Butterfly escrita por Beatriz


Capítulo 1
Butterfly


Notas iniciais do capítulo

>LEIAM, POR FAVOR.Olá galerinha ^.^ Tudo bem? Bom, essa é minha primeira fic original. Estou com certo receio, mas fiz de tudo para que ela ficasse legal *u*. Caso haja algum erro ortográfico, mil perdões, revisei mas posso ter deixado algo passar... Gostaria da opinião sincera de vocês, se vocês quiserem fazer uma crítica construtiva aceitarei de bom grado. Enquanto eu escrevi, ouvi algumas músicas... Se houver interessado em ler o capítulo com as mesmas, aqui vão elas na ordem certa e com os respectivos links:
1ª música: Cloud Atlas. Link: https://www.youtube.com/watch?v=mXttp8_xSHQ
2ª música: I Want You To Want Me- Gary Jules (Cover). Link: https://www.youtube.com/watch?v=MgquTedFfG4
3ª música: Butterfly- Christina Perri. Link: https://www.youtube.com/watch?v=SZWRGOzyKyw
4ª música: Above and Beyond- Audiomachine. Link: https://www.youtube.com/watch?v=mTqchU_d560Bem, é isso... Espero que gostem, nos vemos nas notas finais.



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A música preencheu todo o ambiente e no mesmo instante, o coração de Sara acelerou estupidamente. A moça mordeu o lábio inferior e respirou fundo, tentando manter-se focada. A canção tomara vida, corpo, forma. Cada nota, cada som, reagia de forma instantânea nela, prendendo-a em uma espiral de emoções quase sufocante. Os deles dele tocavam com maestria as teclas do piano, os olhos verdes estavam focados, intensos. Ela podia ver tanta coisa naqueles olhos, mas nunca sequer se atreveu a olhá-los por muito tempo.

Os sons fluíam a sua volta, criando ao seu redor uma névoa de encantamento que nada seria capaz de dissipar. Cada nota causava-a calafrios, enquanto seu coração insistia em acelerar. A música ganhou forma, as notas percorrendo o ambiente, cortando o ar com precisão... Os dedos movendo-se com frescor e ritmo e som preenchendo o seu coração, fazendo-a sentir-se completa, inteira.

Ali, ouvindo-o, não pôde deixar de sorrir ao se lembrar de quando eles se conheceram, há três anos.

A morena respirou fundo e encarou o relógio em seu pulso. Sara estava sentada na primeira fileira da arquibancada da quadra de futebol de sua escola, esperando que seu pai chegasse para buscá-la. Eram quatro horas da tarde, e o calor californiano começara a incomodá-la um pouco naquela tarde de verão. O sol brilhava no horizonte, e a poucos metros dela, um grupo de rapazes jogava futebol animadamente.

Resignada, retirou um livro da bolsa e preparou-se para entrar em sua bolha de paz e tranquilidade. Encarou o livro e abriu-o na última página que lera. Sara estava tão focada em sua leitura que não percebeu a bola de futebol vindo em sua direção. Tudo o que ela sentiu depois foi uma dor aguda em sua cabeça. A morena fechou os olhos, procurando por ar, e por alguns instantes sentiu-se fora de órbita.

Ouviu vozes e passou a mão pela cabeça, avaliando os danos, que não pareciam tão sérios, ainda assim, ela certamente ficaria com uma bela enxaqueca no dia seguinte. Abriu os olhos e encarou surpresa o par de olhos incrivelmente verdes que a olhavam com preocupação.

— Eu sinto muito mesmo! — Ele falou, a voz rouca e suave invadindo os tímpanos de Sara e causando nela uma reação estranha. — Você está bem? — Questionou. Os olhos a avaliando com calma; porém, sua voz demonstrava clara hesitação e preocupação.

— Er... Sim, só com um pouco de dor — respondeu, honestamente. Sua visão, lentamente, foi ficando mais clara, e então ela se deu conta da beleza do rapaz com quem conversava. Ele era alto, seu rosto parecia ter sido esculpido à mão, os traços eram similares aos de estátuas gregas, os olhos verdes eram intensos, profundos. Os cabelos castanhos o davam um ar mais natural.

— Vou te levar à enfermaria — ele murmurou, segurando-a pela mão. Sara piscou algumas vezes, confusa. Seu cérebro parecia tentar, com afinco, processar a informação, mas ela estava mais ocupada sentindo um calafrio percorrer sua espinha diante do toque dele.

— Não precisa — ela disse ainda atordoada. Sua cabeça latejava, e Sara sentia-se sendo guiada por ele.

— É óbvio que precisa... Pode ter sido algo sério — ele falou, cuidadosamente. Viu, de soslaio, ele virar a cabeça para a quadra e dizer: — Gente, vou levá-la à enfermaria e já volto — pôde ouvir os outros assentindo e respirou fundo. — Qual é seu nome? — Ele questionou ao vê-la pressionando a têmpora com força. Apenas precisava mantê-la distraída da óbvia dor que ela sentia.

