Capítulo 23

Tris

Quando abro a porta do apartamento, Tobias está no meio da sala, velas iluminam todo o local, ele tem um sorriso envergonhado e malicioso no rosto, eu sorrio de volta.

– Você preparou isso tudo hoje?

– Sim, achei que precisávamos de uma noite só nossa.

– Mas eu estou aqui quase todas as noites.

– Percebi que o único encontro romântico que tivemos foi há muito tempo.

– Então isso aqui é um encontro?

– Você está me interrogando? É melhor e mais fácil se você fechar a porta e vir até aqui..

Faço exatamente o que ele manda, não sei o que ele pretende, mas gosto e muito, por um momento esqueço de todas as nossas preocupações.

Aproximo-me devagar, ele me encara e segura minhas mãos.

– Você sabe que eu te amo, não sabe? – ele me diz, olhando diretamente nos meus olhos, o que me faz estremecer.

– Sei.

– E sabe que, às vezes, me perco e ajo como um idiota..

– Também sei disso – respondo e ele ri

– Às vezes eu só quero que o mundo pare e que sejamos apenas nós dois, para sempre.

– Eu quero isso o tempo todo – eu digo.

Suas mão seguram meu quadril e me puxam para perto de si, ele me beija lentamente e eu sinto meu corpo derreter aos poucos. Percebo que sobre o chão da sala há uma cesta, duas taças e uma garrafa, nos sentamos no tapete, encostados no sofá.

– O que têm na cesta? – eu pergunto

– Alguns queijos, pães, patês. Eu não sou bom na cozinha.

– Você prepara ovos mexidos deliciosos.

– Você diz isso só por que me ama.

– E a garrafa?

– Antigos membros da amizade descobriram uma receita de vinho, é a primeira safra, trouxeram algumas garrafas para Johanna, ela me deu esta de presente, disse que seria para uma noite especial.

– Por que hoje é uma noite especial?

– Esta noite não tem nada de diferente das outras, Tris, mas decidi que temos que aproveitar cada minuto, não quero guardar nada para depois e me arrepender quando for tarde demais. Todos os nossos momentos são especiais. E agora você poderia parar de fazer tantas perguntas e simplesmente aproveitar?

Esta noite pode não ser especial, não é nenhuma data comemorativa, mas deve ser celebrada, todos os dias de nossas vidas devem ser celebrados, como se cada dia fosse o último. Ele tem razão, não sabemos o que pode acontecer amanhã, não podemos deixar nada para depois.

O vinho é forte e me deixa tonta, mas alegre, eu me sinto completamente feliz, aqui, ao lado dele, tudo tem um clima antigo, combina com este apartamento, conosco. Ficamos assim por muito tempo sentados no chão, abraçados, com um cobertor sobre nossas pernas, comendo, bebendo vinho, conversando sobre nada importante, nos beijando. Tudo é tão fácil e feliz.

– Sabe, eu não estou querendo te pressionar, mas tudo o que eu quero é que você volte pra casa. Esse apartamento só tem alegria quando você está aqui.

– Eu estou pensando sobre isso – digo enquanto suspiro – Mas eu gostaria muito de ter alguma coisa só minha por um tempo, ser independe. Eu sinto sua falta todo o tempo em que não estamos juntos, só acredito que criar uma dependência não seja bom para ninguém. Além disso, sentir um pouco de saudades de vez em quando é recompensador.

– Recompensador?

– Sim, acontecem coisas como estas – digo enquanto levanto meus braços num movimento circular, mostrando toda sala mal iluminada.

– Você sempre tem razão.

Eu me movo e me ajoelho em sua frente, olhando para seu rosto, me perco em alguns pensamentos antes de lembrar o que ia dizer.

– Vamos fazer um trato – eu proponho – Quando voltarmos, você ajuda a achar um apartamento para mim, no meio do caminho, entre meu trabalho e aqui e eu prometo passar algumas noites por semana aqui com você e você pode passar algumas noites lá, comigo.

– Eu faço tudo por você, é só você me pedir.

Minha mente vagueia por outros mundos por causa do vinho, me sinto mais relaxada, com vontade de rir, de fazer coisas que me envergonharia se eu não estivesse um pouco bêbada. Tomo mais um gole do vinho e pouso a taça ao meu lado.

– Então me beija – eu peço, me inclinando um pouco em sua direção, e é o que ele faz, um beijo forte e com pressa, como se nossos corpos não suportassem mais ficar separados.

– Você está ficando cada dia mais ousada, sabia? Eu gosto disso.

Tobias me puxa, colocando-me sentada sobre suas pernas esticadas, suas mãos deslizam pela minha cintura. Seus lábios passeiam pelo meu colo, ele tira minha blusa rapidamente, abrindo cada botão, sem desgrudar sua boca da minha pele. A pressa toma conta do momento, não dá para esperar mais, ele aperta meus quadris seguindo em direção aos meus glúteos, eu mordo seu peito e arranho suas costas, isso é brutal e bom, nos enroscamos violentamente. Em poucos minutos estamos nus no chão da sala.

– O mundo pode parar agora? – eu sussurro em seu ouvido.

– Ele já parou – Diz ele enquanto beija meu pescoço e eu o sinto dentro de mim.