Futuro Infinito - Estréia. escrita por Resgate


Capítulo 1
Primeiro Ato. Sobem as cortinas


Notas iniciais do capítulo

Essa história está dividida em três partes que serão lançadas toda sexta.Espero que gostem e comentem.



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O ano é 2.089.

Sobre o antigo Rio de Janeiro ergueu-se a megalópole chamada simplesmente de Cidade Maravilhosa, cujo ponto zero foi construído ao redor da cabeça da Estátua do Cristo Redentor, ponto esse localizado na área conhecida apenas como Térreo.

Assim como nos antigos prédios, as atuais megalópoles do Brasil se dividem numa pirâmide social e física, cujos blocos de moradia recebem o simples nome de Andar, sendo o Térreo a parte mais simples e a Cobertura ocupada apenas pelas pessoas impossivelmente ricas.

Graças à invenção e desenviolvimento da Nanotecnologia, foi possível a construção de tais obras primas de arquitetura. Os edifícios são personalizados especialmente para os fins a que se destinam, como o imenso prédio da Globo Ocular, sede da polícia privatizada do novo governo.

Futuro S.A. é a empresa responsável por todo avanço do país nos últimos setenta anos, aproveitando toda a supertecnologia criada pelos Super-Cérebros, cientistas que se submeteram a diversos experimentos, vindo a alcançar um nível de inteligência que até o presente momento não pode ser calculada.

De repente o que não passava de ficção científica se tornou realidade, com carros que deslizavam sobre trilhas magnéticas, tecnologia holográfica usada em larga escala, avanços médicos em todos os campos, eliminando boa parte das doenças conhecidas até então.

Doutor Santos era o Supercérebro brasileiro e coordenou mudanças significativas em seu país, mas certo dia anunciou que iria se trancar em sua torre pessoal, localizada no centro de Nova Sampa, antiga São Paulo, para poder criar novas tecnologias, preparar a verdadeira revolução com a qual sonhava a anos.

Assim que as portas da torre se fecharam atrás dele, o cientista nunca mais foi visto.

Poucos dias após o afastamento de Santos, a empresa Futuro S.A. anunciou a privatização do Brasil, começando de imediato a construção das megalópoles, praticamente soterrando as cidades antigas, bem como aqueles que não tinham dinheiro suficiente para fazer parte da nova sociedade que surgia.

As ruas da antiga cidade do Rio de Janeiro, antes portentosas, agora se encontravam entulhadas por todo tipo de lixo e detritos que eram comumente descartados da Cidade Maravilhosa.

Uma vez abandonados à própria sorte, sem uma força mantenedora da lei, as favelas, pouco a pouco, foram se espalhando, como uma doença em um corpo enfraquecido e, nos dias atuais, todo o Porão da megalopole era a maior favela que já existiu.

Christinne jamais vira a luz do sol diretamente, os dias nos porões eram normalmente medidos pelo tempo em que as luzes artificiais das bases das novas cidades se mantinham acesas.

Quando essas luzes apagavam, o pesadelo tinha início.

As antigas ruas asfaltadas agora eram um misto de terra e pedregulhos tornando quase impossível o tráfego que, ainda assim permanecia caótico, principalmente ao redor da estátua decapitada do Cristo Redentor.

Nos bairros mais afastados, muitas vezes as únicas luzes eram as amarelas e fracas que vinham de dentro dos bares ou as avermelhadas dos inferninhos, cujas mulheres seminuas prometiam esquecimento da vida de merda que a maioria das pessoas da área tinham que encarar todos os dias.

Quando a jovem Christinne se viu obrigada a sair de casa, procurando por ajuda para a avó materna que estava passando mal, após receber o jorro de um líquido negro e fétido, liberado pela Cidade Maravilhosa, já esperava que sua missão não seria fácil.

Elas só não imaginava o quanto seria trágico sair de casa naquela noite e se amaldiçoava por sua fraqueza, caída sobre pilhas de lixo, sua lanterna jogada ali perto, oferecendo uma parca iluminação do beco, onde estava cercada por dois homens mau encarados, que iam se aproximando lentamente, após subjugá-la e arremessá-la contra o monte de sacos plásticos pretos.

Os sujeitos iam abrindo lentamente as braguilhas de suas calças, deixando claro suas intenções, aumentando o horror da garota, que se lamentava não apenas pelo estupro iminente, mas pela vida da avó que, tinha certeza, iria morrer em breve se ela não conseguisse ajuda.

Num lugar infernal como o Porão, algumas garotas acabavam se acostumando com tais agressões, não por simples comodismo, mas principalmente pela falta de perspectiva de algo melhor. Ainda assim, mostrando que ainda lhe restava um pouco do instinto básico de autopreservação, ela fechou os olhos e ergueu os braços em posição de defesa.

De repente ela ouviu os sons inconfundíveis de carne sendo atingida, ossos se quebrando e gemidos que não tiveram tempo de se tornar gritos de dor e, quando teve coragem de abrir os olhos, ele estava lá.

Continua.


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Notas finais do capítulo

É isso aí pessoal! Espero sinceramente que gostem e comentem!Ajudem um pobre escritor a melhorar ainda mais sua técnica de escritura.Abraços e até mais!



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