Experiment escrita por Pris


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Meu punho se fecha e eu acerto o queixo daquele panaca.

Ele cai no chão e me olha, não com olhar de medo, como de costume, mas de súplica. Será que eu estou parecendo um monstro?

— Que brincadeira de mal gosto é essa?

Sinto que meu rosto está em chamas.. Preciso me controlar



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Capítulo 2

4

Meu punho se fecha e eu acerto o queixo daquele panaca.

Ele cai no chão e me olha, não com olhar de medo, como de costume, mas de súplica. Será que eu estou parecendo um monstro?

Sinto que meu rosto está em chamas.. Preciso me controlar, mas estão ouço a voz de Cara.

– Você é um idiota ou o que, Tobias? Diz Cara

Eu só imploro em silêncio pra que ela não me chame por esse nome

– Escute –diz Cara com a voz mais serena

– Você o está ajudando com essa palhaçada? O que estão fazendo com o corpo dela? Como conseguiram? Eu joguei suas cinzas pela cidades, vocês estavam lá! Grito, com os olhos ardendo e o coração em pedaços.

– Não estamos brincando, 4 - diz Caleb com a voz fraca – Nós a curamos, ela está viva e pronta pra acordar

Ouço isso e desequilibro.

– Que brincadeira de mal gosto é essa?

Sinto mãos pesadas nos meus ombros, Zeke, ele está olhando para o outro grande cilindro, pela primeira vez vejo lágrimas em seus olhos. Dentro do Cilindro, o corpo de Uriah, com os mesmos tubos. Eles a salvaram, eles os salvaram, ele me salvaram.

Eu fito Caleb e ele começa a divagar palavras que voam na minha mente. Não teve falência dos órgãos, o soro da morte camuflou seu estado, mas era grave, Cara roubou uma ambulância ..

– Como? Eu pergunto fugindo do meu transe

–Você escutou alguma coisa do que eu te disse, 4? Pergunta Caleb com uma ruga em sua testa.

Eu apenas balanço a cabeça negativamente e me sento numa cadeira que não sei como surgiu do meu lado.

Ele recomeça suas explicações e eu presto mais atenção desta vez .

– Ela não estava morta, quando pedi pra que me deixassem ver seu corpo, pouco antes de tirarem-na do necrotério e a mandarem para a cremação, eu tentei abraça-la e senti que seu corpo ainda estava ligeiramente quente e aquilo era impossível, peguei um estetoscópio e consegui auscultar batidas muito fracas em seu coração, eu precisava pensar rápido, então chamei Cara para me ajudar, nós conhecíamos este lugar e as pesquisas avançadas a respeito de cura por um soro. Cara roubou uma ambulância e a trouxe aqui. Com a ajuda de um guarda que estava sob o efeito do soro da memória, pegamos um dos outros corpos que estava lá e colocamos no caixão lacrado. Fizemos basicamente a mesma coisa com Uriah

– Por que você não nos contou, Caleb? Cuspo as palavras em sua direção.

– Eu não podia, não tinha certeza que conseguiríamos, não podia dar falsas esperanças a vocês. Se não desse certo, não conseguiria vê-los passar novamente por tudo aquilo. Cara e eu trabalhamos diariamente durante todo esse tempo, precisávamos primeiro aprimorar o soro. Descobrimos que o soro da morte camuflou seu estado, fazendo-na parecer morta, mas que não a matou, então percebemos que ela poderia ser a resposta para a cura, já que este laboratório tinha sido abandonado pelo fracasso de seus experimentos, era perfeito. Tris, não salvou apenas a si própria, ela salvou Uriah e agora podemos usar essas informações para curar milhares de pessoas. – Ele diz isso olhando para Shauna.

Ela está viva, está viva e ainda por cima salvou a vida de Uriah, mas..

– Como? – Zeke pergunta antes de mim

E Caleb recomeça:

– Trouxemos Tris e fizemos uma cirurgia, retirando as balas que laceraram seu estômago, mas a UTI não surtia efeito algum e seu quadro era estável, mas grave, assim como Uriah, ela não acordaria e viveria vegetando em coma profundo. Decidimos começar estudando o soro da morte, para descobrir como e quais efeitos causavam às pessoas. Descobrimos que eles atacam os genes modificados e puros, por isso surtiam efeito em também em Divergentes, mas Tris era imune a ele, isolamos a sequência de DNA responsável por isso e encontramos os inibidores do soro, conseguimos desenvolver uma espécie de antídoto. Esse antídoto agia de forma lenta, mas curava os danos, não apenas os causados pelo próprio soro da morte, mas qualquer dano, precisamos deixa-los imersos nele e através de nanotecnologia efetuar a cura, órgão por órgão, conseguimos avançar significativamente em Tris a cerca de 2 meses, a uma semana chegamos a 100%, iniciamos a recuperação de sua musculatura, lhe dando força suficiente para ser acordada. Para Uriah ainda faltam cerca de 2% de tecidos a corrigir, esperamos terminar e acordá-lo em um mês.

– E quando vão acordá-la? Pergunta Shauna

Era o que eu queria saber, mas as palavras não chegam a minha boca, sinto um nó diferente desta vez.

– Hoje – Responde Cara - Por isso os chamamos, não sabemos se dará certo, mas não podíamos mais guardar este segredo, espero que nos perdoem por não termos contado antes

Cara me olha

– Vocês a trouxeram de volta... – digo com a voz fraca

Ela sorri e me entende, não há por que perdoá-los, eles a salvaram por duas vezes, a primeira, da cremação, estremeço só de pensar e a segunda quando a curaram.

Minha Tris, minha guerreira. Ela está viva

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Cara e Caleb começaram a preparar uma espécie de maca envolta com uma capa prateada e jogavam explicações a quem quisesse ouvir

– Os órgãos deles estão curados e prontos, mas o coração e o pulmão não estão em funcionamento, os mantemos vivos através dos aparelhos fazendo toda a irrigação sanguínea e aérea, precisamos coloca-los sob a manta e iniciarmos o procedimento para que seu Nó sinusal volte a mandar impulsos e o coração recomece seu trabalho sozinho. Esta é a parte mais difícil, pois não sabemos se vai funcionar.

Eles nos colocam em uma ante-sala com uma grande janela, para que possamos ver o procedimento sem atrapalhá-los, conseguimos ouvi-los pelo alto falante, como se fossemos enterder o que eles dizem, velhos hábitos da Erudição, nossa criação dentro das facções não nos abandonam, mas agora chega a ser reconfortante.

Caleb aperta alguns botões e o líquido que envolvia o corpo de Tris vai baixando lentamente, ele se vira pra Cara

– Não há tempo a perder, Caleb, ou a perderemos

– O fluido está quase chegando ou final

Seu corpo é içado por uma maquina, ela parece morta e sem vida, aperto meus olhos, não quero ver isso, não posso vê-la morrer, mas ao mesmo tempo não consigo mantê-los fechados

Quando abro os olhos novamente, Cara está fechando a manta sobre o corpo de Tris, ela ainda tem tubos em sua boca.

– Agora! – grita Cara

Vejo o tronco de Tris levantar, mas uma máquina de medição cardíaca continua com uma linha reta e um barulho constante

– Mais força Caleb

– Não está funcionando, Cara

Eu tremo

– Mais força, Caleb

Vejo Cara o empurrando e apertando os botões

O tronco de Tris levanta-se por mais três vezes

Ela pode

Ela consegue

Eu acredito

E então a máquina oscila

As ondas sobem e descem Pi – pi – pi -pi


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