Sins of Our Fathers escrita por Catherine


Capítulo 1
Eddard


Notas iniciais do capítulo

Bem, não tenho certeza do tempo que irá demorar de capítulo a capítulo, mas tinha a ideia presa na cabeça á muito tempo e finalmente tive tempo e vontade de escrever.Espero que gostem.



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Os homens entraram pelos portões do castelo num rio de vermelho, negro e prata. Cerca de duzentos a trezentos homens, alguns vassalos outros cavaleiros. Sobre as suas cabeças dançavam alguns estandartes negros, esvoaçando de um lado para o outro com o dragão vermelho dos Targaryen.

Ned conhecia muitos dos cavaleiros. Ser Arthur Dayne liderava a comitiva, os seus olhos roxos praticamente faiscando na sua direção. A ausência de Ser Barristan, que certamente ficara para trás com o príncipe herdeiro, estava compensada por Jaime Lannister. Ao lado dele, Sandor Clegane acompanhava um rapaz alto de cabelos loiros que só podia ser o terceiro filho do rei. O homem pequeno que cavalgava pouco atrás deles, só poderia ser Tyrion Lannister.

Ser Oswell Whent e Ser Gerold Hightower flanqueavam Rhaegar Targaryen, nem um dia mais velho desde que o vira muitos anos atrás, quando dobrou o joelho perante ele no final da fracassada guerra de Robert Baratheon.

– Lord Stark – o rei observou-o, mas desviou os olhos rapidamente para o rapaz parado ao seu lado. Ned sentiu o sobrinho estremecer de nervosismo – Jon. É um prazer revê-los.

Ned gostaria de poder dizer o mesmo. Quinze anos atrás homens por todo o reino tinham sangrado numa guerra que Rhaegar provocara ao levar Lyanna. A imagem da irmã, banhada em sangue num quarto repleto de rosas de inverno, estava para sempre marcada na sua memória. Poderia passar outros quinze anos sem lhe colocar os olhos em cima.

– Vossa Graça, Winterfell é vossa.

Os moços da estrebaria já recolhiam as montadas quando terminou de falar. Ser Arthur aproximou-se, mantendo a distância. Ned sentia os olhos dele queimarem-lhe a pele, culpando-o de algo que não fez. A rainha de Rhaegar, Cersei Lannister, saiu da carruagem com seus filhos mais novos.

Ajoelhou-se na neve, a fim de lhe beijar o anel, enquanto Rhaegar cumprimentava respeitosamente Catelyn, que rapidamente se apressou em apresentar as crianças – Rhaenys e Aegon gostariam de visitar o Norte, assim como Viserys e Daenerys, mas seria perigoso viajar com toda a família real. Ser Barristan ficou para protegê-los – a mentira fluía da boca do rei, tecida como se fosse verdade. Jon pareceu subitamente desanimado – gostava que me levasse à cripta, Eddard. Quero apresentar os meus respeitos a Lyanna.

A rainha começara imediatamente a protestar, mas Ned sorriu e os seus olhos voltaram-se para Jon, que encarava o pai com admiração – Jon poderá acompanha-lo, Vossa Graça, ele visita Lyanna todos os dias e leva-lhe rosas de inverno – o rei assentiu e não foram necessárias mais palavras. Jaime Lannister controlou a irmã sussurrando alguma coisa e pegando-lhe no braço. Ned gritou por uma lanterna e observou Jon desaparecer com o rei na direção das criptas.

Ser Arthur aproximou-se então, inclinando a cabeça respeitosamente na direção de Catelyn, que se afastou guiando as crianças para dentro e dando ordens aos criados para acompanharem os visitantes aos respetivos aposentos.

– Lord Stark – a voz do cavaleiro cortava como espada.

– Ser Arthur.

– Agradeço-lhe por cuidar do príncipe Jon.

– É família – e a única razão pela qual dobrara o joelho. Promete-me Ned. Sussurrara Lyanna em seu leito de morte. E ele prometera, cuidara do rapaz de Lya como se fosse seu quando Rhaegar o enviara para o Norte não tinha ele mais que cinco anos. Vira-o crescer, vira-o tornar-se quase numa cópia dele mesmo. Mais lobo que dragão.

– Família – repete Arthur, os olhos estreitando na sua direção – Parece ter um conceito limitado de família, Lord Stark. Recordo-me da minha sobrinha, abandonada em Dorne como uma bastarda. Estou certo que ouviu falar dela.

– Sinto muito pela morte de Ashara.

Ned observa-o trincar os dentes com força, antes de falar – Sente muito? Ashara atirou-se de uma torre, abandonando a filha com poucos dias de vida. Rejeitada pelo homem que a desonrou e casou com outra. Sussurram nas costas de Alysanne, chamam-lhe bastarda, desdenham-na mesmo depois do rei a legitimar como uma Dayne.

– Ser... – ele balança a cabeça, interrompendo-o e soltando um longo suspiro.

– Esqueça Lord Stark, não existe explicação alguma que apague o que já aconteceu.

A mão de Catelyn está sobre o seu ombro quando Arthur o abandona. Preocupação está espelhada em seu rosto, assim como confusão. O estomago de Ned contorce-se, se ela tivesse ouvido poderia interpretar da maneira errada, Cat nunca o perdoaria – Aconteceu alguma coisa?

– Nada – é péssimo mentiroso. Ela olha-o desconfiada, antes de voltar os olhos azuis para o céu.

