Escritos de Dakota escrita por Meredith


Capítulo 4
Capítulo 4




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– Achou? – Perguntei.

– Ah - se assustou - não.

– Tá em baixo do seu nariz - estendi o braço e peguei o livro que estava do lado do computador.

– Obrigado – ela sorriu sem graça.

– Minha mãe já separou as roupas, está lá em baixo.

– Ah sim, eu já vou embora.

– Tudo bem - sorri.

– Obrigada.

– De nada.

– Vou agradecer a sua mãe antes – ela falou.

– Tudo bem, vou descansar antes de ir trabalhar. – respondi.

– Até mais.

Ela foi embora. Eu deitei na cama e fiquei pensativa. Uma semana depois, tudo estava na mesma. A Lolla continuava mentindo pra mim. Peter estava com raiva, pelo menos ele me deixou em paz por um tempo.

– Tudo bem Lolla? – Falei.

– Sim, vou na biblioteca e já volto – ela estava mentindo e me evitando.

Mas ela não era a única, eu também estava mentindo pra ela. Continuei andando, vi Peter e fui falar com ele, eu precisava de companhia, logo.

– Você ainda tá bravo comigo? – Perguntei.

– Não, por quê?

– Ficou uma semana sem falar – isso era óbvio, mas não queria ser rude. Não hoje.

– Você tá me evitando.

– Não é a minha intenção.

– Preciso falar com você – ele falou.

– Quando?

– Hoje na segunda aula.

– Não quero matar aula – revirei os olhos.

– Atrás da escola.

– Você não vai fazer nada comigo né? – arqueei minha sobrancelha.

– Não – ele falou. Mas, eu sou boba ou gosto do perigo?

– Certo.

Peter não era o único que estava chateado comigo, Milles e eu não conversamos há uma semana. Fui tentar resolver com ele também, eu simplesmente surtei quando ele falou comigo, ele não merecia aquilo.

– Queria te pedir desculpas.

– Pelo o quê? – Milles respondeu seco.

– Pelo jeito que te tratei, você não tem culpa da minha tpm.

– Tudo bem – meio sorriso – já esqueci.

– Te vejo na próxima aula?

– Talvez - sorriu e se afastou.

Milles era uma boa pessoa, e ele tem tudo para ser um bom amigo. O que é raro aqui nessa cidade. Peter nem entrou na primeira aula. Eu assisti a primeira e sai na segunda. Fomos atrás da escola. Lá havia algumas árvores e era difícil alguém ir lá.

– Eu quero saber por que você não quer mais ficar comigo?

– A Lolla vai acabar descobrindo, e eu não me sinto bem fazendo isso.

– Eu sei que você quer – ele falou se aproximando.

– Eu não posso – dei um passo para trás.

– Dakota, não resista – ele continuou se aproximando de mim.

– Por favor, Peter – continuei andando de costas até encontrar uma barreira. Na verdade, eu não queria resistir, mas eu precisava fazer aquilo.

Ele me pressionou contra a parede e começou a me beijar. Enquanto uma de suas mão me pegava forte pela nuca, a outra passeava pelas minhas pernas. Eu amava essas pegadas que o Peter me dava. Mas logo me veio a mente aquela noite na cabana, o incêndio, o pai dele, e a Lolla.

– Chega – me afastei.

– Por favor, não. – Ele segurou meu braço para que eu saísse.

– Nunca mais - me soltei - nunca mais me beije, ok?

– Dakota, não faça isso – seus olhos estavam mareados, uma lágrima desceu de seus olhos.

– O que houve entre a gente nunca existiu.

– Você não pode ficar comigo um ano e depois fingir que nada aconteceu.

– Você não pode ficar com a Lolla durante três anos e depois fingir que nada acontece. Nossa história termina aqui – eu disse firme.

– Isso não vai ficar assim, ouviu? – Ele apertou com força o meu braço. Gemi de dor.

–Tá me machucando, me solta.

– Só não esquece que isso não vai ficar assim

Assim que ele falou isso, Peter me soltou com força e saiu nervoso. Na hora da saída, não encontrei Peter, mas infelizmente, Lolla me esperava.

– Eu estava te procurando – ela falou.

– O que houve?

– Por que você saiu mais cedo? – Fingi que não escutei e tentei me sair daquela situação.

– Desculpa, tenho que ir embora – falei e continuei andando.

– Espera – eu parei – por que o Peter também sumiu?

– Eu não sei. Desculpa Lolla, estou atrasada – falei.

– Tudo bem – ela me olhou desconfiada.

Continuei andando e fui para minha casa. A tarde fui para o trabalho. Que tarde tediosa. Quando cheguei em casa, tomei um banho e me deitei na cama. Lolla bate na porta.

– Desculpa, sua mãe me deixou entrar – ela falou.

– Tudo bem, estou acordada.

– O Peter terminou comigo – esfregando a mão nos olhos para conter as lágrimas.

– Por quê?

– Eu não sei, hoje a tarde ele simplesmente chegou lá em casa, disse que queria terminar e foi embora.

– Você não perguntou nada? – a encarei mais.

Quando eu disse que não queria mais nada, eu não tinha a intenção de fazer com que ele terminasse com Lolla, ela precisa dele! Minha cabeça estava confusa, já não sei mais o que realmente é certo. Certas atitudes nunca devem ser tomas, como a minha há dois anos trás. Por outro lado, eu estava um pouco feliz. Eu gostava dele, talvez eu pudesse ficar com ele agora, mas isso seria certo?

– Perguntei, ele não quis dizer o motivo, disse apenas que não queria mais. – Lolla respondeu chorando.

– Poxa, que pena – tentei demonstrar que estava interessada, mas ela notou que eu não estava interessada em sua dor e disse que ia embora. Voltei a me deitar e a pensar se o motivo de Peter ter terminado com Lolla realmente seria eu. Afinal, eu não sou o centro do universo, ele pode ter outro motivo. Me levantei para fechar a porta, e ouvi Lolla conversando com minha mãe.

– Agora mais do que nunca quero saber o que Dakota tem com a família de Peter.

– Por quê? – Minha mãe respondeu.

– Ele terminou comigo, e sinto que o que aconteceu naquela noite tem a ver com isso.

– Encontre o diário de Dakota e resolveremos isso logo.

Tranquei a porta do meu quarto e me deitei chateada. Eu não posso confiar em ninguém, nem na minha melhor amiga, nem na minha própria mãe, em ninguém. Eu pensava enquanto continha minhas lágrimas.


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