Care, I, II, III escrita por Just for Stana


Capítulo 2
Capítulo 2




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Flashback ON

Antes de sair do apartamento [de Beckett] Castle ligou para Alexis.

– Filha? Beckett está doente. Vou precisar de sua ajuda.


Flashback OFF



Castle demorou mais ou menos meia hora até estar de volta ao apartamento. Teve um pouco de dificuldade de subir com a enorme quantidade de sacolas abarrotadas dos mais diversos tipos de mantimentos incluindo frutas, legumes e verduras. Também trazia consigo uma pequena bolsa com algumas mudas de roupa que havia pego na portaria do prédio de Kate, onde Alexis havia mandado o taxista deixar como seu pai havia pedido. Ele não tinha tempo de ir até a sua casa trocar-se. Não queria deixar Beckett sozinha.

Como se não bastasse tudo isso em suas mãos, ainda trazia consigo um mini buquê de flores coloridas.

– Mulheres adoram flores! Com certeza ela vai ficar feliz em ter algo colorindo o seu dia – ele disse para si mesmo, enquanto tentava equilibrar tudo e ainda pegar as chaves para abrir a porta do apartamento.

Castle adentrou o ambiente fazendo alguns ruídos que ele lamentava com desgosto ao ouvir cada um deles. Colocou as compras na mesa, e foi até o quarto de Kate levando as flores e um recipiente com água para colocá-las ao lado de sua cama. Assim ela poderia vê-las logo que acordasse. Ele a observou dormir. Respirava lenta e profundamente, ainda um pouco febril. Ela havia se mexido desde a última vez que a viu, então organizou novamente suas cobertas para deixá-la melhor agasalhada.

Saiu do quarto devagar e começou a sua aventura pela cozinha. Demorou alguns minutos observando e tentando memorizar o lugar devido de cada coisa. Não queria causar uma grande bagunça e adicionar mais um motivo à enorme lista que Kate já tinha de motivos para matá-lo.

Após entender a organização da cozinha, Castle começou a organizar a infinidade de compras. Também tinha arrastado consigo metade da farmácia, trazendo os medicamentos que a doutora solicitou e alguns mais por conta própria incluindo um aparelho de nebulização. Lembrou-se dos episódios de resfriado de Alexis. As noites ficavam incrivelmente desconfortáveis sem a ajuda daquele instrumento.

Então o “chef” Rick entrou em ação, colocando um avental colorido que achou por ali. Fez todos os preparativos e, ao final, tinha uma bela sopa de legumes pronta. Em contrapartida, a cozinha estava um verdadeiro caos. Castle tratou de ajeitar tudo rapidamente fazendo o mínimo de barulho possível. Mais uma vez ele constatou que nessas horas tudo o que tocava insistia em se encontrar com outra coisa, provocando algum ruído.

Colocou tudo numa bandeja e dirigiu-se ao quarto dela com um pano de prato nos ombros. Beckett permanecia dormindo, mas já estava na hora de acordar. Afinal, já era meio dia e ela ainda não havia se alimentado direito. Rick desocupou suas mãos e sentou-se na cama chamando pelo nome de Kate calmamente, algumas vezes.

Ela se levantou meio zonza, seu corpo querendo desabar de volta na cama. Encontrou o rosto sereno e cuidadoso de Castle, e então ele a ajudou a acomodar-se melhor colocando a bandeja sobre suas pernas.

– O que é isso? – Beckett perguntou quase imperceptivelmente.

– Sopa de legumes do Rick! – ele respondeu orgulhoso. – Está bonita, não está?

– Os cogumelos mais bonitos são os mais venenosos – ela murmurou baixinho.

– Desculpe, não ouvi. O que você disse? – ele perguntou.

– Nada! Está bonita sim – Kate respondeu educadamente.

– Então comece a comer, detetive, ou eu vou ter que fazer aviãozinho? – Castle disse ameaçando pegar a colher.

– Não precisa – Beckett bateu levemente na mão dele.

