Quarta-feira era dia de Matemática, com o professor Shaka, e História, com o rejuvenescido Dohko:
-Cara... Só a palavra matemática já dá nó no meu cérebro! – queixava-se Aiolia
-E desde quando você tem cérebro, seu bichano vira-latas? – perguntou Milo.
-Quietos! Ou eu mato vocês! – brincou Mu, imitando Máscara da Morte.
-Hahahaha... – riram todos da classe.
-Quem será o professor de matemática, hein? – perguntou Sammyrah, ajeitando os cabelos – Espero que ele não seja tão carrasco quanto o de Física!
-Você achou que eu ia cair no velho truque da ajeitada no cabelo né? – insistiu nas graças Mu.
-Já perdeu a graça... – resmungou Ikki.
-Droga... – calou-se o Tibetano.
-Sério... Quem será?
-Imagino que seja o Shaka. Ele tem cara de... Matemático. – sugeriu Camus.
Ele estava correto. Assim que o sino bateu, o tranquilo Shaka entrou na sala, de olhos abertos:
-Bom dia a todos. Serei seu professor de Matemática.
-Bom dia... Professor Shaka. – todos o saudaram.
-Vejo que o Máscara da Morte continua estressado... Ele me garantiu que vocês eram demônios.
-Profs... Você não é tão demoníaco quanto ele, Ricky Astley e sua matéria, é? – perguntou Sammy.
-Nem a matemática e nem o Ricky Astley são demoníacos... O Máscara da Morte eu tenho minhas dúvidas
-Como o senhor diz que o Ricky Astley não é demoníaco? As músicas dele são grudentas e irritantes! E a matemática... Nem se fala! Coisa complicada!
-Vejo que teve alguma instrução... É... Como é seu nome mesmo?
-Sammyrah... Grã-Duquesa Sammyrah Romanov.
-Ah claro. A discípula de sangue nobre da Shina. Enfim... Vamos começar a nossa aula com Bhaskara.
-Ah! Essa não é aquela música do Dissidenten? – perguntou Shiryu.
-Não é a música! Bhaskara é o vocalista da banda! – corrigiu Louise.
-É um pior que o outro! – tirou Milo – O Shaka é hindu. Logo, Bhaskara é um rockstar indiano. Dãã-ã!
-Não! Não! E não! – falou tranquilamente o loiro. – Bhaskara é o nome de uma fórmula matemática.
-AAAAAAH! – exclamou a classe toda.
Pacientemente, Shaka explicou os princípios e finalidades da fórmula, tirou as dúvidas e passou alguns exercícios. Ao final da aula, os alunos já não estavam achando a matemática tão demoníaca assim.
O sino tocou. Como naquele dia eles teriam duas aulas, haveria um intervalo de 20 minutos, para que os alunos pudessem lanchar. Sammyrah, Louise, Milo e Kammy estavam conversando enquanto lanchavam, sentados sobre uma rocha:
-Até que o Shaka foi bonzinho... – falava o discípulo do defensor da 8ª Casa Zodiacal. – Será que o Vovô Saradão vai ser também?
-O Dohko é gente fina! – falou Milo.
-História é uma matéria divertida. Na certa será uma aula maneira! – completou Kammy.
Milo sorriu para a garota, que sentiu seu rosto esquentar por baixo da máscara. O sino tocou novamente. Hora de voltar para a sala de aula. Todos tomaram seus lugares e, minutos depois, Dohko entrou na sala de aula:
-Bom dia.
-Fala tio! – saudaram os dourados.
-Graaaaaaande Mestre Ancião! – disseram os Cavaleiros de Bronze.
-Bom dia Profs – responderam os aspirantes.
-Tio é o passado de vocês! Eu já voltei a minha forma jovem e... Bah! Profs eu deixo!
-Ah vá! Agora ele tá se achando só porque é mais jovem que a gente! – enciumou-se Aiolia.
-Dá um tempo, Leãozinho. – invocou-se Shura – Ele até que é muy hermoso!
