Confissões de uma Seriadora Sempre em Crise escrita por Confissões de uma seriadora


Capítulo 4
Capítulo 4 – O medo da verdade




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Meu nome é Alice Casanova e essa é minha história: depois de entrar no mundo das séries e perceber que meu romance com Oliver Queen jamais poderia se concretizar e derrotar Mr. Magu, eu voltei para o mundo real, para a minha cidade, para ser exata. Master Hill é uma cidade pequena mas com muitas loucuras rolando por aqui. Muitas coisas aconteceram depois que eu sumi. Minha mãe pensou que eu tinha fugido e, por isso, estou indo no Dr. Gracer, meu psicólogo. Minha melhor amiga Anna, virou minha chefe e Kevin parece não ser mais o mesmo. Quando o chamei para me ajudar encontrar Oliver Queen ou alguém que está se passando por ele, ele recusou. Agora apareceu no meu trabalho dizendo que as coisas estão piores do que eu imaginava. Os personagens da TV invadiram meu mundo.

– Isso deve ser uma brincadeira. – falei. – Não tem como eles estarem aqui.

– Como você sabe, Alice? – perguntou Kevin.

– É loucura, isso sim. – continuei. – Deve ser só uma confusão.

– E como você explica o fato de terem visto uma esponja falante na praia esses dias?

– A pessoa poderia estar bêbada ou drogada.

– E iria escutar “Cadê o Patrick?” ?

– Ok, talvez você pode estar certo. Eles invadiram o nosso mundo, mas o que eu devo fazer?

– Nós temos que, sei lá, tentar concertar isso.

– Nós? – perguntei. – Não existe nós. Lembra? – continuei. – Você recusou me ajudar quando falei de Oliver. E quase me expulsou de casa.

– Alice, se isso for verdade, teremos que nos unir para arrumar as coisas. – falou.

– Alice? A sua mãe está no telefone. – interrompeu Anna. – Hello! Quem é esse ser maravilhoso aqui no Brit’s? – perguntou com aquele sorriso de ‘que verei ele na minha cama em breve’.

– Ninguém. – respondi.

– E esse ninguém tem nome? – insistiu.

– Kevin Barden, prazer Senhorita? – cortejou Kevin beijando a mão da Anna.

– Anna Martins. – e deu aquele olhar de estar comendo o melhor sanduíche do mundo.

Minha mãe queria saber se eu ia jantar em casa, mas eu inventei uma desculpa e disse que ia fazer turno duplo. Mal sabia ela que esse turno duplo resumia a achar os personagens perdidos no meu mundo. Provavelmente eu iria ficar até tarde com Kevin estudando os casos e não queria deixar minha mãe preocupada, por isso inventei essa desculpa. Quando voltei para falar com Kevin, vi a Anna sentada, dando risada e jogando seus cabelos para o lado para ele. Galinha! Uma indireta de ela tinha gostado dele e faria de tudo para seduzir o pobre rapaz. Imagina os filhos de Anna e Kevin? Seriam crianças pirralhas, intrometidas e que se acham o Rei do Universo. Sem contar que seria obrigada a trabalhar com eles na lanchonete enquanto o pequeno Raphael riscaria os pedidos dos clientes com desenhos bestas dos pais.

– Alice? – Anna interrompeu meus pensamentos.

– O que foi? – perguntei.

– Você anotou o pedido?

– Que pedido?

– Sabia. – falou. – Ultimamente você anda tão estranha, desligada. Então, traga duas cocas, dois hamburguês e uma batata frita grande.

– Mas pra que tudo isso? – perguntei.

– Para eu e o Kevin comermos enquanto falamos de você. – respondeu.

Como Kevin não poderia perceber que Anna estava praticamente se jogando nos braços dele? E para piorar ela estava trabalhando, então, não deveria comer com os clientes, mas parece que Anna só queria comer uma coisa: Kevin Barden.

– Então? – perguntou Anna.

– Então o que? – retruquei.

– Você acha que ele ficou a fim de mim? – perguntou.

– Anna, eu não sei. – respondi. – Acho meio difícil porque você não faz o tipo dele.

– Como não? – retrucou. – Sou bonita, sexy e fui eleita a mulher mais linda da escola. Não lembra?

– Claro que lembro. – respondi. – Acontece que ele gosta da mesma fruta que a gente. – continuei.

– O quê? Ele é gay??!!!!!

– Ele é gay. – se ele ficou a fim da Anna? Lógico, mas era meu dever como heroína e possível parceira dele evitar que rolasse algo entre ele e a Anna, afinal se ela dormisse com ele e não ligasse no dia seguinte quem teria que aguentar as reclamações do Kevin seria eu.

– Anna, eu vou indo. – falei entregando meu avental para ela.

– Ok. – respondeu. – Até amanhã, amiga.

– Até.

E lá fui eu com o Kevin até a rua.

– Então, o plano é o seguinte: iremos pesquisar tudo o que nós pudermos pesquisar na internet e daremos um jeito de salvar o mundo dos personagens antes que a situação complique. – falei.

– Nossa, como você é mandona. – disse.

– Kevin, nós temos que descobrir o que está acontecendo se é que está realmente acontecendo tudo isso antes que seja tarde demais. – continuei.

– Tudo bem. – concordou. – Bom, a sua amiga está disponível? – perguntou.

– Ela é gay. – falei

– Jura? Nem parecia. – retrucou e eu concordei com a cabeça.

– Cadê o seu carro? – perguntei.

– Carro? Que carro? – falou pegando um capacete. – Pra que carro se tenho essa maravilhosa Vespa a minha total disposição. – continuou subindo na moto. – Vamos?

– Você só deve estar brincando comigo. – dei de ombros.

– O que foi? Pensei que você gostasse de uma moto. – disse rindo ao ligar o motor da moto.

– Prefiro nem responder. – e lá fomos nós.

[CONTINUA]


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