Acordo com vontade de voltar a dormir, mas infelizmente não posso. Hoje é sábado e receberemos a visita do rei Charles e sua família. Minha irmã está noiva do filho do rei Charles, o príncipe Felipe, e hoje ela irá conhecer ele.

Ainda não sei por que é tão importante minha presença nisso tudo, é minha irmã que está noiva e não eu. Minha aula de montaria acabou sendo cancelada por causa disso tudo.

Minhas criadas entram em meu quarto para me ajudar a me arrumar. Tenho duas criadas, a Marta e a Emma. Marta é mãe da Emma.

Quando termino de me arrumar desço as escadas e vou para o jardim, quando chego lá minha mãe já está pronta.

Eu: Bom dia mamãe.

Eliza: Bom dia. Onde está a sua irmã? O noivo dela chagará às 10:00hrs e ela ainda não está aqui.

Eu: Passei no quarto dela e ela disse que já estava descendo. — Falo me sentando.

Eliza: Vá chamá-la, por favor, ela não pode se atrasar.

Quando estou me levantando minha irmã aparece ao lado da mesa.

Vaiolet: Não vai precisar mamãe. Já estou aqui. — Fala sentando-se a mesa.

Eliza: Uma princesa nunca se atrasa Vaiolet.

Vaiolet: Mamãe ainda é 9:30, não estou atrasada.

Passei os próximos trinta minutos ouvindo minha mãe e minha irmã tagarelar sobre a família do rei Charles. Quando finalmente nossa visita chegou, minha irmã puxou o príncipe pelo braço e arrastou ele para mostrar o castelo.

Sinceramente não sei o que estava fazendo ali, minha presença nem era necessária. Decidi fugir enquanto minha mãe conversava com a rainha Charlote.

Fui para o estábulo para tentar encontrar o Pedro, mas não o encontrei. Fui até onde meu cavalo estava e fiquei esperando que alguém aparecesse.

Me apaixonei pelo Pedro aos quinze anos, acho que ele desconfia, mas também acho que ele não se importa. Somos amigos desde os nove anos. Quando o pai dele começou a trabalhar aqui no castelo ele era apenas uma criança. Aos nove anos comecei a fazer aula de montaria e logo me tornei amiga dele.

Estou alisando meu cavalo quando de repente duas mãos tapam os meus olhos.

Eu: Pedro você ainda perde tempo fazendo isso? — Falo tirando as mãos dele dos meus olhos e ficando de frente pra ele. — Sei que é você.

Pedro: Você sempre sabe quando sou eu.— dá um sorriso tímido. — Como está sendo a visita do rei Charles?

Eu: Superchata! — Falo fazendo careta. — Meu dia estaria sendo muito melhor se eu estivesse montando o Zangado. — Aliso meu cavalo.

Dois minutos depois uma criada apareceu na entrada do estábulo com uma cara de espanto e veio em minha direção.

Criada: Desculpe-me incomodá-la alteza, mas a rainha Eliza está procurando a senhorita.

Me despedi do Pedro e fui com a criada de volta para o jardim do castelo. Estava bastante difícil andar rápido por causa daquele bendito vestido.

Quando cheguei ao jardim minha mãe estava com cara de quem estava com raiva.

Eliza: Onde você estava?

Eu: Me senti entediada e fui dar uma volta, mas perdi a noção do tempo. Perdoe-me. — Falei abaixando a cabeça.

Eliza: Dessa vez passa. Venha, vamos almoçar. — Minha mãe falou me levando para dentro do castelo.

A tarde também foi tediosa, eu só queria sair dali e ir para o meu quarto, ou, ir para qualquer lugar onde o assunto não fosse a Vaiolet e Felipe.

Quando a noite finalmente chegou, subi para o meu quarto e passei bastante tempo no banho. Queria esquecer tudo que estava ao meu redor, mesmo sabendo que talvez fosse impossível.

~***~

Antes de dormir passei no escritório do meu pai. Ele passou o dia todo lá, resolvendo questões da guerra do Reino do Norte. Bati na porta e abri, colocando apenas a cabeça dentro da sala. Pela aparência ele parecia muito cansado, me aproximei da cadeira onde ele estava sentado e decidi fazer uma coisa que iria ajudá-lo.

Eu: Posso? — Falei colocando as mãos nos ombros dele.

Robert: Claro que pode meu amor. — Falou, com um sorriso terno.

Meia hora depois vi que meu pai estava quase dormindo.

Eu: Papai, não acha melhor ir dormir?

Robert: Não posso, tenho que terminar isso, minha pequena. Como foi o dia?

Eu: foi cansativo e tedioso. — Falei dando um sorriso meio torto.

Robert: imagino. — disse rindo também.

Eu: Papai acha mesmo necessário a Vaiolet casar com o príncipe Felipe?

Robert: Acho que sim. Às vezes o amor acontece assim, do nada, às vezes não. Mas sempre acontece, basta lutarmos por ele.

Depois de mais de trinta minutos massageando os ombros do meu pai, decidi ir para o meu quarto, mas não consegui dormir, fiquei pensando no que meu pai falou: "Às vezes o amor acontece assim, do nada, às vezes não. Mas sempre acontece, basta lutarmos por ele.”.

Fiquei me perguntando o que meu pai faria se descobrisse que eu sou apaixonada pelo Pedro. Será que ele concordaria se eu escolhesse lutar pelo Pedro?

Acabei pegando no sono com esses pensamentos e tive um sonho. Pedro estava segurando minha mão, caminhávamos pelo jardim, mas algo o puxava levando ele para longe de mim e ouvi uma voz dizer: "Você tem tudo o que quer, não faz esforços para ganhar nada. Então não ficará com este aqui...”.