Survival Challenge escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 7
Capítulo 7




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Seis horas da noite. O sol em seu esplendor já havia desaparecido; restavam apenas fracos raios que, sem sucesso, iluminavam a densa floresta tropical. A noite já se aproximava.

Uma fogueira já começava a ser acesa num pequeno esconderijo coberto com folhas, gravetos e outros materiais. Lá dentro, quatro pessoas estavam por ali, duas delas preocupadas com uma em especial.

Matthew e Daphne ficaram um pouco distante de onde Steve e Fred estavam. Steve achou que era melhor que a ruiva ficasse longe do namorado enquanto ele tentasse retirar a bala alojada nele. Matthew decidiu ficar com ela para acalmá-la e servir de companhia. Os dois estavam sentados num tronco caído, e olhavam para as chamas da fogueira.

Daphne ficou em silêncio a maior parte do tempo. De vez em quando ela tentava enxugar as lágrimas que desciam do rosto e tentava disfarçar a tristeza iminente. Matthew notava o estado dela, e tentava despreocupá-la.

“Confie em Steve. Ele já foi um medico que serviu ao Exército. Vai dar tudo certo.”

“E se não der, Matt?” ela retrucou com uma voz emocionada “A culpa foi toda minha... eu não devia tê-lo deixado. Se Fred morrer eu nunca vou me perdoar.”

“Fred não vai morrer!” o rapaz respondeu firme. “Tenha fé!”

A ruiva olhou em seus olhos. Aquilo não eram palavras que as pessoas geralmente falavam para aliviar a situação. Matthew realmente tinha esperança.

“Ele é seu... namorado...” Matthew falou a palavra um pouco decepcionado “você tem que confiar que vai dar tudo certo, e que em breve ele vai sair dali bem.”

Daphne ficou um pouco envergonhada de ver tanta fé num homem, e nela não ver aquilo, já que Fred era mais que um amigo para ela. Então a detetive tentou forçar um sorriso.

“Tem... razão.”

Uma hora se passou. Daphne pegou algumas barras de cereais da mochila e compartilhou com Matthew, que também trouxe alguns alimentos vindos do avião. Os dois comeram e beberam um pouco de água, depois novamente o silêncio reinava.

Nenhuma notícia ainda. Daphne não dizia, mas no fundo ainda temia pela vida dele. Aquela cena parecia não sair de sua mente: encontrar Fred caído, ensanguentado, quase morto. Ela tentava manter as esperanças por mais que fosse difícil.

Três horas se passaram. Enfim, Steve aproximou-se deles, seu rosto era de um alívio tenso. Matthew e Daphne rapidamente levantaram, ansiosos para saber sobre Fred.

“E então?” os dois disseram.

“Fiz tudo o que pude.”

Os olhos da ruiva se arregalaram.

“Não sei se vocês acreditam em milagres, mas não há outra explicação para o que houve. Fred foi forte, mas apenas força não iria adiantar. De alguma forma, ele conseguiu sobreviver. A bala não atingiu nenhum órgão vital, para nossa sorte.”

Lentamente um largo sorriso satisfatório apareceu nos rostos deles. Fred sobreviveu.

Daphne ficou sem palavras para dizer, tudo o que ela queria no momento era ver o namorado.

“Podemos vê-lo?” a ruiva apenas conseguiu soltar aquelas palavras.

“Sim... mas deixem que ele descanse. Já lutou muito por um dia, agora precisa de repouso.”

“Vá você, Daphne.” Matthew falou.

Ela assentiu e foi até o encontro de Fred. Após andar um pouco, o achou; lá estava ele, deitado numa espécie de colchão feito de folhas e um tecido. Estava sem camisa, dormindo serenamente.

A ruiva se ajoelhou para ficar ao lado dele, notando a cicatriz em sua barriga. Ela quis tocá-lo, mas parou antes de chegar em seu rosto. Novamente as lágrimas começavam a escorrer, a emoção era tamanha que mal conseguiu dizer seu nome.

“F-fred? Meu amor... você está bem agora.” Ela enxugou o rosto, depois levou a mão à boca “Freddie... eu sinto... eu sinto muito, tudo isso é culpa minha. Eu não devia ter trazido você aqui.” A detetive não resistiu e começou a chorar.

O loiro ouviu o choro dela, e lentamente abriu os olhos.

“D-daph?” ele sussurrou tentando levantar seu braço.

“Shh, não se esforce.” A ruiva o acariciou no rosto com cuidado. “Você tem que descansar...”

Fred não insistiu e baixou seu braço.

“Você é um herói, Freddie. Lutou muito hoje, salvou minha vida... obrigada, por tudo.”

Mesmo de olhos fechados, ele soltou um sorriso.

“Agora, meu amor, descanse.” Ela lhe deu um beijo na testa e saiu para deixá-lo repousar.

Ao afastar-se dele e retornar ao local onde estava, Daphne encontrou Steve e Matthew ainda conversando. Os dois apresentavam um rosto sério e preocupado, não muito diferente do que estavam antes.

“Tínhamos de dar um jeito de levá-lo de volta para o avião e sair daqui.” Matthew sugeriu aos dois.

“Não há como.” Steve respondeu dando de ombros “Fred está em uma situação delicada demais para que se esforce. Agora temos de montar guarda. Não sabemos o paradeiro desse homem, que pode estar planejando voltar e tentar matar vocês.”

A ruiva olhou para trás, pensando em Fred.

“Eu fico.” Matthew falou de repente. “Steve, você deve estar muito cansado depois disso então é melhor que você descanse e, Daphne?”

“Sim?”

“Melhor ficar com Fred. Ele ainda precisa de cuidados e de uma vigilante forte.” O rapaz olhou para ela.

“Mas... e você?” a ruiva perguntou preocupada.

“Eu vou ficar bem, agora vá. Durma e assim que pudermos, voltaremos ao avião para sair dessa maldita ilha.”

A ruiva assentiu. Eles já não tinham mais condições de prosseguir. Tudo o que precisavam era passar a noite e depois sair o mais rápido possível, principalmente Fred, que mesmo tendo a bala retirada, ainda precisava de cuidados médicos especializados.

“Tome.” Daphne tirou a pistola de sua cintura e entregou a Matthew.

“Eu não sei usar isso e não gosto desse tipo de coisa.” Ele respondeu sorrindo. “Melhor deixar com alguém que saiba usá-la.” E então devolveu a arma para ela.

“Não. Eu posso usar a de Fred. Melhor que você fique com a minha.”

“Daphne tem razão, Matt. Mesmo eu querendo montar a guarda e deixar que vocês descansem, é melhor que pelo menos você tenha algo para se defender caso precise.”

O rapaz balançou a cabeça um pouco decepcionado, mas logo cedeu ao pedido dos dois, guardando a arma atrás de sua cintura. Em seguida, inesperadamente, Daphne segurou as mãos dele e disse:

“Você não existe, Matt. Muito obrigada, por tudo.” Ela apertou as mãos, e lentamente as soltou.

Corando, o rapaz assentiu.

“Agora, vão dormir vocês dois. Em breve sairemos daqui.”

A noite havia chegado, enfim. Daphne, Fred e Steve descansavam no pequeno alojamento enquanto Mattew, tentado manter-se acordado, sentava e levantava para caminhar várias vezes naquele pequeno espaço. Ele precisava ser forte, porque sem perceber, uma figura escondida na mata o observava.


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