Um legado o qual ele deixará pra trás. escrita por WolfsParadise


Capítulo 2
Uma recepção calorosa.


Notas iniciais do capítulo

Ah, okay! Faz algum tempo, sim, realmente! Aqui, aqui. Pegue na pata do lobo e me acompanhe, finalmente está aqui, o capítulo dois. Espero que esteja de agrado, a sensação de escrever por prazer é simplesmente fantástica! Ahem, allons-y!
Boa leitura - Wolfs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591855/chapter/2

Após vários segundos de agonia interior eu finalmente abri os olhos, olhando ao redor do cômodo, tudo estava completamente normal, será que...? Um suspiro de alívio escapou meus lábios ao ver que a realidade estava... bem, normal. Que bom que nada daquilo havia acontecido, eu sempre deixei minha imaginação fugir dos limites, mas dessa vez com certeza foi demais.

“Ei, David? Está passando mal?” - Um dos ruivos estava de pé à minha frente, com a mão estendida na minha direção.

“É... já estou melhor. Obrigado, Connor...?” - Com um sorriso pequeno eu tomei a mão dele, me levantando com auxílio do mesmo.

“Colten.” - Respondeu, revirando os olhos e rindo em seguida. - “Você me magoa, somos amigos por tanto tempo e nem sabe quem é quem.”

“Onde estão meus pais e os outros?” - Indaguei, deixando meus olhos se encontrarem com os do ruivo por alguns breves segundos antes de olhar para a porta que levava à cozinha, provavelmente estavam lá preparando a mesa para a canção de aniversário, embora eu já estivesse velho pra isso, só um “Feliz aniversário” estaria de bom tamanho, mas... pais gostam de exagerar.

“Ah, David só mais uma coisa.” - Colten pôs a mão em meu ombro, me virando para ele, minhas orelhas abaixaram um pouco ao sentir a força com a qual ele segurava meu ombro.

“S-sim...?” - Não consegui evitar, eu gaguejei de nervosismo, evitando contato visual com seus olhos verde esmeralda. A medida em que o maior aproximava seu rosto do meu era motivo de eu sentir meu rosto queimando de vergonha, as vezes eu tinha pensamentos sobre algo dessa natureza acontecendo, mas nunca achei que o Colten jogasse nesse time... n-não que eu jogasse! Eu senti os braços dele envolverem meu corpo de forma protetora, eu não sabia o que fazer, mas simplesmente retribuí de forma bem tímida. – “Só porque não vê, não quer dizer que não esteja lá.” - Essas palavras foram ditas em um tom calmo, mas para mim elas ecoavam pelo local inteiro, me fazendo ter calafrios. Coloquei minhas duas patas no peito dele e o afastei, um pouco assustado, voltando à entrar em pânico quando vi que ele não era o Colten, seus cabelos haviam crescido e se tornado pretos, seu rosto havia ficado mais afeminado também. - “Filhote, você é patético.” – Após tais palavras, eu tentei fugir, mas eu senti algo molhando o tecido da minha camisa na parte das minhas costas, ergui o braço e tentei alcançar o local, mas não demorou muito pra meu corpo ceder à fraqueza e se entregar ao chão, minha visão estava embaçada, e antes de eu perder a consciência, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e aquela voz que me trazia tanto sofrimento vagamente, como se estivesse se distanciando de mim, me abandonando e deixando o abraço frio da morte me tomar. Eu não sabia nem o que se passava pela minha cabeça naqueles últimos segundos da minha vida, tudo e ao mesmo tempo nada? Quem sabe... mas eu estava grato por não estar sentindo dor alguma, pelo menos isso, eu teria uma morte em paz. Antes de tudo ficar completamente escurecido para mim, o pensamento de como meus pais e amigos estavam passou pela minha cabeça, não pude pensar muito nisso...

