Filhos da Pátria escrita por May Armstrong, JeremyChaeger


Capítulo 2
I. Schrei Nation


Notas iniciais do capítulo

△ Meine lieben: minha querida;
△ Die liebe: meu querido;
△ Arschloch: filho da mãe;
△ Mama: mamãe;
△ Entschuldigung: desculpe;
△ Unser Land: nossa pátria
△ Quero agradecer aos comentários anteriores do Prime, Leo e Julia. Eu e a Mayara agradecemos muito!



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À noite, todos os militares foram finalmente liberados para irem para suas casas despedir-se da família. Aqueles que tinham filhos alimentavam-os com a esperança de que tinham certeza: um dia voltariam. Era mentira, claro, mas não queriam desesperar suas crias, apesar de muitos deles terem em mente do que seus pais iriam enfrentar, a tecnologia avançou, a ignorância já não é mais a mesma. Pelo menos não no quesito de inteligência.
Meine lieben, amanhã é o dia, mas não sei como contar isso para ele... — O soldado olhou brevemente para o chão, tentando não observar o semblante melancólico da esposa, mas tudo aquilo era necessário. Com a falta de recursos, os preços saíram da órbita, tudo estava caríssimo, comida, água, medicamentos.
— Tenho certeza que ele irá entender, die liebe. Um dia precisaríamos disso, só não quero que as coisas saiam do nosso controle. Você sabe, senhor Petrus não é muito amigável.
— Eu sei, eu e meus colegas sabemos disso mais do que ninguém, Anneliese. Mas isso não é tão fácil quanto parece, isso é uma guerra, uma guerra mundial. Diante dele, todos nós ficamos parados com os braços para detrás das costas, mas todos sabem que fazemos gestos sujos com as mãos. — Ele levou as mãos a um vinho que sempre estava posto sobre o oratório, mas por mais estranho que pareça, ninguém nunca atreveu tocar os lábios ali.
— Arkadius, eu sei que isso é importante para você, mas não acha exagerar demais deixar isso parado ai? Talvez nunca tenhamos uma vitória concreta para podermos finalmente tomá-lo.
— Eu nunca vou esquecer o que aquele arschloch fez conosco.
Antes mesmo que Anneliese respondesse, uma criança desceu as escadas. O garoto trajava um pijama estampado com as cores da bandeira alemã, estava descalço e abraçava um coelho de pelúcia.
— Valentin? O que faz acordado às dez horas da noite? — A mulher olhou para o filho com uma expressão desassossegada, mas notou o coelho em seus braços pequenos. — Ah, trouxe seu companheiro.
— Mama, ouvi lá da escadaria a conversa de vocês. Entschuldigung.
— Valentin! Já te disse que não se pode espiar a conversa dos outros, é feio. — Anneliese já ia lhe dar uma bronca, mas Arkadius a interrompeu.
— Deixe-o dizer o que ele quer dizer. Valentin, tem minha desculpa.
— Valentin! Já te disse que não se pode espiar a conversa dos outros, é feio. — Anneliese já ia lhe dar uma bronca, mas Arkadius a interrompeu.
— Deixe-o dizer o que ele quer dizer. Valentin, tem minha desculpa.
O menininho apenas deu ao pai um rosário e subiu o lance de escadas de novo.

Brandemburgo, 30 de Março.

O sol estava metade para fora e metade escondido dentre as nuvens, enquanto o mar na parte oeste batia calmamente sobre as rochas. O general olhava com um sorriso satisfatório para o exército de homens a sua frente. Todos armadurados dos pés a cabeça. Suas armaduras prateadas cintilavam sob a luz solar. Era basicamente, um conjunto com várias camadas grossas de metal tingido de prata. Em cada braço direito, uma espécie de canhão com uma abertura circular se abria, se alongando da mão, funcionando como um arremessador de bomba. O capacete também era prateado, com alguns detalhes azuis e uma fina camada de vidro preto protegendo o resto do rosto, e também dando ao soldado os dados da armadura e os comandos que ele iria usar. As partes dos pés pareciam ter propulsores nos cotovelos para saltos altos e nas costas cinco compartimentos de paraquedas. As armas de fogo estavam presas dentro de uma parte da cintura, guardadas sob o metal. Um fulgor iluminado saía do peitoral, que era a parte mais protegida e a parte em que funcionava a placa-mãe que dava sustentabilidade para todo o protótipo corporal. Era pesada, mas era resistente. Seria uma boa arma na invasão contra a Rússia.
— Essas armaduras foram projetadas com a melhor tecnologia deste ano. Mas ainda sim, precisamos do poder da Rússia. Vamos destruir tudo. — Falou, em seu tom mandão e arrogante. — Usem-a bem. Jamais lhes equipariam com tanta atualidade se não fosse a minha raiva tremenda por esses desgraçados, isso foi para igualá-los apenas um pouco com os nossos inimigos. Como sabem, os russos vêm sendo um problema para nós há tempos, tudo isso que vocês tem no corpo não é à toa, não estão assim para desfilar. Todos esses vestidos, meninas, dispõe de altíssima ciência, e melhor, trará uma boa reputação para a imagem de nossa nação. Façam bem, façam pelas suas famílias, ou o que sobrou delas.
— Pela nossa pátria. — Repetiu.
Unser Land! — Gritaram, e então marcharam para a frente.
Todos acompanharam o urro, formando um coro com vozes graves e firmes. Ou ao menos era o que aparentavam ser, a maioria dos soldados estavam receosos, outros gostavam de cultivar o orgulho de estar indo para a guerra, se é que isso pode ser algo de que se orgulhe. Prosseguiram o marchar até se depararem com quatro aeronaves pousadas uma do lado da outra, as suas cores eram diferentes tons de verde, como os aviões de caça normais, eram enormes, gigantescas. Os soldados, boquiabertos, olhavam uns para os outros.
— O que estão esperando, garotas? Não se preocupem, não têm baratas ai dentro. — O general deu uma risada sarcástica e entrou na primeira das naves, os soldados foram se distribuindo para cada uma delas.
Arkadius olhava para uma direção nula, mesmo assim, continuava acariciando o rosário enrodilhado em seu pescoço. Por uma terrível desavença do destino, ele estava na mesma nave do que o general.
— Que bonitinha, acha que Deus vai te proteger? O único Deus aqui sou eu, e eu lhe mataria na minha primeira oportunidade. — O prócere disse, soltando uma gargalhada escandalosa, atraindo a atenção de todos os militares, que puxaram mais risos.
Passou-se algumas horas. O que ele podia observar era as nuvens, sendo ofuscadas pela mancha negra do anoitecer. A cidade de Moscou já estava lá em baixo, era possível ver a construção do palácio da prefeitura. O avião começou a descer bruscamente, como se estivesse caindo. Mas ele sabia o que era, era o planamento para baixo, o bombardeamento iria começar.
Mas antes mesmo que pudesse raciocinar algo, olhou para baixo e viu a cidade de Moscou. E então uma explosão de fogo se alastrou por todos os cantos, e enquanto o avião saía era possível ver a nuvem de poeira se espalhando.
Eles estavam bombardeando Moscou inteira.


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Notas finais do capítulo

△ Erros, nos avisem. Iremos tentar consertar o mais rápido possível!
△ Caso goste muito, favorite e/ou comente. Nos incentiva bastante.



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