Apenas uma Potterhead escrita por BiahIce


Capítulo 21
Only a girl who reads too much


Notas iniciais do capítulo

OLHA EU DE VOLTAAA
Não demorei um ano desse vez né fjskflfsrindodenervoso

Aproveitem!!!
Boa leitura!



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Capitulo 20 - Apenas uma garota que lê demais

 

Well you built up a world of magic

Because your real life is tragic

—Brick By Boring Brick (Paramore)

 

Não foi nenhuma surpresa quando o horário do almoço chegou e o Salão Principal estava cheio de conversas sobre o ocorrido de mais cedo entre os dois amigos. Era possível ver muitos olhares direcionados para Rafael, na mesa da Grifinória, que estava com a cabeça baixa, mal comendo direito, ele apenas se preparava mentalmente para todo o interrogatório que sofreria dos outros, escutando todos comentarem, já sabe que os rumores não relatam nada que se pareça com a verdade. Jura que escutou pelo menos umas vinte vezes nos últimos dez minutos que alguém ouviu outra pessoa dizendo que ele e Lyra duelaram no corredor. Rafael só desejava levantar e mandar todos cuidarem de suas vidas, por quê se metiam na vida dos outros desse jeito?

Sequer falavam fatos reais ou procuravam saber o que realmente aconteceu, agora, Lyra estava sendo dada como a louca que começou um duelo com o melhor amigo e Rafa, o inocente que não pôde fazer nada além de se defender dela. E também, sentia a culpa o corroer, Lyra já havia pedido dias antes, muitas vezes, para que ele não pesquisasse sobre seus pais ou sua família, ele sabia que havia passado dos limites depois dessa, a menina nunca havia agido daquele jeito para com ele e nos últimos dias, principalmente desde a segunda carta que sua mãe mandou sobre o livro “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, ela parece estar à beira de um colapso nervoso ou sempre em conflito interno. Também ajudava que nenhum dos dois sabia o que realmente acontecia no livro, sua mãe apenas os passaram pequenos fatos incompletos, e não sabiam se era real como os outros livros também, nenhum dos dois londrinos tinha coragem de chegar nos Potter e perguntar sobre tal coisa.

Todo a preparação psicológica de Rafael foi por água abaixo quando Roxanne Weasley se sentou ao seu lado encarando-o, seriamente e preocupada, logo, foi seguida pelo resto de seus primos e amigos e pelos lufanos amigos de Lyra, que não se encontrava em nenhum lugar por perto. Roxy colocou a mão no ombro de Rafael, fazendo ele levantar o olhar para ela, com os olhos sem brilho e com desconforto.

—Você e Lyra realmente duelaram no meio do corredor? Em plena troca de aulas? – Roxy perguntou em um tom repreensor, mas tentando não soar de tal jeito. Rafa podia sentir o olhar de todos os amigos sobre si, principalmente o de Nico e Scorpius, sabia o quanto os dois haviam se tornado protetores em relação à Lyra e não queria saber o que poderiam fazer com ele se o mesmo dissesse que havia feito algo de mal para a garota.

—Não, okay, nós não duelamos, por quê acreditam nesse bando de fofoqueiros, filhos da... – Ele se contém, antes que falasse algo demais e respira fundo, abanando as mãos e encarando todos.

—Então o que aconteceu naquele corredor, Collins? – Nico pergunta, arqueando uma sobrancelha para ele.

—Eu estava falando coisas, Lyra se irritou e acabou fazendo mágica acidental, simples, agora esqueçam isso, tudo bem? – Ele fala rápido, querendo tirar toda essa confusão de sua cabeça e tentar relaxar um pouco, decidindo conversar com Lyra depois. Antes que qualquer um da terceira geração pudesse falar algo, um grifinório que sentava ao lado deles se vira com um sorriso de escárnio.

—Uma quintanista fazer magia acidental? – Ele pergunta retoricamente. -  Se quer se livrar disso, pelo menos use uma desculpa um pouco mais cabível.

—Ah, fique quieto, Burton. – Rafael ralha com o outro, já havia se metido com o outro grifinório por aí, e pode se dizer que os dois não eram muito próximos ou simpatizavam um com o outro. – Não sei se percebeu, mas ninguém te chamou na conversa.

—Não precisa ser rude, Rafa. – Roxy diz, o olhando de lado e Rafael suspira, revirando os olhos. – E saiba, Burton, que é aceitável que tanto Lyra, quanto Rafa acabem tendo um caso de magia acidental, afinal, nunca tiveram treinamento devido com sua magia, e durante muito mais tempo que todos nós.

—Então pergunte à ele o por que a magia acidental aconteceu, Weasley, a Black não iria se irritar por qualquer coisa. – Burton diz, irônico, olhando desafiador para Rafael.

—E o que você conhece sobre a Lyra, Burton? – James não parecia feliz com a intromissão do colega de casa, o olhando com olhos raivosos.

