Sol da Meia-Noite escrita por Manuela Freitas


Capítulo 12
Medo do Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Comentem o que estão achando e se deverá ter uma segunda temporada, por favor. Boa fic, beijooos. ♥



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Fui dominada por uma tristeza que me impedia de fazer qualquer coisa. Eu queria perguntar a Jacob de uma vez porque ele se sentia tão culpado, se o que houve foi uma fatalidade. Por outro lado, eu precisava respeitar a decisão dele.

Não seria fácil passar dias sem ele, uma hora eu iria explodir.

Eu encarava o pequeno livro em minha cômoda, com a capa um pouco molhada depois de eu ter limpado a singela mancha de sangue nele. Estava estampado “Montaneli” na capa, em letras douradas. Um sobrenome italiano pelo visto. Comecei a ler. Palavras todas feitas a mão, por caneta-tinteiro, formal e antigo. Frases em italiano, me atrevi a traduzi-las no computador. Nada fazia muita diferença, guerras, imortais, pelo jeito se tratava de uma família muito antiga. Continha os seguintes nomes já na primeira página: Noè, Di Eveline, Dell´ Apollo, Di Baltasar e Di Samanta.

Peguei meu celular imediatamente, aqueles nomes não tinham tradução na internet e uma dúvida rondava a minha cabeça. Fechei a porta, coloquei ACDC para que não me escutassem. Liguei para o número desconhecido que me ligara na festa.

–Andrew?

O que foi dessa vez?

–Eu preciso dizer, não que me importe, mas minha família vai caçar você, Tente não ficar por perto.

Está pedindo pra eu me cuidar?

–Na verdade eu não queria, mas você morrer por minha culpa não seria nada bom.

Tá bom, eu acredito. Pode fingir que não se importa comigo. Eu sei você que se importa mesmo.

–Azar o seu, porque na verdade eu preciso de informações. O que sabe sobre italianos?

Tava demorando. Ligou pro Tio Andrew pra pedir ajuda, bem típico.

–É serio.

Tenho cara de quem fala italiano?

–Eu roubei um livro da irmandade. Não conte á eles. Tá escrito em italiano, mas não consigo traduzir tudo. É muito antigo.

O que quer saber?

–Bom, tem uns nomes estranhos aqui. Pensei que eram os chefes da irmandade, mas não tem o Noah.

Quais são os nomes?

–Noè, Di Eveline…

Espera aí - Ele me interrompeu -Sabe o que significa Noè em italiano?

–Tenho cara de quem fala italiano? - O imitei.

Andrew riu irônico.

Noè em italiano significa Noah.

–Então essa Di Samanta é a Samantha irmã do Noah?

–Exato, Sherlock Holmes. - Ele brincou

–Elementar, meu caro Watson - Brinquei de volta

Só tem graça quando eu faço, Renesmee – Ele riu

–Tenho que desligar.

Os nomes finalmente se encaixaram. Noah, Eveline, Apolo, Baltasar e Samantha. Nada que interferisse nos Volturi quererem matar minha família, mas se essa família estava disposta a se arriscar por mim, eu teria que conhecê-los melhor. Eu só havia conhecido dois membros dessa família. O que me aguardava?

–Posso entrar? - Minha mãe bateu na porta. Joguei o livro debaixo da cama.

–Pode, claro.

Ela se sentou no espaço vazio no meio do colchão, em cima das pernas, do mesmo jeito que eu estava.

–Já liguei pra sua escola. Disse que você não foi porque estava doente. Gwen e Zoe confirmaram a desculpa a sua turma, mas se não quiser ir amanhã, eu compreendo.

–Eu quero ir. Preciso vê-las e não posso ficar faltando já no primeiro mês de aula.

Minha mãe pareceu um pouco sem jeito, eu, mais ainda.

–Eu não vou proibir você de fazer tudo. Vai poder ir a escola normalmente.

–Vão me levar e buscar, não é? - Perguntei. Ela suspirou.

–Sim, não podemos arriscar.

–Tudo bem mãe. Sinto muito se fui egoísta querendo ver Jacob. Eu imagino como vocês todos devem ter ficado. Me desculpe.

–Não precisa se desculpar. Só fica comigo e nunca mais me deixe. Você me ouviu? - Ela me abraçou e não respondi, pois aquilo era algo que eu não poderia prometer. Uma hora eu teria que voltar para a irmandade e descobrir um jeito de derrotar os Volturi, antes que tirassem tudo que eu tenho.

–O que ele disse? - Sussurrei

–Ele quem? - Ela questionou.

–Jacob, mãe. O que ele disse a vocês?

Ela se afastou.

–De início eu voei em cima dele. Mas ele estava muito desesperado, Edward e eu percebemos que foi um acidente. Ele disse pra nós mantermos você longe dele. Jacob disse que não gostaria e nem conseguiria ver você depois do que ele fez. Antes de você acordar ele se foi.

–Pra casa dele?

–Não. Ele saiu floresta a dentro em forma de animal, deve querer ficar sozinho por um tempo -Ela disse baixinho.

–Pensar em como ele deve estar acaba comigo. Eu nunca fiquei longe dele por mais de três semanas, eu acho - Sorri ao pensar na fisionomia dele, mas uma lágrima impediu que o sorriso durasse.

