Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 53
Filler 4 --->> Dividindo o palco.


Notas iniciais do capítulo

(Agradescimentos especiais a memy-chan com seus comentários de aquecer o coração!
Era para ser uma gracinha ja que tem muitos personagens secundários para serem narradores então puz tudo neste cap ^_^ tentem adivinhar quem fala o que mas nas notas finais esta na ordem ^_^)



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Minha família sempre foi muito rica então nós só fomos para outra casa.

Ou melhor.

Compramos uma casa em outro bairro também de ótimo nome e continuamos nossas vidas, não foi nada de mais.

Mas quando descobri que minha melhor amiga tinha ficado órfã e estava abandonada vivendo em um orfanato imundo o meu mundo caiu!

Tentei trazer ela para viver comigo e sermos irmãzinhas, mas minha mãe não deixou.

Fiquei mesmo muito brava com minha mãe; você não tem noção do estardalhaço que fiz, mas por fim e ela entendeu e então me prometeu que compraria presentes a Denise para que ela não ficasse abandonada ali assim; e assim muitas vezes e por muito tempo a “sustentei”, só que mesmo assim me senti muito mal pela situação dela.

Não demorou e comecei a freqüentar uma escola de elite a onde reencontrei Marina que também se emocionou com o caso da Denise e começou a me ajudar.
Esta tudo muito bem.

Só sei que achei a coisa mais fofa quando Xaveco descobriu o segredo dela e a ajudou a fugir do orfanato com seus portais e agora esta esta aqui conosco, vivendo feliz junto dos amigos como tinha que ter sido.                    Mesmo ele sendo um mané... É um mané muito fofo e pode ser que eu aprove ele namorar a minha amiga.

oOoOoOoOoOo

Eu achei a coisa mais fofa do mundo quando revi Xaveco e Denise conversando daquele jeitinho bobo que eles nem percebiam que faziam.

Sempre torci escondido para que ficassem juntos, mas eles nem se tocavam do que sentiam um pelo outro. Não era como a Monica e o Cebolinha que renegavam por bobeira; estes dois eram bobos mesmo.

—--- Você vai nos acompanhar ate o ponto? A onde você pega o seu? ---- ela questiona toda atenciosa e preocupada e nem nota que segurava no braço dele como dois namorados enquanto eu e Carmem ficamos só observando.

—--- Não se preocupe. ---- ele esboçava um riso bobo todo sem graça e também não se tocava de como os dois pareciam “juntinhos” caminhando pela calçada.

E depois disso as coisas só foram “melhorando”.

Xaveco aparecia sempre, as vezes ate no meio da semana mas eu nunca perguntava como e nem onde ele morava.               Adimito que acabei me distraindo com o quanto eles eram fofinhos juntos.

—--- Minha mãe recebeu a carta dizendo que podemos voltar para a casa e vocês? Eu tenho medo de descumprir o combinado e a Monica vir me bater. ---- ele ria alto e estava extremamente feliz com a idéia de rever todos de novo.

E eu também estava.

Graças a Frankilin eu nunca sofri nada e ninguém nunca me fez mal ou a minha família.

 

oOoOoOoOoOo

Eu adorava visitar todos.

Depois que Denise assumiu ter um dom como eu, usávamos nossos poderes especiais para localizar todos e ir ate os destintos lugares.

Eu não morava perto delas, e nem agora estou morando no limoeiro, eu só venho e vou com minhas habilidades especiais todos os dias.
Mas nem sempre foi fácil assim.


Naquele dia fatidico eu estava no campinho com os outros jogando bola quando os quatro vieram correndo e percebi quando o Do Contra foi na direção errada e nem apareceu no clubinho para saber do acordo então eu fui ate a casa dele para contar mas os pais dele estavam tão corridos e desesperados que nem me viram entrar.

Nimbus não parava de chorar e parecia que o proprio Do Contra ia morrer:

—--- O que ouve com ele? ---- parei em frente ao carro a onde o Do Contra estava e vi que Nimbus parecia querer o tirar de la, então o empurrei e pus o de volta no carro.

Mas ele tossiu e espirrou sangue em mim.

Foi um sangue sujo escuro e especo foi muito nojento mesmo.

—--- Credo. ---- tentei me limpar com a camisa, mas aquilo não saia.

