Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 13
Um Novo Amor


Notas iniciais do capítulo

O amor esta dando algumas voltas por aqui!



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POV Regina (Amara)

Eu tocava o piano para me distrair, para tentar afastar os pensamentos ruins de mim. Respirava fundo para não me aborrecer com tudo o que estava em minha cabeça. Afinal, eu estava me aborrecendo pelo o que era muito pouco. Eu tenho que me controlar ou serei diagnosticada com SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado), o que muito em breve me levaria a crises de ansiedade.

—Respire, respire... —Falo para mim mesma. Eu respiro forte enchendo meus pulmões de ar e os prendo. Brevemente os solto, e assim faço por inúmeras vezes.

Ouvi falar que reclamar na frente do espelho também era bom para não ficar tão estressada. E eu precisava disso, ou teria que procurar um psicólogo.

—Que se dane o que Leandro pensa. Eu estou nervosa. —Falo e rapidamente começo a fumar.

Eu estou muito nervosa. É a mudança, é essa minha angustia... Eu não sei por que diabos estou tão nervosa.

—Que inferno!—Exclamo e rapidamente sinto uma pontada muito forte em meu estômago. —Era só o que me faltava. —Falo dando mais uma tragada no cigarro.

—O que significa isso?—Minha mãe pergunta e olha brava para mim. —Dá para me explicar com qual autorização você anda fumando?—Ela pergunta brava e eu a olho.

—Farei 18 anos em breve, mamãe. —Falo calma e ela me olha incrédula. —Não vejo nada demais nisso.

—Eu não quero que você fume Regina. Ainda é nova demais. —Fala e eu reviro os olhos. —Não se espelhe em mim.

—Mãe, eu sou eu. A senhora é a senhora. Se eu quero fumar é porque desejo. —Falo me explicando, mas ela parece se aborrecer.

—Mas agora não. Tudo no seu tempo. —Fala me tomando os cigarros e principalmente o que fumo.

—Mamãe!—Exclamo, mas ela sai da sala me deixando sozinha. —Eu não tinha o que reclamar na minha vida, mas agora tenho... —Falo e vejo Leandro entrar na sala com um sorriso no rosto. Ele ri e me olha irônico e então entendo tudo. Ele havia falado de mim para a minha mãe.—Você
falou...

—Falei o que? Falo tantas coisas. —Fala com deboche e eu o empurro com raiva. Fico a ponto de chorar de raiva, mas o encaro mesmo assim. —Vá com calma, rainha. Pensava que já podia governar a sua vida? Pensou errado. —Fala bravo.

—No que é que isso estava te incomodando?—Pergunto brava e ele sorri.

—Eu me preocupo com você. Por que você vale muito para mim, é isso. —Falou se aproximando absurdamente de mim. Nossos rostos ficaram muito próximos, escutávamos nossas respirações ofegantes.

Meu coração batia muito forte como um trem, parecia que sairia pela minha boca. Era como um imã, algo me envolvia e me levava para mais perto dele. Era algo muito forte que me fazia ver Leandro como homem, não como irmão.

—Não se preocupe comigo, eu sei o que faço. —Falo sentindo que seus braços estavam quase me envolvendo.

—É claro que me preocupo. —Fala e eu fico hipnotizada pelos seus lábios. Então algo aconteceu, ele junto os lábios dele nos meus lábios.

O mais estranho foi ele ter me beijado, e eu ter retribuído com a maior naturalidade do mundo. Como se não houvesse pecado, o que era de fato.

Não sei explicar o que é isso. Não sei se é loucura, amor ou paixão. Apenas sei que estou beijando o meu irmão mais velho. E que ele esta envolvendo seus braços em mim, apenas o colocando mais perto dele.

—Leandro... —Falo ofegante e o espero falar.

—Eu sei. —Fala e nos olhamos. Não adiantou, voltamos a nos beijar.

—Me solta, pelo amor de Deus. —Falo me separando dele. —Pode me explicar o que acabamos de fazer?—Pergunto fechando os olhos e respirando fundo. Eu fico com minhas pernas bambas, então me sento para me prevenir.

—Eu não sei o que houve aqui... —Leandro fala nervoso e permanece a me olhar.

—Se retire daqui. —Peço com medo. Ele pensa em sair, mas finalmente sai. —Que loucura é essa, meu Deus?—Pergunto com medo.

POV Ana Rita

—Pare com isso. —Francisco fala me tomando os cigarros e toma também o que eu estava fumando. —Deveria parar. Faz anos que fuma.

—Eu apenas parei quando engravidei. —Falo e ele se irrita comigo. —Não se irrite comigo.

