O Quê? Viúvo!? -Completo escrita por EmilySofia


Capítulo 3
Parte 3




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~Parte 3~

“Elizabeth começou a compreender então que Mr. Darcy era o homem que mais lhe convinha, tanto pelo temperamento como pelas qualidades. O gênio, embora diverso do seu, correspondia a todos os seus desejos. Essa união teria sido vantajosa para ambos. A espontaneidade e a naturalidade de Elizabeth contribuiriam para suavizar o espírito dele, e melhorar-lhe também as maneiras. Ela, por sua vez, receberia um benefício ainda maior com a segurança do seu julgamento e a sua experiência do mundo.” - (Orgulho e preconceito; cap. 50 )



Fitzwilliam Darcy andou pelo jardim em frente a entrada de Pemberly, depois de passar a manhã fora de casa. Essa data era uma em que ficava fora todo o dia. Mas não hoje, hoje ele tinha algo em mente; precisava achar algo, um presente para sua esposa. Ele então estava resolvido a entrar em uma sala que não ia a anos.

No caminho, enquanto andava pelos corredores de Pemberly ouviu vários risos, provavelmente sua esposa brincando com seus filhos. E ele não pode impedir o leve sorriso que surgiu nos seus lábios. Ele havia se casado com a mulher perfeita para cuidar de Sofia, do que qualquer outra escolha que ele podia ter feito. A esposa havia feito o que tantas outras mulheres tentaram, fazer a tímida criança se sentir confortável. Hoje Sofie era muito mais confiante e tinha um irmãozinho de dois anos e meio.

O menino era tão enérgico quanto o primeiro filho, e ele pedia sempre a Deus para não tomar essa criança dele. O sr. Darcy não sabia se poderia suportar perder outro filho, mesmo com o amor da sua esposa.

Lógicamente ele a amava, e ele a ele. Porém havia algo nesse quatro anos de casamento que o estava incomodando. Hoje ele iria resolver isso.

Ele destrancou uma porta trancada, dentro poeira e teias de aranha revelavam um lugar que não tinha sido visitado há doze anos. Era visivelmente feminino; uma escrivaninha com desenhos florais esculpido, cadeiras com estofado estampado, papel de parede em tons pasteis de vermelho e verde e amarelo, quadros de paisagens perdurados nas paredes, um cavalete com tela e um banquinho perto com material de pitura sobre ele, um lindo jarro sem flor sobre uma mesinha embaixo de um dos quadros.

Essa sala não havia mudado nada, depois dos longos anos. Tudo estava como Anne havia deixado da última vez que entrara. Até mesmo os livros e cadernos dela ainda estavam sobre as mesas, exatamente onde ela deixou.

Tudo aquilo deixava a impressão que, se olhasse para a porta, logo sua priminha e esposa entraria com seu sorriso meigo, mas as sobrancelhas franzidas dizendo: “O que você está fazendo aqui? E a história sobre esse ser o meu lugar particular, onde você só entraria com permissão!?”

Ele sacudiu a cabeça para tirar a imagem da mente. Atualmente, com a vida feliz que levava, raramente pensava em Anne, quando pensava eram sempre boas memórias, como as que contava para a filha, nunca o fazendo sentir a perda de forma aguda. Saudades ele sempre teria, porém como Anne disse ele precisava de outra mulher para ocupar seu coração, e fez muito bem para sua felicidade.

Apesar de tudo, nesse dia, nesse mês, ele não podia deixar de se sentir um pouco melancólico. Não, não estava aqui para isso! Estava em uma missão. Foi até a escrivaninha e começou a procurar entre os livros. Nada. Talvez na mesa de centro. Nada. Ah! Como ele não pensou nisso? Claro que devia estar na gaveta da escrivaninha. Pegou e saiu.

Seguindo o risos, encontrou sua família. O que faltava no outro quarto abundava nesse, alegria.

“Já está de volta?” Sua esposa foi a primeira a vê-lo

“Sim… eu estou.” Respondeu fascinado.

“Olá papai.” Disse sua filha de onze anos. Ele não gostava de lembrar que ela logo estaria indo a seu primeiro baile, mesmo agora ela insistia em ser tratada como uma moça grande. “Eu estava ensinando Robert a tocar piano, mas ele parece ser muito pequeno. Mamãe disse que logo ele vai se interessar em aprender, mas eu ainda não desisti.” Ela disse com perfeita compostura, perecendo ter uma paciência infinita.

