Na manhã seguinte, acordamos cedo e embarcamos no navio de volta para casa. Não foi tão ruim quanto a ida, mas com certeza não foi agradável, detesto viajar de navio, só o balanço do mar já me deixava enjoada. Quando chegamos em Arendelle, estava tão cansada e fraca que Hans teve que me segurar para que eu não caísse. Mas só o ar do meu reino já fez meu humor melhorar, voltar para Arendelle era ótimo, não apenas porque eu não gosto de ficar longe de casa, mas porque eu detestei a viagem às Ilhas do Sul.

Assim que chegamos no castelo, desci com cuidado da carruagem e esperei que as portas fossem abertas, tão logo, já senti um abraço forte e demorado de Anna.

– Elsa! Até que enfim você chegou, eu já não sabia mais o que fazer, aqui! Estava tão entediada, e ainda tinha um monte de papéis chatos para assinar...! - ela parou de falar e me olhou com um sorriso - Senti sua falta.

– Ah, Anna, eu também senti muito a sua falta. E de Kristoff, Olaf e Sven também! Senti falta de tudo!

– Bem, já que eu não posso considerar As Ilhas do Sul meu lar, senti falta de Arendelle. - disse Hans aproximando-se.

– Ah, oi, Hans. - disse Anna sem jeito.

Era verdade que o "amor" de Anna e Hans havia durado apenas alguns dias, mas marcou muito, afinal ele enganara a todos, principalmente Anna, e a deixara para morrer. Apesar de Anna já ter perdoado Hans, as coisas continuaram meio estranhas, e com razão. Posso até dizer que não ligo para isso, mas a verdade é que senti um pouquinho de ciúmes pelo antigo relacionamento deles, mas eu e Kristoff já havíamos conversado sobre isso e ambos concordamos que não tínhamos motivos para ciúmes, nem desconfianças. Por isso, estava tranquila.

– Elsa, Hans! E então, como foi a viagem? - cumprimentou-nos Kristoff.

– No momento, só posso dizer que foi exaustiva.

– Como são os irmãos do Hans? São calorosos? - perguntou Olaf.

– Acho que estão mais para "frios como gelo".

– Hum, isso pode ser bom ou ruim, depende do seu ponto de vista!

– Certo, certo, chega de conversa! Vocês devem estar cansados e com fome, vamos comer! - disse Anna.

Tudo estava com um sabor maravilhoso, mas a sobremesa se superou. Bolo de chocolate, mas não um simples bolo, ele tinha quatro tipos diferentes de chocolate, Anna só podia estar tentando me matar. Depois do bolo, ela pediu vinho para nós. Levantou a taça e falou:

– Gostaria de dedicar este brinde a Elsa, a melhor irmã e governante que alguém poderia desejar! Que seu reinado ainda dure muitos anos! A Elsa!

– A Elsa! - repetiram Kristoff e Hans.

– Ora, assim vocês me deixam encabulada. - disse corando.

– O quê é esse líquido escuro? - perguntou Olaf.

– Já não está na hora de você dormir, Olaf? - questionou Kristoff.

– Não seja mal-educado, Sven! É desrespeitoso sair da mesa sem o consentimento da Rainha!

– Ah, você tem toda a minha aprovação para sair, tenha bons sonhos.

– Obrigado, Elsa! Abraço quentinho! - ele abraçou minha pernas - Durma bem!

O boneco de neve saiu saltitante da sala. Nós quatro continuamos conversando até mais tarde, quando Kristoff disse:

– Certo, já está tarde e amanhã os senhores tem muito trabalho pela frente, contando que Anna não fez nem metade do serviço.

– Kristoff!

– Mas é verdade! - nós rimos.

– Acho que tem razão, vamos indo.

Eu e Hans subimos até o quarto, dei uma boa olhada em tudo, só alguns dias fora e já morria de saudades do lar, abri a porta.

– Enfim em casa. - dissemos juntos.

Entramos, a primeira coisa que fizemos foi tirar os sapatos, depois Hans tirou o casaco.

– Mais um minuto e acho que eu sufocaria.

– Impressão minha ou Arendelle é mais quente que As Ilhas do Sul? - ele assentiu com a cabeça.

– Estava começando a me acostumar com o clima daqui e tenho que voltar às Ilhas. De volta a estaca zero. - eu ri.

– Vou me arrumar para dormir.

– Dormir? Achei que tínhamos deixado um assunto inacabado lá nas Ilhas...

– Assunto inacabado? - ele me puxou para um beijo - Ah, claro.

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