—Sabe que isso não é um bom exemplo. Pode influenciar aos nossos filhos. —Francisco fala e eu resolvo mudar de assunto.

—E sobre a nossa mudança?—Pergunto mudando o assunto. —Já esta tudo resolvido com o seu sócio?

—Tudo. Como serei um sócio majoritário, tenho que ficar muito próximo da empresa. —Fala e eu sorrio.

—Sabe que não me interesso nesta ida para o México. —Falo pela milésima vez. —Tento me esforçar em falar que é uma boa idéia, mas não gosto da idéia.

—Ana Rita, se você não quiser ir eu desfaço o negócio com Estevão San Román. —Francisco fala determinado e eu fico em choque. —Esta assim porque o irmão de Fabiana também esta envolvido no negócio, Ana.

—Você não pensou na possibilidade de Fabiana fazer mal aos nossos filhos?—Pergunto preocupada. —É disso que tenho medo.

—Ela não irá fazer nada, muito menos nos ameaçar. —Francisco fala determinado.

—Por que diz isso?—Pergunto com a respiração ofegante.

—Por que se ela nos ameaçar, eu a mato. —Francisco fala decidido. —E não estou falando da boca para fora. —Fala bravo.

—Esta me assustando. —Falo transmitindo medo. —Nunca te vi assim...

—Não verá novamente. Só espero não cumprir minha promessa de matá-la com minhas próprias mãos. —Francisco fala se retirando.

POV Maria

—E então Estevão me falou que uma das filhas de Lorenzo tem a mesma idade que a minha filha. —Falo chorando. —Sabe, eu às vezes penso que falar com você é uma perca de tempo. —Falo e olho para Maite. —Por que você não acorda Maite? Por que você não se levanta dessa cama? Faço uma pergunta atrás da outra.

Eu me levanto e beijo o topo da cabeça de Maite, eu estava me despedido. Eu sinto muito a falta dela, era péssimo saber que a ultima lembrança que eu tenho dela seja daquele dia em que perdi Amara.

Perdi Amara, perdi Leandro, perdi Maite, e também me perdi desde aquele dia. Tento ser feliz, mas apenas consigo chorar quase todos os dias.

—Por um lado é até bom você estar em coma, Maite. Assim não irá chorar todos os dias como eu. —Falo ainda olhando para Maite. —Mas, agora eu preciso ir. — Falo e escuto alguém entrar no quarto. Era Henrique.

—Tia Maria, quanto tempo!—Exclama contente em me ver. Ele me chamava de tia desde criança, e eu adorava. Ele foi à única migalha de juventude que restou para todos.

—Como você esta diferente. Faz muito tempo que não te vejo. —Falo e ele sorri. —Como vão os seus estudos?

—Difíceis. Mas eu me supero com sucesso, tia. —Henrique fala e eu fico encantada com seus olhos extremamente verdes.

—Se continuar assim irá ter uma carreira de sucesso. —Falo.

—Vou ser um psicanalista, como minha avó. —Henrique fala e eu fico surpresa. —Eu a amo mesmo sem ela ter me visto pelo menos uma vez.

—Eu me lembro que ela estava muito ansiosa com o seu nascimento. —Falo revivendo o passado.

—Não fique tão desanimada, tia. O mundo não merece ter o sorriso da senhora privado. Henrique fala e me beija na bochecha.—Preciso ir. Só vim deixar uma rosa para ela, como faço todos os dias. —Fala e deixa à rosa junto as outras. —Se cuida, tia. —Fala e sai do quarto.

POV Letícia

Henrique havia ido para a casa dos meus pais, e eu teria muito tempo para descansar. Hoje era meu dia de folga, não precisava me preocupar com nada do trabalho. Apenas ficava um pouco preocupada com meu filho andando sozinho pelo mundo.

—Não gosto dele andando sozinho. Principalmente depois daquele telefonema de Rafael.—Falo e suspiro de preocupação.

Henrique é meu único filho, não suportaria a idéia de perder ele para o mundo. Não agüento só de imaginar que talvez Rafael retorne e descubra que tem um filho comigo.

—Cheguei. —Henrique fala ao entrar na sala. Assim que ele entrou o meu coração ficou aliviado, mais leve. —Deixa que eu preparo o jantar.—Fala.

—Era você mesmo quem prepararia o jantar, meu rapaz.—Falo e o observo me olhar incrédulo.

—Vou tentar fazer uma lasanha.—Henrique fala e eu me lembro quando Rafael também cozinhava.

—Tente então.—Falo simpática.—Seja rápido, por que estou com muita fome.

—Claro, majestade.—Henrique fala bem humorado.


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