Ele falou com filha por alguns instantes. Então ela voltou a dar lições ao irmão.

“Por que esta aqui Fitzwilliam? Hoje é seu dia com Anne.”

“Não vou passar o dia dessa forma. Eu tenho você e meus filhos e muita correspondência.” Ele então mostrou o diário de couro que havia pego na sala da Anne. “Gostaria que lesse isso. De preferência hoje.” Então acrescentou ternamente. “Por favor.” Beijou a testa de esposa. “Você não é substituta.” E saiu deixando uma sra. Darcy muito confusa para trás.

~/~

Ela não sabia o que fazer com o diário que tinha nas mãos. Ficava olhando para ele pensando se não estaria invadindo a privacidade do dono anterior, mesmo que ele estava morto. O marido pediu para ela ler, mas…

O casamento deles era muito satisfatório. Ela era feliz e ele também. Ela tinha aprendido que seu marido era um homem persistente que, quando tinha seus desejos negados, se esforçava para conseguir o que queria. Ele conseguiu fazer- la se apaixonar por ele.

Ela conheceu a família do sr. Darcy e todos pareciam aceitar ela muito bem. A família da antiga esposa dele também.

Ele conheceu Lord Joshua e Lady Cassidy Stevens, conde e condessa, tios do sr. Darcy. Lord Christian Stevens, barão e irmão mais velho de Anne. E major Patrick Stevens o irmão do meio. Todos eles comentavam sobre algumas semelhanças de caráter entre Anne e ela, mas ao que parecias, embora, a prima do sr. Darcy fosse animada, fisicamente eram muito diferentes e segundo seu marido e os familiares dele, com alguns traços contrastantes de personalidade relativa a nova sra. Darcy. Mas ela não podia deixar de pensar que certos olhares pensativos no rosto do sr. Darcy eram para antiga esposa.

Claro que Fitzwilliam nunca a comparava a Anne e sempre lhe dava total atenção. Exceto em três dias no ano: o dia do aniversário de Anne, casamento e morte; ela não se importava que a antiga esposa tivesse três dias enquanto ela possuía os outros trezentos e cinquenta e dois. Normalmente ele ficava fora boa parte do dia, perto do túmulo dela, andando pelos caminhos que andavam quando viva e coisas assim. Mas hoje era diferente, o sr. Darcy chegou cedo e havia dado esse diário, o diário de Lady Anne e entrou no seu escritório para responder correspondência.

Ela havia mandado as crianças brincarem lá fora e agora ela estava só, com o diário a encarando. Protelar não resolveria então, ela abriu a porta para os pensamento de Anne.

O começo parecia ter sido escrito muito antes da morte de Anne. Aparentemente ela não costumava escrever diariamente. Nas primeiras páginas ela contava sobre as brincadeiras com o primo e os seus irmão.

Segundo o que estava escrito Anne não tinha meninas para brincar e, sendo dez anos mais velha que a única prima, era obrigada a brincar com os meninos.

Fitzwilliam, parecias ser o herói dela, certamente o melhor amigo.

Então Anne passou a crescer e se tornar uma dama digna. Quando Anne deveria ter acabado de completar quinze anos, ela passou a ver o primo com outro olhar. Só que não parecia saber disso.

“ Fitz já pode ir aos bailes. Eu ainda tenho que esperar dois anos antes de debutar. Não entendo o porquê dessa injustiça, os homens sempre tem mais privilégios.” Então havia um borrão na página, talvez consequência do despontamento da moça. “Mas Fitz parece ser o rapaz que fica mais bonito em seu traje de gala, nem mesmo Cristian e Patrick ficam tão bonitos assim. Só espero que, quando debutar eu possa ficar tão bem assim naqueles lindos vestido.”

E mais a frente:

“Como Fitz é engraçado, e fica muito bonito quando ri. Seus olhos ganham um brilho, e suas covinhas se destacam.”

E havia muito mais elogios sobre o sr. Darcy nas folhas. Até que…

“Eu olhava as páginas deste livro e percebi que nos últimos meses meu principal assunto era meu primo. Como pode ser isso? Eu sei que ele é o melhor homem que conheço. Dedicado, educado e inteligente, ele também é muito bonito.

