Elsa Winter

Em nossa escola, quem não conhece esse nome?

Uma garota, doce e feliz, transformou o coração em uma pedra de titânio.

Ou melhor, uma pedra de gelo.

Elsa e eu nunca fomos muito próximas, desde o fundamental. Apesar de não nos tratarmos com grosseria, sempre discutíamos sobre besteiras.

Ela cresceu, e até os 14 foi uma garota feliz e risonha. Vagamente ela brigava, mas quando fazia isso, era por um bom motivo.

Elsa sorria e conversava com um menino muito popular, Hansel SouthIslands, ou Hans. Na época, eu admito, ela era invejável. Era bonita e simpática sem ser falsa. Ninguém costumava fazer nada contra ela, a queridinha dos professores. Ela costumava sair com Hans em alguns encontros com amigos, e muitos diziam que eram um casal.

E o incidente aconteceu. Elsa criou muralhas em volta de si mesma. Não deixou ninguém se aproximar.

Ela se tornou uma casca vazia, sem sentimentos. Vez ou outra eu a assistia bater em alguns meninos ou enfrentar um professor. Poucas pessoas conseguiam conversar normalmente com ela sem ouvir um grito ou xingamento.

Infelizmente, eu não era uma dessas pessoas.

Lembro me de uma vez que estava determinada a acabar com a ''tirania'' de Elsa, e durante o intervalo, dei um tapa no rosto dela.

Fora tão forte que ela virou o rosto, e minha mão ficou marcada. A chamei de vadia. E quando pensei que ia levar outro tapa, ela simplesmente riu.

– Aprendeu a bater desse jeito aonde? Com certeza quando você dava para aqueles empresários e eles não pagavam tudo. - Sorriu.

Elsa sabia que a situação estava difícil para me sustentar, e ela sabia que eu havia começado a cobrar por rapidinhas.

E ela fez questão de contar para todo mundo.O boato ficou duas semanas rondando, até ser esquecida. Mas eu nunca superei, e queria vingança.

Espalhei calúnias e praticamente destruí a reputação dela. Mas Elsa não ligou. Nada a atingia.

Ela era intocável.

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Todos já estávamos acostumados com as respostas atravessadas e alfinetadas que Elsa dava.

A diretora Gothel, simplesmente ignorava a rebelde sem causa que lhe trazia confusão.

A alguns dias eu a encontrei em um parque, sozinha e com uma cara perdida. Conversamos um pouco, e ela mandou eu me fuder e falou algo envolvendo pontes e banheiras (??)

Ela andava simpatizando com dois entrangeiros, um moreno chamado Hiccup, que veio da Eslováquia, e Merida, acho que uma escocesa, ruiva e barulhenta.

Aos poucos, as barreiras estavam se deteriorando, e Elsa estava começando a se abrir mais. Era possível ouvir a sua risada sonora algumas vezes na semana, e um sorriso sincero.

No anfiteatro, Elsa simplesmente sumira depois de errar uma pergunta feita pela diretora e outra garota responder.

Ela escondia algo, e eu estava disposta a descobrir, apesar de tudo. Alguém iria conseguir destruir as suas muralhas. Ela poderia não se afetar na pior das hipóteses.Mas pelo que parece, o coração tão frio e sem vida, estava se aquecendo.