Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 40
Leva a serio


Notas iniciais do capítulo

(Me deu uma vontade louca de escrever outra trama de TMJ. Só que esta seria de poucos cap e se passaria mo mesmo univerço que os quadrinhos. Claro com alterações minhas mas seria... O que acham?
Vou por a sinopse temporária fala ai o que acha da idéia ^_^
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Para salvar a vida de Dc Mônica faz um acordo com a morte.
Ela terá de passar por 12 aprovações como os trabalhos de Hercules.
**E logo no primeiro deles seus 3 amigos de longa data resolvem ajudar dividindo o peso. Este primeiro desafio ela teria de passar um mês completo no corpo da pessoas que ela mais odeia, e caso alguém descobrisse a troca ela ficaria presa nesta forma para sempre.
Como o peso foi dividido cada um passaria apenas uma semana desta maneira, mas o perigo só aumentava.

Qual deles seria o primeiro?
Quais seriam as demais aprovações?
Tudo isso trará grandes revelações e muitas surpresas.)



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A Mônica explicou o obvio, mas ninguém parecia levar as coisas mais a serio.

Depois de ouvirem a palavra Folclore parecia que tinham se esquecido de tudo o que passamos e começaram a levar as coisas na brincadeira. Não importava o que ela dissesse ou o quanto berrasse, era inútil.

Mais aquilo era serio.

Na verdade era muito serio.

—--- Você esta bem? ---- a voz serena de Marina me chama a atenção quando esta se senta ao lado de Cassio, não que eu tenha ciúmes dela... ou dele; mas eu não tinha notado como este parecia ferido e cansado. ---- O que ouve com você? Temos de te levar a um medico agora mesmo.

—--- Tudo bem, eu estou legal.

—--- Mas é obvio que não esta. ---- logo as broncas de Denise se fazem ouvir. ---- Do Contra! Anda pega o carro e vamos. Acabou essa palhaçada.

—--- Denise calma eu não...

Mas ele não tem a menor chance de terminar de falar, pos a ventania volta e desta vez com violência. Vidros se partem, moveis são arrastados e um tilintar agudo faz nossos ouvidos doerem e todos se abaixam em agonia.

Posso sentir que uma força maligna estava entre nós, não sei como sentia isso mas eu só sei que senti. Senti meu corpo inteiro se arrepiar, era como se um friu cortante entrasse na sala e me acertasse de baixo para cima, meu estomago embrulha como se tivesse comido algo errado e minha garganta aperta como se eu quisesse chorar.

E logo posso ver.

Ele estava ali parado a nossa frente.

Era aterrador.

Quis correr.

Quis fugir

Desejei nunca ter voltado para aquele maldito bairro! aquela maldita cidade!

Ele não era negro, era preto como piche e refletia a pouca iluminação que entrava pelas janelas; seu sorriso rasgava de orelha a orelha e os dentes eram ponte agudos como se fossem formados por espinhos, longos espinhos de um cacto. Ele não tinha uma perna só, ele tinha uma única perna que saia do centro de seu tronco e usava apenas um barrete avermelhado na cabeça. Em sua mão reconheço o famoso cachimbo podendo assim ter plena certeza de quem se mostrava a nossa frente.

Ele gargalhava alto, porem não podia ver sua gigantesca e rasgada boca se mover, não parecia que o som estridente que ouvíamos vinha dele mas sim de todas as paredes a nosso redor.
Nos fitava curioso ao por o cachimbo na boca e franzir o cenho.

Seus olhos eram pequenos e faiscantes e mesmo estando distante e em completa escuridão eu podia ter certeza que nos olhava. Olhava cada um de nós, analisando nossas reações a sua presença, pensando em seu próximo ato.

Ninguém dizia uma única palavra.

Ninguém ousava se mover.

Aquele não era a mesma figura que pintávamos e coloríamos com seu shortinho vermelho, sendo travesso e sorridente. Aquilo não era um sorrisinho carinhoso e acolhedor, muito menos divertido. Ele continha um tom nefasto, cruel e sádico.

Eu só queria fugir.

—--- Magali! ---- o grito de Cassio não é o suficiente para me deter, e logo me vejo fora daquela casa, estava apavorada, em pânico. Queria minha casa; queria estar bem longe dali. ---- Magali! ---- eu não ouço, só queria continuar correndo. Correndo o mais rápido que eu podia.

Mas logo uma coisa me faz parar.

E não foi nenhum dos meus amigos.

Alto e muito peludo.

—--- Meu deus... socorro... ---- minha voz sai tão falha quanto minhas pernas que bambeiam me fazendo ir ao chão.

Eu era uma inútil mesmo!

Entrei em pânico e sai correndo deixando todos para trás e saindo de perto de quem poderia me proteger.

Eu não passava de uma inútil!

—--- Magali! ---- ele me puxa com força antes que a coisa pudesse me atacar. Mas aquilo não tinha sido derrubado pela Mônica? Ah claro! Só prata podia derrotar aquela coisa. ---- Sai daqui e volte para junto dos outros.

