Verdade ou Desafio 2 ! escrita por L B CULLEN
a.Briga
Presente – 2008
O homem direcionou seus olhos cor de mel para Harry e começou a gargalhar como se a alguns segundos atrás não fosse nenhum professor de DCAT severo. Agora parecia um velho amigo que acabara de se encontrar com outro.
-Então era por isso que você ficava me olhando nas aulas?
-Claro, pensou que eu fosse gay?
-Bom, talvez. – abraçou-o pelos ombros.
-Epa! Ta me estranhando, professor?
-Claro que não. – riu. – Sabe, Sr. Potter, teve um dia que sua mãe me falou que quando tivesse um filho ela daria o diário para ele. Disse também, que assim você saberia pelo que ela passou para conquistar o que queria. Ela era um grifinória, não?
-Bom, até agora ela fez coisas bem sonserinas.
-Ela lutou pelo amor dela, isso é o que importa. – suspirou. – Então, está em que parte?
-Quando ela tira os pontos da tal de Kelly.
-Vá para dois dias depois.
-Por quê?
-Porque é a partir daí que as coisas começam a ficar... importantes? Bom, talvez seja essa a palavra. – deu de ombros. – Depois que ela tirou os pontos da Courier, Lily me levou para a Torre em segurança, enquanto podiam-se ouvir os gritos de Kelly com James. Apenas isso que aconteceu.
-Dois dias depois, certo?
-Isso, mas agora você tem que ir para sua aula.
-Ok, hum, com licença, professor.
Passado - 1977
Lily correu pelo corredor a procura de Edward. O menino parecia bem ansioso para conversar com ela. Andou mais alguns minutos e o encontrou no fim do corredor sentado no chão, olhando para a parede oposta.
-ED! – o chamou.
Num pulo o menino se levantou e correu até ela.
-Aconteceu algo?
-Si... Não, bem, mais ou menos. – falou desconcertado.
-A Kelly fez algo com você? – perguntou, sentando-se no chão seguido dele.
-Não. – falou abraçando os joelhos.
-Então, o que foi? Você parecia preocupado na carta.
-Eu queria te perguntar uma coisa.
-Claro.
-Mas é meio pessoal.
-Não tem importância. Pode falar.
-Bom, é que... bom, tem uma pessoa, essa pessoa gosta de uma pessoa, aí essa pessoa tem medo de falar com a pessoa porque tem medo, aí ele vai ficar...
-Calma, Ed. – riu. – Você gosta de uma menina e tem medo de falar com ela?
-Er... – corou. – Mais ou menos.
-Hum, e eu? – falou.
-Não, Lily, eu...
-Tudo bem, eu apenas estou brincando.
-Er, ok.
-Então, como é essa menininha?
-Ela é da minha casa, do primeiro ano também.
-Bonita?
-Eu acho. – deu de ombros, acanhado.
-Me fala sobre ela, então.
-Ela tem cabelos escuros e... olhos verdes e... é branquinha.
Lily olhava para ele encantada. Criança apaixonada e desconcertada era a coisa mais encantadora que já vira. Principalmente Ed, que era todo pequenininho.
-E qual o nome dela?
-Hillary Slim.
-A filha de Jorge Slim?
-É. – ele tremeu levemente.
-Por quem você foi se apaixonar, hein, Ed. – riu.
Jorge Slim era Ministro da Magia e Chefe da Tropa de Aurores. Sempre foi conhecido como um homem forte, rude e muito coruja com a filha. Informações vazavam que depois da morte da esposa ele colocava seguranças escondidos atrás da filha, até em Hogwarts, mesmo a menina tendo apenas 11 anos de idade.
-É por isso que você tem medo?
-É. – declarou.
-Bom, conversa com ela.
-Mas o que eu vou falar?
-Vocês já se falaram alguma vez?
-Não. Eu só fico olhando de longe.
-Bom, você pode se apresentar.
-Como? Do nada, assim?
-É. – deu de ombros. – A vida é feita de aventuras e riscos. Ta na hora de você se aventurar, não?
-Mas... Eu... Eu...
-Por que você não tenta? Quem sabe dá certo? Se ela não falar nada, você vem falar comigo, ok?
-Quando... Quando eu faço isso?
-Quando você tiver a oportunidade. Quanto mais cedo melhor, ok?
-Ok. – suspirou.
-Eu vou voltar para a torre da grifinória pegar meus materiais. – levantou-se. – Qualquer coisa me chame, hein!
-Pode deixar.
-Você está brigando comigo por que eu fico andando com os meus amigos?
-Não, porque você fica andando com aquela coisa vermelha.