—Quanto ódio, Potter. – Ele arqueia a sobrancelha. – E ela é uma lufana, pra irritar aqueles lá, pode ter certeza de que não é fácil.

Rafael apenas o ignora e se levanta, pegando sua mochila no chão e saindo do Salão Principal, deixando os amigos para trás, encarando suas costas enquanto ele saia; Roxy suspira e se vira para o irmão, com o cenho franzido.

—O que acha que Rafa fez para deixar Lyra daquele jeito? – Ela murmura apenas para ele escutar, vendo que os outros conversavam entre si, com um ar de preocupação os rondando.

—Não sei, maninha. – Ele cruza os braços em cima da mesa, pensativo. – Mas, realmente, pra irritar a Lyra daquele jeito, foi algo sério.

++++++++++

Durante todo o resto do dia, Lyra não foi vista em outro lugar sem ser a biblioteca e as aulas que precisava ir, toda vez que eram liberados, ela era a primeira a sair, e toda vez que uma aula começava, era a primeira a entrar. Nos seus tempos livres, ela se ocupava ao analisar uma das últimas cartas que a mãe de Rafael havia mandado. Ela alegava que não se aguentava e, a pedido do filho e de Lyra, havia mandado alguns fatos “soltos” sobre o novo livro lançado.

1º - Como já havia dito na primeira carta sobre o livro, o foco era em Alvo, e mencionando apenas agora, Scorpius Malfoy.

2º - Harry não se mostra como pensei que seria, durante certas partes.

3º - Será que posso matar Rose Weasley?

4º - Belatrix tem uma filha.

5º - Alvo é incrível.

Por mais que Mariana Collins tentasse, não conseguia esconder o quanto também gostava das histórias, e mesmo que ela tenha feito sua carta parecer de certa forma cômica, Lyra só conseguia pensar no tópico em que uma das personagens que mais odiava tinha uma filha, e como se não bastasse, sua mente começou a criar ideias estúpidas, como a ideia de que talvez, tudo que ela tinha de seus pais fosse uma mentira, e, por mais que a agoniasse, ela poderia ser a criança de Belatrix. Ela queria acreditar nos fatos que Rafa havia a mostrado, que não poderia ser, mas ela apenas não conseguia descartar essa ideia, e isso estava a corroendo por dentro, a fazendo perder a cabeça. E ela não aguentava mais, precisava de respostas. Por isso, ela pegou um pergaminho, uma pena e um tinteiro, mergulhando a ponta da pena na tinta e começando a arrastar pelo pergaminho; ela conseguiria suas respostas, ela leria o livro e sabia exatamente quem poderia conseguir o mesmo para ela.

+++++++++

Quando já era noite, certo tempo depois que o jantar havia começado, Lyra sequer fez questão de aparecer para tentar comer algo, poderia passar na cozinha no caminho de volta, depois da detenção. E era com esses pensamentos na cabeça, mais a esperança de que quem pudesse ajudá-la receberia a carta logo, que ela era escoltada por Filch nos corredores do castelo, até a parte de fora, nos terrenos, e indo até a cabana de Hagrid, podia jurar que ouviu o zelador dizer que preferia levá-la para as masmorras e tortura-la, como eram as detenções de anos atrás. Batendo fortemente na porta da cabana de Hagrid e se afastando, bufando, vendo o meio-gigante sair de lá com uma lamparina na mão e seu cão o acompanhando.

—Uma de suas companhias da noite. – Filch acena com a cabeça para Lyra. – Onde está aquele outro demônio?

—Saiba que também adoro o senhor, Filch. – A voz zombeteira de James Sirius Potter ressoa, e o adolescente aparece de dentro da cabana, com as mãos nos bolsos, parecendo relaxado e olhando curioso para Lyra.

—Espero que não tenho dito o que sempre diz e tenha traumatizado a garota! – Hagrid diz, bem-humorado e acena para Lyra, vendo Filch resmungar e ir embora. – Vamos então! Não podemos perder tempo, venham os dois!

James fecha a porta da cabana de Hagrid e Lyra segue em silêncio atrás do meio-gigante.

—E o que estamos procurando nesta bela e nada aterrorizante noite, no meio da Floresta Proibida, meu caro Hagrid? – O Potter questiona, olhando ao redor e parando o olhar na menina ao seu lado, de vez em quando.

—Alguns animais andam aparecendo machucados, recentemente. – Hagrid comenta e se vira para os mais novos. – E não de um modo natural, então procuraremos o que pode estar fazendo isso com os pobres coitados.

—Certo.... – James fala de maneira arrastada e bagunça os cabelos. – Não podemos nos separar? Você com Canino e eu e Lyra? Sabe que consigo me defender muito bem.

—Não acho que seria uma boa ideia, James. – Hagrid fala, parecendo preocupado.

—Por mim tudo bem. – A voz calma de Lyra chama a atenção dos dois. – Desde que algo estranho não aparece bebendo sague de unicórnio, eu tô dentro.

