A Pior Nevasca escrita por SraPotter


Capítulo 3
Um Espelho


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera!
~leva pedrada~
Sei que eu demorei pakas para postar esse capítulo, e olha que ele estava pronto a séculos! Mas é que eu ultimamente estava naquela fase em que só entramos no Nyah pra ler. Eu sei, me matem. Ou melhor, não me matem não, porque assim não posso escrever A Pior Nevasca. Hehehe.
Enfim, quero agradecer de coração as lindonas, maravilhosas, divas, que comentaram no capítulo anterior: Meu Rebu e Dama do Caos. Obrigada, obrigada, cem mil vezes obrigada :D
Chega de falação, eu sei que estou enrolando vocês.
Bem, boa leitura!!!



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Depois de dar banho em mamãe, coloquei um pijama grosso nela e ajudei-a a subir as escadas, pondo-a na cama.

Após isso, voltei ao meu quarto, colocando-me na frente do espelho, coisa que não fazia há um ano.

Meus cabelos eram curtos e castanhos, repartidos de um jeito desleixado. Meu rosto era fino e minhas bochechas estavam encovadas, dando-me um aspecto sinistro. Eu estava magérrima, desnutrida seria uma palavra melhor. Estava com olheiras profundas e roxas embaixo dos olhos verdes-escuros que pareciam sombrios. Minha pele parecia mais pálida que o normal, talvez porque passasse a maior parte do tempo dentro de casa. Minhas unhas estavam descascadas e de tamanho diferente. A única coisa bonita em mim eram meus dentes, que continuavam brancos. Eles eram parecidos com os do meu pai, que eram branquíssimos também. Meus joelhos eram ossudos, assim como os ombros e o pescoço.

Eu estava pavorosa, parecia ter voltado da guerra. Talvez as pessoas não me olhassem apenas pelo fato de me reconhecerem. Eu não sabia que estava tão terrível assim.

Fechei os olhos e me joguei em cima da cama, retirando o mais grosso dos casacos e me cobrindo em seguida. Passei as mãos no rosto duas vezes com força. Não que beleza me importasse agora, parecia a mais fútil das coisas a me importar, isso sim. Nunca me importei muito, na verdade. Mas eu me perguntei como havia deixado a minha aparência chegar nesse nível. Parecia mais uma caveira.

Apanhei o retrato que ficava no criado-mudo ao lado da minha cama. Na foto estávamos eu e papai.

Meus cabelos eram iguais aos do papai – castanhos e ondulados, mais curtos que agora. O sorriso também era o mesmo. Mas papai tinha olhos grandes, azul-celeste. Eu parecia muito mais bem cuidada. Estava corada, com um tom de pele meio bronzeado que eu não recordava da onde havia surgido. Estávamos empacotados, cheios de roupas, parecendo enormes. Era até um mistério o fato de parecermos tão abraçados. O cenário era o mesmo: neve para todos os lados.

Deixei as lágrimas escorrerem livremente pelas minhas bochechas secas. Senti vontade de gritar alto, perguntar a papai aonde ele havia ido, porque havia me abandonado com mamãe, que mais parecia um fardo. Senti vontade de desaparecer.

Nesse meio tempo, eu dormi. Tive um sono inquieto. Risto estava neles.

~^~

Quando acordei cinco da manhã, rotineiramente, decidi que me arrumaria um pouco mais. Só não sabia como faria isso.

Depois de limpar a casa e comer, fui para meu quarto, decidir como iria. No final, as únicas melhorias que fiz foram serrar as unhas e repartir melhor os cabelos, que antes pareciam estar-mas-não-estar de lado. Enquanto penteava os cabelos, tive um sentimento estranho de culpa. Como se eu estivesse deixando de lado meu pai.

Como se repartir o cabelo fosse um sinal de que eu não me importava mais. Como se, ao viver, eu estivesse traindo-o.

Porém, me lembrei do que ele sempre dizia. “Se está viva é porque Deus quis assim. Não tente viver pelos mortos; eles estão mortos, afinal.”.

Assenti, como se ele estivesse realmente me dizendo aquelas coisas. Apanhei a mochila e, sem me olhar no espelho dessa vez, fui para a escola.

Como sempre, saí de casa e comecei a dar os primeiros passos lentamente até que ouvi uma voz vir até mim, acompanhada por passos:

– Oi, Maki! Tudo bem?

Fiz força para não revirar os olhos e me esconder dentro de casa de novo.

– Oi, Risto. Claro, tudo bem. – respondi, dando um sorriso forçado.

O caminho todo de casa até a escola Risto me acompanhou. Tagarelou umas coisas, como: era meu novo vizinho, estava preocupado com mamãe e que não era de Winterwood, e sim da Alemanha. Não era difícil perceber; ele tinha um pouco de sotaque e a típica aparência alemã.

Quando chegamos na sala, ele me fez um convite inesperado:

– Vamos ao cinema após a aula?

Ponderei por um momento.

– Hã... Sinto muito, Risto. Eu... Eu não tenho dinheiro.

– Eu pago, não se preocupa.

– Eu não sei se...

– Qual é, Mackenzie. Vamos lá, vai ser legal. Juro que pago tudo!

– Hum... Tá, tudo bem. – fiz gestos com a mão.

Ele deu um sorriso, e antes que pudesse falar algo, o professor entrou na sala.

***

Quando a aula terminou, eu não fui direto para casa, como fazia habitualmente. Eu iria para o cinema com Risto.

Ele parecia realmente entusiasmado, e fazia algumas piadinhas. Eu não ria das piadas; eu ria de seu jeito. Ele parecia ser a única pessoa capaz de me fazer rir.

Ao chegarmos no cinema, eu estava tão entusiasmada quanto ele. Nunca havia ido a um cinema.

Ele comprou os ingressos e no mesmo momento estávamos entrando numa sala, para assistir um lançamento chamado “Branca de Neve e o Caçador”.

Na sala só havíamos eu e Risto, deixando-me desconfortável. Ele, ao contrário, parecia perfeitamente à vontade, rindo enquanto jogava pipocas na boca.

Balancei a cabeça, voltando minha atenção à tela, enquanto um minúsculo sorriso brotava em minha face.


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Notas finais do capítulo

Sei que foi curtinho u.u Mas comentem se vocês gostaram, se vocês não gostaram e se quiserem apenas falar comigo hehe.
Beijossas.



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