Ela degustou sua refeição avidamente. Nem ela sabia que estava com tanta fome, mas o cheiro delicioso e o colorido vibrante daquele prato despertaram seu apetite. Terminou tudo. e em seguida deglutiu o remédio que havia sido receitado para após as refeições. Afinal, ela começava a perceber que Rick sabia realmente cuidar de alguém. Ele reuniu as coisas e estava voltando para a cozinha quando Kate soltou uma gargalhada arranhada, típica de desenho animado.

– Nossa, eu não tinha reparado o quão sexy você fica com esse avental Castle – ela debochava.

– Olhaaa, detetive Beckett... Que comentário interessante. Eu deveria me aproveitar dele? – ele disse sedutoramente, levantando a sobrancelha e fazendo-a engolir o restante da risada. – Não se preocupe, eu o guardarei para mais tarde – ele riu e saiu do quarto, deixando-a arrependida.

Minutos depois ele voltou sem os trajes de cozinha. Kate estava se deliciando com a fragrância das flores que Rick havia trazido. O coração dele deu um salto de alegria.

– Você que trouxe? – ela perguntou.

– Sim, queria algo para alegrar seu dia – ele respondeu, caminhando em direção a ela.

– Obrigada. São lindas – Kate agradeceu juntamente com um sorriso.

– Não precisa agradecer – Rick disse mais uma vez. – Então, se sente melhor?

– Sim. Melhorando. Você já pode ir pra sua casa.

– Não senhora! Eu vou ficar aqui com você.

– Não precisa, Rick.

– Precisa sim. E nada de argumentos – ele a interrompeu colocando um dedo em seus lábios. Ela corou.

– Então, o que você vai ficar fazendo aqui esse tempo todo? Não me diga que você pretende passar os sete dias aqui.

– Sim, eu pretendo. E posso muito bem ficar aqui... – ele pensou. - Só olhando pra você.

– Ora Rick, eu não sou um estátua pra você ficar só me olhando – Kate respondeu revirando os olhos.

– Não, mas é uma bela obra de arte... – ele disse se levantando antes de ser atingido por um travesseiro.

– Calma, olha a violência. Você precisa descansar – ele disse juntando o travesseiro do chão. – Então o que você quer fazer?

– Morrer seria muito bom. Detesto ficar doente – Kate respondeu, colocando de volta o travesseiro no lugar. – Mas já que não dá pra morrer de imediato, vou ficar aqui esperando minha hora.

– Tudo bem, então eu vou ficar aqui esperando a morte junto com você – Rick disse, jogando-se animadamente do outro lado da cama.

– Castle! Quem deu permissão pra você se jogar assim na minha cama? - Kate reclamou semi-irritada.

– Minhas costas... estavam doendo. E a propósito, adorei sua cama, detetive – ele disse virando de um lado para o outro. - Muito confortável... Excelente.

– Castle, é melhor você ir embora – ela falou, olhando apreensiva para suas mãos.

– Não, tudo bem. Desculpe. Eu prometo me comportar. Juro! – Rick respondeu sério, olhando para ela, com metade do corpo levantado da cama.

Ambos ficaram em silêncio. Ela olhou para ele séria também e voltou a encarar as mãos.

– Ótimooo... – Castle se jogou novamente na cama. - Agora você está zangada comigo! – ele lamentou, cobrindo os olhos com um dos braços.

Kate achou engraçado o comportamento dramático de Rick e resolveu reconsiderar.

–Não, não estou zangada. Tudo bem. Você pode ficar.

– MESMO?????????! – ele se virou excessivamente animado.

– Mesmo. Apenas me prometa que não vai ficar se comportando como uma criança doida e sem controle ou eu juro por Deus que mato você e te enterro debaixo da minha cama.

– Ok... Vindo de uma detetive de homicídios acho que devo considerar isso realmente uma ameaça – ele pensou em voz alta.

– Exato!

– Fechado!

– Certo.

O silêncio mais uma vez durou alguns estranhos segundos até ser quebrado.

– Podíamos ver o que está passando na TV – ambos disseram juntos.

