–Annabeth, procure na internet tudo que for possível encontrar sobre a morte de Piper McLean, e sobre a vida, claro. – Disse Percy sentando no sofá que ficava na sala de espera.

–Era sobre isso que eles vieram falar? – Perguntou ela curiosa.

–Sim, pelo que disseram, são amigos há muito tempo, mas aquele garoto mais magro me deixou com a pulga atrás da orelha, um tanto estranho ele. – Disse Percy encarando sua ajudante. – E antes que você me diga alguma coisa, sei que ele é modelo, já vi fotos nos outdoors por ai.

Annabeth começou a rir deixando seu novo chefe confuso.

–Falei alguma besteira? – Perguntou ele.

–Não, mas é que chega ser estranho um homem dizer que viu o outdoor de outro, quase nu. – Falou ela gargalhando.

–Se formos ver por esse lado. – Percy disse rindo. – Mas o que eu realmente quero saber é informações desses outros e de Jason Grace.

–O jogador de basquete?

–Esse mesmo, pelo que me disseram era namorado da jovem McLean.

–Sim, eu lembro de ter lido algumas notinhas sobre eles. – Comentou ela, que ao ver a cara estranha do chefe, continuou. – O que? Eu sou mulher e nem sou tão velha assim, então tenho o direito de ver o que acontece no mundo dos ricos e famosos.

–Sim, claro. – Falou Percy confuso. – Alias, nunca fui tão ruim como chefe, nem pedi sua idade.

–Fiz 22 semana passada. – Disse Annabeth sorrindo. – E antes que você me pergunte, estou acabando a faculdade de direito, mas não sei se é isso que quero pra minha vida.

–Você ainda tem tempo. – Disse ele ao levantar e seguindo até a porta. – Vou dar uma volta, ver se descubro alguma coisa, porque ficando sentado aqui, nunca vou saber de nada relevante. – Ao dizer isso, ele saiu em direção a seu carro, uma Mercedes SUV preta, o único luxo que havia aceitado de seu pai nos últimos tempos.

“Por onde eu começo?” perguntou-se enquanto colocava no GPS o endereço da casa da jovem que foi encontrada morta, “vou começar pela casa, investigando ela, conversando com vizinhos, vai que alguém tenha uma informação importante”. Dessa forma, Percy seguiu em direção a um dos melhores condomínios de Nova York o qual era composto somente por mansões, ou seja, somente pessoas muito ricas viviam ali, quando chegou, um senhor com cerca de 50 anos o parou na portaria.

–O senhor quer falar com alguém?

–Sou detetive. – Respondeu Percy. – Fui contratado por Hazel Levesque para investigar a morte de Piper.

–Então o senhor quer ir até a casa dela. – Concluiu o homem.

–Sim, teria como?

–Desculpe, mas eu não posso deixar ninguém passar sem autorização de dentro. – Respondeu, causando dúvida em Percy, “como precisa ter autorização de dentro pra passar, se os jornalistas entram aqui a qualquer minuto e tenho certeza que quase ninguém pelo menos nesse condomínio gosta da presença deles, alguma coisa deve garantir com que eles entrem... Já sei dinheiro!”.

–Eu acho que o senhor não me entendeu direito. – Disse Percy pegando uma nota de cem dólares da carteira e passando ao porteiro. – Eu tenho autorização.

–Verdade senhor! – Disse ele sorrindo amarelo. – Desculpe pelo mal entendido, não havia reconhecido o senhor antes.

–Não foi nada. – Respondeu Percy sorrindo. – Mas acredito que eu não saiba qual a casa dela, teria como o senhor ajudar?

–Claro! – Disse o homem, “ele sabe mais do que aparenta” pensou Percy “os amigos dela disseram que foi o porteiro que achou o corpo, talvez tenha sido ele”. – Mas tem que aguardar meu colega da portaria chegar, peguei o turno dele hoje.

–Sem problemas, mas para adiantar o serviço, eu poderia ver os arredores antes, depois que seu colega chegar o senhor me encontra em frente a casa?

–Sem problemas senhor, mas como o senhor vai saber qual era a casa da senhorita Mclean?

–Não dizem que detetives sabem tudo. – Falou Percy com falsa simpatia. – Eu descubro qual é só depois preciso de sua ajuda para entrar e me dizer alguma coisa sobre o caso.

–Claro que sim. – Disse ele abrindo o portão. – Fique a vontade senhor.

Percy entrou pela rua principal e ficou abismado com o tamanho de cada uma das casas que existiam nesse lugar, cada uma mais bela que a outra, porém, ao chegar em frente a uma menor, com cerca de dois andares, Percy percebeu algo de diferente, como se há pouco tempo tivessem saído várias pessoas da grama há pouco tempo “deve ser essa a casa” pensou ao parar o carro na vaga externa da garagem.

O detetive caminhou pelos arredores da casa de maneira calma, analisando cada parte dela, que pudesse indicar a forma de algum assassino entrar no lugar, e descobriu que havia pelo menos duas entradas para o ambiente interno, além da porta principal, sem contar as janelas do primeiro andar que eram relativamente baixas “com certeza alguém pode entrar por uma janela dessas” pensou ele colocando luvas para que suas digitais não aparecessem na tentativa de forçar uma delas para ver se abria o que foi feito sem muito esforço. “Fácil, bem fácil de alguém entrar com a intenção de matar a garota, mas deve ter sido alguém que a conhecia bem, ou então conhecia o circuito interno de filmagem”. Pensou enquanto olhava as câmeras que ficavam nos postes da rua. Duas delas focavam para a parte da frente da casa e somente uma pegava a parte traseira. “Provavelmente existe um ponto cego, que talvez pegue a lateral das casas, mas para ter certeza disso preciso das fitas, será que se eu pagar um pouquinho a mais o porteiro de deixa vê-las?”.

Percy continuava caminhando pelos arredores da casa, verificando janelas, portas, olhando para as câmeras até que um movimento lhe chamou atenção, então, caminhou bem devagar, para que se alguém estivesse tentando o pegar de surpresa não conseguisse, e acabou se escondendo atrás de um arbusto. Quando olhou para seu lado direito de onde vinha o som levou um susto e gritou.