Ao ouvir o apelido que Kelly havia dado a Lily, ela se escondeu atrás de uma armadura e começou a escutar a conversa.
-Eu não vou deixar de andar com ela por que você quer.
-Ela está tentando nos separar. – exclamou.
-Deixa de besteira. Lily nunca faria isso.
-A Evans faria isso! – bateu o pé no chão.
-Eu a conheço.
-Você acha que a conhece. – suspirou. – Por favor, Jay, não a deixe nos separar.
-Ela não vai fazer isso.
-Como tem certeza? Você viu o que ela fez comigo há uns dias atrás?
-Não foi ela, Kel’s. Ela apenas defendeu uma criança que achou engraçado brincar assim com você. Foi só.
-Ok, não quero mais pensar nisso.
Pode pressentir um abraço, mesmo não podendo ver nada.
-Acho que é melhor eu ir para minha aula. – falou a menina.
-Sim, daqui a pouco eu vou também.
Escutou um estalo de beijo.
-Te amo.
-Vai com cuidado.
Atrás da armadura ela segurou o riso. Ele não a amava, ele não disse “Eu também” ou “Eu te amo”.
Saiu de trás da armadura e o encontrou bagunçando os cabelos, preocupado.
-Se perguntando onde foi se meter?
-Ouvindo conversa alheia, New?
-É, parece que sim. – cruzou os braços.
-O que quer?
-Mostrar a merda que fez.
-Do que está falando?
-Você não a ama.
-Claro que sim, se não eu não estaria com ela.
-Bom, é fácil enganar o coração quando queremos enganá-lo. Eu convivi com ela desde o primeiro ano. Kelly sempre teve o que quis. – riu rapidamente. – Lembro quando ela bateu numa menina porque ela queria o pingente de cabelo dela. Bom, ela conseguiu.
-Seja direta.
-Ela fez o possível para te ter e conseguiu.
-Onde quer chegar com isso?
-Você não é burro, Potter. Ou é?
Ele nada falou.
-Acho que você compreendeu o que eu quis dizer. Seja inteligente.
Virou-se e saiu pelo corredor em que Kelly havia seguido, deixando um James muito confuso para trás.
Lene e Sirius estavam sentados no final da sala, numa carteira em dupla, assim como todas, mas bem mais escondida.
-Pára. – sussurrou Lene severa, dividida entre copiar a matéria de História da Magia e resistir aos beijos de Sirius em seu pescoço. – Sirius! Que merda!
-Credo, Lene! Eu apenas estou fazendo carinho na minha namorada.
-Você vai levar um soco se não me deixar anotar a matéria. Você deveria fazer o mesmo. – voltou-se para o pergaminho.
-Eu vou pegar do Remus depois. E pode crer, só ele e a Lily estão prestando atenção na aula.
Verdade, tinha gente dormindo, conversando, rindo alto, mandando bilhetinhos, brincando de adedonha, jogo da velha...
Lene deu de ombros.
-Não importa. O professor pode ver.
-Ele não vai ver. – sussurrou no ouvido dela. A morena fechou os olhos e segurou um arrepio que subiu sua espinha.
-Pára, Sirius. Eu estou falando sério. – falou sem querer falar. {?}
-Quer que eu pare mesmo? – deu-lhe um beijo estalado no ouvido e colocou a mão sobre sua coxa.
-Há quanto tempo que você não vai para cama com alguém? – o olhou. – Acho que você está sofrendo de abstinência, meu amor.
-A próxima vai ser você, agora é só com você.
-Está a fim de tirar minha “dignidade”, meu bem. – fez questão de fazer as aspas.
-Você é virgem? – perguntou assustado.
-Sou, você realmente acha que eu ia dormir com qualquer coisinha que me aparece?
Afastou-se dela, tirou a mão de sua coxa e se sentou corretamente na cadeira, incomodado. Lene riu.
-Eu sou virgem, Sirius. – colocou a mão dele de volta em sua coxa. – Não santa. – falou lhe dando um beijo no pescoço.
Para alguns ela parecia estar fazendo as anotações, mas quem disse que é verdade? Dava para enganar, de tanto que levantava a cabeça e voltava para o pergaminho rabiscado. Rabiscado não de datas ou guerras e duendes.
Detalhes. Perfeição. Duas palavras que conseguiria descrever o desenho feito por Lily.
A alguns bancos estava James rabiscando o pergaminho com tédio. A imagem do rapaz parecia se refletir no papel da ruiva. Os óculos, a boca ligeiramente aberta, os olhos brilhando, a expressão sonhadora, as sombras, os dedos enrolados na pena que rabiscava o pergaminho enrolado. Tudo.