Dohko dá uma risada e depois pigarreia:
-Enfim... Vamos começar a aula. Eu prometo ser bonzinho se vocês prestarem atenção ok?
-Sim! – todos responderam.
-Então falaremos da Segunda Guerra Mundial.
-Bah! Guerra não, meu! – invocou-se Hyoga – Vai me falar que também teve intervenção nossa?
-Da onde você tirou isso, Hyoga? – perguntou o professor, olhando diretamente para Camus.
-Eu nunca falei tais absurdos para ele, professor. – respondeu o Cavaleiro de Aquário. – Só explicava as leis da temperatura!
-Acho que a culpa foi minha, Mestre. – ergueu a mão Shiryu. – Ouvi uma vez o Máscara da Morte falar algo parecido nos Cinco Picos.
-Shiryu... Naquela época você estava cego e não surdo! – manifestou-se Mu. – Ele falou uma coisa completamente diferente... Mas, enfim... Continue, professor.
-Cara... Essa escola me lembra cenas de um seriado mexicano que assisto. – falou Pierre, para si mesmo, porém todos escutaram, o que gerou uma grande risada coletiva.
-VAMOS PARAR?
O silencio voltou a sala. Dohko explicou toda a matéria, respondendo todas as dúvidas na hora. Quando terminou, os alunos ficaram esperando exercícios, porém:
-Irei fazer os exercícios de uma forma diferente. Chamada Oral.
-Ixi... Danou-se! – exclamou Aldebaran.
-Traduzindo... Ferrou! – completou Danielle.
-Vou começar... Milo: Quando começou a Segunda Guerra?
-Setembro... 1939...
-Correto! Agora vejamos... Mireiya: Quem fazia parte das “Potências do Eixo?”
-Alemanha, Itália e... E... Japão?
-Isso! Shun, responda: O que foi o Holocausto?
-A perseguição de Judeus, Homossexuais, Protestantes, Negros e outros grupos minoritários para criar uma raça pura, enquanto o Hitler era ditador da Alemanha.
-O Hitler perseguia essa galera toda aí porque na época dele não existia o Menudo.
Foi instantâneo: após Seiya terminar a piada, foi atingido em cheio pelos estojos de Mireiya e Kammy:
-Repete, Pônei de Asas, se você for homem! – intimidou a loira
-Não liguem pra ele, meninas... – falou Ikki – Vale lembrar que, há quatro anos atrás, o Seiya também teve seus dias de fama.
-Você também não ficou atrás, Kai!
-Do que você me chamou?
-SILÊNCIO! A AULA AINDA NÃO ACA-... – o sino tocou – TÁ! ACABOU AGORA! SÓ DE RAIVA, VOCÊS FARÃO UM TRABALHO SOBRE A SEGUNDA GUERRA! E EU NÃO QUERO NADA DESSES LIVROS QUE VOCÊS TÊM!
-E onde vamos encontrar outros livros? – perguntou Alexandre.
-Na biblioteca do Santuário. Estão dispensados... Podem ir!
Todos saem correndo, exceto Kammy e Sammyrah, que saem caminhando tranquilamente, carregando seus cadernos:
-Cara... Para os Dourados e Bronzeados será fácil fazer o trabalho. Eles não têm que treinar. – Falava a loira, irritada.
-Teremos que pedir um tempo para nossas mestras. – sugeriu a ruiva – Nada mais justo. Elas que nos meteram nessa encrenca.
-Escuta... Antes de irmos para casa, que tal nós tomarmos um banho no riacho? O dia está muito quente.
-Ah, concordo com você. – Sammy enrolou as pontas do cabelo e gritou – A ULTIMA A CHEGAR É MULHER DO ALDEBA!
-AH ISSO NÃO VALE! – gritou Kammy, correndo atrás dela.
No riacho, as moças olharam para todos os lados e, quando estavam seguras de que não tinha ninguém por perto, se despiram, tiraram as máscaras e pularam na água:
-Está uma delícia! – falou a francesa, mergulhando em seguida.
-Eu acho que está um pouco gelada de mais!
