New Feelings escrita por Vtmars


Capítulo 26
Capítulo 25 - Castelo de Cartas


Notas iniciais do capítulo

Uma dica: Barraco.
Eu adoro um bom barraco, que não adora? Espero que curtam :).
Quase esqueci! Aqui vão as idades dos personagens, dos mais novos para os mais velhos.

Hans – 25; Yran – 27; Styr – 31; Royd – 33; Wilheim – 34; Magnor – 35; Patrick – 37; Kelsig – 38; Vegard e Forseti – 40; Henktris – 41; Triwar – 42; Gardar – 45; Rainha – 61; Rei (falecido) – 65.

Nos vemos nas Notas Finais, e vamos à luta contra o Gardar!



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Dagny, assim como todos nas Ilhas do Sul, já sabia sobre o decreto do rei. Não gostou, obviamente, ficou indignada com as atitudes de Gardar. Claro que ela achava que algo deveria ser feito, ela só não achava que Yran e os irmãos poderiam fazer isso. Mas eles estavam muito determinados e furiosos. Foram falar com Gardar, não teve jeito de convencê-los do contrário. O marido a pediu para esperar no quarto, sem fazer barulho, não deveria abrir a porta para ninguém. Assim o fez.

Estava trancada no quarto, abraçava os filhos e orava silenciosamente. A “reunião” com o rei já durava uma hora, após alguns gritos enfurecidos e passos e que iam e vinham de lá e de cá, o silêncio prevaleceu.

– Gardar, o que você fez com eles?... – murmurou a princesa.

Não levou mais de cinco minutos para os passos voltarem, dessa vez indo em direção ao quarto em que Dagny se encontrava com seus dois filhos. Alguém bateu com estupidez na porta, quase a arrombando.

– Abra em nome do rei!

Os guardas haviam chegado. Fim da linha. O que seria dela agora? Seria presa? Executada? Não teve tempo para pensar nas respostas, a porta foi arrombada e os guardas entraram e levaram todos para a sala do trono.

– Curve-se perante o rei! – ordenou um deles.

Ela não o fez.

– Difícil você, não? Vamos tentar de novo. Curve-se, ou nunca mais verá seus filhos! – ameaçou Gardar.

– Não me curvarei! Não importa o que diga ou faça! Você é baixo, sujo! É uma vergonha ter você como rei! – gritou Dagny.

Gardar riu sarcasticamente.

– Como quiser. Podem levá-la.

– E os garotos, majestade?

– Façam o que quiserem... – de repente, alguém interrompeu.

– Majestade, são apenas crianças. Por favor, deixe que eu me responsabilize por eles – pediu o Duque.

– Pois bem. Mas se algo acontecer, será a sua cabeça – disse Gardar friamente.

Ele concordou, sem se deixar intimidar.

– O que estão esperando?! Levem-na! – assustados, os guardas saíram se esbarrando e levaram a princesa.

O Rei deu um sorriso sinistro. Tudo estava saindo exatamente como o planejado. Ou assim ele pensava...

Os guardas dobraram corredores extensos e escuros, desceram vários lances de escadas, até que a aparência do lugar realmente começou a mudar. Entraram em um corredor estreito e sem iluminação alguma, no final, havia uma única e simples porta de madeira, que dava para uma escada circular de pedra. Desceram-na, e finalmente, chegaram às masmorras do castelo. Um lugar completamente sombrio, fétido e, aparentemente, abandonado. Aquelas masmorras não eram normais, os prisioneiros comuns não ficavam lá. Ficavam em uma prisão, muito distante desse lugar, para que a família real não corresse perigo com criminosos no castelo. Definitivamente, aquela não era uma masmorra comum. Estava mais para uma sala de tortura.

A princesa olhou aterrorizada para o ambiente em que se encontrava. Os guardas levaram-na para uma grande cela e jogaram-na lá, mas ela não estava sozinha.

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As horas haviam passado e nenhum sinal de Magnor, aos poucos, o pânico começava a tomar conta de Clarisse, que temia que o pior tivesse acontecido ao marido. Ela enfim resolveu sair para averiguar, caminhou até a sala do trono, encontrando Lydia sentada no mesmo.

– Lydia? O que faz aí? Onde está Gardar?

– Oh, é você, Clarisse. Gardar saiu para resolver algumas coisas... O que deseja? – disse a mulher, com falsa gentileza.

– Desejo saber onde está o meu marido! – respondeu com autoridade.

O sorriso forçado de Lydia desapareceu, dando lugar a uma carranca feroz.

– Baixe o seu tom de voz para falar comigo, não esqueça que eu sou sua superior aqui.

– Mas é muita petulância! Eu vou repetir só uma vez: Onde está o meu marido?

– Está junto de todos os outros que tentaram desafiar o rei!

– Vocês prenderam-no?! Não é possível! Onde está a rainha? – perguntou Clarisse, chocada.

– Está olhando para ela.

– Não me referia a você, sua dissimulada. Não me diga que vocês a subjugaram também?

– Olha como fala comigo, ridícula! A “rainha”, se é que ela ainda pode ser chamada assim, está onde você também estará em segundos. Guardas!

– Ah, não, você não vai escapar tão fácil! Venha aqui brigar comigo se você tem pelo menos um pingo de dignidade!

Lydia ficou irritada, ela colocou-se de pé e desferiu um tapa no rosto de Clarisse, que por sua vez, agarrou-lhe os cabelos e estapeou-a repetidamente.

