Eu encarava Kol com os olhos arregalados e a boca entreaberta, não sabia o que dizer, afinal eu não podia simplesmente dizer:

"Olha eu tô muito mal e sai pra beber e esquecer o Klaus, mas isso não incluía eu pegar o irmão mais novo dele".

– Que foi loira? – ele perguntou me encarando com aqueles belos olhos castanhos, e se aproximou com um sorriso de canto no intuito de me beijar novamente.

– Eu... nã... eu... – eu gaguejava não conseguindo falar e ele deu um sorriso indicando que ele estava feliz por eu ter o reconhecido. Me virei e sai dali.

Minha cabeça estava explodindo, tudo a minha volta girava, a musica parecia ainda mais alta, eu esbarrava nas pessoas e as vozes deles eram como agulhas que perfuravam minha cabeça. Minha mente estava um verdadeiro caos.

– Hey, você esta bem? - reconheci a voz de Marie que havia segurado o meu braço.

– Eu vou ali fora, preciso de ar - respondi me soltando dela e andando.

– Você não vai poder entrar mais! - ela disse tentando me seguir, mas a boate estava realmente cheia.

Eu dei de ombros para a observação de Marie, eu queria mesmo é ir embora e dormir.

As pessoas esbarravam em mim, e um cara derrubou uma bebida de cheiro fortíssimo na minha roupa. Meu equilibro não era um dos melhores, eu estava cambaleando e eu não iria parar para tirar o sapato, então fui me apoiando em objetos que eu encontrava pela frente.

Quando minha visão começou a apagar e voltar rapidamente como aquelas lampadas que começam a queimar, eu percebi o que estava acontecendo.

– Por favor agora não! - eu disse com raiva a mim mesma, eu sabia o que estava acontecendo comigo. Droga! nem mesmo o vampirismo me salvou dos meus velhos ataques claustrofóbicos. (ora, ora, até onde tem Klaus huehuehue)

A vertigem enfim me atingiu, me fazendo parar apoiada em uma mesa, eu estava quase perto da porta.

– Só mais um pouquinho Car! - eu disse para mim mesma, mas eu sabia que não conseguiria meu ar estava faltando, eu começava a arfar, minha vista escurecia ainda mais e minha cabeça girava e girava. - Aju...Ajuda! - eu disse mas naquela boate aquilo não passou de um cochicho.

Dei um suspiro que esvaiu todo o ar que eu ainda mantinha nos pulmões e as coisas começaram a girar em câmera lenta e enfim, escuro.

**************

Quando recuperei a consciência, ainda de olhos fechados pude sentir a brisa do vento em meu rosto, uma brisa fria devido a neve. Percebi algumas coisas.

Eu não estava dentro da boate.

Eu estava deitava no colo de alguém.

Esse alguém fazia carinho em meu rosto.

Eu realmente estava com medo de quem pudesse ser.

Eu finalmente abri meus olhos.

Abri lentamente o que me cegou porque justamente acima de minha cabeça, estava um poste de luz. A luz do poste me impossibilitou de ver imediatamente o rosto de quem me fazia carinho porém, percebi que a pessoa era morena. Levantei-me de supetão e logo virei-me de frente a quem estava ali.

– O que você esta fazendo aqui comigo? - perguntei encarando aqueles olhos castanhos, sim era Kol que estava ali.

– Surprise! - ele fingiu uma cara feliz e abanou as mãos no ar.

– Idiota! - eu disse o encarando.

– Você não me achou idiota momentos atras! - ele falou, e se eu não estivesse fria com certeza ficaria vermelha.

– Você é uma vampira loira, não devia sair desmaiando em boates! – ele debochou de mim,

– Porque você só não me deixou aqui e foi embora? – eu perguntei ríspida, eu estava encabulada devido a cena que fiz, dancei com ele e depois o beijei até consigo imaginar seus pensamentos “depois ela diz que gosta do Klaus, não passa de outra Violet na vida dele!”.

– Bom depois da nossa troca de saliva – ele riu se levantando do banco e olhando para a rua onde estávamos – você pirou e saiu desnorteada no meio daquela gente, eu te segui com os olhos e percebi que você não estava nada bem, começou a arfar e saiu andando se apoiando nas coisas, como minha audição é esplendida consegui escutar você dizer ajuda antes de apagar totalmente.

– Eu cai no chão?

– Não, consegui chegar lá antes.

– Obrigada – agradeci. – onde estamos? – perguntei, olhando bem a rua.

– Essa rua fica perto da sua casa.