—--- Eu não sei. ---- Nimbus choraminga e logo uma mulher o leva de lá e eu fico com o Do Contra que não estava nada bem.

Eu me lembro de ter visto ele ir para o lado errado, assim como lembro que Jeremias, Titi e muitos outros foram direto pra casa sem perguntar nada.

—--- O anjinho... ele esta lá. Alguém tem que ajudar ele. ---- ele fala tão fraquinho e com uma vos tão embolado que só entendo as palavras “anjinho, alguém, ajudar”.

Teimoso tentava se levantar, e eu pude ver que em sua mão tinha uma gosma estranha impregnada, seus cabelos também estavam contaminados por algo então me afasto. Ou tento. Por que o cara me segura como um zumbi em filme de terror.

Tomei o maior susto dei um empurrão e sai correndo dali.

Não demorou para minha irmã me achar e me arrastar ate nosso carro que estava lotado de coisas e nós partimos.

Meu pai corria tanto que eu não sei como não batemos; estavam todos com tanto medo que nem notaram que eu começava a tossir e tossir.

Só a minha avó.

—--- O que foi pequeno? ---- ela pergunta preocupada e logo todos me olham assustados.

—--- Estou bem. ---- sorrio e escondo a mão que estava suja de um sangue escuro igual o do Do Contra.

A verdade é que naquele segundo Do Contra estava tão contaminado que era tóxico.


Mas nós passamos por uma barragem a onde me pegaram.

Eles viram que eu estava contaminado e simplesmente me levaram da minha família assim do nada.

Passei um tempo em testes leves de contagio.

Eles tiravam sangue e outras amostras bem dolorosas para tentar me “curar”. Mas os testes estava piorando.

E eu começava a ficar com muito medo.



—--- Xaveco! Xaveco é você? ---- eu estava em uma sala branca anti contaminação e usava uma roupa estranha, estava zonzo pelos exames anteriores e demorei pra acordar. ---- Xaveco acorda poxa. Ei vocês liberem ele agora.

—--- Mas senhor ele é um dos contagiados.

—--- Eu não quero saber ele é meu amigo. Tire ele dali agora. Qual o nível de contagio dele?

—--- Extremamente alto, chega a 8,7.






O silencio.

Abri meus olhos e me vi na sala branca sozinho.

E então as experiências param.

Eu só recebia comida e nada mais.

Só que também não me levaram para casa.



Um bom tempo depois a porta se abril.

Eu só queria ir para casa.

—--- Ola Xaveco. ---- uma vos familiar soa amistosa levanto minha cabeça e olho esperançoso.

—---- F-Franjinha!? ---- pulo animado e curioso, mas ele trata de se afastar.

—--- Calma. Deixa eu te explicar tudo e o processo que estou fazendo pra tentar te tirar daqui. ---- ele respira fundo, só neste momento noto que usava um tipo de traje de contenção. ---- Não ligue para o meu traje é só bobeira deles. ---- ele logo tira demonstrando estar bastante termeroso. ---- Já foi constatado que você não é contagioso.

—--- Contagioso?

—--- Sim. Você teve contato com um material extremamente perigoso e que tem um contagio altíssimo nas primeiras horas e como já faz meses que você esta aqui... ---- ele tira a mascara e me cumprimenta. ---- Eu quero provar que você é de confiança e não vai ser um perigo. Eu não vou deixar um amigo aqui servindo de cobaia. ---- ele sorri petulante e logo sinto confiança nele.

E não demorou eu estava livre.

Em partes.

No tempo em que fiquei preso minha família ficou doida atrás de justiça e me querendo de volta, ate que minha irmã conseguiu um contato: Zé Luis.

Como um antigo amigo ele logo a reconheceu a ajudou ela a falar com os superiores e assim o assunto caiu nos ouvidos de Frankilin que veio logo me resgatar. Mas minha irma tinha sabido de mais de tudo e lógico, eu também. 

Para que eu fosse livre e eles tivessem certeza de que não iríamos espalhar o caso, minha irmã teve de se juntar à organização; mas mesmo Fanjinha dizendo que ele cuidaria dela eu não fiquei muito feliz e dividi o peso. Então assim que Denise me ligou e descobri que ela era como eu tentei a todo custo esconder e junto dela fomos encontrando todos os nossos amigos e Franjinha me ajudou a esconder da organização o fato de alguns deles (como a Mônica, Cascão Cebolinha e Magali) tinham poderes, e como foram contaminados.