Foram em direção à sala e Beckett sentou-se no sofá pegando o controle da TV. Rick foi até a cozinha, remexendo algumas coisas e então voltou trazendo uma maçã nas mãos, entregando-a para Kate.

– Não quero, obrigada. Já estou cheia – ela respondeu trocando de canal.

– Não perguntei se você quer. Coma, isso vai fazer bem pra sua garganta – ele ordenou.

Ela tomou a fruta das mãos dele observando-o ir em direção ao seu quarto. O que diabos ele iria fazer ali? Então ele voltou com dois travesseiros e um cobertor nas mãos.

– Eu trouxe pra você – disse ele organizando tudo no sofá. – Assim você fica mais confortável.

Beckett no fundo estava adorando a presença de Rick ali. Dificilmente tinha alguém para cuidar dela, a não ser Lanie que a visitava de vez em quando, mas também era tão ocupada quanto ela. Josh não era muito presente, não sabia muito de sua vida e ela não o culpava por isso. Kate não era de se abrir facilmente e passavam tão pouco tempo juntos que era um milagre que ainda estivessem namorando.

Ela acabou adormecendo no sofá como Rick previa. O remédio causava sonolência e o mal estar que ia e vinha continuava maltratando-a. Além disso, Castle estava tão calado que por um momento ela achou que ele estivesse dormindo no tapete da sala. Ele a observou dormir alguns minutos verificando sua temperatura, que continuava levemente alterada. Era sinal de que seu organismo estava reagindo contra a infecção, mas Rick achou melhor ficar de olho nisso.

A noite chegou e os sintomas começaram a ficar mais fortes. Kate despertou subitamente com um acesso de tosse, fazendo Castle largar a panela no fogo e correr em direção a ela com um copo com água natural nas mãos. Finalmente ela conseguiu respirar ingerindo o líquido.

– O jantar está quase pronto – Rick falou após ver que ela estava bem.

– Ok, eu vou tomar um banho – Beckett disse levantando-se meio zonza, arrastando consigo a metade da sua cama que havia ido parar no sofá.

Entrou no banheiro e sentiu dificuldade em tirar a própria roupa. Céus, todo o seu corpo doía e movimentar-se estava sendo uma tortura. Entretanto, a palavra “tortura” ganhou um novo significado quando ela sentiu a água, mesmo morna, cortar como navalha seu corpo. Conseguiu enfim terminar e agasalhou-se rapidamente tentando controlar um pouco mais os tremores.

Castle sentiu que algo estava errado e resolveu ir conferir a demora de Kate. Ele se aproximou do quarto e felizmente a porta não estava fechada. Beckett estava encolhida na cama esforçando-se miseravelmente para parar de tremer.

– Kate! – disse Rick atordoado. – O que você está sentindo?

– F-Frio... – ela conseguiu responder.

Castle a colocou no colo, pondo um travesseiro nos pés dela e puxando o cobertor para cobri-la. Ficaram abraçados alguns minutos. Muitos minutos talvez, não contaram exatamente. Apenas voltaram a si quando os movimentos da detetive tornaram-se voluntários novamente. Ela respirava lentamente, cansada. Rick a deitou na cama, cobrindo-a cuidadosamente.

– Você está bem? – ele perguntou.

Beckett apenas sinalizou positivamente com a cabeça.

– Vou trazer o seu jantar aqui – ele disse, tirando uma mecha de cabelo do rosto dela.

Minutos depois, Castle voltou com a refeição de Kate e a ajudou novamente a se sentar na cama. Ela se organizou, e então ele colocou o prato fumegante próximo o suficiente para que ela pudesse comer. Ela observou atentamente o que ele havia lhe servido.

– Sopa de letrinhas??? – ela pensou alto.

– Sim... e também tem de flores... você vai adorar! – ele respondeu animado.

Kate com certeza reviraria os olhos se sua cabeça não estivesse doendo tanto, então ela apenas suspirou. Castle podia jurar que viu um semi-micro-mini sorriso pairando no rosto dela. E então ele também sorriu. Seu nervosismo havia passado. Sua preocupação, não.


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