-Ah, deixa de frescura! – ela espirrou um pouco de água na ruiva.
-Hey!
Mal sabiam elas que, Milo, Aiolia e Camus tiveram a mesma ideia de ir nadar. Porém quando estavam quase chegando:
-E escuto vozes de mulher... – sussurrou o Cavaleiro de Aquário.
-Bicho! Eu acho que é a Sammyrah e a Kammy tomando banho – falou Aiolia, caminhando vagarosamente para perto dos arbustos, sendo segurado por Milo.
-Você é louco? Quer morrer?!
-Ah! Elas não vão me matar! Não podem!
-Quieto, Aiolia! – falou Camus – Você sabe bem o que acontece com quem vê uma amazona sem máscara. E pode ter certeza que elas não irão querer a segunda opção.
-Você não vai conseguir me fazer mudar de ideia, geladinho. Eu vou espiar elas tomando banho e pronto!
-Faça o que quiser... Eu vou chamar o Grande Mestre.
-Até você chegar lá, eu já terei visto tudo e mais um pouco!
-Tarado...
-Vem, Milo! A vista tá muito interessante!
-Eu não vou espiar nada, Aiolia. Tenho amor a minha vida – falou o escorpiano, sentando-se em uma rocha.
O que Aiolia não contava era com a esperteza do guardião da décima primeira casa zodiacal. Camus parou na Casa de Áries e pediu a Mu, o Cavaleiro com a Telecinese mais desenvolvida, que comunicasse a Saga o que estava acontecendo. Ao receber a “mensagem”, Saga desce rapidamente até o lago, onde puxa Aiolia pela orelha:
-O que você pensava que estava fazendo?
-Pô, mal aê Mestrinho, mas... Sá comé né?
-Não... Não sei como é! Você deveria pegar uma pena fortíssima por isso. Mas apenas te punirei com 20 horas na biblioteca do Santuário lendo todos os pergaminhos sagrados. Terá que decora o nome e constelação de todos os Cavaleiros que passaram aqui nos últimos 300 anos! E se você ousar cochilar, serão mais 20 horas!
-ISSO NÃO SE FAZ CARA!
-SEM ESSA! AGORA SUBA!
-Sim, Grande Mestre.
Mesmo com Aiolia saindo, Milo ficou ali, sentando atrás do arbusto. Pegou um livro e começou a ler. Ficou tão empolgado, que nem viu quando as garotas saíram do lago. A loira mandou Sammy ir na frente e ficou para trás, surpreendendo o cavaleiro dourado:
-Milo?! O que faz aqui?
-E... Eu... Só vim ler.
-Acaso não estava nos espionando, estava?
-Longe de mim isso, Kammy.
-E então?
-Para falar a verdade. Aiolia, Camus e eu vínhamos tomar banho, até que escutamos você e a Sammyrah. O Aiolia quis espiar, o Camus foi chamar o Mestre, eu sentei aqui e fiquei lendo. Pode perguntar a eles. Irão confirmar.
-Está bem... Acredito em você. Agora vou voltar... Tenho que treinar.
-Espera... – ele a segurou pelo braço.
-O que foi?
-Vamos fazer o trabalho amanhã na Biblioteca de Athenas? Eu peço autorização ao Mestre.
-Hm... Verei... Você sabe que é complicado sair sem máscara.
-Eu sei...
-Enfim... A gente conversa depois.
-Até mais.
Milo surpreende a garota dando um beijo sobre sua máscara, na região onde ficaria a boca. Outra vez o rosto dela esquentou. Conforme ia se afastado, rumo à casa das amazonas, aquela imagem não saia da sua cabeça.
Do outro lado do Santuário, no Zodíaco Dourado, Milo também suspirava pelas pilastras de sua casa, espantando suas servas, acostumadas com suas piadinhas:
-É... Acho que a francesinha está mexendo comigo... E agora?
Ele pensava, enquanto caminhava até a porta de sua casa. Quando chegou, começou a admirar o pôr do sol laranja, vendo nele o rosto mascarado da discípula de Helena.