Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 28
Infinito.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Bem, estou vindo com mais frequência como prometi, apesar de só estar conseguindo postar um capítulo por dia, mas espero que vocês estejam acompanhando mesmo assim. Este capítulo foi muito gostoso de escrever e tem todo um clima de romance... Aproveitem essa parte gostosa, mas não se esqueçam que esta também é uma fic dramática rs /autora má.
Boa leitura! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593324/chapter/28

Trailer

"Alegremente nós saímos da linha,
Eu estou do seu lado.
Balançando na chuva, murmurando melodias
Não iremos a lugar algum até congelarmos.
Eu não estou mais com medo.
Para sempre é muito tempo,
Mas eu não me importaria de passar do seu lado.
Você veio, pegou esse coração e o libertou,
Estou despedaçada por estar bem aqui onde você está.
Me diga que todos os dias eu vou acordar com seu sorriso
E eu não me importaria nenhum pouco.

Você me conhece tão bem,
Me belisque gentilmente,
Pois eu mal posso acreditar."

I Wouldn't Mind – He Is We

~*~

Do lado de fora da casa eu estava parada, olhando para Edward com receio enquanto me decidia.

– E então? Aceita?

Eu não respondi. Edward viera me buscar com o Audi e me disse que gostaria que eu o dirigisse até sua casa, por causa de eu ter gostado tanto do veículo. O fato era que eu não sabia ao certo se seria recomendado que eu estivesse atrás do volante de tal máquina, poderia acabar causando algum acidente e danificando-a.

Minha vontade de experimentar sobrepujou meu bom-senso.

– Está bem – concordei de uma vez.

Ele sorriu e me entregou a chave, parecia estar aproveitando aquilo tanto quanto eu. Era claro que ele abominava minha picape, mas eu não aceitaria um carro seu de presente, então se fosse esta a idéia que ele tinha em mente, seria melhor desistir.

Entramos e nos ajeitamos em nossos bancos, eu suspirei profundamente e coloquei a chave na ignição girando-a e pisando muito devagar no acelerador. O carro deslizou como se a pista fosse feita de gelo, tão suave, tão fácil. Tinha mecanismos avançados e muita precisão, definitivamente era muito diferente da caminhonete. Eu contive a vontade de sorrir.

– Você fica bem aqui – assinalou Edward.

Semicerrei os olhos.

– Sim, temporariamente fico.

Ele gargalhou.

– Parece que suspeita que eu faça algo – verbalizou com ar inocente.

– Não sei, mas tenho a impressão de que você esteja com pensamentos absurdos que acho melhor serem deixados para lá.

Ele riu outra vez.

– Poderia ser mais fácil de lidar, sabe disto.

– Poderia ao menos uma vez ouvir o que eu digo – rebati.

– Posso fingir que ouço por agora, mas não prometo nada quanto ao futuro – respondeu contente.

Eu sorri para ele. Independentemente de estar planejando me comprar um carro ou não, a simples idéia de ter um futuro com Edward era tão incrivelmente maravilhosa que eu não pude esconder minha alegria.

Mais rápido do que esperava alcançamos a rodovia e já estando fora do centro da cidade eu acelerei. Pouco a pouco o veículo foi ganhando velocidade, cortando o ar à sua volta, sequer chegando a vibrar mesmo com o ponteiro disparando. Era uma sensação indescritível! Há alguns dias eu teria hesitado, mas já havia pegado prática em dirigir e me sentia perfeitamente segura, descobri que eu gostava de ostentosos super velozes mais do que eu pensava.

– Se eu perdesse o controle da direção agora acha que algo poderia me acontecer? – Indaguei genuinamente curiosa.

– Não, pois estou do seu lado e conseguiria lhe proteger, mas acredito que seria conveniente diminuir a velocidade se não quiser que o xerife apareça por aqui.

Eu ri brevemente, mas concordei, de qualquer forma já estávamos chegando perto da pequena estrada que levava até sua casa e ao entrarmos no terreno acidentado não houve mais como eu aproveitar toda a potência do motor.

