Dias de Liberdade escrita por Eagle Wings


Capítulo 4
Capitulo 3: Já tenho até um pressentimento... Ruim.


Notas iniciais do capítulo

Então, acabei me enrolando mais do que eu esperava pra lançar esse capítulo. Não queria lançar ele antes de estar com o próximo editado. De qualquer forma, é importante que vocês saibam que certas confusões e desinteresses da personagem serão justificados e explicados ao longo do próximo capítulo. Sem mais, espero que curtam a leitura.



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Não conseguia parar de encarar a parede. Simplesmente não conseguia. Já era noite, e a ultima vez que havia comido alguma coisa já fazia mais de 8 horas. O estômago já doía, mas confusão que se passava pela minha cabeça importava muito mais. Finalmente tinha percebido que nada jamais seria diferente, ou normal. Aquele lugar era o meu lar. Aquela era a minha vida. As pessoas eram ou pelo menos agiam como bem quisessem. Eu poderia me adaptar. Mas, mudar? Isso parecia impossível. Impossível.

As palavras de minha mãe ainda soavam na minha cabeça. “Nós te demos várias chances de falar a verdade. As vezes, tudo que eu consigo ver em você é um poço de decepções. ”

Eu deveria ter respondido, mas não consegui. Me sentia um lixo. Tudo o que conseguia pensar era nas últimas palavras. Poço de decepções. E oque era eu suposta a ser? Algum tipo de troféu pra ser exibido? Sempre odiei tanta pressão em cima de mim. Aquilo me oprimia. Se eles sabiam, por que não falaram algo antes? Preferiam ignorar? Não é como se eu fosse doente.

Será que eu já não tinha problemas DE MAIS!?

Sem fazer barulho, saí do apartamento e me dirigi a parada de ônibus. Se voltasse antes deles acordarem, jamais saberiam que não estive ali a noite toda.

Tinha prometido a mim mesma que não faria mais isso, o que foi estúpido. Eu não quero parar algo assim. Alivia meus problemas. Faz tudo parecer possível, faz eu me sentir invencível. É a única coisa capaz de fazer isso, mesmo que só por alguns minutos ou horas. Todo o ruim faz parte de mim, e não vai embora até que algo tome conta. Só preciso de... um pouco... mais. ”

Acordei em um salto, e logo percebi que estava soando. Meu cobertor e meu travesseiro estavam jogados no chão. Estendi minha mão pela cabeceira da cama até encontrar meu celular. Seu visor marcava 5 e meia da manhã. Levantei, perfeitamente desperta, e atravessei o quarto até o banheiro.

A palidez da minha pele me assustou, assim como as minhas olheiras. Minha dor na perna não me deixaria voltar a dormir, mesmo se tentasse. Depois um banho demorado, me vesti e desci as escadas até a sala de estar, onde tomei um analgésico e decidi permanecer assistindo TV até a hora de sair.

O sonho que tive não saía da minha cabeça. A conversa do dia anterior me lembrou das discussões que aconteceram mais de um ano antes, fazendo-as voltar a perturbar meus pensamentos. Aquele não fora um momento ruim, no entanto. Concordaram em voltar a me deixar fazer as coisas por conta própria, desde que os passasse confiança. Não era um trato assim tão ruim. Só precisaria começar a arrumar bons álibis e não me meter em mais nenhum imprevisto. O fato é que eu não era o tipo de pessoal sem sentido que não dava a mínima pra confiança dos pais, ou a minha própria segurança. Eu sabia o limite. Eu tinha controle. Eu só precisava do bom daquilo tudo. Se eu quisesse, eu poderia parar. Eles não precisavam e não deveriam se preocupar comigo. Ou pelo menos era o que eu sempre pensei.

Antes de dormir, porém, meus pensamentos andaram por outros caminhos. Não cheguei a perguntar muitos fatos, e ainda não sabia se de fato queria, mas as noticias que recebi sobre os acontecimentos com os alunos do colégio me chamavam muita atenção e despertavam as piores das minhas curiosidades. Por que o tal do garoto tinha morrido? Em que circunstâncias? Quanta culpa tinha o pessoal que estava com ele? E, claro, por que ninguém parecia muito a fim de falar sobre isso? Talvez houvessem pessoas nada confiáveis por lá, e eu deveria tomar cuidado com quem me envolvia. Ficar fora do radar já havia começado a parecer uma ótima ideia novamente. O fato era que eu não sabia se conseguiria. Mesmo estando lá somente à um dia, algumas daquelas pessoas me pareceram incríveis. E sedutoras também, se fosse levar em consideração a garota que eu nem sabia o nome e me tirou do sério por um minuto. Apesar de eu saber que aquele era o tipo de problema que deveria evitar acima de tudo, as vezes é difícil de se controlar. Isso me preocupava.