–Está tudo bem, ele vai voltar, como você voltou. Eu te amo, Renesmee - Ela tirou uma mecha do meu cabelo que caia no meu rosto - Quer ficar sozinha?

Afirmei com a cabeça, ela saiu em segundos.

Parecia que tudo ficava pior a cada segundo. Como eu suportaria tudo se a pessoa que me fazia esquecer dos problemas havia fugido de mim? Como eu poderia sorrir para minha família se sempre que os olhava a imagem dos Volturi vinha a minha cabeça? Como conseguiria dormir se tudo o que eu pensava era se devia confiar nos desconhecidos que diziam me ajudar?

Naquele momento tive uma espécie de crise de existência. Frágil, inexperiente, meio mortal, adolescente e no colegial, eu não conseguiria matar nem uma mísera mosca, como salvaria um clã inteiro?

Chorei abraçada ao travesseiro enquanto ouvia Clocks, do Coldplay. Lembrei que aquela música tocava no meu aniversário, última vez que tinha visto Jacob.

Não conseguir dormir nem por dois minutos. Vesti-me de forma apressada. Jasper me levaria a escola, me escoltando. Ótimo.

–É o seu primeiro dia. Não vou opinar sobre essa roupa horrorosa que está vestindo - Tia Alice grunhiu enquanto eu ia para a sala.

–Não é meu primeiro dia, só estou recomeçando. - Tentei sorrir.

–Bom dia.

–Bom dia pai - Ele sorriu receoso - Tio Jas, podemos ir?

–Claro - Ele deu um breve beijo em Tia Alice e abriu a porta do carro, cavalheiro como sempre.

Fui pescando pelo caminho. Realmente estava com sono.

–Meu Deus, aquele não é o Jasper Cullen? - Gwen cutucou Zoe apontando para o carro de onde eu ouvia tudo que faziam.

–Será que tem notícias dela?…-Ele estacionou fazendo com que as duas ficassem imóveis. Eu desci, acenando sem jeito. Como de costume, as duas se preparam para correr até a mim, mas eu me adiantei e corri até elas.

–Vou querer saber aonde você estava? - Gwen perguntou em meio a sorrisos, levantei as sobrancelhas ignorando a pergunta dela -Vou querer saber como voltou? Todos acham que estava doente, mas nós estávamos lá quando você desapareceu -Ela insistiu.

–É complicado. Eu vou contar, eu prometo, mas por favor agora não.

Elas compreenderam depois de muita insistência de minha parte. Outras pessoas -quase metade da escola- me distribuíram cumprimentos. Fiquei surpresa por vários “Você está se sentindo melhor?”. Caminhamos, atrasadas, até a sala. Andrew havia dado a desculpa na secretaria de que tinha mudado de cidade e pediu transferência. Afinal, manter seu disfarce ali não tinha mais nexo.

–Quem levou você? Vou ser direta, como sempre.

–Eu ainda não sei, Gwen. Usavam capus - Menti mais uma vez, me sentei com a falante Jesse que era meu par de carteira. Zoe e Gwen se sentavam em nossa frente.

–Você está melhor? Porque a escola toda pensou que você tava internada, ou algo do tipo, mas eu acho que você tava é em casa, dormindo - Ela sorriu, insinuando estar apenas brincando - Tô brincando Nessizinha. Espero que esteja melhor de verdade!

Eu gostava dela, mas “Nessizinha”? De qualquer forma, estar ali me fazia esquecer um pouco dos problemas. Blin! Por sorte o professor de biologia não ouviu meu celular apitar.

“Conta o resto” - Zoe me mandou uma mensagem.

“Contar por mensagem?”

“Quer que o professor nos mande pra diretoria de tanto conversar? Ele é bobão a ponto de não ver nossos celulares, mas se conversarmos…”

“Gwen está vendo também?”

“Sim”

“Eu consegui escapar de onde me mantinham. Não tinha celular nem nada, fui pra casa e no caminho Jacob pensou que eu fosse o sequestrador. Adivinhe só.”

“Ele bateu em você achando que fosse o bandido?” - Gwen interviu.

“É claro que Jacob não me bateu, foi mais uma topada.

“Uau. Deve ter doído” - Ouvi as duas rirem na mesa da frente.

“Isso não importa, ele está se sentindo culpado e não quer me ver.” - Expliquei

“Que bobagem da parte dele, porque não o procura?”

“Meus parentes prometeram a ele que me manteriam longe. Estou meio que em uma prisão domiciliar.”

“Simples, nós ajudamos você a fugir e você o encontra, ele querendo ou não. O que acha?” - Zoe me surpreendeu, a doçura dela desaparecera num momento perfeito.

“Minha família percebe bem as coisas, acredite. Agora vão prestar ainda mais atenção em mim.”

“Damos um jeito deles não perceberem. Quer ver o Jacob ou não, Renesmee?

“De onde saiu isso garota? - Gwen ficou chocada também.

“Gostei da ideia, vou ver o momento certo e aviso vocês, criminosas.”

“Olha quem fala, Renesmee”.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor. Beijos.



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