 

oOoOoOoOoOo

Bem... todos se foram.

Eles moravam em áreas de risco mas eu não.

Na verdade quase ninguém morava, mas muitos se mudaram por medo. Primeiro foi o medo dos gases tóxicos e depois foi o medo... Do CF.

—--- Acorrrde! O munndo não acabo. ---- meu pai logo da um berro da sala.

Queria eu que ele estivesse errado.

As escolas estavam fechadas, e todos estavam em pânico; mas a padoka funcionava normalmente. Minha mãe dizia: ---- As pessouas precisam de uma base do que é comum, para se sentirem seguras de que as coisas não mudaram e que não vão mudar. ---- e eu acreditava nela.

Com um sorriso...

Acordava cedo e ajudava a limpar tudo e depois ia para a cozinha, e realmente aquilo atraia as pessoas. Todos os lugares no centro foram destruídos ou fechados e as pessoas buscavam um local amistoso para conversarem e relaxarem então vinham todas para a padoka.

Aquele lugar vivia cheio de vida.

Mesmo assustadas o ambiente dava uma ar de esperança no futuro.

—--- O Quinzinho pode sair hoje? ---- Jeremias chega logo de tardezinha todo animado com um jogo novo nas mãos; e logo eu sorrio e olho para meu pai que apenas acena que sim com um largo sorriso nos lábios.

Tiro o avental e ponho o chapéu sobre uma mesa e saio correndo junto dele para jogarmos; chegamos relativamente cedo e perdemos a noção da hora jogando ate que a mãe de Jeremias apenas avisa que eu dormiria lá e que não quis atrapalhar a nossa brincadeira e já avisou meus pais.

A verdade é que eles queriam que nós não tivéssemos medo.

Era melhor brincarmos e não vermos o que estava começando a acontecer.

BLANF

—--- Não tem geladeira em casa não? ---- comento com os olhos grudados no meu recorde no jogo, nem me dando conta de que Titi se jogava sobre um sofá com o semblante mais branco que um fantasma.

—--- O que ouve Titi? ---- ao ouvir Jeremias comentar preocupado eu pauso o jogo e olho para meu amigo que não parecia estar consciente.

Estava com os olhos abertos, fitando o nada como um... sei la. Um zumbie ou fantasma.

—--- Você esta me assustando cara. ---- Jeremias passa a mão sobre seu rosto e ele não reage. ---- O que ouve?

Demorou muito tempo, mas ele foi se acalmando.

Primeiro começou a tremer e falar todo enrolado e ai desabou a chorar com todo desespero que alguém poderia ter.
—--- Eles levaram... eles levaram ela! Levara mela embora!

Demorei a entender.
Titi estava na pracinha “conversando” com sua namorada Aninha, com quem vivia brigando por culpa de seus flertes por ai.

—--- Manda eles devolverem ela!

Era só mais um dia comum para eles, um dia normal, mas um grupo bem mal encarado surgiu sem avisar.

De moto e usando a camisa como mascaram trataram de agarrar a pequena Aninha e levar embora; e Titi? Ele era só um garotinho não pode fazer nada.

—--- Chama a policia eu quero a Aninha!


Aquilo foi horrível.

Ana Lúcia de Jesus Fonseca, havia sido raptada em pleno parquinho a luz do sol e no meio de uma tarde tranqüila e isso mudou completamente as nossas vidas.

Tentaram chamar a policia investigar o caso e ate contratar detetives mas ninguém nunca mais viu ela ou conseguiu alguma pista.

E o Titi coitado...

Ficou se culpando por não ter feito nada na hora; por ter ficado com medo dos caras. Por estar brigando mais uma vez por causa de sua conduta.                      Nada que eu ou o Jeremias falasse o animava, e não demorou para que os dois se mudassem.

Nesta época fiz amizade com varias outras crianças que assim como eu “ficaram para traz”. E Marco Antônio foi um deles, e nós estávamos juntos quando encontrei DC.

—--- Anda corre. Você é idiota? ---- ele briga comigo mais uma vez.

