Diário de Sobrevivência escrita por Pedro Pitori, WillianSant13


Capítulo 5
Diário 3 - Pedro




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Assim que comecei a chegar perto da casa do meu primo, comecei a pensar como faria pra entrar no terreno sem que as coisas me vissem. Eu tinha um plano na cabeça mas era bem arriscado, e como eu era sortudo era bem provável que tudo desse errado e eu acabasse morrendo, mas não tinha muitas opções mesmo então tinha que tentar de qualquer jeito. Chamei o Bruce no Walkie-talkie e comecei a explicar pra ele meu plano.

– Cara você tá maluco? Isso tem tipo... 70% chance de dar errado, e acabar matando todos nós!- Ele disse nervoso.
– Cara precisamos tentar, nós vamos conseguir, só faz exatamente o que eu estou falando que vai dar tudo certo tá bom? Se prepara ai que eu já estou chegando.
– Espero que você esteja certo... Estou pronto! - Ele disse com um tom de preocupação na voz. Assim que cheguei na rua do meu primo, vi que a situação estava realmente feia, mas eu já contava com isso, me escondi atrás de um carro e dei o sinal para o Bruce de que estava pronto. Bom, o meu plano era o seguinte: no caminho comecei a relembrar os velhos tempos com meu primo e lembrei quando estourávamos bombinhas na rua. Perguntei se ele ainda tinha algumas, ele disse que sim. Então disse para que quando eu desse o sinal, ele fosse até o portão acendesse as bombinhas e as tacasse longe, caso os zumbis preferissem bater no portão atrás do meu primo... estaríamos fudidos. Então teríamos que torcer para que o barulho das bombinhas atraísse eles para longe, e mesmo com aquela quantidade ainda era improvável que eu conseguisse sair correndo e entrar pelo portão da frente, então isso só serviria para tirar o excesso de zumbis para que eu pudesse entrar pela escada que meu primo tinha posicionado no terreno. Agora, o jeito era rezar para que tudo desse certo, mas é claro... que não deu. Assim que eu dei o sinal pro meu primo pelo Walkie-talkie, ele desceu pro portão e acendeu a bombinha mas assim que ele botou o braço pra fora para jogar, um zumbi agarrou seu braço, ele só não tinha o mordido ainda por que Bruce estava segurando a cabeça do bicho com a outra mão. Eu precisava agir rápido e sem compaixão, ou era aquela coisa, ou era meu primo e eu decididamente iria salvá-lo. Peguei um pedaço de ferro que estava do meu lado e parti para cima do bicho, desviando dos demais até chegar ao meu objetivo e quando chegasse lá esmagar a cabeça daquele desgraçado, ele definitivamente não iria matar meu primo. Cheguei a poucos centímetros daquela coisa e eu podia sentir o seu cheiro de carne podre, seu cheiro de morte, de cadáver em decomposição, e quase larguei o pedaço de ferro e vomitei. Mas antes de qualquer frescurinha, eu precisava ajudar o Bruce, juntei todas as minhas forças e bati na cabeça daquela coisa. Pela minha experiência com zumbis que eu obtive em jogos e filmes, para que você os matasse de novo você tinha que esmagar os seus cérebros, e se não funcionasse, pelo menos conseguiria afasta-lo do Bruce. Mas felizmente deu certo, assim que acertei o seu cranio o bicho caiu duro no chão, e eu nunca tinha matado nada antes, exceto baratas, mosquitos e tal, mas nada comparado a isso. Mas agora não era hora para ficar se lamentando, eu precisava ser rápido, o plano tinha falhado. Bruce ainda tentou jogar a bombinha longe pra atrair os zumbis mas era tarde demais. A atenção deles estava voltada para um alvo muito mais vivo e mais fresco que um monte de pólvora: eu mesmo.

Quando esmaguei a cabeça daquele desgraçado, passaram muitas coisas pela cabeça: por alguns segundos entrei em estado de choque, não conseguia me mover, mas me recompus assim que lembrei que minha vida estava em jogo naquele momento e que provavelmente tinha umas duas duzias dessas coisas bem atrás de mim vindo me devorar. Virei bem a tempo de que uma "mulher" se jogou para cima de mim bem em direção ao meu rosto, dei um passo pro lado e a coisa caiu de cara no chão. Teria sido engraçado se minha vida não dependesse disso e se aquela coisa estivesse viva, não é nada engraçado quando se trata de mortos querendo te devorar. Comecei a correr em direção ao terreno desviando dos zumbis que tentavam me agarrar, às vezes era necessário empurrar alguns com o pedaço de ferro, mas apenas movimentos rápidos, se por acaso eu ficasse preso estaria morto instantaneamente. Assim que cheguei no portão do terreno larguei o pedaço de ferro e me apoiei sobre o portão com as duas mãos, o pulei facilmente, estava acostumado a fazer aquela manobra quando era pequeno, muito antes de pensar em começar minha carreira de fugitivo de escola. Aquilo era baba para mim, infelizmente assim como eu, o portão de madeira tinha envelhecido e ninguém ligava para fazer a manutenção daquele terreno então assim que me apoiei sobre ele, as tábuas se partiram ao meio e eu cai com as costelas no asfalto. Uma vantagem: Agora não tinha mais portão para pular. Uma desvantagem: Agora não tinha mais portão para segurar aquelas coisas. Tentei me levantar o mais rápido possível, mas era difícil com uma possível fratura na coluna. Um zumbi se jogou por cima de mim e haviam muitos outros próximos chegando cada vez mais perto. A dor daquele cara em cima das minhas costelas era enorme, ele deveria ter uns 70kg em cima de mim e dos meus pobres 60kg com uma possível fratura, estava difícil. Tentava ao máximo manter a boca daquela coisa longe da minha pele, aquele bafo de carne podre quase me fez desmaiar, ele tentando me abocanhar inutilmente e eu quase perdendo as forças. E para piorar, mais amiguinhos dele se aproximavam, é... esse era o seu fim Pedro. Mas quando estava quase pensando em desistir, Bruce chegou dando uma martelada na cabeça daquele zumbi gordo, o tirou de cima de mim, me ajudou a levantar e se fez de apoio. Andamos o mais rápido possível até a escada, eu subi primeiro e meu primo veio atrás me cobrindo. Graças a Deus, conseguimos chegar na varanda dele vivos, assim que botamos os pés na casa, ele puxou a escada pra cima. Não sabíamos até que ponto ia a inteligência dessas coisas, e não queríamos descobrir.


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