New Feelings escrita por Vtmars


Capítulo 27
Capítulo 26 - Contra-ataque


Notas iniciais do capítulo

Bem, este capítulo aqui tem mais de duas mil palavras, o maior da fanfic, até agora! Espero que gostem de alguma forma, nos vemos nas Notas Finais.



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Ocorreu assim, subitamente. Numa manhã como outra qualquer, Hans e eu estávamos no salão, assinando documentos, como de costume. Foi quando Kai entrou avisando sobre um senhor que necessitava falar urgentemente com a rainha ou o príncipe.

– Altezas, há alguém esperando para ser atendido pelos senhores. Ele disse que era urgente.

– Urgente? – eu e Hans nos entreolhamos. – Minha nossa! Você não perguntou o que era?

– Lamento, majestade. Ele não quis dar mais informações.

– Bem, sendo assim, eu vou lá ver o que ele quer – prontificou-se Hans.

Ele voltou minutos depois, acompanhado do Almirante Silver, que tinha o semblante cansado e aflito. Hans convidou-o para sentar-se, e ele imediatamente o fez.

– Elsa, Hans... Preparem-se, pois tenho uma terrível notícia para dar-lhes. Sinto ter de contar, mas vocês precisam saber, e sou o único que pode fazer isso.

– Fale – pedi angustiada.

Ele inspirou profundamente antes de dizer:

– Gardar declarou guerra contra Arendelle.

Fiquei instantaneamente atordoada. Não conseguia pronunciar uma só palavra, foi como se tivesse perdido a voz de repente. Não era falta do que dizer, porque havia muitas coisas a serem ditas. Mas o que eu queria dizer não cabia em palavras.

– Ele fez o quê?! – gritou Hans.

Até o momento, ele tinha se mostrado bastante calmo e racional em relação às ameaças, à família, à Gardar e a tudo o mais. Mas aquilo era intolerável. Não havia como manter a calma nessa situação. Hans levantou-se da cadeira em que estava sentado, e começou a caminhar de um lado para o outro.

– Não é possível! Não é possível! O que ele quer comigo afinal?! Ele é louco! – gritava.

– Eu sei que estamos todos muito chocados, mas não perca as estribeiras por causa disso! – o Almirante foi atrás dele. – Espere... Está anormalmente frio aqui – observou.

– Frio? Elsa! – Hans percebeu o salão coberto de neve e correu até mim. – Elsa, acalme-se! Perder o controle só vai piorar as coisas! Não se deixe abalar por isso, nós podemos atravessar essa situação, mas só conseguiremos fazer isso com calma! – eu olhei fundo nos seus olhos, e ele estendeu-me a mão. – Juntos!

Segurei a mão de Hans e abracei-o com força, segurando as lágrimas. Aquele não era um momento para mostrar fraqueza, afinal. Deveríamos ser fortes.

– Hans está certo. Agora, ouçam com atenção: eu não vim aqui apenas para trazer más notícias. Antes de qualquer coisa, eu vim aqui para trazer a solução! - Nós o olhamos, intrigados. – Vocês não acham que eu viria aqui se um plano em mente, acham? É claro que não! Eu... Quero dizer, Yran, o Duque e eu, temos um grande plano para salvar vocês e ainda derrotar Gardar!

– Desculpe, não estou entendendo. Como você pretende fazer isso? – questionei confusa.

– Bem, Yran tinha outros planos, ele queria que eu os levasse para Bergen, mas acho que não podemos perder mais tempo. Estão dispostos a ouvir o que tenho em mente?

– Claro, prossiga – respondeu Hans.

– Então, a minha ideia é levá-los às Ilhas do Sul – Hans tentou interromper, mas o Almirante prosseguiu. – Ainda não terminei! Gardar está vindo com os seus homens para Arendelle, não é? Isso significa que As Ilhas estão desprotegidas! Poderemos voltar sem problemas, vocês escondem-se no castelo e esperam tudo resolver-se.

– Como assim “esperar tudo resolver-se”? Por acaso o senhor acha que Gardar vai desistir de tudo e simplesmente fingir que nada aconteceu? – indagou Hans de forma rude.

– Não seja tolo! É claro que não. O que quero dizer é que os seus irmãos já devem estar a caminho das Ilhas do Sul, prontos para esperar Gardar com armas nas mãos.

– Meus irmãos já estão sabendo disso?! – exaltou-se.

– É bastante provável que sim. Eu mandei cartas avisando a todos antes de deixar as Ilhas. Mas não é este o ponto – ele aproximou-se e pôs uma mão no ombro de Hans. – Hans, algo precisa ser feito. Não só você, Elsa e o povo de Arendelle correm perigo como os ilhéus também. Incluindo sua família.