– Como é morar aqui Edward? Sei que é necessário, mas não te entedia?

– Antes sim. Não havia mais o que fazer, parecia que todos os livros já haviam sido lidos e as músicas ouvidas e os programas assistidos. Sei que há uma infinidade de coisas para se ver, mas com o tempo a humanidade se tornou muito previsível. Sim, previsível é a palavra certa para descrever como eram meus dias antes.

– E o que mudou?

– Você chegou a Forks – respondeu ele gentilmente, me fitando com seus olhos eternos.

– Sabe, se começar a me deslumbrar agora garanto que acabarei batendo o carro. Há muitas árvores pelo caminho.

– Esme não se importaria nenhum pouco se isto acontecesse, mas com certeza me mataria por ter deixado algo lhe acontecer.

Falar sobre sua mãe despertou um pouco do nervosismo que eu procurava ignorar. Mordi o lábio.

– O que houve?

– Nada.

– Liese...

– Está bem. – Eu sabia o quanto ele detestava ficar por fora do que eu estava pensando, mas não havia porque eu guardar segredo. – Eu só estou... Insegura – revelei.

– Já lhe assegurei que eles vão tratá-la bem.

– Sei disso, mas não era a isto que me referia. – Eu me voltei para ele. – Você não sente medo Edward?

Ele entendeu imediatamente a que me referia e seu rosto endureceu um pouco.

– Não sentir medo não nos torna corajosos, mas sim burros. O medo é necessário muitas vezes, como para nos alertar sobre algum perigo. Entretanto neste caso ele é inútil. Ter medo significaria que não estou disposto a lutar por nós com todas as forças que tenho e isto não é verdade. Prefiro acreditar que de algum jeito, de algum milagroso jeito dará certo.

Eu me maravilhei com a decisão em sua voz. Ele estava se mostrando muito melhor que eu, aceitando a situação com maturidade e eu arriscaria dizer até mesmo esperança. Mas o que seria de nós se pensássemos de outra forma? Edward estava certo, o melhor era apenas acreditar.

– Há um mundo de incertezas à nossa frente, não há? – Não pude disfarçar a agonia no fundo de meu peito, minha voz saiu um pouco falhada pela quantidade de emoções que procurava reprimir.

Me fitou por um imensurável instante.

– Sim há – disse por fim.

Eu olhei para a estrada e depois de dirigir mais alguns metros havíamos alcançado o gramado bem cuidado. Desliguei o motor e me recostei ao banco, as mãos sobre as coxas enquanto eu puxava uma profunda respiração e fechava os olhos. Ouvi o clique da porta sendo aberta e quando olhei Edward não estava mais lá e sim ao meu lado, abrindo a porta do motorista e me estendendo a mão. Eu não tirei meus olhos dos dele e seguramente deixei que me ajudasse a levantar. Estando de pé ele me puxou devagar para perto, o rosto roçando meus cabelos enquanto beijava o alto de minha cabeça.

– Não há nada, nada em todo este universo capaz de me separar de você – falou inesperadamente, se afastando um pouco e me fitando. – Acredita em mim?

Eu prendi os lábios, a garganta em um nó com a vontade de chorar, eu não era alheia a tudo que estava vivendo, a todas as dificuldades que ainda apareceriam em nosso caminho, eu conhecia esta história, os obstáculos que ela reservava. Mas eu escolhi um caminho diferente ao da dúvida, eu escolhi ter fé em Edward e no que ele me dizia, pois eu o amava e tinha certeza de que seria inacreditavelmente difícil viver se ele.

– Eu acredito em você – afirmei com a voz trêmula.

Ele assentiu e beijou novamente meus cabelos, demoradamente. Eu me concentrei em respirar com mais calma e a dissipar as possíveis lágrimas de meus olhos, resolvi pensar que este futuro incerto estava distante e, ao menos por hoje, eu esqueceria que ele existia.

Edward tornou a se afastar, mas não deixou de segurar minha mão.

– Pronta? – Murmurou.

Eu fiz que sim, ele fechou a porta do carro e começou a andar enquanto eu o seguia em direção à grande mansão.