— Sara — ela respondeu apenas. Ele assentiu e disse:

— Meu nome é Ryan — disse. Logo, ambos chegaram à enfermaria da escola, onde a moça foi examinada e recebeu um analgésico para dor.

— Você se sente melhor? — Ele questionou enquanto a acompanhava para fora da escola. Ela era uma moça muito bonita, e ele não sabia ao certo como nunca havia a notado antes na escola.

— Sim, obrigada — ela respondeu tímida.

— Bem, nos vemos por ai — ele disse, abrindo o sorriso de lado mais bonito que ela já havia visto em sua vida.

Sara respirou fundo e piscou algumas vezes, empurrando as memórias para o fundo do seu baú mental. Não queria pensar naquilo agora. Ryan parou de tocar e virou-se para ela. Os olhos gentis, doces, e o sorriso que ela tanto amava no rosto dele.

Não sabia ao certo quanto tempo havia passado, e ao olhar no relógio de sua sala, percebeu que já eram cinco da tarde, ou seja, logo Ryan teria que partir. Sara piscou, afastando o pensamento e voltando a prestar atenção nele:

— Você gostou? — Ele perguntou curioso. Sara respirou fundo e abriu seu melhor sorriso, dizendo:

— Sim, a música é linda — comentou. Os olhos dele brilharam diante da resposta e a morena teve de contar até dez mentalmente; ainda assim, seu coração acelerou, fazendo-a desviar seu olhar do dele.

— Eu nem sei como agradecer por todo seu apoio — ele disse agora sério. Sara estava lá, sempre esteve. Ela era como uma rocha de sustentação para Ryan, mesmo que para isso seu mundo colidisse. Cansou de contar quantas vezes sufocou seus sentimentos por ele para não perder a amizade que ela tanto prezava. Sara nunca soube exatamente quando começou a se apaixonar por seu melhor amigo; contudo, agora seu coração estava marcado por ele. Todas as noites ela orava em silêncio, entre lágrimas, para que ele a amasse, para que ele a olhasse como mulher, não apenas como amiga.

— Amigas são para isso — ela disse, dando de ombros. Ele assentiu e levantou-se, dizendo:

— Tenho que ir trabalhar, amanhã nos vemos — ele disse, sorrindo para ela. — Tchau.

— Tchau — ela respondeu baixo. Depois de ouvir o som da porta fechando, e encostou seu corpo na parede. Contou até dez mentalmente e mordeu o lábio inferior. A dor que ela sentia não parecia amenizar, apenas crescia, queimando-a, marcando-a e criando cicatrizes que ela jamais esqueceria.

Sara abriu a porta de sua casa e foi em direção ao jardim, que ficava nos fundos do terreno. Sentou-se no banco e encolheu-se o máximo que pôde, como se aquilo pudesse minimizar sua dor. Ao longe, uma bela borboleta começou a voar sobre as rosas do jardim.

Ela era azul e voava por todo entorno. A moça estendeu seu dedo para a borboleta, porém a mesma não pousou em sua mão, apenas continuou a voar. Sara recuou a mão e respirou fundo. Naquele momento, ela lembrou-se de Ryan. Ele era como aquela borboleta, ele jamais se aproximaria, e ela jamais teria uma chance de ser amada por quem tanto amava.

Sara sentiu as lágrimas quentes caindo por seu rosto, molhando sua pele, enquanto soluços incontroláveis escapavam de sua boca trêmula. Respirou fundo e secou as lágrimas com raiva; porém, as mesmas continuavam caindo de seu rosto. Novamente, as memórias a assaltaram de surpresa e sentiu-se indefesa:

Ryan abriu um sorriso de lado que tirou o fôlego de Sara e entregou-lhe um copo transparente com milk-shake, dizendo:

— Então... Eu preciso te contar algo — ele disse, com os olhos brilhando. Por alguns momentos, só alguns momentos, Sara se permitiu ter esperança. Realmente esperava que ele fosse a dizer que percebera que a amava, e que agora queria ficar com ela. — Eu estou namorando.

A morena sentiu como se tivessem a tomado o ar. O ambiente a sua volta começou a tornar-se menor e Sara sentiu seu coração quebrar em milhões de pedaços, pedaços que ela jamais conseguiria juntar e consertar. O único capaz de fazer isso estava sentado diante dela dizendo que estava com outra mulher. Ainda assim, a morena forçou um sorriso e disse:

— Que ótimo! Fico feliz por você — ela disse, sem olhá-lo nos olhos. Queria gritar e dizê-lo o quanto amava, queria beijá-lo, mas não moveu um único músculo. Sara não queria arriscar perder aquela amizade, pois mesmo sendo apenas uma amiga, podia estar perto dele.

— Ela é sensacional! Eu nunca pensei que pudesse me sentir assim por alguém! Eu a amo.

A mente e coração de Sara caíram de joelhos, e ela sentiu como se tivesse sido esfaqueada. A dor queimava, dilacerando-a por dentro. Sua mente implorava silenciosamente para que ele parasse e tudo o que ela desejava era sumir.

