A taça de champanhe caiu das mãos de Blair Wardolf, era como se um pesadelo tivesse voltado, um pesadelo divertido, mas um pesadelo. Nervosa virou para o marido que também estava com uma expressão pálida e sem emoção, por mais que aquele seja o casal confusão, eles não queriam a Gossip destruindo a vida do seu filho.

– Charles, me dá o seu celular agora!

Chuck continuava pensativo embora todos ali tivessem esquecido da revelação de Bonnie. As crianças não entendiam muito bem, mesmo que já tivessem ouvido algumas histórias sobre a lendária Gossip Girl. Foi uma etapa esquecida desde que Dan Humphrey assumiu a carreira de escritor, pois hoje ele está casado com uma das mais badaladas atrizes de Hollywood, Serena Van der Woodsen e não tem mais tempo para perder num blog. Vale lembrar que eles são pais de gêmeos, também com 16 anos, é só questão de tempo para que os herdeiros de Manhattan se cruzem nas escadarias do Constance.

– Para quê você quer o celular, querida? - Chuck indagou Blair que estava mudando a expressão de medo para fúria.

– Eu vou ligar agora para o Humprey. Ai dele se ele estiver metido nessa história! Vai ver o quanto a Blair do ensino médio evoluiu... - Ela pegou o celular da mão do marido e saiu andando no meio das pessoas sem falar um "A" com ninguém -...Para pior.

Ela sussurrou para si mesma com o sorriso de Queen B igual há anos, ela nunca perderá aquela feição, inclusive não mudou muito, pode-se dizer que o tempo fez bem a ela.

Chuck, Bonnie, Liam e sua mãe Scar continuaram ali depois do surto de Blair, estavam com a mesma reação de antes e nem tinham dado por si que Henry tinha sumido, foi quando Liam percebeu e tentou impedir o amigo-colorido de causar mais polêmica. Tarde demais.

Henry subiu no palco junto da banda para mais um espetáculo ao vivo, só que sem música. De taça e talher na mão, ele roubou a atenção do salão inteiro, para que então pudesse discursar.

– Boa noite, meus amigos. Eu me sinto muito honrado de ter todos vocês aqui com minha família para prestigiar a minha volta às aulas, não que estudar mereça uma comemoração, mas o meu pai não deixa passar uma. -Henry estava em uma postura imponente sem perder a educação - Além disso, tem uma pessoa que eu quero que suba no palco.

O coração de Liam parou, Henry não podia fazer aquilo com ele, se o loiro decidisse se declarar ele teria que desmentir tudo, e talvez nunca mais falar com seu melhor amigo de infância, mas para sua surpresa, Henry não falava dele.

– Bonnie Sparks Danford! - Ele fez questão de falar lentamente para que todos pudessem prestar atenção-, a festa celebra a volta desse exemplo de ser humano para cidade. Ela é um motivo de admiração para mim. Depois de tantos problemas psicológicos, com drogas e descontrole sexual, encontrá - la sã e salva me inspira a ser um homem batalhador. Ter ficado em uma clínica de reabilitação por tanto tempo deve ter sido horrível, mas agora você está nas ruas, forte, cheia de vida, e o mais importante, perto de mim. E eu não vou deixar isso passar em branco. - Só os dois sabiam o que isso significava - Parabéns por seguir os passos da mãe, B!

Bastou Henry olhar fixamente para ela que todo o salão se virou para Bonnie. Ela queria sair dali de qualquer jeito, sua cara queimava de vergonha e raiva, queria colocar as mãos no rosto e se esconder, mas Henry não parou por aí.

– Um brinde à essa heroína que tenho tanto orgulho! - Levantou sua taça bem alto e todos brindaram. Bonnie estava aprendendo da pior forma que mexer com um Wardolf Bass é cavar sua própria cova. Henry bebeu aquela champanhe como se fosse a melhor bebida no mundo, ou melhor, como se tivesse sangue de Bonnie no cristal. Seu olhar desafiador não deixava ela fugir.

– Venha Bonnie, se junte a nós. Quero uma salva de palmas para ela! - Henry fez um gesto com a mão a chamando para o palco enquanto os outros convidados aplaudiam de pé.

Bonnie ficou sem reação, ela estava sem chão, nunca fora tão humilhada, já que normalmente era ela quem estava na posição contrária. - Não seja tímida, venha! É o seu momento!- Henry falava com o seu sorriso mais meigo no rosto, e ele guarda esse apenas para ocasiões especiais.

Todos abriram espaço para Bonnie passar, mas ela não se deu por vencida, levantou a cabeça e foi para cima do palco, deu um abraço forte no Henry, talvez forte até demais e depois olhou para as pessoas do alto como se fosse uma miss.

– Muito obrigada! - Ela sorria, apenas para não mostrar que Henry tinha ganhado, mas por dentro ela estava em cacos.

Assim que pôde, saiu o mais rápido possível da casa do inimigo, sem querer encontrar com ninguém, muito menos ser pega sem armas entre o batalhão dos Bass. Para a surpresa da morena, ficar sozinha tinha sido uma má ideia...

– Segura aí - antes que a porta fechasse.

Era o Liam, que entrou correndo pra dentro do elevador com medo de ser visto por mais gente, sua camisa social branca estava com uma faixa roxa manchada, Bonnie não estava nem um pouco interessada no que aconteceu, mas ele falou mesmo assim.

– Derramaram vinho em mim, achei melhor ir embora.

Ela arqueou a sobrancelha mostrando ainda mais desinteresse no que ele falava, mas para não perder a deixa...

– Por que não pegou uma camisa do namoradinho?

Ele deu de ombros, suspirando.

– Henry está bravo comigo, e as roupas dele não cabem em mim, sou mais alto, e ei! Ele não é meu namoradinho.

Bonnie deu uma risadinha debochada digna de uma nova Georgina, enquanto concordava com o que ele dizia, em um tom ainda mais irônico. Liam revirou os olhos.

– Se ele fosse meu namoradinho, eu faria isso?

Não deu tempo de Bonnie responder à nada e o garanhão pegou ela pela cintura e a imprensou na parede, foi subindo o corpo dela até o seu colo, de jeito que ela ficasse suspensa entre ele e a parede fria do elevador metálico. Tocava o instrumental de garota de Ipanema de forma suave, mas Liam não estava sendo nem um pouco calmo. O garoto sabe atacar uma mulher exatamente como Nate.

Bonnie respondia seus toques à altura. A mão dele descia para a bunda dela apertando com força, fazendo o tecido de sua saia escorregar pra cima, os dois se chupavam e a garota abria os botões da camisa suja deixando o seu abdômen livre para alisar, deslizando mãos bobas pelo corpo definido do Liam até chegar no volume em sua calça, mas nesse exato momento o elevador parou.

Eles tinham esquecido completamente que estavam numa cabine com câmeras, até se soltaram rápido, mas o que está gravado não muda. Quando a porta do salão principal abriu Liam estava com a camisa aberta e o peito roxo, Bonnie com a saia um pouco levantada e descabelada, nem deu para se arrumarem direito, pois os vizinhos flagraram direto do estacionamento.

"A pequena B pode não ser assim tão doce, mas conseguiu sair da festa com o gostinho da vitória. Que menina não sonha em voltar do baile acompanhada de um Archibald? O Liam é um gato, mas é melhor ir com calma, Bonnie! A vingança é um prato suculento que se come frio, só não vá tão depressa ou pode acabar se engasgando. Vejo vocês amanhã na escola, e parece que a cabeça de William será servida no café da manhã. Quem está com fome?"