– Minha família? Eles nem podem ser considerados família... – Hans afastou-se do almirante.

– Gardar prendeu sua mãe e seus irmãos nas masmorras – O Almirante tinha um bom argumento, e soube usá-lo na hora certa. – Você não vai abandoná-los justo agora que precisam de auxílio, vai? Estamos todos juntos pra ajudar vocês, mas preciso que faça isso por eles.

– O senhor tem razão – suspirou. – Elsa, o que você acha?

– Eu só sei que não posso deixar Arendelle. Gardar vai tentar alguma coisa, eu sei.

– Sim, precisamos proteger Arendelle. Mas como? A guarda real não é suficiente... – nesse instante, Kristoff bateu na porta e entrou logo em seguida.

– Hã, eu... Não sabia que estavam em reunião. Volto depois.

– Não, Kristoff! Fique aí. Acho que acabo de ter uma ideia.

_____________

– Os trolls? É uma boa ideia mesmo, Elsa. Eu vou falar com eles – disse Kristoff, depois de eu ter explicado meu plano a ele.

– Você acha que eles podem fazer alguma coisa? – perguntei.

– Não tenho certeza, mas é uma possibilidade. Eu já vi o Vovô Pabbie fazer tanta coisa, acho que ele consegue fazer isso, sim.

– Obrigada, Kristoff. Por favor, não demore a voltar! – pedi.

– Vai ficar tudo bem – disse o Almirante, com um sorriso acolhedor.

Sentamos para conversar enquanto o Almirante tomava um café, tentávamos distrair-nos, não pensar no pior. Kristoff voltou algum tempo depois, ansioso. Logo levantamo-nos e o encaramos, esperando que ele tivesse uma resposta.

– E então...? – perguntei, cheia de expectativa.

– Ele disse sim. O Vovô Pabbie pode proteger Arendelle – suspiramos aliviados, demos largos sorrisos e graças aos céus.

– Muito bem, não vamos comemorar antes da hora. Senhor Christopher... – começou o Almirante, sendo interrompido.

– Kristoff – corrigiu o loiro.

– Pois bem, senhor Kristoff. Disse que os trolls podem ajudar, hum? O que exatamente eles podem fazer?

– O Vovô Pabbie não disse muita coisa, mas afirmou que há uma magia que pode ser feita. Uma magia para proteger Arendelle, como um campo de força.

– Certo, e vai demorar muito para ele fazer isso?

– Ele disse que ia meditar um pouco, ou algo assim. Para fazer isso será necessária uma grande quantidade de magia.

Sentei-me na cadeira mais próxima e relaxei os ombros.

– Só espero que dê tudo certo.

– Dará – os três disseram em coro.

Comecei a andar de um lado para o outro da sala, matutando tudo o que havia acontecido e revendo o plano do Almirante, tentando assegurar-me de que não haveria falhas. De repente, como num estalo, lembrei-me:

– Onde você e Anna ficarão?! – perguntei à Kristoff.

– Aqui em Arendelle, é claro.

– Como assim “é claro”?! Não posso deixar você, minha irmã e meu sobrinho para trás! E se ele fizer alguma coisa com vocês? E se matar vocês?! Eu nunca irei perdoar-me! – protestei.

– Calma, Elsa. Está tudo sob controle. Acima de tudo, precisamos cuidar de Arendelle, não podemos abandonar todos aqui e fugir. Vocês devem ir. Nós ficamos.

O Almirante Silver aproximou-se e colocou sua mão em meu ombro, dizendo em tom suave:

– Está tudo bem, filha. Você ainda terá muitos anos para viver ao lado da sua irmã.

Eu baixei os olhos, murmurando – Eu vou me arrumar para a viagem – e afastei-me.

_____________

Estávamos no cais, preparando-nos para subir a bordo da embarcação do Almirante Silver. Não levávamos absolutamente nada, nenhuma maleta, apenas as roupas do corpo. Anna e eu abraçamo-nos longamente, seu rosto já estava molhado de lágrimas. Assim que nos separamos, demos um último adeus, e quando estávamos prestes a subir, Kristoff chamou Hans de volta.

– Hans, eu não sou de pedir favores a você... Mas, quando encontrar o seu irmão, dê uma joelhada nele por mim, por gentileza – Hans sorriu satírico.

– Com todo o prazer.

Os dois sorriram com cumplicidade, e Hans subiu a bordo. O navio partiu, deixando aos poucos Arendelle para trás. Sentia-me péssima com tudo o que estava acontecendo. Não achava certo abandonar Arendelle, muito menos Anna. Apenas pedia do fundo de meu coração para que nada acontecesse com ela e que tudo acabasse bem. Um peso invisível empurrava-me para baixo, sentia que não teria forças para continuar. Hans enlaçou-me com seus braços; não disse nada, respeitando meu amargo silêncio.

