‘’ Às vezes o sentido do mundo girar seja porque todos nós precisemos uns dos outros. Ninguém vive sem a ajuda de ninguém... Todos nós devemos nos amar uns aos outros, o mundo será mais fértil e prospero assim’’.

POV Maria

Em minhas mãos estava o resultado de que eu seria mãe novamente, de que estava carregando em meu ventre um filho meu e de Estevão. Eu preciso falar com meu marido, preciso dar esta noticia para ele. Mas, eu não poderia entrar em meio à reunião e simplesmente falar que estou grávida. Esperei por longos e demorados minutos Estevão sair daquela sala. Ele estava falando com um casal que era dono de uma grande empresa da Suíça e que fez um grande negocio com a nossa empresa. Pelo o que eu soube, a senhora estava grávida, prestes a dar a luz. Custou muito eu me lembrar do nome deles. Lorenzo e Maite Santisteban, casados á muitos anos, e que terão seu segundo filho agora.

—Maite, Lorenzo... Esta é minha esposa, Maria—Estevão fala e eu me levanto do sofá da sala de espera.

—Muito prazer em conhecê-los. —Falo ao vê-los frente a frente.

—O prazer é todo meu. —Maite e Lorenzo falam ao mesmo tempo.

—Nunca me disse que sua esposa era tão bonita, Estevão. —Maite fala me olhando de uma forma familiar.

—Você falaria que eu sou um marido – coruja. —Estevão fala com humor e todos sorriram.

—Então, o que será?—Pergunto para Maite sobre o bebê que ela espera.

—Um menino. —Maite fala e eu fico com ansiedade de saber se eu terei menino ou menina. —Falta pouco para ele nascer.

—E você, Estevão? Não pretende ter mais um filho?—Lorenzo pergunta e Estevão o olho risonho.

—Vamos, Lorenzo?—Maite pergunta.

—Precisamos ir. Foi um prazer te conhecer, Maria. —Lorenzo fala se despedindo de nós. —Vamos, Maite.

—O que te trouxe até aqui?—Estevão me pergunta curioso.

—Podemos ir para a sua sala?—Pergunto e logo vamos ate a sala dele. —Pode falar.

—Quero que veja esses papeis. Leia o primeiro com atenção, por favor. È muito importante para todos nós. —Falo muito seria e ele fica com receio dos papeis que lhe entrego em mãos. Ele fica alguns segundos lendo e rapidamente me olha sem entender.

Maite Perroni– Todo Lo Que Soy

—Maria... —Ele fala se levantando da sua cadeira. —Eu serei pai mais uma vez?

—Sim, meu amor. Eu te darei mais um filho. —Falo me levantado da cadeira. Ele me abraça e dá um giro com uma imensa alegria. Estevão sorria de uma forma inexplicável, era muita alegria para ele. Ele parou de girar comigo abraçada á ele e me olhou nos olhos.

—Eu não tenho o que falar Maria... —Ele fala segurando meu rosto com suas mãos.

—Não me fale nada, agora. —Falo sorridente. Ele me pega pela cintura e me suspende, ele sabia que eu morria de medo disso. —Estevão!—Exclamo com medo e ele me coloca de volta no chão.

—O que esta acontecendo aqui?—Heitor entra na sala com Estrella.

—Dá para escutar tudo de lá de fora. —Estrella fala e ficar surpresa ao ver eu e Estevão chorando de felicidade. —O que houve mamãe? Papai?

—Estão me assustando. —Heitor fala e me olha preocupado. —Falem logo o que aconteceu, por favor.

—Conte Maria. —Estevão me pede ainda chorando de alegria.

—Eu... —Começo a falar e os dois ficam bastante atentos. —Eu estou grávida. —Falo e os dois ficam surpresos com a noticia.

—Eu vou ter um irmão?—Heitor pergunta e Estrella me olha com um olhar de felicidade. —Estrella, iremos ganhar um irmão!

—Nossos filhos ganharão mais um tio!—Estrella fala feliz. —Ou tia... Não me importa agora. O que importa é que mais um San Román está a caminho.

—E será muito bem aceito em nossa família. —Estevão fala e todos nós nos abraçamos.

—Eu te amo, Estevão. —Falo.

—Eu te amo mais, Maria. —Estevão fala e nossos filhos começam a sorrir.

POV Maite

De noite eu preferi descansar, não tinha mais energia nenhuma. Meu filho já estava prestes a nascer e eu não poderia fazer muita extravagância com ele. Faltava pouco para eu conhecer o meu filho, Leandro. Tudo já estava pronto para a chegada dele, o que eu tinha que fazer agora era esperar.