Carregávamos as sacolas de compras pesadas e éramos dois garotos gordinhos e bem desajeitados, mas ele tinha muita força fisica então sempre disparava na frente.

Não era por maldade que meu pai pedia para buscarmos as compras, mas ir de carro chamava dez vezes mais a atenção e a esta altura as gangues tinham criado uma conduta de não mexer ou ferir crianças menores de 15 anos e que não pertencesse a nenhuma gangue.

—--- Já estou indo! ---- grito estando logo atrás mas logo uma coisa cobra a minha atenção em um beco escuro e imundo, mas ele nao me da atenção. ---- O que é aquilo?

—--- Deve ser um drogado vamos. ---- ele mal olha para o beco e já acelera o passo sem ter interesse em mais nada.

Mas eu ainda era curioso e fui verificar.

—--- Tony! É o Do Contra! ---- dou o maior berro e largo minhas coisas todas.

—--- Quem? Como? Ele não tinha ido embora? ---- ele logo volta pra traz e faz como eu largando as coisas no chão. ---- Liga pro teu pai. Ele não ta nada bem.

—--- Por que ele ta pelado?

—--- Mas você é burro mesmo né. ---- sem pedir permissão ele pega o celular do meu bolso e liga para o meu pai me devolvendo o aparelho. ---- Este maluco era meu vizinho. Lembro que ele era muito pancada da cabeça, mas não merecia isso. ---- ele não reluta em tirar a própria jaqueta e cobrir DC que estava completamente desacordado.

—--- Por que ele esta assim? ---- desligo o aparelho depois de falar ao meu pai que tinha achado um amigo desacordado, nu e muito ferido. ---- Tony me conta.

—--- As gangues cara... ----- ele bufa e logo vê que o carrinho velho do meu pai buzinava na rua nos chamando. ---- Eles pegam quem teve contato com aquele gás ou a gosma e... Faz você de cobaia. ----- com facilidade ele pega as compras no chão como se me ordenasse carregar o Dc sozinho para o carro, já que ele não era nem um pouco jeitoso. ---- Ele foi jogado fora. É isso...

Fiquei calado.

Entrei no carro e o pus no banco com certa dificuldade já que haviam muitos cortes no seu corpo e então vendo eu me aproximar meu pai desce e ajuda. No caminho ele ficou me pedindo para chegar o estado físico de Dc e embora isso me deixasse imensamente incomodado eu o obedeci.

—---- Guela! Apronta o leito que temos de acolher um m'nino ---- meu pai já grita do carro e minha mãe abre a porta correndo. ---- Deixa mulher. Vai aprontar o leito que e fecha as janelas para espantar os curiosos.

Eu e Tonny éramos pequenos mas já entendíamos o que estava havendo ali.

 Eu queria levar o meu amigo para um hospital mas se o que Tonny disse sobre o que fizeram com ele fosse verdade, isso seria muito perigoso; no mínimo invadiriam o lugar e o matariam ali mesmo. Então ficamos com ele ali, tratamos de suas feridas, demos medicamentos leves (daqueles que se dão em clinicas para livrar os drogados de seus vícios, que servem para limpar seus organismos) e fomos vendo sua reação e tentando ajudar no que podíamos.

Claro que não fizemos tudo isso sozinhos.

Alguns vizinhos de confiança se puseram a nos ajudar com medicamentos e ate mesmo um pouco de conhecimento de medicina; do que podíamos fazer e o que não deveríamos tentar. E depois de algumas semanas ele finalmente acordou.

—--- Do contra? ---- tentei falar o mais calmo possível. Eu não sabia se ele estava bem ou não então fui chamar os meus pais, mas ele parou e segurou a minha mão. ----- Sou eu o Quinzinho. Lembra de mim? O que fizeram com você?

Ele abril a boca mas não falou nada, o som não saia.

E foram dias difíceis para ele, comia muito pouco não conseguia engolir. Minha mãe disse que ele estava machucado por dentro também, e na hora achei que estivesse falando somente do físico.

—--- Como você esta hoje? ---- entro no quarto ainda de manhazinha, era costume (e ainda é) levantarmos sedo para fazer as coisas da padoka.

Eu não esperava por uma resposta.

Ele nunca falava; só ficava nos olhando como uma boneca sem alma: tínhamos de por horários para o dar comida e o mandar tomar um banho se não ele só ficava parado olhando o nada o dia todo.

