O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 29
Parte 2: Capítulo 29 - Agora eu percebi


Notas iniciais do capítulo

It Was Always You - Maroon 5



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Ao final da noite eu e Wilke não ficamos juntos, apenas comemos e ele me acompanhou até o meu quarto, Marina já estava lá dentro meio morta. Agradeci sua companhia e me preparei para dormir. 

Acordei com Marina se arrumando para comer, a acompanhei. Quando descemos o refeitório estava deserto ainda. Comemos em silêncio apenas apreciando os poucos minutos que ficariamos sozinhas. Ela tinha olheiras enormes, alguém tinha bebido além da conta.

— Então, o que planeja fazer hoje? - ela me perguntou em meio ao bocejo, levei um tempo para processar o que ela falava.

— Pensei em conhecer um pouco a cidade, acho que podemos andar por ai, o que acha?

— Que eu te amo - ela falou e riu.

Arrumamos uns casacos, fazia frio. Preparamos pequenos lanches e pegamos o elevador. Pietro e Wilke estavam lá dentro, os dois pareciam ainda estar dormindo enquanto nós duas estávamos bem empolgadas.

Começamos a caminhar na calçada do hotel, entramos para o metrô, não tínhamos muita certeza de como funcionava. Marina perguntou, com calma os seguranças nos explicaram e então pudemos embarcar. Descemos em uma estação perto do Vaticano, de lá seguimos para o museu.

Andamos tanto que quando encontramos um lugar para almoçar eu não aguentava meus sapatos, mas o frio me impediu de tirá-los. Tomamos sopas bem quentes que queimaram nossas línguas. Voltamos para o hotel. Já era meio da tarde e era o momento que a maioria estava levantando.

Entramos no elevador. Ele subiu um andar e parou a porta abriu e meu coração falhou em uma batida, minha mãe estava ali, ela me encarou e olhou a Marina.

— É a lua de mel de vocês? - ela riu.

— Se fosse, ela teria sido estragada nesse momento - Marina comentou me fazendo rir. Minha mãe nos fuzilou.

— Não sabia que seu pai tinha dinheiro para isso aqui - ela rodou o dedo.

— E eu não sabia que aceitavam peruas - falei e respirei fundo, eu não queria me estressar, não agora que tudo estava dando certo. Não agora que eu não precisava da minha mãe. Eu tenho a Marina, o Pietro e até o Wilke para cuidarem de mim, a última pessoa de quem preciso é dela.

Ela desceu um andar antes do meu e da Marina, mas aqueles poucos segundos respirando o mesmo ar da minha mãe foram suficientes para me causar uma indigestão. 

— A noite teremos mais uma festinha - Marina falou separando roupa e bem empolgada.

— Não sei se eu vou nessa, ainda não me recuperei da última - ela me olhou e riu.

— Sei do que você não se recuperou - eu a olhei sem entender - Esquece.

Depois de descansarmos, o que quer dizer que dormimos a tarde inteira, nos arrumamos para a outra festa que não seria tão elaborada como a outra. Eu tinha roupas confortáveis para usar e isso era bom. Ajudamos uma a outra com a maquiagem e descemos, do saguão principal já dava diferenciar quem ia para a festa e quem não. Na passagem para o salão eu percebi que a música estava bem alta devido as vibrações e ao esforço que as pessoas faziam para conversarem umas com as outras. 

Pietro encontrou nós duas, ele estava lindo. 

Nos guiou até um canto que estava dividindo com outros meninos que nos cumprimentaram e ofereceram bebida e comida que nós duas aceitamos. Eles conversavam quase gritando ou quase se enfiando uns nos ouvidos dos outros. Alguns deles foram para a pista, disseram que era hora de realmente ver quem eles tinham conquistado na noite anterior. Marina os chamou de idiotas e ficou comigo e meu primo.

— Não quer dançar? - meu primo me perguntou.

— Não sei o ritmo - falei observando - Mas acho que a maioria não sabe - os dois riram e me puxaram para a pista.

Eu tentava seguir o mesmo ritmo dos dois, mas não estava dando certo e nós todos estávamos bem fora de ritmo. Alguém encostou em mim, eu me assustei, olhei um dos meninos do outro colégio, ele sorriu para mim e eu retribui. Começamos a dançar um com o outro, ele se aproximou e eu entendi a investido, me afastei, ele aproximou e disse algo no meu ouvido, eu não o escutei, me afastei, ele franziu o cenho sem entender, dei as costas e busquei pelo meu primo e Marina pela pista, não os encontrei. Comecei a me sentir mal. Saí da área da festa, sentei no saguão do hotel.

Uma mão quente me tocou me assustando, olhei para quem o fizera. Wilke me olhou surpreso.

— Tudo bem? - ele perguntou preocupado.

— Está sim, só não me senti muito bem lá e eu me perdi do Pietro.

— Quer voltar para lá? Eu te ajudo a encontrar ele.

— Não, tudo bem. Acho que vou para o quarto, essa noite já deu para mim.

— Eu te acompanho.

Fomos para o elevador, quando a porta se abriu me deparei com minha mãe e com quem parecia ser seu novo namorado, ela me olhou e me mediu. Passou por mim sem falar nada. Entramos no elevador e subimos. 

De fora da porta tateei meus bolsos e não encontrei o cartão magnético. Reclamei sozinha, Wilke me fez olhá-lo.

— Pode ir para o meu quarto, não tem problema - eu suspirei cansada.

— Eu vou aceitar, faço qualquer coisa para não voltar lá para baixo.

Pegamos o elevador novamente.

Ele abriu a porta do quarto. Me ofereceu uma toalha limpa. A aceitei e entrei no banheiro, deixei a água cair bem quente em minhas costas. Saí para o quarto, ele estava deitado dormindo na cama que identifiquei ser a do meu primo, já que as roupas do Wilke estavam sobre a outra. Eu o cobri, fui para a dele e me ajeitei nos cobertores, estava com muito frio. 

Acordei apenas no dia seguinte, alguém estava deitado comigo. Me virei sonolenta e encontrei meu primo em sono profundo. Me levantei e fui para o meu quarto deixando os dois para trás. Bati na porta, Marina me atendeu sonolenta.

— Pensei que você tivesse sumido - ela falou.

— Perdi meu cartão - me joguei na cama - Passei a noite com o Wilke.

— Vocês dois já se resolveram?

— Não temos nada que resolver - falei sonolenta.

— Certo, continue se enganado, então.

Ela deitou e dormiu, eu a observei por alguns instantes sem entender ao certo o que ela queria dizer, mas eu estava cansada demais para raciocinar qualquer coisa. 


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