– Vamos para dentro, começou a nevar – assente, seguindo-a. As palavras da sua casa estão fixadas em sua mente enquanto os flocos de neve derretem no cabelo vermelho que tanto adora. O inverno está a chegar. Mas os Stark suportarão. Sempre os suportaram, no entanto não consegue apagar a terrível sensação de mau presságio.

O motivo da visita do rei é explicado no banquete de boas-vindas, após se deliciarem com carne assada e vinho doce proveniente de Dorne. Ned está sentado ao lado do rei, os olhos passando pelo Salão Grande de Winterfell. O lobo gigante dos Stark adorna as paredes de pedra juntamente com o dragão dos Targaryen e o leão dourado dos Lannister. Um cantor toca harpa e recita uma balada, tentando fazer-se notar por cima do burburinho grave de uma centena de conversas. Os seus filhos estão junto dos filhos do rei, exceto Jon e Robb, que se sentam na ponta da mesa junto de Cat.

Cersei Lannister entra no salão, um sorriso estampado nos lábios e os olhos esmeralda desdenhando tudo o que vê. Ser Arthur ajuda-a a subir os degraus, indicando-lhe o caminho até ao seu lugar e assumindo novamente a sua posição atrás do rei.

Ned toma um gole, o liquido escorregando pela garganta como lava.

– Ouvi rumores sobre os selvagens – diz o rei, atraindo a sua atenção.

– A Patrulha da Noite protege-nos dos seus ataques.

– Está reduzida a poucos homens, como presumo que saiba – responde-lhe. Ned assente. Há meses que recebe cartas de Benjen, preocupado com o número crescente de desertores e de ataques selvagens – Poderia enviar os prisioneiros que ocupam as celas de Porto Real, mas temo que não sejam suficientes. Um homem que se auto proclama Rei-Para-Lá-Da-Muralha está a reunir as tribos. Pretendo esmaga-los antes que cruzem a Muralha.

– É por isso que está no Norte? Pretende atacá-los? – questiona, esforçando-se para esconder a surpresa. O rei acena a cabeça, assentindo.

– Esperava que me acompanhasse Eddard – um pedido por enquanto, não uma ordem – O inverno está a chegar – as suas palavras soam estranhas na boca dele e enviam-lhe calafrios pela espinha.

– Quando partiremos? – o rei sorri, satisfeito pela sua resposta.

– Dentro de poucos dias.

Cat está deitada sobre a cama usando apenas a camisola quando Ned entra no quarto. Fazem amor, com urgência, mas ele rapidamente se levanta quando acabam, afasta a tapeçaria e abre uma das janelas altas e estreias. O ar da noite entra e acaricia o seu rosto. A esposa puxa as peles até ao queixo, os olhos nunca o deixando. Suspira.

– Irei partir para a guerra em breve – começa, observando-a atentamente. Cat limita-se a acenar a cabeça, mas os seus olhos brilham, provavelmente controla-se para não chorar – Meistre Luwin enviará os corvos pela manhã, convocando os estandartes. Ficaremos na Muralha até que todos estejam reunidos. Robb irá comigo.

A esposa preparava-se para reclamar quando alguém bateu à porta, sonora e inesperadamente.

– Que é?

A voz de Jory soa através da porta, ainda arrastada pelo vinho.

– O príncipe Jon está lá fora e insiste numa audiência.

– Disse-lhe que dei ordens para não ser incomodado?

– Sim, senhor. Ele persistiu.

Ned solta um suspiro cansado. Lança um rápido olhar a Cat e move-se na direção do armário, puxando um pesado roupão – Mande-o entrar.

– Perdoe-me por interromper o seu descanso, tio – diz rapidamente, inclinando a cabeça na direção de Cat, os seus olhos cinzentos brilhando de excitação quando encontram o seu rosto de novo – Encontraram uma loba gigante perto do bosque.

– Não é visto nenhum lobo gigante a sul da Muralha há duzentos anos.

– Estava magoada, tinha um chifre de veado na garganta. Morreu por perda de sangue – o sorriso estampado no rosto do sobrinho era largo – Ela teve uma ninhada. Sete lobos. Robb disse que devemos mantê-los, que era um bom presságio. Um para cada um de nós.

– Mas são sete – diz Cat, confusa. O coração de Ned aperta-se. Um para cada um dos jovens Stark, a conta estava certa. Robb. Jon. Sansa. Arya. Bran. Rickon. Alysanne – É um animal perigoso.

– Iremos cuidar deles, são pequenos, devem ter poucos dias. A cadela de Ser Rodrik pariu a semana passada – disse – foi uma ninhada pequena, só um sobreviveu. Terá leite suficiente.

– Ela irá despedaça-los quando tentarem mamar.

O rosto de Jon apaga-se por momentos – Lord Stark são sete crias. Quatro machos e três fêmeas. O lobo gigante é o símbolo da vossa casa – pausa – O símbolo da casa da minha mãe. Estamos destinados a ficar com a ninhada.

Suspira – Se querem esses lobos irão vocês mesmos encarregar-se da sua educação.

– Sim, senhor - responde, sorrindo e dirigindo-se para a porta. Ned engole a seco.

– Jon – chama, parando-o – Oferece uma das fêmeas à sobrinha de Ser Arthur Dayne, e certifica que seja entregue em Tombastela – Cat olha-o, confusa com as suas palavras – Esta manhã ele expressou o desejo dela em ter um animal do Norte como companhia.


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