—--- Mas Timotio...

—--- Anda logo! ---- ele saca um revolver e se põe a atirar na coisa que apenas rosna em retorno e o ameaça. ---- Por que ele não ataca? ---- ele para de atirar assim que percebe que não fazia o menor efeito.

—--- Ara! Porr que? Porr que o porerozao lá quer brinca com oces. —--- ele vem tranquilamente como se nada estivesse acontecendo a ajeitar seu chapéu e eu tenho vontade de esmurra-lo. —--- Oces tem é qui dá logo um jeito nisso que ta ficando perigoso.

—--- An! Você acha? ---- o Negi soa tão sarcástico que ate ele se surpreende. ---- Estas coisas não podem sel delubadas. Não temos como nos defendel e ainda pol cima são bem podelosas pelo que vi. Qual é a sua idéia gênio?

—--- Oces tem di analisa o inimigo pumor doces poder derota uai. Não é isso que vieram faze? —--- ele não perde a compostura em momento algum, fica a poucos centímetros da besta peluda sem demonstras o mínimo de medo. ---- Oces num veio pra umas ferias no mato. Vieram treina então bora!

A coisa estava parada a poucos centímetros dele, era monstruosa; não era como o lobsomem que encontramos no Cemitério, aquele parecia um lobo humanizado que andava em pé e era ate majestoso, devo admitir. Agora esta coisa... era grotesca.

Baixo curvo e quadrúpede, não era um lobo lindo e vistoso era um "lobo guara", mais parecia uma lontra super crescida fundida com uma iena desnutrida com uma rosto semelhante ao humano. Era nojento de se ver.

Mas o grupo era muito grande e chamava a atenção dos “moradores” locais. Principalmente depois de termos “seqüestrado” um deles.

Eu não tinha sido a única pessoa a correr do ser negro como o piche. E eu não sei por que Denise foi atrás de Xaveco daquela forma. O Francisco apenas ajeitou o chapel na cabeça e seguiu mata a dentro ordenando que não fizéssemos o mesmo; mas eu precisava ser útil para algo então fui junto dele. Mesmo que estivesse morrendo de medo, pelo menos perto do dono da propriedade eu me sentia um pouco mais segura e assim tinha certeza de que não iria atrapalhar mais ninguém.

—--- Oce é sensitiva. ---- ele afirma sem fazer cerimônia e logo sorri para mim. ---- Pode percebe o quanto ele é... perigoso e por isso num conseguiu fica. Não se ache inútil por ter um poder elevado moça.

—--- E-eu... quase pus todos em risco. Se aquela coisa tivesse...

—--- Se “ele” tivesse. ---- ele pontua ao me interromper olhando em volta como se estivesse preparado para algo. ---- Sab moça, eles não gostam nada de serem chamados de “coisa”, “isso” ou “aquilo”. Pense só si fosse oce. Ia gosta? Não né.

—--- Entendi. Sinto muito. É ele... é muito... ---- penso um pouco antes de completar. ---- Assustador.

—--- Sim o Saci é um dos piores que tem por essas banda. O ser é foguet e ele si diverte as custa de nóis.

—--- Por que?

—--- Por que ele pod uai. Oce num acha graça quando alguém cai? Quando uma migo si enrola todo na língua e fala errado? Ele tumem, mas ele é mais mardozo que nóis.

—--- Entendo. ---- me calo.

Ele estava serio e observava a tudo a nosso redor. Não queria atrapalha-lo.

A floresta era densa, nem parecia que haviam casas e outros sítios por perto, e ele não parecia nada calmo; fitava as arvores e os galhos, mas sempre mantinha a atenção no céu estrelado.

Ouço um grito não muito longe.

E ele me segura.

—--- Carma. Se tu corre vai se perde.—--- ele confirma com autoridade e segue a passos calmos em direção aos gritos que não cessavam. ---- Vem com eu, mas fica pertim.

Não o respondo apenas obedeço.

Mais a frente podia ver Denise e Xaveco, ela gritava apavorada olhando para o chão e logo pude ver que algo se movia na relva alta em direção a eles, mas Xaveco nos avista pegando ela pelo pulso e como se fosse mágica ambos estavam do nosso lado.

—--- Cara o que esta havendo aqui? Eu tentei voltar mas, não da! Tem uma cobra enorme ali no mato ela parece pegar fogo e...

—--- Fecha os zoio! ---- ele grita e ordena, logo fazendo com que déssemos as mãos nos puxando para uma direção legatória. ---- Não abram os zoio se não ela acha nós e tira os zoio fora.

—--- Como? Esta falando que o Boi ta-ta existe? Todos eles existem mas em uma verso do mal? Isso não é nada legal! ---- posso ouvir a voz de Denise soar afobada e muito descrente; eu estava com medo de mais para abrir os olhos e fazer qualquer coisa, ficar assim de olhos fechados e dizer que isso espantava o bicho era o que mais queria.