– Acho que devia descansar – disse, em voz muito baixa, após vários minutos de quietude.

Eu apenas meneei a cabeça suavemente, concordando. Hans guiou-me até o porão, onde havia camas improvisadas no chão, nada menos do que macas usadas para carregar corpos de feridos em guerras. Era difícil imaginar que logo essas macas poderiam estar sendo usadas para seus reais propósitos...

A trajetória de volta para as Ilhas pôde ser facilmente resumida a quarenta e seis horas maçantes e demoradas. O tempo parecia custar a passar no mar, tinha a impressão de que nunca chegaríamos ao nosso destino, mas o Almirante Silver finalmente anunciou que estávamos prestes a atracar nas Ilhas do Sul novamente.

– Está tudo certo. Vocês irão para o castelo, e permanecerão lá até que as tropas de Gardar sejam derrotadas e ele seja preso, então o levaremos para vocês, e decidiremos o que fazer com esse traste – exclamou o Almirante, sua voz inspirando revanche.

Assim que o navio atracou, pudemos perceber que havia certa multidão no porto, e assim que nos notaram, agitaram-se e começaram a discutir. O Almirante desceu da embarcação, aconselhando-nos a ficar ali, pois ele não sabia quem eram aquelas pessoas ou o que queriam. Um homem saiu da multidão e caminhou a passos largos e firmes na nossa direção, em seguida sacando uma espada e apontando-a para o pescoço do Almirante. Deixei escapar um grito de espanto.

– Quem são e o que querem? Estão aqui a mando de Gardar? – perguntou o homem, com um vozeirão intimidador.

O Almirante, por outro lado, não se deixou acobardar. E respondeu o homem com a voz tranquila e calorosa:

– Henktris, isso não é jeito de receber o seu Almirante e irmão.

Henktris! Por isso Hans e o Almirante estavam tão sossegados, não havia motivo para alarme. Como eu não o conhecia direito, não reconheci seu rosto quadrado e rosado. Se bem que os olhos acinzentados eram familiares.

– Almirante, o senhor está com o Hans? – perguntou, abaixando a espada.

– Veja você mesmo – ele andou para o lado, revelando Hans atrás si.

– Hans, sua peste! Pirralho mal-criado! Vem aqui! – Hans assustou-se com a gritaria que seu irmão fez, mas aproximou-se dele, com cautela.

Henktris olhou-lhe bem nos olhos, a cara amarrada e os punhos fechados. De repente, puxou a cabeça de Hans desarrumou seus cabelos.

– Ah, Henktris! Seu grande idiota! Para com isso! – exigiu Hans.

Henktris o largou e disse, com sinceridade:

– Estou feliz em saber que está bem.

– Isso é sério? – questionou, com desconfiança.

– Mas é claro! Você ainda é meu irmão, apesar de tudo – enquanto eles conversavam, os outros irmãos de Hans surgiram da multidão. – Todos nós viemos aqui com um objetivo, apenas: derrotar Gardar!

– Acham que podem conseguir?

– Se “achamos”? Hans! Cada um de nós trouxe quinhentos soldados. São três mil contra mil do Gardar, temos certeza de que venceremos! – respondeu Henktris, cheio de confiança.

– Espero que estejam certos...

Forseti interveio e pediu que fôssemos para o castelo, e permanecêssemos lá até que tudo estivesse resolvido. Hans não aprovou de todo a ideia, pois não queria “esconder-se como um covarde”, mas após muita insistência, aceitou.

Havia pouquíssimos guardas no castelo, e não foi difícil para os irmãos de Hans convencê-los a deixar-nos entrar. O Almirante encontrou o Duque Jorunn, e os dois procuraram uma sala afastada e discreta para ficarmos.

– Fiquem alerta, não deixem ninguém entrar e rezem para que nada dê errado. Vamos libertar a rainha e os príncipes – disse o Almirante. Ele e o Duque saíram com pressa, e não voltaram mais.

______________

Algumas horas passaram-se, talvez três ou menos, e um navio atracou no porto. Caminhei até a janela e observei a movimentação repentina.

– Hans... – chamei, sem desviar os olhos do porto.

– Hum? – pronunciou ele, sonolento.

– Gardar está aqui.

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Notas finais do capítulo

Eu não estou muito satisfeita com o resultado final, mas espero que o capítulo tenha ficado razoável. Agora, uma nota importante: Não tenho como dar-lhes um número exato, pois a fic ainda está sendo escrita e eu mudo de ideia com facilidade, mas a princípio, a história está a três capítulos do fim. Ou seja, dois capítulos e um epílogo. Não tenho certeza. Talvez seja mais, talvez seja ainda menos.
Bem, até o próximo capítulo, bjs e comentem!