Projeto Eligio. escrita por P B Souza


Capítulo 9
Capítulo 9.




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Rochandelly – 11h31min 16/04/2631

O Rei Nillas entrou em Rochandelly cercado pelos seus muitos homens, todos usando luvas Anti-Eligio, algumas armas de som ele estava dentro de um carro blindado, ia rumo ao palácio do governo.

A praça estava vazia, poucas pessoas transitavam lá e a maioria não dava interesse ao carro blindado, não porque não se interessava mas sim porque sabiam, não era sensato.

O carro de Nillas contornou a praça até a entrada do palácio, o palco de execuções no centro estava vazio. Olhou para a entrada do palácio, portas fechadas.

Em poucos instantes as portas se abriram, o prefeito desceu as escadas do patamar elevado rumo a praça enquanto seus criados o seguiam, tudo parecia um mar de felicidade.

Nillas ouviu o motorista falar que tudo estava limpo, então o motorista desceu do carro passou pela frente e abriu a porta de Nillas.

O Rei do Oeste desceu do carro sentindo o frio clima daquela manhã começo de tarde, era um dia frio assim como os últimos 15 dias daquele mês.

O prefeito estava na rua sem nenhuma proteção, sem guardas ou armas mirabolantes, Nillas não estranhou, aquele homem era assim mesmo.

– Vossa Majestade! – O prefeito disse em uma reverencia seguida pelos seus súditos e criados. Nillas estava acostumado com aquela vista, as pessoas curvadas em seu nome o adorando. – A que devo sua graça nesta cidade? Nada errado espero?

Ele era um bom rei, imaginava ser o melhor entre os quatro ou os cinco. Talvez até mesmo o mais sensato. Seu reino era o melhor, possuía as melhores armas e o povo mais feliz, possuía educação e trabalho para a maioria mas o crime crescia abundante.

– Aos Eligios. – Foi a resposta, sua voz era calma e forte, o tipo de voz que tranquiliza uma criança em uma noite de tormenta. Seus olhos pequenos e azuis já não brilhavam como antes, a idade agarrava-se a Nillas como um parasita, agora, porém, ele possuía um teor de sobriedade com malicia adquirida pelas décadas.

O prefeito de Rochandelly se virou olhando para um de seus súditos.

– Preparem de imediato o salão do palácio da cidade para uma cerimônia no final desta tarde, cores quentes, acredito que neste clima frio será apropriado. – O secretário de prefeito anuiu saindo rapidamente para iniciar os preparativos.

– Não será necessária cerimônia alguma, o que venho fazer se restringe a algo fechado, não quero notícias nos jornais.

– O claro, – O prefeito olhou para outro serviçal. – avise o homem antes que ele inicie qualquer coisa. – Então se virou de volta para o Rei Nillas. – Seria tecnologia? Porque se for ainda não criamos nada novo, apenas as luvas, mas logo teremos novidades.

– Não quero nada disso meu caro, entre no carro e vamos. – Nillas acenou para o carro e o prefeito sorriu, desconfortável, entrando no veículo. Após ambos estarem dentro do carro e o carro em movimento Nillas voltou a falar. – Os outros não sabem que estou aqui, quão menos fazendo isso.

– Outro? – O prefeito perguntou começando a ficar nervoso.

– Outros mestres, vim aqui para ver o laboratório onde os Eligios foram criados. O idealizador do projeto, Sony, morreu há muitos anos atrás eu sei, mas o cientista que iniciou o projeto, não me lembro o nome dele, ainda está vivo?

– Receio que não Vossa Majestade. – O prefeito disse olhando para Nillas incerto de onde aquela conversa iria os levar. – Sony fez uso das modificações no soro do Projeto Eligio para aumentar sua longevidade assim como o soro aumenta a dos Eligios, mas morreu eventualmente. Quanto ao cientista que executou o projeto, Sua Majestade Imperial Isaquias Mombel executou-o junto de todos os envolvidos no projeto para manter o projeto em segredo e impedir que fosse copiado. O nome dele era Bom Aro, Victor.

– Sim, era isso. – Nillas disse como se o nome lhe trouxe-se uma enchente de lembranças. – E quanto ao laboratório? Ainda está trancado como ordenei correto? Todas as formas de manipulação do código genético, o DNA deles, a nanotecnologia, tudo está lá?

– Sim, nada pode ser alterado referente ao Projeto Eligio sem a autorização dos quatro.

– Ótimo prefeito, excelente. – Nillas olhou para o prefeito esboçando um sorriso tosco. – Quero que reabra o laboratório, leve um geneticista um arquiteto bioquímico, um engenheiro especialista em nano-robótica, toda a equipe original, avise-os dos riscos se falarem sobre o que iram ver e mexer, e o salário será o melhor que poderiam ter.

O prefeito pareceu abismado.

– Senhor, os outros mestres não sabem que está aqui... Isso quer dizer, eles não possuem conhecimento...

– Sim, eles não sabem. – Nillas confirmou com a cabeça. – Por isso quero manter isso em sigilo. Isaquias está em pleno avanço militar no sul, seu império está crescendo e ele sempre desejou mais terra. No leste Poleom está definhando, pouca população dispersa pelo seu enorme território. No norte Augusto está em paz com todos crescendo exponencialmente enquanto fingi estar congelando.

– Senhor, fazer isso é como declarar guerra. – O prefeito se lembrava do decreto, cada um dos quatro mestres governaria suas terras como desejassem, mas jamais tomariam uma decisão referente aos Eligios sem o consentimento dos quatro a respeito.

– Isaquias nega-se a aceitar a volta dos Eligios. – Nillas explicou. – Aparentemente o quinto está morto, uma guerra está se armando inevitavelmente e Poleom vai precisar de ajuda, quando Augusto mover suas tropas do norte para o leste o norte estará enfraquecido, Isaquias tem interesse no leste não no oeste porque sabe que uma luta contra meu reino seria desperdício de dinheiro e de tropas. O único inimigo que insisti em voltar dos mortos são os Eligios.

– Acredita mesmo que outra guerra terá início?

– Quero estar errado, mas jamais despreparado. Todos os relatos Eligios tem sido no meu Reino, quero-os mortos, mas não tenho dinheiro ou tempo para criar um exército especializado em meia dúzia de homens, por isso estou quebrando o tratado.

– Não seria melhor avisar os mestres mesmo assim, eles concordariam...

– Isaquias não está disposto a ouvir a palavra Eligio. – Nillas continuou se explicando. – Os outros entenderam, mas Isaquias está caindo na loucura, o melhor que poderia acontecer a ele seria a morte. Agora faça o que mandei.

– Sim senhor. – O prefeito respondeu obediente.

O motorista parou o carro na frente de um hotel.

– Senhor, chegamos.

Nillas olhou para o hotel onde ficaria hospedado, então seu celular vibrou, Nillas retirou o aparelho do bolso e olhou a mensagem.

– Olha que triste infortúnio. – Nillas disse olhando para o prefeito. – Os Eligios acabam de invadir a central de arquivos.


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Notas finais do capítulo

Os Eligios? Ou um Eligio só?
O que acham?



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