O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 20
Parte 2: Capítulo 20 - Inesperado




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Final de semana finalmente.

Eu não via a hora de pararem com os trabalhos, minhas mãos não aguentavam mais digitar e eu não conseguia mais tentar ir a casa da Yara sem precisar inventar uma desculpa para manter Sabine distante, mas agora se eu sair cedo o suficiente com sorte não irei encontrá-la. Foi o que fiz, tomei café e corri para pegar o ônibus.

Eu tinha pensado em algo para tocar com Yara e talvez ela fosse gostar.

Pietro estava de fora do próprio apartamento e parecia tenso, ao me ver ele bloqueou minha passagem.

– Não entre - ele falou - Não vai ser bom - ouvi vozes altas vindas do apartamento, um grito que parecia ser da Yara.

– O que está acontecendo ali? - eu o olhei ele suspirou.

– Minha tia resolveu chegar hoje e veio direto para cá, mas parece que as coisas fugiram do controle - ele encostou as costas na parede e outro longo suspiro - Por favor, volte mais tarde, não vai ser bom... - enquanto ele falava eu batia na porta do apartamento.

Ouvi todos lá dentro se calarem. Alguém caminhou até a porta e a abriu Marco estava ali me olhando e percebi seu semblante relaxar um pouco.

– Você pode voltar depois?

– Não - falei entrando, encontrei Yara vermelha e as veias do rosto inchadas, sua mãe ao centro me encarava, o pai estava com os braços cruzados e tenso e a julgar pela ausência da madrasta provavelmente cuidava do Meleca.

– Que bom que você chegou - o pai falou, eu o olhei, um sorriso forçado - Leve-a para o quarto.

Confirmei e puxei Pietro comigo. Passamos pela Yara e sem cumprimentá-la a puxamos par ao quarto, fechei a porta, ela se sentou na cama tapou o rosto com as mãos e começou a chorar em desespero, Pietro me olhou assustado, eu também estava, os gritos de fora voltaram e ainda bem que ela não podia ouvir.

Lembro que há alguns dias passei um site onde ela poderia aprender libras, me perguntei se ela tinha treinado algo. A toquei, ela me olhou e com os sinais perguntei:

"O que ela veio fazer aqui?"

– Veio me ver - ela limpou as lágrimas - O que é estranho, não deu o período de sempre, disse que tinha uma proposta a me fazer, queria que eu fosse com ela ser modelo - eu e Pietro trocamos olhares - Mas ao ver como eu estava - ela apontou para os próprios ouvidos - começou a culpar meu pai - ela voltou a chorar - Disse que tudo isso só estava acontecendo devido a irresponsabilidade dele, mas foi ela quem deixou meu irmão com meu pai e ele nem era filho biológico, quero dizer, a única irresponsável naquele comodo é a ela e não meu pai, eu vou lá - ela ameaçou levantar, nós dois a seguramos.

– Se você for lá, o que vai dizer?

– Ela falou que eu sou imprestável, pensou que no único momento que eu poderia lhe dar orgulho, eu fiz isso - ela voltou a apontar os ouvidos - Disse que eu sou um vergonha para ela, eu mancho o nome da família e não merecia carregar o nome dela.

– Eu acho o contrário - Pietro falou sorrindo simpático - Você não merece carregar o nome de alguém como ela - ele me olhou confirmei - Veja o que ela está fazendo, está acabano com a sua família, mas eu acho que ela sente inveja. - ela se levantou, eu e Pietro trocamos olhares preocupados, ela limpou as lágrimas, respirou.

– Vou lá - ela foi até a porta nós a seguimos.

Yara abriu a porta, todos da sala nos olharam, Marco estava ao lado do pai e os dois estavam vermelhos e com as veias inchadas, ao verem a menina sair do quarto ficaram ainda mais tensos e no solharam apavorados. Eu desviei o olha r e observei a mãe, ela retomar aa postura.

– Saia dessa casa - Yara falou, todos a olharam.

– Olha só quem ta colocando as garrinhas de fora - a mulher sorriu - Tão rebelde a culpa é sua, Flávio - olhamo o pai ele ficou tenso.

– Não! - as veias da Yara inchavam - A culpa é sua, - ela apontou para a mãe - você não pode culpá-lo por algo que foi um erro seu.

– Você foi um erro meu? - a mulher riu, eu estava ficando nervoso - Escute aqui, você não pode me... - ela virou o rosto, Yara ficou perdida - ... confrontar se não puder me ouvir - virei Yara e repeti para ela o que a mãe dissera, a mulher me fuzilou, sorri em resposta.

– Não sei se preciso te ouvir para te entender - Yara me abraçou pela cintura, abracei seu ombro, ficamos lado a lado - Mas a casa não é sua e sim minha, eu posso expulsá-la daqui - a mulher olhou os outros, Marco acenava para a mãe enquanto o Flávio ficava parado rijo.

– Tem certeza disso? - os três confirmaram como que combinado, a mulher grunhiu e se afastou. Yara relaxou, senti em minhas mãos isso acontecer.

Quando a mulher passou pela porta, Yara me abraçou mais forte, mas sorria, eu retribui o sorriso, ela me olhou como se nada tivesse acabado de acontecer:

– O que você veio fazer aqui?

– Não importa o que ele veio fazer aqui - Flávio falou - Agora ele virá conosco para a churrascaria - eu os olhei - E se recusar será amarrado e trancado no porta-malas.

– Não irei recusar - falei rindo.

Yara foi para o quarto se arrumar.

– Não tivemos tempo de te agradecer - Marco falou se sentando ao meu lado no sofá - Você tem sido de grande ajuda para ela e Yara até cogitou sobre a cirurgia - ele sorriu levemente parecia não consciencia de que sorria e isso era bom, mostrava que os problemas haviam sido esquecidos naqueles poucos segundos .

– Eu só estou fazendo por ela o que ela fez por mim, Marco - ele me olhou confuso - Sendo amigo.

Ele sorriu e no mesmo momento Yara e Meleca sairam de seus quartos.

Ficamos conversando um pouco mais enquanto Flávio não nos chamava logo para sair, eu já estou ficando com fome, meu estomago parece prestes a devorar meus intestinos sem dó nem piedade. Depois de mais de uma hora ele finalmente falou para irmos almoçar.


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