O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 21
Parte 2: Capítulo 21 - Reencontro




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Pietro e a minha tia também foram almoçar com a gente e por essa razão conseguimos todos ir, eles deram carona ao Wilke.

– Vai ter uma festa no próximo final de semana- Wilke falou enquanto pagavam a conta.

– E...?

– Eu estou convidando os três para irem - olhei Pietro e Marco, fazia tempo que nenhum deles saiam.

– Não sei se é uma boa ideia - Marco falou.

– E por que não seria? - ele me olhou - Vão vocês, vai ser bom.

– Não - ele sorriu - Não vou te deixar sozinha enfurnada num quarto.

Suspirei, olhei Wilke, ele ainda mantinha o sorriso gentil, era acolhedor. Olhei meu amigo que ainda esperava uma resposta final nossa.

– Eles vão.

– Não.

– Vocês vão sim, vou precisar de carona para ir e voltar - os três me olharam surpresos, Wilke me analisou eu sorri, ele me abraçou.

– Ei... Ei! Ei! Que manifestação de afeto é essa? - Pietro se enfiou no meio do abraço nos fazendo rir.

Wilke foi em casa mais um dia, ele me ajudou com uma matéria e logo foi embora, disse que tinha de se encontrar com a Sabine e isso me deixou triste, não deveria, mas me deixou. Quando Marco chegou me encontrou deitada no sofá com a ilusão de estar ouvindo algo nos fones, meu braço largado na minha testa já estava úmido de suor. Vi meu irmão passar atrás do sofá, pareceu fazer algo mais, mas eu estava absorta pelos excessos de tinta que secaram formando pequenos montinhos. Levantei o que assustou meu irmão que se aproximava com dois sanduíches nos pratos, ele ficou me encarando estático.

– A festa é hoje? - perguntei, ele forçou o olhar, mas na verdade forçava a memórábios se mexerem em um palavrão. Ele voltou agitado, parecia dizer algo que eu não entendia, então ele parou me olhou.

– Estamos atrasados.

Eu pulei do sofá.

Corri par ao quarto, arrumei qualquer roupa que resumiu em um macacão que era uma saia, uma camiseta rasgada por baixo e um sapato estilo Oxford de salto. Coloquei um colar, amarrei o cabelo parcialmente, passei um batom vinho, lápis com puxadinhos ao final do olhar, peguei uma bolsa que mal cabia meu celular e os documentos, segui meu irmão que ligava para Pietro.

– Ele já está pronto, vamos?

Confirmei.

Chegamos de fora da casa, era a casa da Sabine pelo que Pietro dissera, então teria muita gente do grupinho deles. Assim que saímos do carro um vulto azul correu até nós e me abraçou, fiquei parada com meus olhos quase saltando do meu rosto enquanto a Marina parecia se acabar de tanto chorar ou gritar, não sei. Ela se afastou e por leitura labial entendi a pergunta.

– Por que você não falou comigo? Por que sumiu? Eu...

– Marina - ela me olhou séria - Eu não posso te ouvir. - falei com minha voz quase inexistente.

– Eu estou esgoelando e...

– Não escuto - eu me encolhi nos ombros, eu estava assustada em tê-la encontrado ali, mas eu devia ter imaginado os excessos de tinta secos deviam ter me contado, lógico que ela estaria ali, era uma festa e mesmo que ela não goste de festas não perderia a oportunidade de interagir com meu primo novamente, ela não admitia, mas sabia que ela tinha uma quedinha pelo Pietro, acho que todos sabem, mas ela insiste em negar, sorri levemente.

– Aconteceu algo? - eu a olhei e pulei em seus ombros, ela parecia dizer algo para meu irmão e meu primo, mas eu não sabia o que era.

– Senti sua falta - eu segurava algumas lágrimas.

Ela afastou e me olhou, ela chorava.

– Nunca mais me deixe dessa forma - ela falou dando um tapa na minha cabeça, confirmei.

