No dia seguinte, Glen acordou com a luz pálida da manhã a entrar pela enorme janela. Glen estava feliz. Acabara de descobrir o quanto era bom viver. Sonhara com Zach. Que estavam sòmente os dois no mundo. Nada os atrapalharia. Levantou. Caminhou até o banheiro, lavou o rôsto e preparou um bom banho. Encheu a banheira de mármore com água morna e ainda colocou pétalas de rosa para relaxar. Ao terminar, tomou café. Escovou os dentes, penteou o cabêlo e ainda colocou um perfume, não muito notável, mas perceptível.

Antes de sair, abraçou todos os empregados da casa. Quando abraçou, por último, Victor, o motorista, êle o perguntou:

- Você está diferente hoje. Com um brilho nos olhos, perfume...

- Podemos dizer que é uma experiência. – disse Glen em devaneio.

- Experiência?

- É. Como um teste. Podemos ir?

- Pois não senhor. – terminou Victor abrindo-lhe a porta.

Zach, já tinha tudo planejado. Convidaria Glen para ir ao cinema. Além de aproximá-los, êle ficaria mais perto do prêmio. Mas Zach pensava cada vêz menos no prêmio. Aquele singelo garôto mexia com Zach de alguma forma. Mas Zach nunca admitiria que estivesse a fim dêle. Não. Era orgulhoso demais para tal. Ao sentar-se à mêsa, não dissera uma palavra. Só movimentava a cabêça como resposta às perguntas que sua mãe lhe fazia. Ao terminar, pegou a mochila e saiu ao lado da irmã.

No ônibus, Zach deu tôdas as informações sôbre sua aproximação do objetivo. Grace o observava de um outro ponto do ônibus. Ao chegarem, Glen já estava à espera de Zach com um sorriso encantador no rosto iluminado pelos fracos raios de sol naquela nublada manhã.

Zach, ao chegar mais perto, sentiu um cheiro embriagante. O perfume que Glen estava o envolvera de tal forma que o deixara em transe por alguns segundos. Ao retomar-se, Zach disse-lhe de uma forma delicada:

- Glen, oi. Olha, sábado tem algo p’rá fazer?

- Eu adoraria... Uhm, digo, não. Não tenho nada marcado. – retificou Glen ao sair da hipnose causada pelos olhos verdes de Zach.

- O que me diz de irmos ao cinema?

- Claro.

- Então, me encontre em minha casa às sete.

- Combinado.

O silêncio reinou entre os dois. Trocavam olhares. Os olhos verdes de Zach se encontravam com os azuis de Glen. Voltaram a si mesmos sòmente quando o sinal tocou.

Na classe, sentaram-se lado a lado. A professôra havia dado um trabalho em dupla, e como podemos já adivinhar, Glen e Zach estavam mais próximos do que nunca.

E todos os dias após as aulas, Glen desenhava o rôsto de Zach de vários ângulos. E ao terminar pregava-os na parêde para observá-los. Glen estava se sentindo mais vivo. É claro que Glen também estudava, isto é, fazia o dever pensando em Zach. Não saía de seus pensamentos, os olhos, os lábios, o riso, o calor. O que conseqüentemente, traria ao coração de Glen, mais ilusões.

E Zach? Zach malhava o côrpo, seus já notáveis músculos estavam ficando maiores. Ouvia músicas românticas, mas tudo parecia ser para Glen. Zach era o único que não se dava conta de que estava criando sentimentos pelo pequeno magnata.

Foi assim durante tôda a semana. Zach e Glen eram inseparáveis. Grace explicava à Emily o que ela teria que fazer. Ele se aproximaria do Zach com um gravador, e perguntaria qual era a relação dêle com Glen. E como ela não poderia fazer isso durante o período escolar, Emily marcou às 5 horas do dia de sábado para encontrá-lo numa lanchonete.

Quando foi sexta-feira, Glen, após sair da escola, foi direto ao shopping. Passou por tôdas as lojas para escolher a roupa perfeita para ir ao cinema. Não escolheu nenhum perfume, pois se deve usar sòmente uma fragrância. Para que quando a pessôa sentir o perfume em qualquer ocasião, lembre-se dela.

Estava tudo ajeitado. Glen com sua roupa nova, Grace a por em prática seu plano e Zach a pensar a melhor forma de pedir a determinada quantia. Mesmo que magoasse profundamente um menino que a sorte havia escolhido.