Pov. Gina

Eu estava andando rápido pela escola, Draco não estava na torre do relógio, como sempre que estava triste. Eu deveria saber que ele não iria para lá sabendo que eu iria procura-lo. Não tinha mais onde procurar no castelo, perguntei a todos do colégio se viram Draco, mas nada nenhum deles haviam visto meu melhor amigo.

O jeito seria procurar na parte externa da escola, estava virando nos corredores quando dei de cara com meu irmão, Hermione e Harry, tentei dar meia volta, mas eles já tinham me visto, e o pior me visto com os olhos cheios de lágrimas.

– Gina – disse quem eu menos esperava que falasse algo – o que aconteceu? – Seu tom de preocupação era perceptível tanto para mim quanto para meu irmão que estava surpreso com o foco de Harry em meus olhos e meu foco nos olhos de Harry.

– Vocês... viram Draco por ai? – Disse quebrando nosso contato visual olhando alternadamente para os três – ele escutou que eu e Dino nos beijamos e agora eu não o acho.

– Ele passou por aqui há alguns minutos... acho que foi para a casa dos barcos, ou para o lago – disse Hermione apontando o para o corredor atrás de si. E logo a frente vi a ponte coberta. Assenti e olhei para Rony.

– Vou resolver isso e depois conversamos como me pediu mais cedo Ron, prometo – dei três batidinhas no ombro de Harry, um beijo na bochecha de Rony e um abraço em Hermione.

E então corri pela a ponte, e quando cheguei em seu fim i Draco sentado no meio dos jardins. Caminhei devagar até onde ele estava, limpei meu rosto com as costas da mão, e sentei em sua frente. Ele olhou para mim, suas escleróticas estavam vermelhas e suas íris azuis extremamente dilatadas.

– Há quanto tempo estão ficando? – Ele perguntou olhando diretamente em meus olhos, eu consegui ver o esforço de Draco para esconder a raiva, ao me perguntar.

– Ele me beijou pela primeira vez hoje – eu disse – foi de repente Draco.

Ele olhou mais além de mim, eu não sabia o que dizer mais, me aproximei de Draco tomando suas mãos nas minhas, e então ele me olhou novamente.

– Por que não sente nada por mim? – Aquela pergunta não era uma que eu esperava, sem sequer passara pela minha cabeça que ela existira. – além de amor de amigos.

– Vou explicar-te uma coisa – eu disse balançando a cabeça para tirar os fios que se prendiam em minha boca enquanto falava – quando você me demonstrou o que sentia por mim, eu não quis nada com você por que eu senti que se tentássemos um algo a mais, se não desse certo nos perderíamos, e nossa amizade não existiria e você ficaria mal assim como eu. – dei uma pausa olhando para seus olhos – e com o Dino, sinto que se não der certo não vai afetar em nossa amizade.

Draco deu um leve sorriso, talvez tentando esconder que não estava bem, não com a situação que nos encontrávamos. Ele soltou suas mãos das minhas com um puxão, e aquilo me deixou com o coração na mão.

– Eu quero ficar sozinho Ginevra – ele nunca me chamava assim.

– Draco, não me afasta de você, não faz isso por favor – eu disse em vão, ele levantou e deu as costas para mim saindo do jardim, deixando-me na escuridão.

Fiquei olhando Draco se afastar de mim, indo em direção ao castelo. Eu sabia que seria difícil fazer Draco falar comigo nos próximos dias mas não poderia desistir dele. Baixei minha cabeça tirando meu olhos de Draco afastando-se mais e mais. E de repente não vi mais nada. Senti minha cabeça de encontro ao chão e então mais nada.

Acordei em um lugar que não a comunal de Grifinória tão pouco o jardim onde eu capotei, ou desmaiei não me lembro qual era a sensação no momento. Logo reconheci o lugar, a ala hospitalar, lugar muito claro as luzes vinham de todos os lugares da sala. Olhei para meu lado direito e vi um relógio, onde dizia ser oito horas da manha, direcionei meu olhar para meu outro lado, tinha alguém ali, com o braço perto do meu, e sua testa encostada no braço olhando para baixo impedindo-me de ver o rosto. Aquele pensamento mal terminara de passar em minha mente, e a cabeça começara a se levantar. Era Harry Potter.

– O que esta fazendo aqui? – perguntei sentando-me na maca.

– Cuidando de você, apenas. – ele disse passando a mão em seu cabelo, parecia sem jeito.

Sorri de lado, pus minhas pernas para fora da cama e saltei no chão, mas aquilo me deixou desnorteada e então Harry me segurou, e me colocou na cama mais uma vez.

– Eu encontrei você desmaiada nos Jardins – me perguntei o que ele estava fazendo nos jardins. – Vi Malfoy passando pela ponte e você não estava com ele, fiquei esperando mais de uma hora e você não aparecia. E então fui atrás de você. – ele segurava minha mão – estava fria, trouxe você para cá, madame Pomfrey disse que era para eu ficar aqui com você até acordar.

– Então, devo agradecer você – disse inclinando a cabeça para o lado e arqueando uma sobrancelha a Harry – Obrigada. Mas agora eu quero ir para a comunal... me ajuda já que está aqui.

– É um pedido? – ele disse com um tom irônico.

– Na verdade eu posso ir sozinha obrigada. – levantei devagar, ao pôr os pés no chão me encostei na cama recobrando os sentidos após a tontura rápida. E caminhei para a porta.

– Eu estava brincando Gina, deixa eu te ajudar – ele de repente apareceu em minha frente, eu balancei a cabeça negativamente. Mas ele me segurou – Você sabe que não tem mais o porquê me odiar, Rony quer se aproximar de você. Compensar o tempo que não te deu atenção.

Harry estava me olhando no fundo dos olhos, e levou sua mão até meu cabelo passando a mão nele. Eu sabia exatamente o que ele iria fazer, eu não estava com a mínima vontade de resistir. O beijo no trem tinha mexido com todos os meus sentimentos por ele, mas eu não podia, não agora.

– Por favor, não faz isso – eu disse tirando sua mão de meu cabelo e a outra de minha cintura – agradeço ter ficado comigo a noite toda, mas é só isso. – sorri tentando disfarçar que minha vontade mesmo era ceder a ele neste momento, passei por ele continuando meu caminho para fora da ala hospitalar. Precisava tirar aquela roupa, tomar um banho e fazer alguma coisa que tirasse meu foco do pedido de tempo de Draco, o que estava acabando comigo.