Ouvir-te dizer escrita por Jude Melody
De volta à Europa, Alemanha decidiu visitar um país que não lhe oferecesse nenhum risco e fosse capaz de lhe dar conselhos bons de verdade. Procurou pelo Suíça.
– Alemanha? Você aqui? – disse o loiro, piscando os olhos verdes com curiosidade.
– Não faz idéia de quantas vezes ouvi frases parecidas nos últimos dias. Posso entrar?
– Claro. – a hospitalidade da voz não chegou aos olhos verdes.
Alemanha entrou na sala e se sentou no sofá. Um cachorro totalmente branco levantou a cabeça e farejou o ar para captar seu cheiro. Era o irmãozinho de seu pastor alemão.
– Então, a que devo a visita? Não está com nenhum problema com algum país por aí e veio buscar minha ajuda, certo?
– Não, não se preocupe. Não é nada que vá te atrapalhar.
Suíça mudou o peso do corpo para a outra perna. Seu desconforto era visível. Alemanha decidiu que era hora de ser breve.
– Eu... Gosto de uma pessoa. E... queria conselhos sobre como... Agir perto dela.
– O quê? Espere aí, está querendo que eu seja o seu cupido? – a expressão de Suíça era de puro horror.
– Não! Eu só queria... Pode me dar alguns conselhos sobre... Sobre aquele carinho especial que você sente por uma certa pessoa?
– Carinho especial? – a expressão de Suíça mudou. Por um instante, Alemanha pôde jurar que suas bochechas haviam corado – Ah, isso é mais fácil! Porque, afinal, todo mundo tem aquela pessoa que considera especial, não é? Aquela pessoa para quem você sente que seria capaz de fazer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo! – um forte brilho surgiu nos olhos do país e ele continuou falando, um sorrisinho oculto no canto da boca – Eu não imaginava que um país durão como você algum dia pudesse ter um sentimento tão puro assim. Não mesmo...
“Olha quem fala...” pensou Alemanha, começando a se sentir desconfortável.
– A minha irmãzinha Liech, ela é a minha pessoa especial! Tenho muito carinho por ela. Ela é meio inconveniente às vezes, mas...
– Er... Suíça?
– Ah, sim. Claro. Foco no assunto. Bom, eu... – a postura dele mudou de repente, seus olhos tornando-se duros e frios – E é por isso que não se deve deixar seu pastor sair da linha, certo?
– O quê?! – Alemanha ergueu a sobrancelha sem entender nada.
– Oh, desculpe, irmão. Não sabia que tinha visitas. – disse uma voz doce e feminina.
Alemanha virou-se no sofá. Liechtenstein sorriu para ele – se é que se podia chamar aquela expressão de sorriso – e seguiu pelo corredor.
– Não se preocupe com isso. Ela é mesmo tímida assim.
– Sei... Bom, obrigado pelos conselhos sobre... cães. Até logo, Suíça.
– Já vai embora?
– Sim. Tenho... – ele olhou de relance o corredor, certo de que Liech estava escondida em algum lugar, vigiando-o – coisas a fazer.
– Se você diz. Até não muito breve.
– Até! – com um aceno, ele saiu da sala. Estava decepcionado.
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