Ainda surpresa com o que acabara de presenciar, Yuuko estava sentada no chão de seu quarto bem próximo a Mokona, como entendeu ser seu nome. Quem seria Eriol, pessoa a quem deveria ser entregue aquela mensagem junto as tais cartas, e a jovem do filme projetado por Mokona mesmo ele inconsciente? “Mas onde estão essas cartas?”, pergunta já que quando o encontrou não havia nada com ele, nem mesmo próximo a ele. Ao observa-lo melhor, foi só então que finalmente notou algo. Parecia uma espécie de corda que tinha apenas uma ponta para fora da boca de Mokona. Ela com cuidado puxa para fora o que parecia apenas uma chave com o formato de uma estrela. Foi então que aconteceu. Um grande brilho passou a sair do que parecia uma simples chave. Yuuko sentiu como uma espécie de energia percorresse seu corpo vindo de sua mão que ainda segurava a chave.

***

Em frente a casa onde Sakura morava Barthel e Spinel esperavam que algo acontecesse ou quem sabe, que a própria Sakura aparecesse. Eriol havia dito sobre sentir uma magia ter afetado os que conheciam a jovem maga, pois nem Kerberos ou Yue se lembravam da mesma. Pelo que pode notar nem mesmo o pai dela possuía mais essas memórias, pois parecia não notar o perigo que era próximo. Apenas ele, Eriol e Spinel Sun não haviam sido afetados por essa magia. Ele não conhecia Sakura, não pessoalmente e nem mesmo haviam trocado uma palavra sequer nas várias ligações que ela havia feito a Eriol durante vários anos, Eriol com seu grande poder pode proteger-se e Spinel que fora criado primeiramente para ajudar a Sakura a concluir na transformação das cartas para ela e também para aquele momento que por eles era esperado, então sua resistência a certas magias era maior.

Foi então que ambos sentiram um poder um pouco distante dali. Para Spinel aquele poder era bastante conhecido.

– É ela, Spinel? – Barthel pergunta.

– Sem sombra de dúvidas, é ela. Vamos rápido, ela pode estar precisando de nós.

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A chave em sua mão agora parecia mais estranha ainda. Aos poucos ela cresceu e cresceu e se transformou em um bastão muito parecido com os usados por líderes de torcida na escola nas aulas de educação física, mas agora era uma cópia bem maior do que a pouco segundos era apenas uma chave, com a mesma estrela e sem o segredo em sua ponta.

Acabada bizarra transformação Yuuko estava mais uma vez no chão e mais uma vez incrédula do que havia acontecido. Foi então que finalmente Mokona acordou após um bom tempo desde que tinham chegado. Ele olhou ao seu redor e aos poucos o horror tomou seu rosto. Não fazia ideia de onde estava e como havia chegado ali. Foi então que notou a menina que estava a pouco mais de um metro de distancia e viu o báculo mágico em suas mãos.

– AI MEU DEUS! Quem é você e como conseguiu enxergar a chave mágica dentro de mim e ainda mais liberar o báculo? –Questiona nervoso a menina que nem ao menos tinha notado que ele havia acordado e apenas observava o báculo.

Mais um susto para Yuuko.

– E-eu sou Yuuko Ichihara. N-não sei como, mas a vi e quando toquei nela ela se transformou nisso. Ah... E também vi a mensagem para ao tal Eriol.

Mokona parecia começar a ficar louco. Falava consigo mesmo, tão rápido que Yuuko mal conseguia entender uma ou duas palavras. Então repentinamente ele vira-se para ela e fala:

– Seu poder. O poder do seu coração. Demonstre o para mim, assim saberei quem você é e de qual lado está. Do nosso ou daquele bruxo.

– Poder? Lado? Bruxo, cartas e báculo mágico? Não sei nada sobre isso e muito menos sei se quero saber mais. – Yuuko queria apenas acordar daquilo que mais parecia um sonho louco.

– Somente pessoas com grande poder podem ver o que levo em mim. Nem mesmo o tal bruxo poderia ver, assim conseguiria me esconder e tentar achar Eriol. Por isso Sakura me fez. Tem algo em você que a fez enxergar a chave. Talvez seja esse seu destino. Ajudar-me a salvar Sakura e as cartas destruídas junto ao poderoso Clow.

A cabeça de Yuuko girava com tudo o que havia ouvido. Nem de longe passava em sua cabeça aceitar o que a criatura dizia ser seu destino. Mas sempre sentiu algo estranho consigo mesma. Algo de especial que ainda não era compreendido por ela. Talvez devesse, talvez não. Cada vez mais queria enfim poder acordar de seu sonho.

– Mas eu não posso fazer isso. E-eu sou apenas uma estudante do fundamental e... – antes de terminar sua frase notou que Mokona olhava para a janela sem nem ao menos a ter ouvido uma palavra dita por ela.

– Precisamos sair daqui rápido. Alguém se aproxima. Não sei se é o bruxo ou outra pessoa, mas não será bom ariscar. Vamos rápido! – Mokona saiu aos pulos pela porta do quarto e Yuuko ainda com o báculo nas mãos não sabia o que fazer, então correu atrás da criatura.

Seu pai pareceu não ter notado o que estava acontecendo em sua casa, pois ainda estava bastante distraído com a organização de seus livros no novo escritório. Eles saíram pela porta da frente e Yuuko sempre seguindo Mokona. Passaram-se algumas ruas e então finalmente Mokona parou de correr. Quando Yuuko o alcança e então pode parar para descansar, nota do outro lado da rua, frente a eles um garoto com aparentemente sua mesma idade. Ela o observa e ele a ela. E assim que ele desvia seu olhar para o báculo mágico. não demonstra a menor felicidade no que vê. E sem mais demora ele quebra o silencio que se passou por alguns minutos.

– São vocês os que perseguiram e raptaram Sakura. Onde ela está? – quis saber o jovem com uma voz de exigência - Digam imediatamente, ao menos que queiram que eu os faça falar.

Yuuko se questiona quanto mais maluco poderia ficar aquele dia.