—--- Mãe. Quando ele vai voltar ao normal. Bem... ele nunca foi muito normal mas agora ta me assustando.

—--- Ninho... seu amigo passou por algo muito forte. ---- nunca vi minha mãe parar de amassar a maça de pão para falar comigo. Mas desta vês ela puxou a cadeira e se sentou me chamando para junto dela. ---- Ele esta traumatizado. Sabe o que é isso? É quando algo dentro de nós quebra. Lá dentro da nossa alma.

Fiquei parado pensando.

Ele parecia mesmo uma boneca sem alma.

Sempre foi tão tímido. Não gostava nem de ir ao clube nadar ou a praia e agora não ligava de o verem nu, nem mesmo de o trocarem.

—--- Vem. ---- pequei seu pulso e o trouxe a cozinha. Meu pai só ficou olhando. ---- É assim. ---- pus ele do meu lado e comecei a ensina-lo a como fazer as coisas.

Nos primeiros dias ele só ficava me olhando com aquele olhar vazio, mas depois fui o pondo para ajudar e ele obedecia, apenas me imitava mas pelo menos se movia. Meu pais sorriu um pouco quando viu isso.

—--- Nossa. Ele parece bem melhor não? ---- Tonny vivia na Padoka desde que viramos amigos e assim como eu tentava fazer com que Dc reagisse. ---- Ei. Oi. Oooooiiiii. Fala alguma coisa! Fala assim: eu sou o Do Contra e sou estranho pakas.

—---- Para de mexer com ele. ---- não evitei rir.

Era sempre assim, eu tentava do meu jeito e ele do dele.


—--- Você é certinho... mas é normal.

Minha mãe chegou a derrubar um prato.

Nos viramos e ele estava parado no lugar do mesmo jeito de sempre, então se virou pegou uma pazinha e começou a varrer os cacos do prato de louça. Ficamos olhando ele por uns segundos e Tonny correu la e o puxou pelo braço.

—--- Oi! Fala comigo. Não me ignora cassete. ---- ele grita em um misto de alegria e raiva. ---- Fala comigo eu sou... Qual é o seu nome afinal?

Mas ele abaixou o olhar.

Minha mãe ficou animada sorriu e abraçou o meu pai. Perguntou se ele estava sentindo dor em algum lugar e ele olhou para ela e só apontou para a própria barriga.

—--- Certo então esta com fome. Que bom! Quer comer o que?

Silencio.

—--- Responde você pode falar. ---- Tonny briga o dando um tapa na nuca, mas é logo repreendido pelo meu pai. ---- Ele já ta ficando mimado... ---- murmura o puxando para o quarto e eu os sigo. ---- Senta ai. ---- ele aponta para cama. ---- Para de fazer todos de bobos. Você já esta melhor não esta?

Ele faz que sim com a cabeça.

—--- Por que você não fala? ---- questiono e ele vira o rosto. ---- O que fizeram com você? Por que não esta com o seu irmão? Onde esta sua família. ---- sei que não devia ter perguntado isso por que ele me encarou como se fosse chorar e saiu correndo porta a fora.

Demoramos uns dois dia inteiros e um pouco mais para achar ele de novo.

—--- Como você da trabalho. ---- Tonny briga ao ver ele sentado embaixo de uma ponte quebrada.

—--- Vocês... Estou / contaminado. ---- ele tenta falar mas se cala logo depois soltando duas palavras avulsas como se fizesse força para falar abraçando as próprias pernas.

—--- Contaminado? Você também tem super poderes? ---- o loiro estava mesmo muito animado, parando a sua frente. ---- O que você faz? O que pode fazer anda mostra pra gente! Somos amigos né?

—--- Inimigos?

—--- A-mi-gos.

—--- Inimigos. ---- ele sorri.

—--- Vixi... ta mais doido do que lê já era. ---- se senta no chão desanimado. ---- Avisa sua mãe que achamos à peste. Viu! Você deixou todo mundo preocupado.

—--- Deixaram... não ligaram... pra mim? (ficaram... preocupados... comigo...)

—--- Que? ---- questionei ele só balanço a cabeça e voltou a abraçar os joelhos. ---- Por que você não fala? Desculpa perguntar aquilo pra você... Não vou perguntar mais nada, você fala se quiser tudo bem?