Demos os braços e seguimos para a festa. Eu senti a fumaça que vinha ali de dentro bater contra meu nariz como se quisesse nocauteá-lo, Marina me puxou para um lado, Pietro e Marco foram para outro.

– Você deve estar entediada - ela falou me olhando.

– Você não faz ideia do quanto - ela riu - Mas e você como está?

– Brava - ele me fuzilou - Não podia estar diferente, minha melhor amiga resolveu que não falaria com mais ninguém e a única pessoa que tinha alguma noticia sua e me passava era... - ela riu e bebeu um pouco do líquido azul, amarelo e sei lá mais que cor tinha naquilo - ... Está vindo - ela apontou com as sobrancelhas.

Me virei e encontrei Wilke vindo até nós através da maré de adolescentes que variavam entre drogados e bebados, apenas bebados ou aqueles dopados pelos cheiros, eu me encaixava nesse último grupo mas eramos minoria e pretendo sair da minoria logo, estou querendo beber algo.

– Posso roubá-la por alguns minutos.

– Só porque é você, Wilke.

– Você um amor.

– Eu sei que sou.

Ela nos deu as costas e foi falar com alguém que eu não fazia ideia de quem era.

– Vem - ele me puxou pela mão.

Eu o seguia sem a agilidade de desviar das pessoas, então muitos tomaram banho de bebidas, sinto muito.

Ele me levou até a sala, estava cheia, no sofá tinha muita gente entre eles Pietro que ao me ver acenou, acenei de volta. Jogavam War.

– Sério? - ele confirmou.

– Ali jogam Poker, ali Rammikub, ali Buraco, ali Monopoli, ali Verdade ou Desafio e muitos outros espalhados pela casa.

– E tem espaço para jogarem tudo isso? - ele confirmou - E esse pesosal em volta?

– Próximos, torcida, bebados - ele riu.

– Você joga alguma coisa?

– Só fico na torcida, mas vez e outra arrisco o Poker. - deu de ombros - Quer comer algo?

Confirmei.

Ele me levou até a cozinha que me surpreendeu por estar vazia. Pegou um pacote de pão uns frios, ele sabia onde tudo ficava.

– Ela não vai se importar? - perguntei pegando o sanduíche, ele se sentou no balcão, eu apoiei na pia ficando de frente para ele.

– Sabine? - confirmei - Não, ela já está loucassa - ele falou como se aquilo fosse normal - Por isso estou com você sem ela ficar perturbando.

Mordi o sanduíche, os que o Marco tinha feito ficaram em casa sem serem tocados, provavelmente não estarão mais lá quando chegarmos daqui, então é bom eu comer algo e comer antes de beber um pouco.

– Me leva para pegar uma bebida? - ele me olhou surpreso.

– Você tem certeza?

– Não estaria pedindo se não tivesse - revirei os olhos - Não se preocupe eu busco algo sozinha.

– Não! - ele puou do balcão - Vão te dar coisa forte, conheço essa galera.

Ele me acompanhou, pediu algo que eu não vi o que era, me entregou, experimentei e era bom. Agradeci, ficamos escorados no balcão das bebidas observando alguns jogarem, alguns jogos silenciosos outros saiam gritos.

– Como conseguem jogar essas coisas aqui?

– Não sei - ele riu - Também me pergunto isso.

Ficamos conversando por mais um tempo até Marco vir me chamar para ir embora.

– Obrigada pelo convite para a festa - falei me despedindo de Wilke.

– Não foi nada. - ele sorriu.

No carro Pietro e Marina já estavam no banco traseiro, entrei no meu lugar.

– Posso dormir na casa de vocês? - o cabelo azul esvoaçante perguntou.

– Claro que sim - Marco falou e me olhou.

– Pode sim.

Ela soltou um gritinho comemorando.

Em casa arrumamos a cama dela no meu quarto e eu sabia que não iriamos dormir, ela ia querer saber de tudo quando aconteceu, por que não falei com ela, como o Wilke sabia e ela não, e eu só poderia descansar quando todas fossem respondidas.

E que as perguntas comecem!


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