Eu acordei algum tempo, bem... nem sei se acordei, mas eu estava em algum lugar, disso eu tinha certeza, acho que haviam vendado meus olhos, eu não conseguia ver nada, possivelmente também tinham me amarrado, eu não sentia o corpo, embora eu tivesse acabado de morrer aparentemente. Não era como eu imaginava que tudo fosse acabar, eu tinha tantas coisas que queria fazer, metas para atingir, e tudo isso foi destruído em... minutos? Será que a morte fazia você perder a noção do tempo? E por falar nisso, eu era o que agora? Estava num corpo? Era só minha consciência em um vazio, ou talvez-- todos esses pensamentos foram interrompidos quando eu ouvi o som de uma lâmina sendo afiada ao meu lado, foi aí que eu senti uma sensação que parecia ser meu espírito voltando para meu corpo, eu me sentei o mais rápido que pude, sentindo uma dor nas costas, creio que foi onde eu havia sido esfaqueado, junto da dor, o som de correntes se mexendo podiam ser ouvidos, eu comecei à ligar os pontos bem devagar, eu realmente não queria acreditar, eu ia ser torturado?! Ao tentar pedir por ajuda, eu percebi que havia um pedaço de pano na minha boca. – “Seu pelo é branco como a neve, mas eu vou manchar ele de vermelho e dar alguns cortes em sua pele como lembrança. Se você ficar comigo até o final dessa sessão, claro.” – Alguém falava comigo, meu Deus, por que eu, isso é realmente um pesadelo, tem que ser! – “Não importa se é longo, uma hora vai acabar!” – Continuei à repetir esse pensamento, com a minha respiração aumentando de ritmo à medida em que eu começava a transpirar. Passos indicavam que quem quer que estivesse ali comigo se aproximava de onde eu estava acorrentado, não demorou até eu sentir aquele maníaco começar à passear com a lâmina pelo meu corpo, mas ele ainda não estava cortando, era como se estivesse nos apresentando! Isso é doentio! Eu mais do que obviamente tentei me afastar, tremendo de medo e choramingando. Eu senti uma mão segurar uma das minhas orelhas com força, e em seguida diminuindo a força com a qual a segurava. – “Sua carne é macia, dará um belo banquete. Vou começar com um aperitivo para meu cachorro.” - Sem mais nenhum tipo de aviso, eu senti uma dor imensa na orelha na qual ele tinha em mão, junto disso eu podia sentir algo escorrendo, eu comecei a me debater e gritar, pena que tudo isso era abafado, e mesmo se não fosse, quem iria me ouvir além dele? – “Só metade, gosto de manter a carne fresca e com qualidade.” – Uma porta se abriu, emitindo um som alto ao ter batido contra a parede. – “Ei! Eu disse que ele não era pra ser torturado, seu idiota! Eu mesmo tenho planos para ele.” - Exclamou uma voz familiar, será que... era ela. Eu até ficaria feliz que alguém tinha parado ele, mas... ela não veio me salvar, foi ela quem me trouxe aqui... embora a dor que eu sentia por ter a metade superior da minha orelha esquerda cortada fora fosse grande, parecia que uma raiva brotava dentro do meu ser. Com o barulho de correntes sendo quebradas, alguém me pegou e eu fui jogado por cima do ombro dessa pessoa, e em seguida fui carregado para algum lugar, provavelmente ainda pior do que esse... à medida em que eu era carregado, a dor e desespero pareciam ser a única companhia que eu teria por... seja lá quando tempo eu fosse ficar aqui. Nos momentos em que eu estava um pouco mais lúcido, eu podia escutar uma voz feminina e uma voz grave e séria, eu diria que era quem estava me carregando, não entendia nada do que diziam... após essa longa caminhada, eu fui jogado no chão, só senti o impacto mesmo, eu estava tão exausto que praticamente não sentia dor. – “Você vai ficar aqui pela eternidade, filhote. E eu que vou controlar o seu sofrimento.” – Ouvi uma porta ser batida com força, ela provavelmente tinha ido embora. Eu tentei mover os braços, presumindo que estava solto, já que as correntes haviam sido arrebentadas, mas podia sentir as algemas ainda, e elas ainda prendiam minhas patas atrás do corpo, tudo o que pude fazer foi me encolher naquele chão fervente, parecia queimar a minha pele, mas honestamente eu não me importava com mais nada à esse ponto, eu só queria dormir, um descanso de tudo isso, nem que durasse meros minutos... alguns segundos se passaram antes de eu começar à chorar, não só de dor, mas também e principalmente de medo. Eu pensava em como iria agüentar tudo aquilo, se eu teria alguma chance de... escapar, talvez? – “Pela eternidade...?” - Movi meus lábios, sem emitir o som dessas duas palavras. Novamente, aquela sensação de estar morrendo tomou meu corpo, o vazio abraçava minha consciência pela segunda vez, e com isso, eu adormeci, creio eu. Uma sensação bem confortável, parecia que agora eu finalmente estava seguro, sem ter qualquer preocupação, eu pude descansar em paz. Isto é, por enquanto...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poxa, escrevi isso na escola. Hehe... bem, fazer o que, eu tinha que escrever o capítulo dois logo, ué. Espero que tenham gostado, e para aqueles que estão lendo, prometo tentar postar o próximo capítulo logo... se a preguiça deixar.
Eu prefiro lhe ferir com a verdade, do que lhe confortar com uma mentira. - Wolfs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um legado o qual ele deixará pra trás." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.