Projeto X-5 escrita por Biana


Capítulo 3
Alguém em quem confiar


Notas iniciais do capítulo

Os primeiros capítulos não terão tanta ação, pois serão mais sobre explicações e algumas revelações. mas espero que gostem. Boa leitura!



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Abri os olhos lentamente, senti como se tivesse apagado por horas. Me levantei da cama que estava deitada ficando sentada, dando uma boa olhada onde eu estava. Parecia uma espécie de albergue, mas não saberia dizer direito.

Olhei para minha mão que havia sido cortada pelos cacos de vidro e notei os curativos com gaze. Notei também que havia outro curativo na lateral da cabeça que não havia sido introduzida a agulha de sonda. Ainda estava com o mesmo uniforme que estava dentro do complexo.

Um pouco mais ao lado havia um espelho de parede rachado. Me levantei e parei em frente dele me observando e coloquei a mão em meu rosto. Aquela era eu? O que aconteceu comigo? O que fizeram comigo? Eu nem se quer conseguia me lembrar de como eu era...

– Bom ver que já está melhor. – Disse uma voz masculina.

Me surpreendi e virei subitamente para ver quem era. Era um homem mediano, caucasiano, um pouco queimado pelo sol. Olhos verdes intermediando o claro e escuro. Cabelos curtos, castanhos escuros um pouco bagunçados na parte de cima. Vestia uma regata cinza com uma calça sarja verde musgo como as que usam no exército com botas militares pretas. Era visível que seu corpo era bem definido. Ele aparentava ter entre 30 e 35 anos.

Acho que foi ele quem me tirou daquele lugar e me trouxe até aqui. Não pude ver o rosto direito antes, mas só podia ser ele. Ele veio em minha direção com uma garrafa de água nas mãos. Eu apenas fiquei imóvel o observando receosa.

– Está tudo bem. Não vou te machucar. – Disse ele esticando a garrafa até mim.

Quando ele já estava perto o suficiente notei que havia uma pistola presa na parte de trás de sua calça. Então fingi que aceitei a água e em um movimento rápido agarrei sua pistola a colocando em sua cabeça enquanto a garrafa de água caiu no chão.

– Calma. Já disse que não vou te machucar – Ele disse levantando as mãos em sinal de rendição mostrando que não faria nada.

– Isso é o que veremos... Quem é você? Onde estou? - perguntei séria sem tirar a pistola de sua cabeça.

– Meu nome é Miguel Rodriguez. Trabalho para a inteligência secreta do governo americano. Estamos em um albergue na cidade de Baoutou na China, perto da base de onde te resgatei. – Miguel explicou sem abaixar as mãos.

– Então foi você mesmo! Como vou saber que não está mentindo? Você estava usando a mesma farda que aqueles malditos soldados daquela instalação. – Apertei a arma em sua cabeça já ficando um pouco alterada.

– Pelo simples fato que salvei sua vida. Por que não abaixa a arma? E ai te conto tudo o que quiser saber, ok? – Miguel olhava para mim esperando uma resposta.

O encarei por alguns segundos. Bom, já que ele foi a pessoa que me tirou daquele pesadelo acho que não custaria dar um voto de confiança a ele. Abaixei a arma a esticando de volta para ele. Miguel a pegou e a guardou novamente em sua calça.

– Talvez queira tomar uma ducha antes de falarmos, a conversa será longa...

– Pode ser... Eu estou mesmo precisando. – Concordei com ele já que eu estava um tanto suja. – Eu vou precisar de roupas...

– As duchas são no final daquele corredor. – Miguel disse apontando. – Na sala grande a direita das duchas há vários armários e baús com roupas usadas. Estão um tanto surradas, mas vão ajudar. Se precisar de alguma coisa é só chamar.

Assenti com a cabeça e fui em direção às duchas enquanto Miguel me observou por alguns segundos e em seguida foi para a direção oposta. O banheiro era enorme com várias duchas e pias comunitárias. Havia também um longo espelho que ia de uma ponta até outra da parede das pias.

Durante o banho retirei o curativo de minha cabeça e as gazes da minha mão e vi que não havia mais machucado algum, somente algumas cicatrizes. Como aquilo era possível? Assim que terminei o banho me enrolei na toalha e fui rapidamente até o espelho. Limpei com a mão uma parte do espelho que havia embaçado com o vapor da ducha, olhei na parte lateral da minha cabeça e também não havia mais ferida alguma. Me observava pasma no espelho sem entender como aquilo poderia ser possível. Então olhei para meu cabelo e resolvi que deveria corta-lo, pois assim ajudaria a me disfarçar já que eu era uma fugitiva do tal CADMUS.

Fui em direção à alguns gabinetes que estavam ao lado a procura de uma tesoura ou algo que eu pudesse usar. Achei apenas uma navalha de barbear, aquilo teria que servir. Voltei ao espelho e depois de alguns segundos de silencio comecei a passar a navalha em meu cabelo o cortando. Depois de algum tempo eu havia terminado. Cortei o cabelo o mais curto que consegui deixando uma franja desfiada para ficar o mais irreconhecível possível da pessoa que eu era antes.