Deixou escapar um sorriso. Fez um gesto negativo com a cabeça. O sinal tocou. Enrolou o pergaminho e colocou dentro de um dos livros. Juntou os materiais e saiu da sala, antes dos amigos.
Escutou o sinal e desencostou da parede e foi até uma cabeça ruiva que aparecia na porta.
-Ei! – gritou.
-Ah, você. – falou Lily com desgosto. – O que quer, Toquinho?
Era tudo planejado, Lily sabia. Agora a grifinória tinha aula livre, assim como a Corvinal.
-Agora, você vai admitir que fez aquilo comigo. De propósito.
-Você não pode me acusar. Não tem provas.
-Você não tem desculpa.
-Você que acha. Eu estava com o seu... Namorado? Enfim, eu estava com ele o tempo todo.
-Imbecil! Você o quer de volta.
-Volta? Não se pode ter de volta o que nunca se perdeu.
-Errado, não se pode ter de volta algo que nunca teve. – riu e se aproximou. – Parece que não percebeu isso.
-Juro. Pergunte a ele com quem sonha durante toda a noite. Acredite, não é você. Era só isso? Tenho mais o que fazer.
-Não, não acabei. – jogou a mão com força na bochecha de Lily fazendo a menina virar o rosto com tanta velocidade que os cabelos voaram. – Ele é meu namorado.
-Claro que é. – concertou o cabelo e a olhou. – Ele não correu atrás de você como fez comigo, ele não precisou lhe comprar lírios ou bombons, não precisou fazer declarações do quanto a amava, porque ele não te ama. Acorda baixinha, você é apenas um suporte até eu consegui-lo de volta. – a olhou com firmeza. – E sabe como eu vou fazer isso? Acabando com você. – riu.
-Vai precisar de muitas armas para isso, foguinho.
-Não, tenho certeza que não. Pouca coisa, poucas armas. Sabe como é.
-Não me subestime, Evans.
-Claro que não. – ironizou. – Por que você não vai pentear os cabelos ou passar mais base no rosto? Eu preciso estudar.
-Claro que precisa burrinha. Aproveita e planeja bem o que vai fazer para conseguir o James. Porque só com muito planejamento mesmo.
-Você duvida que em poucos segundos ele é meu?
-Claro, ele nunca me trocaria por você. Você é pouca coisa.
-Você está lidando com artilharia grande, toquinho. Você está brincando com fogo. E quem brinca no fogo acaba se queimando.
-O mesmo para você.
Lily fingiu o bocejo de sono.
-Você é entediante.
-Imbecil!
-Tenho mais o que fazer. Com licença. – virou-se de costas para logo soltar um grito.
Kelly agarrou nos cabelos longos e ruivos de Lily e puxou com força fazendo a menina cair de costas no chão. A grifinória permaneceu no chão com a expressão contorcida. Entre o choro e a raiva.
-O que houve?! – exclamou Remus saindo da sala, acompanhado do resto do grupo.
James, que estava logo atrás, passou por eles e se aproximou de Lily.
-O que houve? – perguntou.
-Eu caí. – falou surpreendendo a todos, até Kelly.
-Tem certeza? – perguntou a ajudando se sentar.
-Claro que não. – gritou algum aluno. – A menina loira a puxou pelo cabelo.
-Isso é verdade? – James virou-se para Kelly. – Você a puxou, Kelly?
-Er... Eu...
-Foi apenas um acidente, Jay, não foi anda de mais. Me ajude a levantar. – colocou a mão sobre o ombro dele e fez um pequeno esforço para ficar de pé, mas escutou-se um estalo e Lily soltou um gemido.
-Acho melhor ir à enfermaria.
-Estou bem, foi só um mau jeito. – tentou se levantar novamente, mas a dor foi maior, então soltou um gemido.
-Ok, eu te levo no colo então.
-Não! – exclamou. – Sua namorada vai pensar que...
Nem terminou de falar e logo estava no colo de James.
-Eu não ligo. – ele sussurrou ao pé de seu ouvido.
Lily o olhou e ficou bem surpresa ao ver um pequeno sorriso nos lábios de James, bem perceptível por estarem próximos.
-Agora fala o que houve. – pediu Lene, assim que Lily terminou de tomar a poção para dor e agora estava sentada num dos leitos, esperando ser liberada.
-Ela me empurrou, óbvio. Quer dizer, me puxou. Ponto, maldito!
-E por que você mentiu?
-Porque não quero brigar com ela na frente do James, isso é um ponto a menos para mim. – pulou do leito. – Alguém tinha falado que ela me puxou. Então isso foi péssimo para ela.
-E o que o James falou? – perguntou Belle.
-Que não ligava para o que ela diz, bom, pelo menos é o que eu penso que seja.