Meu maior problema, porém, seria eu mesma. E eu sabia perfeitamente disso, mesmo que não gostasse de admitir. Foi no meio desse pensamento que ouvi a voz da minha mãe me chamando.

“Menina, você me assustou. Não esperava te ver aqui em baixo a essa hora. ” Disse, enquanto descia as escadas ainda de roupão.

Chequei o relógio do celular. Seis e meia. Não era tão cedo assim, se eu pretendia sair em quinze minutos.

“Mas já é quase hora de sair...” Falei, com descaso.

“Você já vai tão cedo assim? Parece perigoso pra ir sozinha...”

“Não é perigoso, não. Mas de qualquer forma, eu vou com uma colega que mora aqui perto. ” Não era mentira. A Luana tinha me mandado uma mensagem pelo WhatsApp na tarde anterior, me perguntando se eu queria começar a ir a pé com ela pro colégio. Me pareceu uma boa ideia. Além disso, ela não perguntou nada sobre a ceninha que os meus pais fizeram no meio da rua, o que me fez gostar mais ainda dela.

“Como assim? Quem? Já conheceu gente tão rápido? ” Minha mãe perguntou espantada.

“Eu devo admitir que você tinha razão quando disse que o pessoal do sul é mais hospitaleiro. Estão fazendo de tudo pra me fazer bem-vinda. ” Pisquei pra ela. “De qualquer forma, vocês a viram ontem. Sabe, quando me pararam no meio da rua.”

Minha mãe pareceu desconfortável. Ela se demonstrou um pouco arrependida da maneira com a qual explodiu comigo pelo meu atraso.

“Ah, certo. Tudo bem então, eu acho. Você já tomou café da manhã? ”

“Não, na verdade. Mas eu vou tomar no colégio, com algumas colegas. ” Aquilo era verdade também.

Ela riu nervosa.

“Só pra ter certeza... Só colegas, certo? ” Me lembrei de novo do meu sonho. Aquela era a frase que a minha mãe havia dito quando descobriu que eu era lésbica. Ela já não parecia me achar um poço de decepções , mas isso não queria dizer que era confortável com a minha sexualidade.

“Pelo amor de Deus,mãe. É lógico. Caramba. ” Ela realmente havia me deixado desconfortável com aquela pergunta. Era um assunto que me deixava extremamente incomodada de falar sobre.

Um suspiro foi tudo que obtive como resposta.

Meu celular vibrou. Era uma mensagem da Luana avisando que estava na frente da minha casa. Me despedi da minha mãe com um beijo rápido e saí.

–--//---

“Então, gente. Sexta-feira. A gente totalmente precisa sair pra descansar dessa semana. ” Brenda disse animada enquanto dava uma mordida no seu croassaint de chocolate. Como ela conseguia comer algo tão doce logo cedo?

Alexia parou de me contar um pouco sobre nossos professor para rir. Por algum motivo, ela parecia muito mais comunicativa comigo do que no dia anterior.

“As aulas começaram ontem, guria. Tu nem tem por quê estar cansada. ” Ela respondeu para Brenda.

“Bom, pelo menos em um ponto ela tem razão. Nós realmente deveríamos sair. ” Milena resolveu se meter na conversa. Aquilo me surpreendeu, já que ela estava tão vidrada no celular que parecia não estar prestando atenção alguma á conversa.

“De fato. Mas só semana que ver. Eu vou passar o final de semana com os meus primos e vocês sabem que a Fernanda tá todo o findi em Capão da Canoa ultimamente...” Alexia retrucou.

Resolvi não me meter na conversa, já que nem sabia se seria convidada pra ir junto ou não.

“Pois é... Eu acho que ela tá pegando aquele sarado que estuda no Cenecista por lá, só pode. ” Cenecista. O nome me parecia familiar. Era outro colégio particular que ficava não muito longe dali.

