Sol da Meia-Noite escrita por Manuela Freitas


Capítulo 11
Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Gente, repetindo só. Essa fic vai ser finalizada, mas vai ter a segunda temporada, que vai ser uma continuação. To demorando um pouquinho mais porque meu note tá demorando pra chegar. Obrigada, comentem e boa fic! :)



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Renesmee

Não há nada a se fazer, Edward – A voz de Carlisle me acordou, porém eu não enxergava nada.

Tem muito sangue! Jacob a atacou, Carlisle. Você tem que parar o sangramento!

“Jacob a atacou”. Meu pai disse em um tom como se a culpa fosse realmente dele. Acordei no mesmo instante, protestando com os olhos. Eu estava sobre uma maca, na sala. Todos me olharam reprovadores. Não me importei nem um pouco, só estava inundada por uma felicidade imensa de tê-los perto.

–Não há mais sangramento, filho. Não era mesmo provável que uma híbrida sangrasse por muito tempo. Por pouco não atingiu a artéria, teria sido fatal se atingisse. Mas, como não foi, já cicatrizou. Esse sangue só precisa ser limpo. Ela está bem.

Olhei para meu busto e vi o livro minúsculo saindo do bolso interno do casaco. Eu tinha “pego emprestado” da mansão da irmandade. Parecia revelar algo, então o peguei. O escondi de volta no casaco rapidamente. Acabei o sujando de sangue, mas nada que o estragasse.

Uma mão gélida encostou-se à minha, senti um calafrio intenso. Então ela me olhou com o olhar mais carinhoso e saudoso do mundo, com uma brechinha de aflição.

–Oi, mãe – Soei rouca. Tentei não parecer uma idiota, mas deitada ali feito uma criança adoentada já havia estampado isso em minha testa – Onde ele está? – Eu precisava ver Jacob, ver de verdade. Sem nenhuma dor, ou sangue.

–Renesmee, amor – Ela suspirou – Você não tem ideia do quanto eu senti sua falta.

Minha mãe ignorou a pergunta sobre Jacob com razão, afinal eu não a via há dias e já ia perguntando sobre meu namorado? Muita insensibilidade da minha parte. Perfeito, Renesmee!

Levantei meu corpo, ficando sentada. Eu já não sentia mais dor. Apoiei as mãos nas costas dela, jogando seu corpo contra o meu e dando um abraço tão apaixonado que parecia até que não nos víamos há décadas.

–É melhor eu tomar um banho e limpar isso – Murmurei enquanto me afastava.

–É melhor eu ir junto. Você pode não estar tão bem assim... Você precisa ficar inteira, tem muito pra nos contar – Ela sorriu torto. Gelei. Droga! Eu iria ter somente alguns minutos pra pensar em algo, algum álibi.

–Não precisa mãe. Eu juro, estou bem. Não precisa se preocupar mais.

–Eu não me preocupar mais? Meio inútil dizer isso, sabe que não conseguiria nem se quisesse – Ela deu um beijo delicado em minha testa – Tudo bem, demore o tempo que precisar.

Subi devagar, era agradavelmente bom estar de volta. Eu quis poder dizer que tudo estava do jeito em que deixei, mas, não. Com certeza havia sido arrumado várias vezes. Eu não gostava de tudo muito arrumado, mas estava estranhamente perfeito. Coloquei o papel que eu tinha pego - roubado - da visita a Noah.

Ao ligar o chuveiro ouvi um estrondo quando a água caiu no chão do banheiro, parecendo uma metralhadora em ação. Estava tão alto, coloquei as mãos nos ouvidos tentando abafar.

Aquilo desencadeou algo fascinante e incômodo ao mesmo tempo. Passei a escutar ainda melhor do que anteriormente, qualquer suspiro, qualquer movimento vindo da sala, mesmo com o chuveiro-metralhadora ligado.

–Ela parece cansada. Foi atacada também, é bom levarmos isso em consideração – Pude ouvir Esme nitidamente, enquanto terminava o banho.

–Eu quero saber o que aconteceu com ela! Não posso nem pensar na ideia daquele Volturi, Andrew, ter feito algo com a minha filha.

Vesti-me e resolvi encarar o problema de vez, eu não aguentava ouvir falarem suposições sobre mim e não opinar em nada. Resolvi olhar no celular, Gwen e Zoe deviam ter mandado milhões de mensagens, mesmo sabendo que eu não responderia. Jacob devia ter mandado também. Resolvi ler as mais recentes primeiro:

“É melhor pra mim, imaginar que você está viajando. Ou que tenha arrumado um namorado e fugido, porque se eu pensar em qualquer outra coisa eu sinto que vou endoidar a qualquer momento. Volte logo. Com amor, Gwen.”

“Quando você voltar vou dar uma de Gwen e acabar com você. Você não pode fazer isso conosco. Não pode! Eu , Zoe Morgan, espero que você esteja bem, porque, sinceramente, eu não sei viver sem você. Volte o mais depressa possível. Amo você.”

Chorei feito criança, porém, não havia nenhuma mensagem de Jacob, nem algo do tipo “como está o pescoço?”, ou “você está viva?”, “eu matei você?”.