Dois dias se passaram. James e Lily estavam mais próximo e Kelly nada gostava disso, mas o que ela iria fazer? Matar Lily? Bater novamente? Sim, talvez.
-Ei, toquinho!
Bom, aí estava a oportunidade. Corredor vazio, apenas as duas, todos em suas salas comunais.
-Fala, coisinha!
-Sua detenção, sábado, na sala de Minerva.
-Só isso?
-Acho que o James vai ficar muito sozinho em Hogmead, não? – cruzou os braços a ignorando. – Quer dizer, a Belle vai ficar o Remus e o Sirius com a Lene. O que só me sobra o James. Ah, que pena! Acho que vou ter de consolá-lo.
-Eu não vou repetir que você não vai tê-lo.
-Você acabou de fazê-lo, coisinha pequena.
Sim, ela recebeu outro tapa no rosto de Kelly. E bem, dessa vez Lily não se segurou e pulo em cima loira. Tal foi a velocidade que as duas tropeçaram e caíram no chão.
-Agora você vai ver, toquinho. – começou a bater a cabeça da menina compulsivamente no chão.
-Ah! Me solta, louca! – puxou a blusa de Lily, fazendo-a cair ao seu lado.
Rapidamente as duas se levantaram, descabeladas e as roupas amassadas.
-Queria uma desculpa para me bater? Aí está! Mas parece que você não consegue, fraca! – urrou Kelly.
-Urght! – foi para cima dela novamente lhe dando tapas, enquanto a outra se defendia com os braços. – Fraca? FRACA? Eu vou te deixar careca. – agarrou o cabelo, agora volumoso, da loira e o puxou com muita força.
-Vocês viram a Lily? – perguntou Lene. – Eu queria ajuda no dever de transfiguração. Ela sempre foi muito boa na matéria.
-Ela foi falar com alguém sobre alguma detenção. – respondeu Belle.
-Detenção? – falou Remus. – A única pessoa com detenção foi a namorada do James. – arregalou os olhos.
-MEU MERLIN! – exclamaram saindo correndo do salão comunal.
-Cala sua boca, peste! – cravou as unhas no ombro direito da menina e puxou até as mãos, ficando um rastro de sangue.
-AH! Sua louca, cabelo de fogo! – puxou o cabelo de Lily até o chão, depois agarrou a blusa dela e rasgou tamanha a violência.
-Quem foi o imbecil que a deixou ir? – esbravejou James.
Lene encarou Sirius nervosa.
-Nem me olha que eu não tenho culpa. Como eu ia saber?
A menina bufou.
Kelly se levantou rapidamente e iria começar a correr, mas Lily a segurou pelo pé, fazendo a cair de barriga para baixo. Com isso a ruiva sentou-se nas costas dela.
-Vai fugir agora, é? Ah! – Kelly virou-se bruscamente jogando Lily no chão.
-Cala a boca! – arranhou a cara dela.
-AH! Isso dói, porr*!
-Que boca suja, Evans. – disse, lhe dando um tapa na cara. – Moças não devem xingar.
-Vai se fud*r! – sentou fazendo a loira cair de costas.
-Onde? ONDE?!
-Ela é sua namorada. – exclamou Belle.
-Ela queria brigar com a Lily.
-Biblioteca. – concluiu Remus.
-Ah! Me solta, merda!
-Eu que tenho boca suja? – levantou-se e levantou a loira pelo cabelo.
-Solta! – a empurrou na parede com força.
Caíram no chão novamente. Lily agarrou o cabelo de Kelly, mas foi puxada para trás e nem por isso largou o cabelo da menina.
-Pára, Lily. – escutou Lene.
Braços se apertaram ao redor da ruiva, então soltou o cabelo de Kelly.
-O que vocês pensam que estão fazendo? – urrou Remus. – Isso é um corredor, não um ringue de luta livre!
-Ela que começou! – a loira apontou para Lily.
-Deixa de ser infantil! E FOI VOCÊ QUE COMEÇOU! – deu impulso, mas Sirius, que lhe segurava, a prendeu com mais força. – IMATURA!
-PAREM! – gritou James. – EU NÃO RECONHEÇO VOCÊS MAIS. As duas eram carinhosas e atenciosas, e agora estão... assim! Merlin! Eu não quero mais que briguem. – virou-se. – Merda! – sumiu pelos corredores.
-SUA CULPA. – gritou Kelly.
-Oh, cala a boca! – soltou-se de Sirius e foi atrás de James.
-Não! – Kelly iria se soltar, mas Remus não deixou, e Belle e Lene entraram na sua frente.
-Nem pensar, pequenininha. – falou Belle.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!