As meninas eram muito legais, mas suas conversas me deixavam um pouco deslocalizada. Vagueei o olhar por todos os lados do pátio em que poderia. Eu não admitiria, mas lá no fundo estava o tempo todo procurando pela garota do dia anterior. Isso é tão estúpido .

As ouvi conversar por mais alguns minutos até que o alarme soou e fomos até a sala. Conforme elas já tinham me contado, a Fernanda chegava atrasada praticamente todos os dias e não haviam motivos para espera-la, a não ser que estivesse procurando por uma advertência de algum funcionário.

–--//---

Honestamente, nunca tinha tido uma aula de química tão entendiante em toda a minha vida, se comparado com aquele dia. Sentia uma saudade imensa de meu antigo professor de química, jovem e divertido. Aquela velha parecia capaz de cair em um caixão a qualquer segundo. Sem contar o fato de que aparentemente o ar condicionado da sala estava estragado e eu soava litros.

Olhei pra Fernanda, que estava sentada do meu lado. Ela havia chegado somente no 2o período de aula, e mesmo assim nem tirou o caderno da mochila. Não demorou muito tempo para perceber que a minha turma - se é que eu pudesse chama-las assim depois de somente duas aulas - , não era a que compunha as melhores alunas ou as melhores notas. Tanto a Alexia quanto a Fernanda já haviam repetido algum ano, assim como eu. Milena perdeu um ano no seu intercâmbio, então também poderia ser levada em consideração. A única com 16 anos ali era a Brenda. Mesmo assim, elas pareciam ter um bom comportamento. Tive de me lembrar que as aparências enganam e ainda tinha muito o que descobrir sobre elas.

“Essa professora é um saco.” Fernanda afirmou, depois de observar meu olhar perdido.

“Percebi.”

“Me passa o teu número, vou te colocar em um grupo no Whats que vai melhorar o tédio rapidinho.” Ela piscou.

Passei pra ela o meu número e logo depois meu celular vibrou algumas vezes. Nem me preocupei em esconder o aparelho enquanto checava as mensagens.

Você foi adicionado ao grupo “Lobada Marota”

Alezada: Algm me mata de uma vez, fz favor.

Diego V: Agr? Não mesmo. Isso pararia a aula de quim.

Rafa Portelo: Dá pra controlarem esses dedos um pouco, não? Meu celular tá pior que o vibrador daqueles nerds que sentam na minha frente.

Alezada: Põe o grupo no mudo, sua anta.

Diego V: De quem é esse numero que a Fernanda adicionou?

Alezada: Já ia perguntar a msm coisa.

F Mendes: É a guria nova, gente.

Aquilo era tudo que eu precisava ler. Chequei a info do grupo. 17 membros, contando comigo. Reconheci uma boa quantidade do pessoal pelas fotos. Todos eram alunos da turma, embora obviamente não todos os alunos da turma. Parecia mais algum grupo estendido. A garota do piercing industrial, Karla, também era um dos membros. Só reconheci pois a foto do perfil era justamente a orelha dela.

Me apresentei e fiquei o resto do período conversando e conhecendo o pessoal. Alguns usavam apelidos e fotos que não me permitiam identifica-los, mas o fato de poder conversar com tantos colegas ao mesmo tempo já me satisfez o suficiente. Alguns deles até me adicionaram no Facebook assim que comecei a mandar mensagens.

Depois que soou o sinal pro intervalo, porém, ninguém digitou mais nada. Fui com as meninas para o bar da escola de novo. Parecia que aquele era o point delas. Particularmente, não tinha nada a reclamar quanto à isso. Já tinha começado a adorar aquele canto do pátio. Não parecia tão lotado ou barulhento quanto o resto do colégio, embora tão movimentado quanto. Sem contar que aquele estilo vintage das paredes e das mesas fazia eu me sentir em um pub, ao invés de uma cantina escolar. Sentada lá, eu tinha boas oportunidades para observar os alunos. O bar parecia frequentado basicamente somente por gente do ensino médio. E devo admitir que todos pareciam ao menos um pouco diferenciados. Não era à toa que chamavam os Porto Alegrenses de alternativos. Aquela gente tinha uma variedade de estilos semelhante ás que eu conseguia ver somente em pontos determinados de São Paulo.

