Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 87
Retorno.


Notas iniciais do capítulo

(Voltando ao passado. Gente. Como ocorreu muita coisa durante a trama toda eu vou fazer um apanhado neste cap ok? Não to chamando ninguém de burro só q é uma fick é longa e com muito detalhe e realmente não da pra lembrar tudo. Eu mesma releio e anoto coisas pra n esquecer.)



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Despertei como em um sonho.

Olhei em volta e me senti em um paraíso.

Minhas coisinhas no lugar em que me lembrava, brinquedos jogados o sansão a meu lado na cama e um pijaminha macio e cor de rosa a me vestir.

Saltei da cama revigorada e logo fui tomar um banho.

Estranhei meu próprio corpo. Muito. E sai rindo sozinha do chuveiro, me sentindo “a gata” no futuro.

Sai de casa saltitando de alegria já imaginando tudo que eu poderia fazer e tantas vidas que salvaria idealizando que seria tudo fácil.                    Que ignorância a minha.

                      Meu primeiro estalo veio quando eu o vi.

Os cabelos negros assim como os olhos, um rostinho tranqüilo ao olhar as nuvens, pensativo e distraído de mais para notar a presença de qualquer um. Aquele cabelo tijelinha horrível com um rabo de cavalo a tira colo, hiper ripongo.           Tão fofo e inocente.

—--- Dc? ---- chamo e ele, este estranha o modo que eu falo se levantando para vir ate mim. Mas o que eu estava fazendo? Eu não tinha idéia nenhuma de como salvar ele ainda. ---- Do Contra. To com uma duvida. Como você se chama? Todos só te chamam pelo apelido. ---- desconverso ate por que eu já sabia que o nome dele era David Cleber; eu tinha que me tirar da confusão que me pus e seguir o plano já que tínhamos um tempo limite.

—--- Ah? Por que quer saber isso? ---- ele me questiona confuso como se eu perguntasse algo anormal. Afinal nos realmente nunca nos questionamos sobre isso. ---- É David Cleber Hiromashi Fagundes Takeda

—--- Nossa que grande. ---- brinquei e ele me olhou serio ainda.                     Eu não entendia o que se passava na cabeça dele. Nunca entendi...

Desde pequenos ele sempre foi estranho de mais.

Mas agora eu era mais velha e podia tentar... Entender ele e assim, quem sabe, entender o do meu tempo.                            O coitado passou por tantas coisas. Foi torturado por anos como uma cobaia de laboratório, perdeu muito do que era; sentiu o abandono como se não fosse nada para ninguém, um lixo; foi resgatado apenas depois de não ser mais capais de ser salvo, e ainda deseja a própria morte.           Ele apenas luta pelos outros.

                                           Mas eu iria lutar por ele.

—--- O que estava fazendo ali? Não fica entediado olhando o nada?

—--- Não estava olhando o nada. Estava vendo as nuvens.

—--- Por que? ---- perguntei e olhei em volta logo vendo que os demais meninos brincavam com a terra ao escavar minhocas para jogar nas meninas, e entendi a sua brincadeira ser oposta a isso. Mas ainda sim queria entender. Pelo menos um pouco.

E ele me olha curioso com a minha curiosidade e logo aponta para o céu como se assim me respondesse. ---- Olha. ---- diz por fim. Era mesmo uma pessoa calada. ---- Sabia que as nuvens tem nomes? Aquela ali esta parada e as outras se mechem. Tem as maiores e as menores e todas tem nome e por que são assim, explicado pela ciência. Meu irmão não gosta nada da que se chama Cumulo Nimbos e eu resolvi conhecer as outras.

Realmente ele era uma criança muito estranha.

Mas eu entendi seu raciocínio.

Tanto ele como o irmão eram quietos e não falavam muito, talvez fosse a criação japonesa; eu não sei. Sabia que eram primos de Tikara e Keika apesar de eu não entender muito bem isso... Mas ele era como todos nós; no fim era curioso como toda criança, só tinha um foco diferente. Gostava de contrariar, de questionar a sociedade.

—--- Ei Monica! Você vai no jogo? É contra a Pitangueiras! Temos que arrasar! ---- ela vem toda sorridente em minha direção e logo me pergunto o que foi que ocorreu com ela? Por que ela não voltou como todos. Será que esta morta?

—--- Eu vou sim Cascuda. ---- respondi sorrindo e olhei para ele novamente, que paradinho em silencio apenas observava. ---- Você vem?

—--- Prefiro basquete.

—--- Mas é pra torcer pelo nosso bairro.

—--- Gosto do Pitangueiras.

Dou risada.

Ele era muito teimoso mesmo.
Mas analisando o que sabia, ele não estava mentindo. Gostar de outro esporte pode fazer este ser chato, uma vez que parece ser obrigado a gostar. Aqui no Brasil todos pareciam disciplinados a gostar de futebol, e ele era contra estas ideologias sociais... Além de claro ter amigos nas pitangueiras que ele não queria ficar torcendo contra e vendo os amigos falar mal.

Me despedi e sai junto dela.

—--- Aff. Como esse cara é estranho. ---- ela fala olhando para traz, e eu não conseguia para de pensar o que deveria ter ocorrido com ela. ---- Parece que faz questão de ser esquisito.

—--- Ele gosta de contrariar. Deixa ele. ---- logo Denise se aproxima sorrindo. E eu me lembro do que me contou em sigilo há poucos dias...

                                                          Que ela se achava amaldiçoada a nunca ter uma família.

