Nove horas da noite. A cidade de Las Vegas apresentava-se movimentada como sempre. A cidade não parava; diversas luzes brilhavam intensamente, colorindo a noite;  ouvia-se ainda os sons, ruídos e barulhos vindo de todos os cantos. Era a melhor hora para os amantes... De jogos.

Já era hora de partir para o cassino Champa, e várias emoções tomavam conta dos dois detetives. Tudo poderia acontecer naquele lugar, por isso todo cuidado era necessário. Daphne era que se apresentava mais nervosa, pois havia a possibilidade de encontrar-se novamente com seu irmão assim que pusesse seus pés no lugar.

Fred não aparentava estar tão nervoso, mas ele temia o que poderia acontecer com Daphne, que era seu ponto fraco.

"Daphne, você está pronta?!" Fred gritou do lado de fora do quarto dando umas pequenas batidas na porta. Ele queria entrar, mas a porta permanecia trancada, temia até que estivesse incomodando os vizinhos do corredor. O loiro já estava pronto; ele vestia um smoking com com um botão e gola de bico e gravata borboleta e sapatos sociais pretos.

"Já estou indo!" ela gritou.

Fred respirou fundo cruzando seus braços. A ansiedade aos poucos tomava conta dele.

Cinco minutos passaram-se, e lá estava Fred, parado no corredor esperando, já envergonhado de ver que as pessoas que passavam por lá o ficavam encarando.

"Vamos logo Daph...!" ele sussurrou.

O loiro já estava cansado de esperar, claro, aquilo era normal de um homem se cansar rapidamente em esperar uma mulher terminar de se arrumar. E quando ele menos esperava, prestes a se sentar no chão do corredor, ele ouviu a tranca da porta. Enfim, Daphne saiu de seu quarto.

"Ai meu..." Disse Fred boquiaberto, observando cada detalhe da mulher.

Daphne apareceu mais elegante do que nunca. Ela estava trajada com um vestido curto preto de alças finas, com cinto ponto cruzado, bainha coquetel e silhueta A. Usava sapatos também pretos, de salto médio, e uma carteira retangular com a cor combinando.

"Daphne você está... Maravilhosa." O loiro mal conseguiu dizer as palavras claramente.

Daphne deu alguns passos até ele, e pressionou seu queixo para fechar sau boca. "Fred, feche essa boca, vai começar a babar na sua roupa."

"Eu... Você... Nós..." Ele continuou a gaguejar, fazendo com que Daphne comessasse a rir.

"Vamos logo Fred, antes que a gente perca toda diversão."

Daphne o puxou pelo colarinho e os dois seguiram até o elevador. Quando Fred apertou o botão e os dois entraram, o faxineiro que estava no local empurrando seu carrinho, lançou um olhar para o loiro, o que chamou sua atenção.

Quando os dois entraram no elevador, e a porta fechou-se totalmente, Fred olhou para cima e respirou bem fundo. Daphne, que notou sua expressão, tocou em seu braço direito antes que ele apertasse o botão para o térreo tentando fazê-lo falar.

"O que foi? Está tudo bem?" Ela perguntou.

Fred olhou para Daphne, e com um sorriso irônico, respondeu:

"Eu não sei... Me pergunto se já não estamos sendo vigiados... Quero dizer, estamos no território dele, e..." Fred voltou seu olhar para cima "Ah, esqueça, é bobagem minha."

Após ouvir seu comentário, Daphne teve sua memória à tona, quando lembrou-se daquele recado que havia recebido assim que chegou em Las Vegas. Será que realmente estavam sendo observados? Ou será que aquilo era uma mensagem dele para assustá-la? Infelizmente, era uma possibilidade, e eles precisavam estar preparados para tudo, principalmente quando chegassem ao cassino.

"Fred... Eu tenho de lhe contar uma coisa." Disse Daphne, olhando para o chão, e um leve tom tristonho carregava sua voz.

"O que foi?"

"Quando eu cheguei aqui..." Daphne foi interrompida com um movimento da mão de Fred à sua frente, demonstrando que eles já haviam chegado ao térreo.

"Vamos, o que quer que seja que você tem a me dizer, diga-me no caminho do cassino."

Daphne então assentiu, e prosseguiu ao lado dele até a porta do hotel.

"Você ligou para o táxi?" Perguntou Daphne.

"Eu achei que um táxi não seria um veículo adquado para nós..." Ele respondeu com um sorriso malicioso, o que fez a ruiva temer seu plano. Daphne confiava nele, mas sempre teve medo de suas ideias.

"Fred. O que você aprontou desta vez?" Daphne alterou levemente seu tom de voz com medo do que veria logo à frente.

"Você vai ver..."

Daphne pedia para que não fosse alguma coisa que Fred se arrependesse depois, nada que causasse muito espanto ou euforia.

Quando chegaram até a porta principal do hotel, foi então que Daphne viu o plano de Fred.

"Uma limousine?!" Daphne exclamou. "Fred! Você alugou uma limousine!"

"Nós estamos indo para um cassino de luxo. Nada melhor do que ir para lá num veículo adequado!"

"Fred, você quer que nós chamemos atenção de todo mundo?!"

"Aposto que mal vão nos perceber, afinal, quantas pessoas alugam limousines e andam por aqui? Mal seremos notados!"

"Eu não sou de perguntar coisas como esta, mas, quanto você pagou por isso?" Daphne olhou para o carro e depois para Fred demonstrando estar totalmente horrorizada.

"Olha só, o chofer está esperando, vamos logo!" Com um sorriso disfarçado, Fred levou Daphne para perto do homem que os aguardava em frente à limousine.

"Vocês deve ser o senhor que está usando nossos serviços." Disse o chofer, apertando a mão de Fred.

"Sim, sou eu. Essa é minha acompanhante, Daphne Blake."

"Muito prazer." Daphne estendeu sua mão para que o chofer apertasse também.

"Não vamos perder mais tempo, então, para onde os dois desejam ir?" O chofer abriu a porta para que os dois entrassem.

Quando os dois entraram, Daphne ficou mais surpresa que antes. Ela já havia andado em um carro como aquele antes. Ironicamente, era o carro em que os pais dela e seu irmão andavam quando iam para festas e eventos importantes. Olhar o interior daquela limousine, lhe deu um sentimento de Déjà Vu. Como se já estivesse nesse mesmo carro.

"Daphne, está tudo bem?" Fred tocou em sua mão direita, fazendo-a votlar à realidade.

"Fred, onde você alugou essa limousine?"

"Eu liguei para uma empresa bastante conhecida por aqui, por quê?" Fred arqueou sua sobrancelha "Não me diga que você está desconfiada?"

"Estamos no território dele, Fred. Não podemos baixar a guarda." Ela respondeu desviando o olhar do interior do carro para fora.

"Não se preocupe, Daph. E o que poderia ser pior? Que a limousine estaria cheia de grampos e nesse momento estamos sendo ouvidos por ele?"

"Talvez você esteja certo."

"Claro que estou! O melhor que devemos fazer agora é parar de sermos tão paranóicos e nos concentrarmos mais em nosso objetivo.

Daphne ficou tão impressionada com aquele momento, que esqueceu de dizer para Fred sobre o bilhete que lhe fora entregue para ela quando chegou. E assim, o motorista deu a partida, e os dois seguiram até o Cassino Champa.