Sara apertou o colar contra seu peito com força. Ela havia ganhado-o de Ryan há um ano e desde então nunca o tirara. O colar era de prata e tinha um pingente com um pequeno rubi no mesmo. “Para minha garota predileta”, essas foram as palavras dele naquele dia chuvoso de setembro. Sara ainda podia ouvir a voz dele dizendo aquilo e respirou fundo. Ela era tão tola, tão estúpida! Por que continuava criando expectativas, por que continuava achando que ele poderia amá-la?

Ainda assim, ela tinha tanto a oferecê-lo. Podia dar a ele o amor mais puro e verdadeiro de todos, ela sabia que podia fazê-lo feliz. Realmente acreditava naquilo. Porém, a felicidade dele não era ela e nunca seria. Ele era a sua luz na escuridão, entretanto, ela não era a dele; e aquilo doía, machucava de uma forma visceral, latente.

Sara levantou-se e pegou a chave do carro. Iria passar na loja de Ryan e conversar com ele. Precisava vê-lo. Já estava começando a sentir-se vazia e sozinha. Era tão estúpido e masoquista continuar o procurando, continuar sendo amiga dele... Ainda assim, ela não podia ou queria se afastar.

Olhou o relógio e notou que já eram sete horas da noite. Desceu as escadas e mandou uma mensagem para seu pai, dizendo que havia saído. Entrou no carro e dirigiu em direção à loja de Ryan. Era um ambiente agradável e bastante confortável. Entrou e encarou o ambiente a sua volta. A loja tinha cinco prateleiras encostadas às paredes brancas, nas quais os livros estavam dispostos e bem organizados. Havia um balcão de granito verde e atrás dele duas moças atendiam aos clientes.

Sara cumprimentou as funcionárias e andou em direção à sala na qual Ryan geralmente ficava. Abriu a porta sem bater e sentiu seu mundo desabar novamente diante do que viu. Ryan estava beijando Karina, sua ex-namorada, uma jovem de cabelos cor de fogo e sardas no belo rosto. Ele se separou e olhou para Sara, que lutava para não cair de joelhos no chão.

— Você disse que não havia voltado com ela — Sara murmurou, estupidamente. Suas mãos tremiam, e as palavras saíram com dificuldade de sua boca. Sentiu-se enjoada. Seu coração batia, sagrando, quebrado.

— Sara... Eu não queria te contar ainda, eu...

— Você mentiu para mim — ela concluiu. As palavras cortando o ar, o acertando com força. — Ontem mesmo você disse que não estava com ninguém, Ryan — ela falou com o tom de voz mais alto.

— Sara, eu não achava que era o momento de te...

Ela levantou a mão, fazendo-o parar de falar. Ela jamais pensou que ele seria capaz de mentir para ela daquela maneira. Porém, vê-lo com outra doeu mais do que tudo.

— Eu não preciso das suas mentiras — disse, o olhando. — Tenha um bom dia — falou. A voz fria, comedida. Deu de costas e saiu andando, mesmo diante dos protestos de Ryan.

Sara entrou correndo em seu carro e ligou a ignição. Eu não vou cometer o mesmo erro. Eu não vou cometer o mesmo erro. Eu não vou... Sara repetia mentalmente, enquanto as lágrimas caiam de seus olhos. Os soluços escapavam de seus lábios trêmulos. Apertou o volante com força e sentiu seus dentes baterem uns contra os outros. As lágrimas caíam e ela sentia o fogo queimando-a por dentro. Sua visão estava turva por conta das lágrimas e ela mal conseguia respirar devido aos soluços constantes. Saber que ele estava com outra a matava, a consumia.

Soluçou ao lembrar-se da borboleta e rezou para que talvez, só talvez, ela ainda tivesse uma chance. Mesmo tão magoada, tão quebrada, ainda o amava com todas as forças, com tudo o que tinha.

Sua garanta doía, e suas mãos tremiam sobre o volante. Ouviu seu celular tocando e sabia que era Ryan. Ela mordeu o lábio, tentando não gritar de desespero e olhou para o céu repleto de estrelas. Uma estrela cadente atravessou o céu, cortando-o ao meio, e por alguns instantes, Sara pensou que talvez aquela estrela pudesse realizar seu desejo. Porém, no fundo ela sabia: estrelas cadentes não podem consertar o mundo, menos ainda ela. Em seu interior, no âmago de sua alma, Sara sabia que Ryan jamais a escolheria. Afinal, ela era apenas a brisa sob as asas dele.

Ryan continuava ligando e as lágrimas continuavam caindo. A morena olhou para seu celular e tudo o que ouviu depois foi o som da buzina. Olhou para frente e desviou seu carro; porém, a ação não foi rápida o bastante. Sentiu seu corpo ser arremessado para o lado graças a um forte impacto. Sara sentiu uma dor excruciante a tomar conforme sua cabeça bateu contra a janela do carro, fazendo-a quebrar. Sara tentou lutar contra a escuridão, mas dessa vez, ela falhou...


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Notas finais do capítulo

E então galera? Eu mereço comentários? Leitores fantasmas, por favor, comentem okay? Por favor, não hesitem em dar a opinião de vocês, tá? Beijos ♥Se quiserem que eu continue, basta falar nos reviews.