. Não quer ir com a gente?

– E perder a chance de provocar a senhorita? Mas é claro que vou.

– Então admite?

– Eu nunca neguei.


***

Os três então rumaram ao mercado. Quando Julie soube que Harry também ia, engasgou.

– Algum problema comigo, Srta. Scott? - Harry perguntou, ao subir na carruagem, puxando-a, em seguida.

– Nenhum, senhor.

– Que bom.

Christopher olhou o desconforto da garota e sorriu, sensibilizando-se com a situação. A carruagem andava muito devagar, mas o clima era ameno e fazia com que eles não se sentissem tão mal assim. Julie bufou, afundando ainda mais no assento da carruagem. Estava muito cansada desde ontem. Os pés ainda doíam e o pescoço também. Tentou mexê-lo e fechou os olhos ao sentir o barulho dos ossos. Respirou fundo e continuou assim por alguns minutos.

Harry apenas observava aquilo tudo. Enquanto Christopher falava alguma trivialidade da qual ele não estava com vontade de saber, observava todos os movimentos de Julie. As mãos estavam sobre as pernas, mostrando a delicadeza dela. Os olhos estavam fechados e a cabeça levemente inclinada. Estava muito bonita, ele teve que admitir. Talvez calada ela fosse melhor ainda.

– ... Então ele disse que não ia comprar a propriedade pois estava cara demais. Acredita nisso, Harry? Harry? HARRY.

Harry assustou-se e balançou a cabeça, tentando voltar de seus devaneios. Julie abriu os olhos e riu, baixinho.

– Está rindo de mim, Srta. Scott? - Harry disse, fechando a cara.

– Não, sen... Sim, estou sim.

Christopher olhou de um lado para o outro, sem saber o que fazer e apenas riu.

– Posso saber o porquê?

– Estava me observando e por isso não respondeu.

Harry começou a rir, indignado.

– E o que a leva a pensar dessa forma?

– Estava não hipnotizado que não percebeu que abri os olhos antes de você desviar o olhar do meu.

Harry se surpreendeu. Julie parecera muito tímida naquela manhã e agora estava assim, mais decidida e atrevida.

– Creio que esteja enganada, Srta. Scott.

– Afirmo que não.

Christopher segurou a risada ao ver a expressão de aflição no rosto do amigo.

– Muito bem, Julie. Gostei de ver.

Harry bufou e fechou a cara. Alguns minutos depois, chegaram ao mercado e compraram tudo que faltava para o baile daquela noite. Julie e Christopher conseguiram se concentrar e compraram tudo que queriam, mas Harry não conseguiu pensar em mais nada a viagem inteira.


***
" A mansão Campbell sempre nos trás boas lembranças quando se trata de bailes e festas. Os maiores escândalos acontecem sempre numa dessas ocasiões em que toda a família se reúne para festejar algo. Dessa vez, o Duque de Kent está na cidade e promete abalar vários coraçõezinhos, apesar de já estar quase de compromisso com a princesinha fútil da família, Danna.
Não que isso seja uma ofensa, claro. Afinal, nessa bela sociedade em que vivemos a inteligência fica em segundo plano e a beleza é mais levada em conta. Por isso, Srta. Campbell, comemore o rostinho bonito e a nossa sociedade. Se os valores fossem invertidos, certamente não teria um Duque e seus únicos companheiro seriam maquiagens, espelhos e o seu próprio ego. "

O diário de Londres, 1818.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. :) Escrevi pouquinho hoje, mas amanhã escrevo mais. O capítulo do baile é enorme.



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