Meu nervosismo finalmente havia sido eclipsado por uma porção de boas emoções, todos os Cullen haviam esperado por nós na sala e me receberam com educação e simpatia. Alice me puxara em um apertado abraço e elogiara minha roupa dizendo que estava ansiosa para passar mais tempo comigo, para me levar para fazer compras, me ensinar truques de maquiagem e penteado. Carlisle a havia repreendido com carinho, mas eu apenas sorri verdadeiramente, grata por toda sua atenção comigo. Rosalie fora a única que ficara de fundo, mas eu procurei não pensar nela.

Agora eu me encontrava na cozinha, acompanhada de Edward, Alice e Esme, esta última havia me preparado um café da manhã dos deuses e como não chegara a fazer o desjejum, aceitei de boa vontade tudo que ela me ofereceu.

– Hmmm está delicioso!

Alice se sentava ao meu lado, Esme e Edward conversavam na outra ponta da grande mesa, mas se viraram de imediato para nós.

– Fico feliz que tenha gostado, depois de tantos anos achei que a prática houvesse realmente ficado para trás. Os livros de culinária de hoje em dia ensinam tudo, acredito que não foi tão difícil reaprender – explicou a senhora Cullen com largo sorriso.

– Obrigada por ter se importado com isto – agradeci.

– Imagine querida, não foi nada.

Olhei rapidamente para Edward e concluí que ele estava feliz, seu rosto era leve e descontraído como dificilmente eu via. Ele estava gostando de me ter aqui e isto também me deixou feliz. Contudo logo me voltei para Alice, porque meu estômago já estava começando a ficar realmente agitado e eu gostaria muito de finalizar minha refeição sem o efeito do olhar poderoso de seu irmão sobre mim.

A pequena vampira não parara de falar sobre roupas, eu estava verdadeiramente interessada no tópico que ela apresentava agora. Tomei um gole de meu chocolate quente e olhei para as imagens que ela mostrava em seu celular.

– Está vendo? Era isto o que se usava até alguns anos atrás. Tão brega não é? Eu mal posso expressar meu alívio pela ascensão de grandes estilistas no mundo contemporâneo, eles transformaram drasticamente o nosso modo de nos vestir. Eu particularmente prefiro a atualidade, novidades são o que mais movimenta a moda, se aparece algo que não gosta sabe que logo ficará para trás.

– Eu concordo com você Alice, mas admito que alguns períodos ainda me fascinam mais que outros.

– Por exemplo?

– Bem, gosto muito das roupas de Elizabeth Bennett, a vestimenta era tão elegante, bem composta.

Alice riu.

– Sim, foi uma época bonita. Creio que cada um aqui tem a sua favorita. Mas nenhum deles pode negar minha intervenção e fazendo parte desta família você também não poderá Liese, querida – revelou batendo os cílios para mim e fazendo uma carinha de anjo.

– Bem, eu não moro aqui então creio que possa sim ser exceção à regra – falei de brincadeira.

Alice fez uma carranca e Edward e Esme riram. Ela os ignorou.

– Você não faria isto comigo – disse ela reprimidamente.

– Não, eu não tiraria sua diversão, seria incapaz de fazer isto, mas acho que é um assunto que pode sim esperar – argumentei.

– Mas...

– Alice, deixe Aneliese tomar suas decisões, ela já disse que não se opõe a sua idéia – falou sua mãe calmamente.

– Concordo com você Esme – disse Edward – e acho que agora Aneliese deveria vir comigo conhecer a casa.

Ele fazia isto apenas para irritar a irmã e Alice fez bico enquanto eu me levantava. Pensei que tê-la como consultora de moda não seria uma coisa ruim, eu confiava cegamente em suas habilidades e adoraria vê-la feliz. Agora logicamente não aceitaria nada que ela pudesse querer me dar, mas quem sabe depois? A imagem do lindo vestido de casamento que Bella usou invadiu meus pensamentos e eu comecei a devanear sobre como seria ter Alice decidindo esta parte junto comigo.