—Está fazendo o certo. Precisa mesmo descansar. —Letícia fala entrando em meu quarto.

—Seu irmão está prestes a nascer e eu tenho que ficar aqui, ‘’trancada’’. —Falo um pouco entediada mais preocupada ao mesmo tempo.

—Se o papai lhe ver fora da cama ele vai enlouquecer. —Letícia fala carinhosa. —Eu fiquei fora o dia todo por causa dos problemas na primeira vara, pegamos um caso sobre tráfico infantil. —Ela fala e eu me sentia orgulhosa dela.

—Tráfico infantil?

—Todos pensavam que eram seqüestros relâmpagos. Mas, nós demos conta de que as vitimas eram crianças com poucos meses de vida até quatro anos de idade. —Fala. —Logo que essas crianças são levadas elas rapidamente passam por um processo de adoção ilegal. E a maioria vai para o exterior, e nunca mais podem voltar. E o trabalho que temos é bem longo... —Ela fala pensativa e eu aliso a minha barriga com medo da possibilidade de que isso pudesse acontecer comigo.

—Os pais devem se sentir péssimos sem os filhos. —Falo pensativa. —Sem saber onde os filhos estão.

—Têm mães que tentam suicídio ao ver que a possibilidade de não ver seus filhos é maior do que as de encontrá-los. —Letícia me fala e eu me sinto mal.

—Vamos mudar de assunto, Letícia. Sabe quando sua tia vem?—Pergunto sobre a chega da minha cunhada em minha casa.

—Tia Fabiana chega daqui a duas semanas, ela me avisou que iria demorar mais um pouco por causa de alguns assuntos pendentes. Disse-me também que não acha que chegará a á tempo do nascimento do meu irmão.

—Na realidade, sua tia nunca quis que seu pai tivesse filhos. Somente... Esqueça o que eu lhe disse. —Falo tentando não criar intrigas. —De qualquer forma a sua tia será bem-vinda.

—De qualquer forma a senhora têm muitas coisas a falar sobre a minha tia Fabiana. —Letícia fala irônica.

Letícia tinha razão, eu tinha muitas coisas a falar sobre Fabiana. Mesmo sendo a irmã mais nova do meu marido, ela nunca me agradou. Fabiana tem algo que eu não gosto nela, mas que não sei exatamente o que é.

POV Maria

Quando sai do meu quarto pude ver Estevão subindo as escadas com um buquê de tulipas vermelhas. Ele sorriu assim que me viu, e eu já imaginava o que ele iria fazer.

—Espero que goste. —Fala me entregando o buquê. —Para você a para a nossa filha.

—Não sabemos se é menino ou menina, ainda. —Falo alegre.

—Eu sei muito bem que é menina. —Estevão fala e me beija. —Será tão linda quanto à mãe. —Fala alisando o meu rosto. —Está muito cansada?

—Não, não estou.

—O que acha de sairmos para jantar? Só nós dois. —Estevão fala.

—Nós três... —Falo e ele faz uma bela careta. —Então iremos.

(...)

Estevão e eu havíamos chegado ao restaurante que ele prometeu me levar. Ele pediu para que eu o esperasse na entrada até ele estacionar o carro. Mesmo tendo quem fizesse este serviço, Estevão não abria mão. Eu fiquei o olhando estacionar o carro quando ouvi gritos desesperados de outro lado da rua.

—Minha filha!—Uma mulher grita assim que um carro preto segue em alta velocidade levando a filha dela. —Socorro! A minha filha!—Ela grita enquanto algumas pessoas tentam alcançar o carro e outras a ajudam a se acalmar.

Camila - Perdón

Eu rapidamente coloco a mão em meu ventre e entro no restaurante assustada. Tento me apoiar no vidro da entrada, eu não meu sentia bem depois de ter presenciado um seqüestro diante dos meus olhos.

—Esses seqüestros na verdade são para traficar as crianças e fazer adoções ilegais com as mesmas. Isso é horrível!—Um policial fala totalmente transtornado.

—Maria? Está tudo bem, meu amor. —Estevão fala tentando me acalmar depois do susto.

—Eu não sei o que dizer sobre o sofrimento que esta mãe vai passar agora, Estevão. Mas eu consigo imaginar. —Falo levando minha mão á minha boca e ele me abraça.

—Não fique tão preocupada assim, vai te fazer mal.—Estevão fala e eu fico imaginando como irei proteger meu filho deste mundo insano.