Cap. 8 – Rendez-vous

Demorou um tempo grande para que Lara e Von Croy pudessem voltar em paz para a Inglaterra porque eles tiveram que lidar com toda a dor-de-cabeça que foi explicar a morte de Jeffrey para a polícia e resolver o que iriam fazer com seu jatinho pousado na Grécia. Von Croy parecia não ser o mesmo, pelo menos por enquanto. Ele estava ainda abalado pelas cenas que viu no templo subterrâneo. Também se preocupava se teria o mesmo fim que Jeffrey futuramente. Temia que por ter pegado uma carga baixa da luz; aqueles “sintomas” poderiam vir tardios, mas torcia pra que não.

Quando Von Croy e Lara já estavam na Inglaterra, ele disse de forma calma e acuada que não queria mais o Iris. Lara não questionou, mas exigiu o relógio de bolso de volta. Ele concordou.

Às 19h, Von Croy apareceu de carro na casa de Lara. Diferente daquela atitude atrevida, ele ainda estava amedrontado, um tanto quanto abalado. Lara segurava o bestiário que havia prometido em frente à porta principal de sua mansão.

— Será que eu realmente preciso te dar isso?

— Não dificulte as coisas, criança. Vamos ficar quites e seguir em frente na vida – ele disse enquanto se aproximava. Retirou do bolso o relógio e entregou para Lara.

Ela o recebeu e deu o bestiário para Werner. Este segurou bem o livro e contemplou.

— Uma boa leitura medieval pra você. Só não vá se meter em mais confusões. Mas eu acho que esse conselho é inútil. – ela disse

— Eu vou tentar lembrar disso.

— Desrespeito não é o caminho para o descuido?

— É verdade. O problema é que essa gente morta e suas forças sobrenaturais têm opiniões diferentes da minha em relação a respeito! – ele riu – Eu não veria desrespeito em apenas tocar num objeto.

Lara deu um sorriso de lado e não respondeu nada. Observou Von Croy voltar para o carro e disse tchau. Voltou para dentro de casa, admirando o relógio. Sentou-se no sofá de frente pra lareira e avistou Winston se aproximando.

— Como ele está, milady?

— Ainda assustado, mas ainda é o mesmo velho Werner Von Croy.

— Se Werner não conseguir controlar seus impulsos, pode acabar morrendo de forma bem trágica. – ele fez uma pausa – Pelo menos, ele te deu o Iris. Aqui, com certeza, é mais seguro.

— É verdade. A gente podia viajar de graça com ele, o que você acha? – ela sorriu.

— Que tal visitarmos Brighton? – o mordomo riu.

—  Brighton?! Winston, você não tem um senso de aventura!

Os dois riram por um momento.

— Milady, antes que me esqueça, o Dr. Willard ligou e pediu para que retornasse a ligação.

— Ok, Winston.

O mordomo subiu as escadas da mansão e sumiu de vista. Lara havia guardado o Iris ainda recarregado em sua sala de troféus. Pensou nas possibilidades que poderia usá-lo em caso de emergência. Ali, sentada naquele sofá, oscilou o olhar entre a fotografia enorme de seus pais acima da lareira e o relógio em suas mãos. Ela sorriu aliviada por tudo estar bem e pensou: “Sem mais fardo de salvar o mundo, por favor.”

Fim