Apto 33 - Onde Encontrar A Morte? escrita por Y23
Notas iniciais do capítulo
Bem, eu escrevo um livro, então a atenção que darei a fic não será muito grande, mas mesmo assim me empenharei para desenvolve-la. Minha meta é postar 2 vezes por semana sempre terças e sábados (ou sextas, ainda estou decidindo). Os capítulos não serão grandes, mas intensos sempre. Obrigado por ler e comentem em todos os capítulos! Até.
Apto 33 – Onde encontrar a morte?
O dia nasceu sem nuvens, o clarão se estendeu pelo chão até alcançar a janela do meu quarto, naquele predinho apertado num bairro distante do centro de Nova York. Eu já estava de pé, arrumada e empacotando as últimas coisas, quando meu ex bateu na porta. Não esperava vê-lo tão cedo.
- O que você quer aqui Daniel?
- Me deixa entrar pelo menos.
- Não me vem com esse joguinho seu cretino, da última vez que te deixei entrar nós continuamos juntos por mais 3 meses.
- É sério Samy, por favor.
- Tá, te dou cinco minutos e depois você volta pro lugar de onde saiu. Ok?
- Tudo bem.
Daniel foi o meu namorado mais bonito e também o mais galinha, sujo e traidor que conheci. Mas eu gostava daquele corpo sensual; todas gostavam. A performance daqueles 1,78 de altura, sobre o meu corpo esbelto e nu era perfeita. Adorava agarrar aqueles fartos cabelos loiros enquanto seus olhos verdes vibrantes se contorciam de prazer. E aquela barba rala, seus traços finos, sua boca macia... Eu amava tudo nele, mas precisava ser forte.
Aquele safado me traiu tão descaradamente, com a horrorosa da Ashley. Mentira. Ela não era feia, mas mesmo assim não posso admitir sua beleza. Eu poderia ter acabado com a vida daquela vadia, ela ainda dizia ser minha amiga. Eu briguei feio com ele, aquela seria a última vez que ele me sacaneava, decidi mudar de apartamento, ficar longe dele, Nova York era grande demais para nós nos esbarrarmos tão facilmente.
- Não acredito que depois de tudo ainda tem coragem de vir aqui. – Nós estávamos no quarto, eu continuava embalando as coisas.
- Eu preciso de você, Samy. – O olhar dele se lançou sobre a cama.
- Pode se sentar Daniel, os lençóis que você sujou com ela já foram lavados.
- Quanto rancor!
- Não é pra menos. – Respondi ríspida.
- Vamos nos uma última chance, eu te amo Samy, não deixe isso acabar.
- Eu te dei muitas chances seu canalha, você desperdiçou todas! Eu ainda estaria contigo se você não fosse o nojento, mais gostoso, que você é!
- Eu sei que você ainda me quer.
Ele tirou a camisa e se aproximou, para ele tudo se resolvia com sexo, mas eu tinha certeza que o cérebro não ficava no pênis.
- O que está fazendo? Você acha que eu vou cair nessa. – Ele colou o corpo no meu.
- Você quer Samy, sei que quer. Eu prometo, nunca mais farei nada daquilo, eu aprendi com meus erros.
- Sai Dan, não dá! – O empurrei, se ele passasse mais um segundo perto de mim eu cederia.
- Está bem, eu te acharei Samy, sei que mudará de ideia.
O caminhão da mudança buzinou lá fora, foi um som libertador.
- Você tem que ir, deixarei o prédio agora.
- Boa sorte Samantha!
Samantha? Ele nunca me chamou de Samantha. Fiquei com medo de não tê-lo jamais, não precisava ser tão radical. O tempo era necessário para nós dois, mas eu precisava do Dan novamente. Ás vezes eu pensava em mim e como eu gostava de me machucar com o amor, um sentimento masoquista passava por mim de vez em quando.
- Obrigado Dan. Quem sabe nos esbarremos de novo.
Ele sorriu e me deu as costas, pondo a camisa de novo.
Não havia muitas coisas para carregar na mudança. Apenas alguns móveis, roupas e objetos pessoais. Um livro de receitas que foi da minha avó, os retratos de mamãe e papai, meu anel de formatura, eram alguns desses objetos, os mais importantes. E também tinha a foto do Daniel, não podia esquecê-la, era a única lembrança dele que tinha para guardar.
As coisas já estavam no caminhão, o motorista travou a porta de carga e nós entramos na cabine, ele ligou o motor e manobrou o veículo. Minutos depois estávamos a poucos quilômetros do meu novo lar. O apartamento Nº 33, de um belo sobrado próximo ao Central Park.
POV NARRADOR
Daniel tentava se manter confortável dentro do velho guarda-roupas de madeira, transportado pelo container do caminhão, ele entrara ali enquanto o motorista estava dentro da antiga casa onde Samantha morava. Estava decidido a ir com Samy até sua casa nova e convencê-la de vez de continuar com ele, mas o que estava por vir não era nada agradável para seus planos. Ele ouviu o barulho dos freios sendo acionados, depois escutou gritos vindos da frente do veículo e por fim um som maior ainda abafou os outros, o caos do trânsito e até seus pensamentos.
Segundos depois o caminhão estava tombado num cruzamento, os vidros espalhados pela via, o sangue escorrendo pela face de Samantha, as pessoas se aproximado para olhar. As buzinas tocaram.
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Agora começamos de verdade.