A não, eu não posso estar apaixonada por ele, posso? Mas isso nunca vai dar certo.” O papel tinha uma marca aqui, certamente uma lágrima. E nas páginas seguintes ela falava sobre o seu amor e a falta de coragem de confessar.

Então, em uma folha coberta de marcas de lágrimas, havia a versão dos fatos da história do irmão interrogando Fitzwilliam.

“Como Christian pode? Falar com Fitz assim!? Mas não é culpa dele, só estava tentando me proteger. E Fitz! Bom a culpa também não é dele. Eu sou a única culpada, devia ter escondido melhor!

E eu não podia chorar na frente dele. Não podia. A culpa no rosto dele, o medo de ter feito algo errado.

Como ele podia achar que estava errado? O erro foi meu por me deixar sentir isso.”

Bom isso ela mesmo nunca faria. Se culpar por algo que não podia controlar! Ninguém pode mandar no coração, e depois se sentir culpado?

Lendo aqueles diários, a sra. Darcy pode perceber que ele e Anne só tinham uma coisa em comum o bom humor. Anne tentava ser forte, ela podia enfrentar tudo de frente; Anne era boa demais, ela tentava julgar e julgar para ver quem estava certo; Anne mesmo não sendo muito vaidosa cuidava muito da aparência, ela faria o que precisasse sem se preocupar com isso; Anne era delicada, ela não era masculina mas também não era assim.

Então ela pode ver o que o marido tanto tentava dizer; ela não era substituta. Foi escolhida por que o marido a amava. E só.

Mesmo após essas revelações ela não parou de ler. Chegou a uma parte particular que a fez querer chorar.

“Só vou escrever isso aqui por que sei que Fitzwilliam não irá ler. Como havia dito antes, estou grávida. Porém não creio que há tanto tempo assim para minha bariga estar tão grande. Acredito que no meu ventre há não só uma, mas duas crianças,

Eu estou assustada.

Raramente mulheres com dois filhos sobrevivem ao parto, não posso acreditar que seja diferente no meu caso, se meus medos estiverem certos.

Fitz vai ser devastado quando eu me for. Ele está tão feliz por ter seu primeiro filho, não contei sobre minhas suspeitas.

Mas falei com minha mãe. Foi horrível. Mamãe começou a chorar muito, mas não discordou. Talvez isso já tenha passado pela cabeça dela.

Queria poder fazer algo, para ajudar ela. Sou sua única filha.

Não posso consolar ela da forma que gostaria. Decidi então não contar a ninguém mais, meu pai não sabe, nem meus irmãos.

É terrível pensar que, enquanto essas crianças crescem, é muito provável que eu não esteja lá para ver. Eu tenho tanto medo. O que eu vou sentir? Será que ao menos vou poder ver os rostinhos?

Fico imaginando o que serão, meninas, meninos ou os dois?

Quando secar meus olhos agora não vou mais chorar por isso, será a ultima vez. Fitz não pode saber, não pode nunca pensar que algo tão feliz seja ruim.

Vou sorrir e tentar pensar em coisas boas, encontrar felicidade nos meus últimos meses de vida.” Ela estava chorando muito quando leu essa parte, se Anne soubesse como sua filha é maravilhosa…

Nas próximas folhas Anne cumpriu sua promessa, se concentrava apenas nas partes felizes da sua vida.. Até que os bebês nasceram e a autora do diário parecia não conseguir segurar a pena com força o suficiente e a letra saia torta.

“Depois de escrever isso não sei se vou voltar a fazer- lo. Gostaria de ter força para encher as páginas que falta, são tão poucas. Esse livro está comigo a tantos anos, afinal sou uma escritora tão irregular que não deveria chamar de diário.

Não morri depois que os gêmeos nasceram, mas o médico diz que mesmo assim nunca vou voltar a ser saudável. Tenho certeza que isso foi dito somente para nos consolar. Sinto que até o mais leve dos resfriado pode ser fatal no meu estado. Mas estou feliz, ao menos pude ver bem meus filhos e dar a eles nomes. Rupert e Sofie são as crianças mais lindas da Inglaterra, talvez de toda Europa.