Achei pesado.

=~^~ ºº~^~=

Ela não estava nada bem aquele dia, e tinha saído para beber um pouco junto do Xaveco, achei um cumulo já que eles eram muito jovens e fui atrás dar umas belas broncas.

Mas chegando lá, ela seme bêbada me falou coisas que não posso esquecer.             Por respeito e mais.

‘---- Sabe... Se bruxas existem... Acho que alguma me odeia muito e me pois um feitiço. ---- disse com uma voz amarrada, enquanto eu tentava a erguer sem a machucar.

—--- Por que diz isso? Não seja boba. ---- digo vendo que o loirinho já estava completamente desacordado.        O que tinha dado nestes dois para ir fazer uma coisa destas?

Tudo bem que as coisas estavam terríveis mesmo, e todos sofriam a morte de Luca; principalmente o Cebolinha. Mas se embebedar não era a resposta para nada e nunca seria.

—--- Por que eu... Não tenho uma família e nunca vou ter. ---- ela fala fanha pela bebida e eu perco minha reação. ---- Sempre que arrumo uma, eles morrem.

—--- Denise...

—--- Meu nome é Creusa Maria! ---- ela afirma ao me empurrar e voltar a se sentar para continuar a beber. ---- Mas quando fui adotada mudaram o meu nome. Eu ate que gostei deste, e me ajudou a tentar esquecer o meu passado... Mas ai eles também morreram.

—--- Ah não diga isso! ---- bronqueei e a abracei bem forte. ---- É claro que você não esta amaldiçoada. Coisas ruins ocorreram com todos. Olha...

—--- É verdade. ---- ela me interrompe ao olhar para Xaveco que dormia profundamente. ---- Ele também perdeu tudo e todos... Mesmo a família dele estando viva e sendo enorme... Ele não pode mais os ver.                          Estamos todos ferrados, não é mesmo?

Achei naquele dia que ela sabia algo do Xaveco que eu não sabia e logo o fui perguntar. Eu não tinha o menor motivo para “pisar em ovos” com eles.

Ainda meio bambo pela bebida e sentindo a famosa dor de cabeça, ele me contou que depois que falou com Dc no carro e este vomitou um liquido negro sobre ele; ele começou a se sentir mal; e depois foi sequestrado por um grupo.

Passou maus bocados; já que sua família lutou para ter ele de volta, mas no fim tiveram de aceitar... (juro que esta parte eu ainda não entendi, mas ele estava muito mal para eu continuar perguntando) lá e ficou com muito medo, mas na verdade eles não o judiaram muito. Só deixaram isolado do mundo em uma sala branca sem nada e as vezes tiravam amostras de sangue.
Mas que por algum motivo o Franjinha estava lá e o resgatou, fazendo ele andar junto dele e ser mais livre.

Com isso fiquei pensando o que deveria ter o corrido com cada um dos meus amigos e me pus a falar com cada um deles; individualmente.

~~ºº~~

Quando chegamos ao campinho com aquele sol radiante e todos gritando felizes ate despertei destes pensamentos terríveis por alguns minutos. O vento estava fresco o sol brilhava com um sorriso e todos pareciam animados.
O Cascão foi uma estrela, e eu não sei quem gritava mais; se era o pai dele ou a Cascuda.

Me pus a pensar nele também.

De tudo o que passou e que agora parecia ter voltado mesmo que por um segundo a ser o Cascão que eu conhecia, e tanto amava.

                                                                              Mas a arquibancada do campinho estava cheia.

Vi do outro lado Penha e suas cumplices olhando e torcendo e não pude deixar de me lembrar de que graças ao Nico Demo elas provavelmente estavam mortas. No campo estava o Tonhão como inimigo e ate me subiu um sorriso honesto o vendo tão novinho, e perto do que havia se tornado, tão fofo.

Amei o jogo.

Me deu um momento de paz.

Enquanto que ia revendo os meus amigos como me lembrava deles, sorrindo e correndo. Mas não vi o Cebolinha ali em lugar algum... Era para ele fazer parte do time estar lá fazendo gol contra e dando trabalho. Ele era o único a não aparecer, isso contando que já tinha visto o Dc e ele mesmo falou que não queria vir.

Imaginei que ele estaria focado na missão enquanto o resto de nos estava ali enrolando; e me senti muito mal. Mas ao termino daquilo fomos fazer o plano idiota deles e me senti ainda pior com o resultado e os nossos atos.
Fiquei pensando o tempo todo que tudo o que fizemos era por uma boa causa e que não tinha outro jeito, já que nosso tempo ali era curto e nossos recursos e capacidades muito limitados.

Mesmo sabendo que eles ficariam bem, Aninha e sua família; me senti horrível.

Pensei comigo que aquilo era bilhões de vezes melhor que ser sequestrada e usada por anos; ter a mente destruída por sofrer na mão daquelas pessoas horríveis, ate o Titi estaria melhor, não teria voltado por ela para a buscar; e o Jeremias estaria vivo por que não viria ajudar o amigo.
Todos estariam melhor.

Ass:Mônica Sousa


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Notas finais do capítulo

(Serio. tudo o que eu queria era pegar o carnaval para escrever e ficar quieta. mas o meu namorado toda hora quer sair. Ok. ate ai tudo bem sair com ele se ele pelo menos chegasse na hora e não fizesse eu perder tempo esperando ele por 3 horas onde eu podia ta adiantando o texto. Serio me deu muita raiva e vim desabafar mesmo.)



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