Juntei os cabelos caídos na pia e joguei em um latão de lixo que havia ali. Em seguida saí enrolada na toalha em direção a tal sala de roupas que Miguel havia falado. E realmente havia vários armários e baús com roupas. Revirei vários deles, mas parecia que só havia roupas masculinas ali, até que achei uma regata feminina perdida no meio daquilo tudo. Optei por uma calça sarja cinza com um cinto com suspensórios e um par de botas marrons claras. Peguei também um par de luvas sem dedos quase da mesma cor da calça.

Me vesti sem pressa e saí a procura de Miguel. Empurrei uma grande porta de metal que havia mais a frente e vi que ele estava sentado do lado de uma mesa comprida fazendo a manutenção de um revolver que estava em sua mão. Na mesa havia mais uma boa quantidade de váriadas armas e munições. Do outro lado havia outra grande mesa, mas desta vez com dois notebooks e vários aparelhos que pareciam transmissores e rádios.

– Está se preparando para uma guerra? – Perguntei ironizando, mas ao mesmo tempo curiosa enquanto entrava no cômodo que era bem grande.

– Nunca se sabe. Podemos estar no meio de uma guerra sem saber. – Miguel disse sem tirar os olhos do revolver testando a trava da arma que parecia estar descarregada.

Assim que olhou para mim ficou um pouco surpreso e me admirou por alguns poucos segundos.

– Rápida. Assim ficará mais difícil de ser reconhecida. Você fica bem de cabelo curto – Ele disse com um leve sorriso no rosto.

– Obrigada. – Agradeci sorrindo de canto.

Me apoiei na mesa ao seu lado.

– E ai? Vai me contar o por que me ajudou a escapar daquele lugar? Você disse que trabalha para a inteligência secreta do governo americano. Então devo supor que você é algum tipo de espião que estava infiltrado naquele complexo. Estou certa?

– Você é rápida no gatilho... Está certa, estou infiltrado no CADMUS a pouco mais de um ano e...

– CADMUS! Então esse é realmente o nome daquele lugar... – O interrompi.

– Na verdade CADMUS é o nome de uma organização do setor do governo norte americano que trabalha com engenharia genética e que passou a operar anonimamente escondendo suas ações do governo americano. A base em que você era mantida era somente uma das dezenas que há espalhadas no mundo. – Miguel explicou enquanto eu prestava atenção sem dizer uma palavra. – Eu e mais alguns agentes fomos designados para nos infiltrarmos secretamente na organização e monitorarmos suas ações.

– E sob que suspeitas vocês os estavam investigando? - Perguntei colocando as mãos nos bolsos.

Miguel me disse que o CADMUS estava sob suspeita de criação de uma arma biológica, um novo tipo de vírus geneticamente modificado denominado Vírus X-5. E me explicou tudo o que sabia sobre o vírus e que eu era um dos experimentos denominado Projeto X-5 e que havia rumores de que eu não era a única cobaia do Vírus X-5, mas que aparentemente eu era a única que estava sendo mantida na B.G. Eu não queria acreditar em tudo aquilo.

– Quando cheguei até você, estava desacordada por causa de um microchip transmissor que havia implantado em sua cabeça e que eu precisei retirar o mais rápido que pude, caso contrário nos rastreariam. – Ele explicou.

Foi ai que me dei conta de onde veio aquele ferimento em minha cabeça.

– A sorte é que não estava implantado tão profundamente, então não tive tanta dificuldade para removê-lo.

– Essa organização não gosta mesmo de perder seus investimentos... – Ironizei, mas com um tom sério.

– Não mesmo, todo experimento tem um chip transmissor para caso aconteça o que aconteceu com você.

– Que ótimo... Então eu sou um tipo de aberração mutante... – Disse frustrada - Espera! Então você sabe quem eu sou? Meu nome? – Perguntei aflita tirando as mãos dos bolsos.

– Sinto muito, mas não. Fui transferido para a base em que você estava a pouco menos de uma semana, por tanto não tive tempo o suficiente para invadir a central de dados da base. Na verdade era esse meu objetivo, pelo menos até sua fuga, depois disso descobriram que havia um intruso na base. Eu esperava que você me dissesse isto.

– Eu bem que gostaria... Mas eu não me lembro de nada. Não me lembro nem como fui parar lá. Só me lembro de vagas imagens em minha mente que não fazem sentido algum para mim. -Disse decepcionada com a mão na testa. – Mas de alguma forma a palavra CADMUS me soa familiar, eu só não sei de onde...

– Talvez você possua alguma ligação com a organização. – Miguel sugeriu.

– Não havia pensado nisso. Mas pode ser uma possibilidade...


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Notas finais do capítulo

Observações Cenário:

2- Roupas que Lenna passou a usar no albergue: http://i1119.photobucket.com/albums/k624/Fabianim/Projeto%20X-5/resident-evil-extinction-2007-hips_zpssdxstn7w.jpg

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