“Então... Eu fiquei sabendo que você já se integrou com algum pessoal da Artilharia, Natalia. ” Milena falou curiosa enquanto pausava algum jogo no seu celular.

Demorei um pouco pra absorver suas palavras, enquanto parava de observar o pessoal desconhecido que saía pela porta.

“Só dois, na verdade. ”Respondi, lembrando da Luana e do Lucas. Não os havia visto desde antes do inicio da aula. “Ou três, mas não tenho certeza.” Completei, assim que me vi pensando na garota da rua.

“Legal. A turma do Lucas Magnus, né? ”

Era a primeira vez que eu ouvia o sobrenome. Não era nada comum.

“Esse é mesmo o sobrenome dele?” Peguntei.

“É... Não sabia?”

“Bom... estou sabendo agora. De qualquer forma, acho que sim. Ele me apresentou a Luana, que descobri que mora perto da minha casa. ” Falei.

“Qual Luana? ” Brenda perguntou, enquanto dava um gole em uma Coca Cola.

“A Herreira né, guria. Que outra anda com o Magnus? ” Fernanda falou.

Percebi que também não sabia o sobrenome dela até o momento.

“Que seja. E quem mais? ” Brenda perguntou de novo. Por algum motivo, ela parecia bem interessada no assunto.

Avaliei a pergunta por alguns instantes. Não havia uma boa razão pra isso, mas me sentia um pouco desconfortável de falar da menina a qual eu não fazia ideia de quem era e tinha o sorriso bobo mais encantador da face da terra.

“Ninguém. Quer dizer, eu nem sei o nome, na verdade. ” Respondi, de repente interessada em mexer em uma falha de costura na minha calça jeans.

“Ah. Certo então. ” Ela encerrou o assunto.

Conversamos sobre alguns outros assuntos aleatórios até que um garoto moreno se aproximou da nossa mesa. Me lembrei dele do dia anterior. Foi uma das primeiras pessoas quem Lucas me apresentou.

“Meus amores, olhem só” Ele falou, dando uma piscadela pra todo mundo. “A gente tá reunindo um pessoal dos terceiro-anos pra ir jantar naquela pizzaria nova aqui perto hoje de noite. Cês tão dentro?”

“Por mim tudo bem, Henrique. Mas de quem exatamente estamos falando? ” Milena perguntou.

Ele parou pra pensar por alguns segundos.

“Ninguém com que você tenha problemas, pelo que eu saiba.” Ele finalizou. Ela assentiu com a cabeça.

“E o resto de vocês?” Ele passou os olhos pela mesa.

Considerei. Depois de todo o drama do dia anterior com os meus pais, talvez não devesse forçar tanto assim o voto de confiança que eles me cederam. Mesmo assim, afirmei que iria ir. As outras meninas disseram que não poderiam.

–--//---

Ás oito da noite, então?

Mandei a mensagem pra Milena, enquanto permanecia preguiçosamente deitada na minha cama. Tinha acabado de acordar, e eram pouco mais de quatro horas da tarde.

Muito cedo. Ás nove.

Ela me respondeu logo em seguida. Anotei mentalmente e respondi um Ok. Nós tínhamos nos combinado de chegar na mesma hora à pizzaria, e eu incrivelmente já me sentia extremamente amiga dela.

Tomei um banho rápido e decidi já me vestir. Alguma coisa relacionada ao fato de que eu estaria saindo de casa um pouco me animou muito. Fazia muito tempo que eu não fazia isso, e talvez até conseguiria uma oportunidade pra beber um pouco. Sentia uma saudade mortal de Heineken. E daquela divina felicidade que tomava conta de mim quando eu bebia uma.

–--//---

Já passavam das nove e vinte quando desci as escadas até a sala de estar da minha casa. Meu problema com atrasos era sério. Mãe estava segurando o telefone fixo na mão, e desviou o olhar quando percebeu que eu estava me aproximando.

“Eu pensei em pedir pizza pra nós, o que você acha?” Ela perguntou. Foi quando me lembrei que não tinha informado sobre os meus planos.

“Hã... Na verdade... Eu tava pensando em sair. Meus colegas estão naquela pizzaria a duas quadras daqui... Se você não se importar, lógico. ” Fiz a minha melhor expressão de boa moça.