—--- O que ce esperada de um treino? Oces tem di treina seus poder esqueceram?

—--- Mas o meu poder inclui tecnologia! Estamos no meio do mato sua anta!

—--- Seu pode é pega informação das coisa. Cadê ele agora? Ajuda seus amigo a sabe como para os bicho.

—--- Droga... Tudo bem você esta certo.

—--- Mas e eu? Posso mudar de um lugar para outro com portais, mas isso esta ridículo. ---- a voz do Xaveco estava esganiçada como se fizesse força para falar por estar muito cansado. ---- Não importe quantas portas eu abra continuo perdido nesta maldita floresta sem fim. Como posso treinar isso?

—--- Oce pode kika pra todo lado? Num sei como funfunfa seus poder... Mas agora nóis ta no domínio do Curupira.

—--- Curupira? Mas nós não ficamos seguindo pegadas como João e Maria. ---- a voz dela sai indignada e revoltada. ---- O Xaveco pode ir pra onde ele quiser. Por que não simplesmente voltamos para a casa?

—--- Se acha mermo que todo mundo se perde olhando pegadinhas o contraio? Ele podi meche na forma do mato e muda “oce” di luga, faze oce acha qui ta ino pra ca quando ta ino pra lá, intao quando seu amigo loirinho sarta sem sabe pra qui lado ta ino ele só si perde mais.

—--- Mas que droga.

—--- É com oces.—--- sinto que ele parava de andar e aos poucos abro meus olhos. ---- Oce discobre pra quilado i e ele nus leva.

—--- Como!? Eu não tenho como...

—--- Treino.

—--- Tudo bem... ---- ela bufa mas logo se põe a se concentrar ligando o aparelho telefonido.

Posso ver na telinha varias palavras surgirem, depois varias paginas mudarem rápido e cada vez mais velos como se ela estivesse mexendo na internet. Suas mãos tremiam e em seu rosto parecia que estava fazendo muita força, e então as imagens param.

Era um mapa.

Um mapa de onde estávamos mas visto de cima.

Nele podíamos nos ver marcados e também a casa, achei mesmo que era simples assim, era só seguirmos para a direção do mapa; vejo que Francisco apenas ri e assim que Xaveco cria uma porta e nós a atravessamos, nos encontramos em outro lugar, distante do primeiro e também da casa.

—--- Como pode! ---- ele exclama.

—--- O que você fez de errado? ---- ela esbraveja irritada.

—--- Nada eu só segui seu mapa idiota!

—--- Meu mapa esta correto!

—--- Carma... carma sem briga.

—--- Da pra você nos ajudar? Não quero morrer aqui!

—--- Exagerada.—--- calmo ele se acomoda sobre uma rocha e tira uma das botas ficando a coçar a sola do pé. ---- Quando for perigo di verdade como a cobra eu ajudo, mas agora é ora de oces treina. A Mônica vai sabe cuida dos que fico na casa.

Achei mesmo que a Denise fosse o agredir por tal comportamento. Mas ele estava certo, tínhamos vindo ali por um motivo e não era ficar sendo ajudados.

Ela volta a se concentrar, buscava a onde tinha errado enquanto Xaveco desenhava no ar pequenos quadrados e círculos a onde se podia ver outros locais aleatórios, eles iam sumindo pouco depois de serem abertos, mas eu podia ver bem que eram portais.

Era tão estranho ver que meus amigos também tinham dons, era mesmo reconfortante.

Tão reconfortante quanto a luz que pairava sobre nós; olhar para ela sempre me reconfortava, sempre me fazia relaxar. Ela nunca mudava. Não importa o que ocorria ou onde eu estava, ela era algo constante brilhando para mim.                    A lua.

Fecho meus olhos, sinto meu corpo se arrepiar de um modo muito bom. Formigava e sentia aquela ardido de frescor sobre a pele.

—--- Consegui! ---- o grito de Xaveco me desperta e logo um circulo se forma em volta de nós e estamos de volta a casa.

Denise o abraça alegre o parabenizando e logo em seguida o enche de cascudos por este ter corrido para longe. Dou risada.

—--- Parabéns moça. É assim que se trabaia em conjunto.—--- ele me cumprimenta com um aceno do chapel e logo se junta aos demais.

Eu não entendi.

Eu tinha feito algo para ajudar?

Ass: Magali Noëlle Guiffray ღ(≧▽≦ ღ)


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Notas finais do capítulo

O Antônio sempre foi um posso de calma não é mesmo? kkk (n consigo chamar ele de chico pq aqui em sp isso significa outra coisa)
(O poder do Xaveco foi algo muito difícil pra mim; fiz em base de seu nome e da sua primeira aparência que era proposital que tivesse um cabelo em forma de chave. Estou pegando a aparência narrada dos folclores nos livros antigos originais e não os das versões bonitinhas. Como a própria Mônica explicou tem uma certa diferença.)
Agradecimentos especiais a ~LubeNatica



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