Espero que Fitzwilliam encontre uma boa mãe para eles. Ele continua dizendo que vou viver, mas sabemos que não é verdade, ele está se agarrando em palha.

Ele vai amar novamente, se que me ama, mas eu sou o amor da juventude, logo ele vai encontrar um mais maduro.

Tudo isso que escrevi doí muito, mas é a verdade. Meus filhos vão crescer e se tornar os mais belos jovens do mundo, meu marido vai viver sua vida, certamente muito feliz e minha família vai superar isso. Todos que deixo pro trás tem quem os ame e cuide dele, vão ficar bem.”

Depois disso só havia mais alguma linhas para ler, mas Anne devia estar muito fraca para escrever bem, pois só se entendia a data e a última palavra. “Adeus.”

Pegando o diário na mão, a sra. Darcy foi em busca do marido. Ele estava em seu escritório, na mesa muitas cartas, mas ele estava olhando miniaturas em cima da lareira. Uma era do pai dele, outra de Anne, Rupert e Sofie com apenas um ano de idade, e Robert na mesma idade, na mão dele duas que Georgiana havia pintado com todo cuidado, ela mesma com o marido, sr. Darcy, e Robert e Sofie há um ano.

“Eles ficaram lindo não ficaram.” Ela comentou.

“Lizzy!” O marido disse surpreso. “Não vi você entrar… Eu estava…” Ele levantou a imagem dela.

“Estou vendo Liam.” Lizzy sorriu. “Sinto muito se te assustei.” Chegou mais perto do marido e colocou uma mão no braço dele.

“Tudo bem.” Passou a mão pelo belo cabelo da esposa. “Leu o…” Ela balançou a cabeça. “Então?...” Seus olhos suplicando.

“Acho que entendo melhor agora. Já leu o diário?”

“Eu nunca iria perturbar a privacidade de Anne.”

“Mas deixou que eu perturbasse?”

“Er… era necessário.” Ele parecia tão assustado que Elizabeth poderia ter rido, se o assunto fosse outro. “Eu sei que é difícil pra você… Toda essa história e que Sofie não é sua filha… e… e eu não sou demonstrativo como deveria…” Elem pegou amão dela. “Mas eu te amo muito. Mesmo que fui casado antes, você não é nenhum tipo de sombra da minha antiga esposa, ou uma substituta dela por causa da personalidade semelhante.” Ele suspirou. “Nem acho que tenham personalidade semelhante.”

“Eu percebi. Sua Anne parecia incapaz de culpar, como Jane.” Ela tentou rir.

“Então! É justamente isso. Se eu quisesse esse tipo de mulher de novo teria cortejado a sra. Bingley e não você, Elizabeth.

“Amei Anne, e ainda há uma parte de mim que a ama, mas a parte que te ama é muito maior. Você está aqui comigo, e você é incrível.”

“Eu sei. Não posso ter pedir para esquecer Anne completamente. Mas agora sei que quando me olha vê Elizabeth Bennet e não Anne Stevens.”

“Não. Eu vejo Elizabeth Darcy.” ele então foi abaixando o rosto em direção a mulher e…

“Papai! Mamãe!” A porta se abriu num estrondo e um projeto de gente saltitante entrou seguido pela irmão mais velha. “Vamos brinca com igo no boqui.” A criança pulava, chamando atenção dos pais. “Quelo brinca de condi- condi.”

“Desculpa pai, eu e a srta. Murrel tentamos impedir.”

“Tudo bem Sofie. Acho que fiquei em casa muito tempo.” Ele disse tentando não ficar vermelho por quase ser pego beijando a esposa apaixonadamente e quando olhou para Elizabeth viu que ela tinha o mesmo problema.

Foram todos para fora aproveitar o resto do dia. Fitzwilliam e Elizabeth não podiam deixar de imaginar que Anne estava muito feliz pela vida que eles tinham, estivesse onde estivesse.






Naquela noite Elizabeth contou uma notícia a marido que rendeu risos de felicidade. Não é o nosso intuito contar o que era, vamos apenas dizer que chegou meses depois a família Darcy.


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Notas finais do capítulo

Esse é o fim. Se gostou e quer que eu faça um epilogo, por favor comente.
Bjs. ;D