– Você sabe onde eu moro? – perguntei em tom de total surpresa.

– Você se surpreenderia com o que sei sobre você! – ele disse e sorriu, percebi que o sorriso dele era lindo. Lindo assim como o de seu irmão.

– Bom se minha casa fica perto daqui, vou-me embora sozinha! – eu disse me levantando, me levantei rápido demais. A vertigem me atingiu prontamente e eu vacilei me sentando novamente e pousando a mão na testa.

– Eu acho que não! – ele respondeu descontraído – Vem! – ele falou e quando tirei a mão da testa percebi que Kol já havia me pegado no colo.

– Não precisa me pegar no colo, só me ajudar a andar! – eu disse mostrando a minha irritação.

– É rapidinho – ele falou com um sorriso no rosto.

– Não, você não vai... – e então ele correu, quando você esta no colo de um vampiro e ele corre você fica instantaneamente sem ar. Ele então parou em frente a minha casa.

– Arfando de novo? – ele disse ainda me segurando em seus braços – meu beijo te afetou tanto assim?

– Cala boca Kol! – eu disse recuperando o ar – estou bem, me põe no chão!

– Preciso da chave. – ele disse ignorando minha ordem. - só vou te soltar quando você estiver segura em casa.

– Você não vai entrar na minha casa! – eu disparei ríspida com ele, que me encarou – embaixo do tapete! – disse derrotada e ele pegou a chave abrindo a porta em seguida.

– Casa bonita! – ele falou.

– Dá pra você me por no chão! – eu disse o cortando.

– Tudo Bem! - ele disse me colocando no chão calmamente e logo em seguida indo para a cozinha.

– Onde você vai? - eu perguntei o seguindo.

– Sabe você é bem nervosinha e irritante - ele disse abrindo minha geladeira - mas é bonita e beija bem...

– O que você esta fazendo?

– Você é pesada, eu estou com fome e preciso de sangue - ele disse abrindo uma bolsa - prefiro direto da fonte, mas essa bolsa no momento serve!

– Okay, então você já pegou a bolsa agora fora! - eu disse apontando para a porta.

– Eu acho que não! - ele disse colocando a bolsa de sangue em cima da mesa e logo depois meu corpo foi imprensado na parede da cozinha.

– O que você esta fazendo? - eu dizia sem ar, enquanto Kol beijava suavemente meu pescoço me fazendo suspirar, porque sempre acertavam meu ponto fraco?

– Quero continuar de onde paramos - ele disse e me beijou, nosso beijo era quente e com desejo. Ele era... diferenciado.

Kol então desabotoou lentamente meu vestido e o tirou de uma vez, tirar roupas dessa maneira era algo de família?

– A propósito - ele disse separando o beijo e falando ao pé do meu ouvido - você fica muito linda de vermelho!

E então voltamos a nos beijar, ele havia tirado a jaqueta e atirando longe e já desabotoava a camisa preta. Eu estava só com peças intimas em frente a ele, e meu desejo de ser dele estava me consumindo porém me lembrei de Klaus, eu não seria como Violet, não em hipótese alguma o magoaria novamente. Ele não merece isso. Eu o amo. Eu amo Klaus. Só Klaus.

– Para Kol! - eu disse enquanto ele beijava meu pescoço, ele não parou e eu precisei gritar - CHEGA!

– Porque?

– Porque eu amo Klaus. Só Klaus. - repeti meus pensamentos para ele.

– Disso eu sabia - ele falou - e eu entendo o porque de Klaus te amar tanto, ele tem sorte! - ele falou e abotoou a camisa indo para a sala.

– Espera – eu disse correndo em sua direção.

– O que foi? Quer continuar? - ele disse sorrindo malicioso.

– Mas é claro que não! – eu falei semi-cerrando os olhos.

– Que pena! – ele falou tristonho e eu ri.

– Saiba que eu estava bêbada, por isso nos beijamos e não quero que Klaus saiba disso.

– Você tem medo dele não é? – ele perguntou fazendo cara de tédio.

– Eu não tenho medo dele! – vociferei – eu só acho melhor ele não ter o coração partido novamente...

– Você o ama não é?

– Como nunca amei ninguém.

– Repito novamente Klaus é um cara de sorte - ele piscou para mim e eu sorri.

– Então você não vai contar?

– Fala com Klaus e eu não conto. - ele disse olhando fundo em meus olhos, eu suspirei e o encarei levemente.

– Combinado? – estendi a mão a ele.

– Combinado. – ele respondeu a pegando.