Ele assentiu que sim com a cabeça e depois começou a olhar em volta.

Pegou um pequeno caco de vidro no chão e olhou para Tonny que estava a seu lado. Tonny tinha cicatrizes nos punhos de tanto bater nas pessoas e Dc apenas segurou sua mão e passou o caco em uma delas e ele puxou a mão.

—--- Ta maluco animal! ---- o louro era bravo, não prestava atenção e logo deu um belo soco no meio da cara de Dc que tombou pra trás batendo a cabeça na parede. ---- Ai! ---- o próprio Tonny gritou ponto a mão na nuca e logo seu nariz começo a sangrar.

—--- Do contra... O-pos-to. ---- balbuciou em fragmentos e então nós entendemos.

Ele não falava por que estava triste ou não queria.                                      Ele não podia falar.             Não conseguia.

Demorou meses mas conseguimos ensinar libras para ele (já que e eu e Tonny também aprendemos) e logo nossas conversas foram se alastrando. Ele conseguiu contar que tinha voltado para salvar o anjinho mas depois foi preso e perdeu contado com a família e estava sozinho. Ele nunca falava sobre o que fizeram com ele, mas hora ou outra dava para notar o que poderia ter sido.

Dizia que gostava de ser útil e nos ajudar na padoka, e muitas vezes suas habilidades ajudavam a espantar os membros das gangues que vinham vandalizar o lugar.

E foi em uma destas que pedi algo... inexplicável a ele.

As coisas não estavam nada bem, Tonny não parava de brigar conosco. Dizia que o único jeito era entrar no jogo deles e participar de uma gangue e assim ter a proteção de um dos grupos. Mas Dc e eu éramos viamente contra a ideia de entrar para um grupo destes.

Mas tinhamos crescido juntos como irmaos. verdadeiros iramos que brigam muito...

Me lembro que nesta época minha mãe pegou uma doença seria e Dc ficou todo desesperado; ele tinha se apegado muito a ela quase como se fosse sua própria mãe, e os ataques pioraram. Ninguém mais vinha a padoka e começamos a passar grande dificuldades.

—--- Anda. ---- Tonny ordenava todas as manhas.

Ele era nosso treinador.

Mandava exercícios físicos e nos ensinava a brigar, a nos defender.

—--- Chega de moleza! ---- ele dava uns berros irritados toda vês que não conseguíamos fazer algo, mas em pouco tempo fui sentindo uma grande diferença. Meu físico gordinho da época de criança sumiu dando lugar a um porte atlético com forme eu ia crescendo. E quando infelizmente minha mãe veio a óbito Tonny sumil. Simplesmente se afastou.  

Na época eu ouvi falar que tinha se unido aos Bersekers um grupo em acessão e depois de alguns anos ouvi as noticias de que ele havia matado o líder e tomado seu lugar. Enquanto eu e DC continuamos juntos, meu pai quis cremar minha mãe e a pusemos em uma linda urna que ficava bem na sala de estar.

Mas um dia...

Um dia bobo, alguém viu a urna ali. Ela era de barro, e nós pintamos e pusemos cacos de vidro pintados passando uma cobertura para não cortar, assim parecia que a urna era brilhante e que tinha valor alem do sentimental.                                   Um drogado desesperado invadiu nossa cassa no meio da noite. Eu não entendia na época mas DC nunca dormia, e ele não quis deixar roubarem a urna.

BANG

Um disparo nos acordou no meio da madrugada.

—--- Des_culpa. ---- ele estava parado no meio da sala, o ladrão estava em seus pés banhando o chão com seu sangue e a urna estava quebrada.

E ele estava a recolher os cacos e por o conteúdo em outra vasilha.

Minha mãe estava certa.

Algo tinha quebrado dentro dele.


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Notas finais do capítulo

(Carmem, Marina, Xaveco, Quinzinho)
(fazer o sotaque de portugal fou ima longa e ardua pesquisa. Só espero estar correto.)
http://www.soportugues.com.br/secoes/curiosidades/Port_brasil_port_portugal.php
http://pt.slideshare.net/soniasantana65/algumas-palavras-usadas-em-portugal-e-seus-significados



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