“Uma menina me ensinou

Quase tudo o que eu sei

Era quase escravidão

Mas ela me tratava como um rei”

– Ainda É Cedo, Legião Urbana.

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Abril de 1974, Sala Comunal da Grifinória, Hogwarts.

“Grace Diana Potter. Um lindo nome para uma linda garota!”

Sentado sózinho na Sala Comunal, com o calor da lareira o aquecendo rapidamente, Sirius Orion Black podia pensar. Pensar nela.

“Uma linda garota... Uma criança! A irmã mais nova do seu melhor amigo, seu idiota!”

Sirius se odiava. Se odiava por pensar nela assim. A irmã de seu amigo. Merlin no céu, James enloqueceria se soubesse! Bateria tanto nele que as pessoas não conseguiriam nem indentifica-lo quando ele terminasse! E ainda o afastaria dela!

Não! Isso não poderia acontecer! Por isso escondia de todos. Mas era tão difícil vê-la tão perto e não poder fazer nada. Porque, além de ser irmã de James, ela era SÓ UMA CRIANÇA! Enquanto Sirius cursava seu quarto ano em Hogwarts, Grace estava em seu segundo. Não podia nem ir à Hogsmeade ainda.

Claro, era muito capaz de Grace sem muito mais madura que ele, mesmo tendo apenas 12 anos de idade. Ela gostava de algumas bandas trouxas como ele e Remus, e adorava assistir os jogos de Quadribol de James, até mesmo os treinos. Ela era bastante diferente da maioria das garotas de sua idade, muito menos infantil. Talvez tenha sido isso que o fez se apaixonar pela garotinha de cabelos pretos e ondulados, e olhos castanhos-esverdeados, idênticos aos de James. Sabia muito bem que aquilo tinha começado no verão passado, quando conseguiu – a muito custo, deve-se acrescentar – convencer os pais a deixa-lo passar as férias na casa de James, junto deles, Remus e Peter.

Grace conquistou Remus primeiro (não “conquistado” como havia conquistado ele, Sirius. Remus era responsável o suficiente para não se apaixonar pela irmã mais nova do amigo). Ela pediu para que ele a empurrasse no balanço que tinha no quintal da mansão Potter, e em apenas dois minutos, eles já tinham se tornado melhores amigos, correndo um atrás do outro pela casa.

Os dias de verão foram passando, e que verão! Sendo um membro dos Black, Sirius nunca sentira tanta vida em um lugar que não fosse Hogwarts. E Grace correndo pela casa, cantando e brincando com eles, só o fazia se sentir melhor. Com o tempo, ele fora caindo lentamente para ela e... Bem, foi amor. Não amor fraternal como o de Remus e ela. Era amor de verdade e-

“Sirius?”

A voz inesperada fez ele saltar da poltrona e olhar para a entrada da sala. E lá estava ela. Linda, linda garota. Os cabelos soltos, formando ondas que iam até os ombros, os olhos brilhando e um sorriso no rosto. Que sorriso!

“Pads, tudo bem com você?” Ela se aproximou um pouco preocupada, era claro.

“S-sim, claro que sim. Por que não, não é?” Murmurou nervoso. Grace riu baixinho.

“Estava dormindo? Me desculpe, eu não sabia.”

“Não, eu não estava.” Sirius esfregou as mãos uma na outra. “Não precisa se preocupar.” Acrescentou.

“Ok então.” Ela balançou a cabeça e sorriu. “Aliás, Marlene está te chamando lá no Lago. Está fazendo um dia lindo, e é sábado. James está prestes a tomar seu vigésimo sétimo tapa de Lily Evans esse ano, acho que deveria estar lá para ver.”

“Eu já vou, vou sim!” Ele balançou a cabeça veemente. “Você vem?”

“Ah, mais tarde. Amélinha quer me contar alguma coisa, e eu realmente estou curiosa para saber o que é.” Ela disse e se aproximou dele ficando na ponta dos pés e lhe dando um beijo estalado em sua bochecha. “Até mais tarde Padfoot, busque gelo para Prongs depois.” E subiu as escadas saltitante.

Sirius Black ficou parado no lugar por um tempo, alisando o lugar do beijo e sorrindo bobamente. Sábados não tinham graça quando Amélia Bones tinha algo para contar.