Minhas melhores amigas, sem dúvida, mereciam uma explicação. Mas, se eu não tinha ao menos uma desculpa para vampiros, num mundo que quase tudo é provável, como eu teria pra duas humanas?

Desci as escadas.

–Mãe? – Não ouvi ruído algum. Olhei em volta, os procurando – Pai? – Caminhei até a sala.

Os dois estavam sentados com os antebraços em cima dos joelhos. Pareciam dois juízes e eu, a ré. Com certeza o resto da família estava em algum cômodo escutando tudo e iriam intervir se preciso.

–Céus, isso é intimidador – Coloquei meus cabelos molhados de lado. Tentando disfarçar a tremedeira em minhas mãos.

–Intimidador? Estranho na verdade, Renesmee. Não é nada convencional você voltar por conta própria, do nada. É ótimo você estar a salvo, é claro, mas assim tão bem humorada e fisicamente? – Meu pai foi direto.

–Não estão felizes por eu estar de volta? – Perguntei. Era errado questionar, pois ele tinha total razão. Eu não estava lidando bem com a mentira. Isso tornava tudo mais difícil.

–Felizes? Essa palavra é até insignificante perto do que estamos sentindo. Sua mãe e eu não aguentávamos mais ficar longe de você. Só queremos saber o que houve. Você não corresponde a nossa preocupação.

Tic, tac! Pensa rápido, Einstein!

–Eu não estou feliz pelo o que me aconteceu lá, estou feliz por ter vocês comigo de novo. Fiz o que você disse mãe – Eu estava péssima mentindo – Eu esperei ele se distrair e fugi. Demorei porque estava muito longe daqui.

–Ele maltratou você, querida? Tinham outros? – Os dois apertaram as mãos impacientemente.

–Na verdade não. Ele não está com os Volturi, não sei por que ele me levou. Ele me deu sedativos pra me apagar, mas não me feriu.

Mais e mais mentiras.

–Isso é um alívio – Minha mãe se moveu ficando frente a mim. Estremeci – Não precisa ter medo, amor. Nós vamos descobrir o que ele quer e matá-lo, com Volturi ou sem. Você vai ficar segura, sempre.

Isso me deixou ainda mais culpada. Eles iriam perder tempo caçando alguém que não é um inimigo, que não me fez mal algum. Não que eu me importasse, ou gostasse de Andrew, mas de forma alguma ele merecia morrer por minha culpa. Abaixei a cabeça e prendi a respiração tentando evitar o inevitável. Comecei a chorar.

–Não... Está tudo bem amor – Meu pai se aproximou, me abraçando, permitindo que seus braços me envolvessem e que minha cabeça ficasse em seu peito –Nós amamos você, tudo vai dar certo – Os dois se olharam, agora achando minha reação normal. Afinal eu havia sido “sequestrada” e sorrir naquele momento era inaceitável. Porém, não era isso que me fazia chorar e sim tudo que estava acontecendo e eu não poderia contar a ninguém.

Bella

–Onde ele está? – Ela disse baixinho, com a blusa de Edward abafando o som da voz dela.

Edward fechou os olhos, apreensivo. Renesmee se soltou do abraço dele, me encarando. Abaixei a cabeça, sem conseguir dizer nada.

–Você não pode vê-lo – Ele sofreu em negar algo tão necessário á ela. Com certeza ela não aguentava mais ficar sem ver Jacob por nem mais um segundo.

–O quê? – Ela se afastou, irritada – Você o proibiu de me ver? Por quê?

–Eu não o proibi, filha. Ele merecia isso, mas eu não o proibi.

–”Ele merecia isso”? Não foi culpa dele. foi só um acidente! Imagine o quão culpado ele deve estar - Ela estava inquieta. Sua voz atingiu três oitavas, ela debateu as mãos na cabeça.

Eu odiava vê-la nervosa daquele jeito. Porém ela era minha de novo, estava ali bem ao meu lado e aquilo não alterou muito meu alívio, ouvir a voz dela - mesmo que gritando - era alegrante.

Eu a impedi de se virar, puxando seu braço.

–Eu não o proibi de ver você, não exatamente - Edward tentava acalmá-la com sua voz abafada. Mas, foi inútil. Renesmee o encarou, o motivando para terminar o que havia dito.

–Jacob não quer ver você - Ele murmurou, aquilo me afligiu dolorosamente.

A reação de Renesmee foi inesperada. As palavras dele foram como um calmante para a sua agitação. Suas mãos se abaixaram, ela respirava pela boca. Seus olhos saltaram, como se um grito estivesse a caminho, mas ela ficou quieta, só movimentando seu tórax acelerado.

–Renesmee, foi uma decisão dele - Intervi.

–Eu preciso ir a reserva. Sem dúvida ele deve estar péssimo com o que fez mãe. Não vou permitir que ele se culpe.

–E eu não vou permitir que vá a reserva. Sei que está mal por ele, mas não posso deixar você ir.

–Eu sabia que diria isso - Renesmee ficou desapontada - Então é isso que vão fazer? Me manter presa? Até quando?

Até pegarmos o vampiro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, até o próximo cap. ;)



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