Trocaram diversas ofensas, que terminaram quando os guardas chegaram e levaram Clarisse. – Você não vai escapar dessa! Nem você, nem Gardar, nem qualquer um que esteja no meio desse golpe!

As portas fecharam-se com um estrondo. Lydia voltou para o trono e limpou o sangue na boca com um sorriso cínico.

– É claro que vou.

Clarisse foi arrastada até um lugar que até então desconhecia existir, a masmorra imunda e mal-cheirosa localizada nos mais profundos porões do castelo. Na cela mais distante de todas, grande o suficiente para umas quinze pessoas, ela pôde enxergar na penumbra algumas silhuetas que a assustaram momentaneamente, antes que fosse jogada para dentro dela.

– Clarisse! Você está bem? – Magnor correu até a esposa, e a abraçou com força.

– Eu... Eu não sei. Onde estamos? – perguntou confusa.

– Nas masmorras...

– Aquele desgraçado nos jogou aqui! – esbravejou Royd.

– Eu lamento, não queria que isso acontecesse com você também. Mas pelo menos, sei que está bem, e está comigo – Magnor sorriu tristemente.

Clarisse tentou acompanhar o seu sorriso, mas por dentro queria chorar. Não tinha certeza nenhuma se viveriam para ver a luz do sol novamente. Ela olhou ao seu redor, ali também estavam Patrick, Royd, Styr, Yran, Dagny – que chorava silenciosa nos braços do marido – e a Rainha.

– Nós vamos conseguir. Tenha fé – ele tentou animá-la, em vão.

– Eu queria ter todo esse otimismo... – Clarisse abraçou-o, derramando algumas lágrimas em seu ombro.

– Não há tempo para lamentações. Temos que sair daqui de qualquer jeito – disse a Rainha, decidida.

– Mas, mãe, eu já disse que o Almirante vai cuidar disso – insistiu Yran.

– E até lá morreremos de fome e frio?

Yran deu de ombros e a rainha revirou os olhos, decepcionada.

– Majestade! – sussurraram, de forma quase inaudível.

– Alguém disse alguma coisa? – perguntou a mais velha.

– Majestade, aqui! – nesse momento, todos se viraram para a entrada da cela, onde dois criados os observavam, com temor nos olhos.

– Mas o quê... O que estão fazendo aqui?! Como conseguiram nos achar? – questionou a Rainha.

– Naturalmente, vimos os senhores serem presos, e o Duque nos alertou para cuidar de todos até que tudo esteja resolvido – explicou um deles.

– O Duque Jorunn conhece o castelo como ninguém – completou a criada.

– Agradecemos pela ajuda, mas não precisam se arriscar por nós.

– De forma alguma, majestade! É o mínimo que podemos fazer. Ninguém merece ficar definhando numa cela imunda – retrucou.

– Bem, sendo assim... Realmente, não estamos em condições de recusar.

– Aqui, peguem isto. Traremos um pouco de comida todo dia. Sentimos muito por ser tão pouco, mas foi o que pudemos trazer – ele alcançou um prato à Rainha.

– Já fizeram mais do que deveriam, muito obrigada.

– Ficaremos em dívida com vocês – declarou Styr.

Os criados sorriram em resposta e foram embora cautelosamente. Os prisioneiros sentaram-se em círculo e prepararam-se para o “banquete”. Para quem estava acostumado com comida e bebida em fartura, eles até que lidaram muito bem com a situação.

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O Almirante Silver escreveu as cartas o mais rápido que pôde, chegou atrasado ao porto e por pouco não perdeu o último navio do dia, que era encarregado de entregar e receber o correio do povo. De lá, foi até a taverna onde costumava se reunir com seus amigos e explicou-lhes o plano. Começaram a preparar a embarcação para partirem ainda naquela madrugada. À uma da manhã, estava tudo pronto, em compensação, o Almirante estava cansado demais para navegar. Algum de seus marinheiros ofereceu-se para fazê-lo em seu lugar, e apesar de certa teimosia, ele acabou aceitando. Acordou ao amanhecer, e ao olhar para o horizonte, lembrou-se de que as tropas de Gardar já deveriam ter saído.

– Mais rápido! Precisamos chegar com bastante antecedência! – ordenou.

– Almirante, ainda estamos a milhas de distância de Arendelle. No mínimo, mais cinquenta horas de viagem... – disse um marinheiro.

– Não há tempo para a lógica! Peguem os remos, temos de chegar lá até amanhã de manhã!

Um pouco contrariados, os homens desceram até o porão, pegaram os remos e colocaram toda a sua força no trabalho.

– Não parem! Daqui a pouco poderão descansar!

Assim foi feito. Depois de quase uma hora remando incessantemente, os marinheiros pararam para comer e dormir, completamente exaustos. O Almirante Silver começava a preocupar-se no com a possibilidade de seu navio cruzar com o de Gardar. Mas ele teve sorte, pois uma mudança nos ventos levou o navio para ainda mais perto do destino, agora era só deixar a viagem seguir normalmente.

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Notas finais do capítulo

Capítulo grande, não? Sobre o título: "Castelo de Cartas" refere-se ao castelo, à vida, ao mundo "perfeito" dos habitantes dos castelo, que com apenas um sopro (do Gardar) foi abaixo, assim como um castelo de cartas. E também, à esse novo reinado dele, que é frágil como um castelo de cartas. Uau, profundo. Bem, bjs, comentem e até a próxima :)!