Ela me encarou por um instante. Eu tinha certeza que parte dela ainda pretendia me deixar de castigo pelo resto da vida. Quando estava prestes a perder todas as minhas esperanças, ela suspirou e disse que me daria uma carona. Não ousei discutir, mesmo que a distância fosse absurda pra precisar ir de carro.

Assim que cheguei na frente da pizzaria, percebi a Milena me esperando ao lado da porta, enquanto mexia no celular. Eu não esperava que ela fosse de fato me esperar pra entrar quando eu pedi, então aquilo me surpreendeu.

“Esperou muito?” Perguntei, me aproximando. Ela olhou pra mim como se nem tivesse percebido minha presença até o momento.

“Levando em consideração a minha pontualidade, sim. Mas não tem problema.” Ela afirmou, enquanto nos dirigíamos a porta.

Eu estava prestes a empurrar a maçaneta quando ela foi puxada pra trás, e alguém saiu de lá apressadamente. Meu coração deu um baque quando percebi quem era. A garota do sorriso bobo de novo. A diferença é que a expressão no seu rosto estava o oposto de um sorriso. Ela parou por um instante quando passou por mim e olhou para a porta de novo. Uma garota ruiva que eu nunca tinha visto saiu dela bem na hora.

“Manda ela ir pro inferno por mim, faz favor. ” Sua voz estava irritada, mas mesmo assim era marcante.

“Eu diria pra ti fazer isso você mesma, mas né... Parece que até a tua paciência tem limites.” A ruiva brincou.

“Tá de zoeira com a minha cara? Vai pro inferno também, Bruna. ”

ntes que pudesse obter uma resposta, ela simplesmente se virou e foi embora sem nem me ver. Que inferno.

Assim como a Milena, eu simplesmente permaneci atônica olhando pra porta. Agora a Luana também tinha aparecido lá. Ela e a ruiva que agora eu sabia se chamar Bruna se entreolharam sem nos perceber.

“Agora a cobra vai fumar... ” Bruna falou pra ela.

“Duvido muito. Você não conhece ela como eu. Leva paulada de todo mundo desde o ano passado, mas não faz nada pra revidar. ” Luana respondeu. Fiquei tentando entender do que, ou pelo menos de quem elas estavam falando. Seria da menina que acabou de passar tão perto de mim e, aliás, eu ainda nem sabia a droga do nome!?

“Que porcaria a Pryzinski tava fazendo aqui? E o que aconteceu dessa vez?” Milena perguntou pra elas, fazendo com que ficassem cientes da nossa presença.

Pry oque? Era aquele o nome dela? Bom, algum apelido ou sobrenome, pelo menos.

“Qual o problema que ela tava aqui? Não teria dado problema nenhum se aquela vagabunda da Vitória não tivesse aparecido sem ser convidada. Guria endiabrada. ” Bruna respondeu pra Milena.

Luana só se contentou em sorrir pra mim, me cumprimentando silenciosamente. Cumprimentei de volta, e todas nós entramos na pizzaria.

Da conversa que se seguiu entre elas, não consegui entender praticamente nada. Algo relacionado a algumas pessoas as quais eu não reconhecia o nome e uma tal de Vitória que segundo elas andava se comportando de maneira insuportável ultimamente. Minha mente estava a mil por hora tentando capturar qualquer detalhe vago, embora em vão. Quando eu e Milena nos sentamos na mesa que a Luana e a Bruna estavam sentadas anteriormente, junto com o Lucas e mais algumas pessoas as quais eu não fazia a minima ideia de quem era, ordenei ao garçom uma Long Neck e pude me entreter pelo resto da noite sem me importar com as pessoas ou os acontecimentos a minha volta. Fofocas pareciam rolar por todos os lados, mas tudo o que me importava era o meu copo cheio e a lembrança, agora vaga, da expressão irritada daquela garota. Eu queria perguntar a Milena e a Luana sobre quem era ela, mas por algum motivo não o fiz. Talvez por simplesmente sentir internamente que era pura encrenca.


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Notas finais do capítulo

Finalmente já chega de introduções puras e já vai se desenrolando algum enredo... Thanks God. Eu realmente não vejo a hora de postar o próximo capítulo. De qualquer forma, agradeço a você que chegou até aqui e lhe deixo a vontade se quiser comentar alguma coisa. Qualquer coisa, mesmo.

Desde que realizadas com respeito, todas criticas, sugestões, correções, e etc são muito bem-vindas e desejadas.



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