Edward e eu atravessávamos a sala em direção a escadaria e ouvimos o gritinho histérico dela ecoar pela cozinha, num milésimo de segundo apareceu ao nosso lado e me abraçou.

– Eu amei esta idéia – declarou com ar conspirador. Ela havia visto o que eu pensara! Meu Deus, eu exagerei em minha empolgação.

Olhei para Alice significativamente no mesmo momento em que Edward nos questionava sobre o que falávamos. Vi que ele estudava atentamente a irmã e gelei ao me dar conta de que podia ver tudo o que ela pensava.

– Alice – mal saiu som quando murmurei seu nome em aviso. Ela riu e se afastou, quando me virei de volta para Edward ele não revelava nada em sua expressão. – Você conseguiu ver o que era?

Ele apenas sorriu e me beijou. Sem dizer nada me levou escada acima.

Deixei logo o assunto de lado, me concentrando em algo mais premente. A excursão pela mansão era como um tour do fã clube de Crepúsculo, só que eu era a única fã presente. Me senti no natal, como uma criança que ganha algo muito colorido, eu me atentei a cada pequena coisa que vi e escutei toda a história que Edward me contou sobre seu pai. Havia se passado mais de uma hora quando finalmente chegamos a seu quarto.

Ele parou e me observou.

– Entre. – Fez um gesto largo para o cômodo.

Devagar eu recomecei a andar, meu coração batia disparado... Como eu sonhara com este momento! Depois do quarto de Bella este era o que eu mais queria poder conhecer, e assim como o dela tudo era da maneira que eu imaginava, contudo quase não havia semelhança entre os dois lugares. O de Edward era simples e elegante assim como ele. Eu me vi imediatamente apaixonada pela sua infindável coleção de CD’s.

– Tem muita coisa boa aqui – me aproximei para ver os títulos dos encartes de perto. – Você tem um gosto tão eclético, mas eu aprovo – ri.

Ele estava ao meu lado, muito atento a tudo que eu fazia.

– O que foi? - Sondei.

– Sabe... Eu estou feliz – deu de ombros.

Virei a cabeça um pouco de lado me deixando levar pela compaixão.

– Oh meu amor, e você deve ser. Me entristece tanto saber de coisas ruins sobre seu passado, eu gostaria de poder ter estado presente em todos os momentos, gostaria de poder ter evitado que você sofresse. Mas agora estou aqui – estendi minha mão para tocar seu rosto. – Eu sempre vou querer te ver feliz.

Edward me pediu que ficasse onde estava e foi até um canto do quarto, havia uma estante abarrotada de livros e ele não se demorou pegando algo do alto da pilha, logo voltou para perto de mim com uma caixa de veludo azul escuro. Prendi a respiração.

– Eu pensei numa forma de demonstrar o que sinto, numa forma de você sempre se lembrar que estou com você. Bem, isto não representa uma fração do meu amor, mas já é um começo – falou simplesmente. – Ainda terá muito mais – completou com um sorriso lindo.

Abriu a caixa e de dentro retirou um colar de ouro de aparência muito delicada, andou até atrás de mim e eu puxei meus cabelos para o lado facilitando que ele colocasse a pequena jóia em meu pescoço. Depois me virei para olhá-lo e ele apontou o espelho no canto da parede, andei até lá e me observei, muda.

Havia um pingente, era o símbolo do infinito e parecia ter algo escrito. Eu baixei minha cabeça e consegui ler:

“Para sempre minha.”

Cobri a boca com a mão, admirada. Desta vez não houve como eu esconder a emoção, quando me voltei para Edward eu já estava chorando.

– É lindo – murmurei. Ele estava perto de mim numa batida do coração. – Obrigada.

– Você me faz o homem mais feliz, Aneliese. Minha Liese...

– Para sempre sua meu amor. Para sempre.

E nos beijamos com toda nossa devoção, com todo nosso amor e acima de tudo com nossa vontade tão grande e irrefreável de pertencermos um ao outro, nada mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Logo volto com mais, deixem reviews, tenham dó do meu coraçãozinho! :)
Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perdida em Crepúsculo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.