—É disso que eu tô falando. – James comenta, animado e encara Hagrid. – Vamos ficar bem, Hagrid, prometo, eu sou ótimo com azarações e nossa Lyra aqui, - ele se aproxima de Lyra e passa os braços pelos ombros dela. – É ótima com qualquer coisa.

—Ah, seu pai não gostaria disso.

—Deixa que com o velho Harry Potter eu lido, e não é como se ele precisasse ficar sabendo, não é mesmo? – O maroto sorri.

—Tudo bem, vão logo. – Hagrid abana a mão. – Se acharem qualquer coisa, me gritem ou me procurem, voltem aqui depois, sim?

—Sim, senhor! – James bate continência e ri, vendo o outro se afastar com o cachorro ao seu lado. – Ah, Hagrid é demais.

—Realmente. – Lyra comenta e tira o braço do outro de seus ombros, começando a andar e pegando a varinha. – Lumos.

—Lumos. – Ele faz a mesma coisa que ela e acelera os passos um pouco, para alcançá-la. – Então...

—Eu não vou falar nada sobre o que aconteceu naquele corredor, Potter. – Ela fala curta, olhando atentamente as árvores e qualquer sinal de perigo que pudesse aparecer.

—Não precisa, o Garras já nos contou. – James murmura, olhando para ela, ligeiramente preocupado com o acontecimento.

—Garras? – Lyra pergunta, curiosa.

—Hm. – O grifinório percebe a tentativa de mudar de assunto e suspira. – É, é o Rafael...

—Por que Garras? – Ela pergunta inocentemente, franzindo o cenho e fazendo um bico, de leve, involuntariamente.

—Ahn... – James bagunça os cabelos. – O Patrono dele é uma águia.

—Ah, o Patrono. – A lufana diz, desanimada, mas balança a cabeça e encara o amigo. – O que fez dessa vez pra conseguir a detenção?

—Eu só dei para um idiota o que ele merecia. – Ele responde, despreocupado e revirando os olhos.

—Ou seja, alguém recebeu uma azaração por algum motivo nada haver? – Lyra pergunta com ar de riso, ainda olhando ao redor pela floresta.

—Não foi um motivo nada haver. – James finge ficar emburrado e cruza os braços de maneira infantil. – O Burton ‘tava falando mais merda que o normal, alguém tinha que lavar a boca dele com sabão, e foi exatamente isso que eu fiz.

—Não esperaria mais de você, James. – Ela acena a cabeça negativamente e encara o amigo.

—Fazer o que? Eu sou assim. – Ele levanta os ombros e sorri ladino. – Mas chega de falar de mim, vou começar a achar que se importa comigo, Lyra.

—Eu? Me importar com James Potter? Nem em outra vida. – Lyra tenta falar sarcasticamente, entre risos.

—Assim me magoa, ruivinha. – James coloca a mão no coração, fazendo uma cara de dor, mas sorri malicioso depois, se aproximando da outra e envolvendo sua cintura com um de seus braços. – Nós dois sabemos que você me ama.

—Ah, como me conhece tão bem, para ver por trás de minha máscara de ódio, senhor Potter? – Lyra diz dramaticamente, colocando uma mão em sua testa e apoiando a cabeça no ombro do amigo. Os dois riem de sua pequena brincadeira durante um tempo, sendo interrompidos com o som de um galho se quebrando. No mesmo momento os dois se aquietam e levantam as varinhas, em posição de ataque, ficando um de costas para o outro, olhando pelas grandes árvores espalhadas, procurando algum sinal de outra pessoa no local.

—Por que alguém iria machucar os animais da Floresta Proibida? – James questiona, com o olhar atento para qualquer movimento suspeito.

—Muitos dos animais abrigados aqui têm propriedades mágicas, que podem ser usadas em muitas ocasiões. Já houve casos de unicórnios sendo mortos por alguém para que a pessoa pudesse se revigorar mais rápido, podemos dizer. –Lyra tenta racionalizar e explicar.

—Está falando daquele professor louco? Que meu pai enfrentou?  – O Potter pergunta, encarando a amiga por algum tempo antes de voltar a ficar alerta. – Sei que as pessoas, ás vezes, podem passar dos limites, mas ainda assim, os animais apenas foram machucados, por que fariam algo assim?

—Acho que não seria bom se descobríssemos com a pessoa fazendo o que quer que seja com a gente. Ou a gente sai procurando o que, ou quem, quer que seja, ou nós vamos junto com o Hagrid. – Lyra continuava a olhar ao redor, nervosamente, apertando sua varinha com mais força do que o necessário. James observa ela delicadamente e coloca a mão sobre a que ela segurava a varinha, fazendo com que ela abaixasse o braço e encarasse ele.

—Tá tudo bem. – James sorri tranquilizador e segura a mão dela. – Vamos procurar Hagrid e falar pra ele que escutamos algo, não se preocupe. Além do mais, poderia ser apenas algum animal que passou perto, não tem porque ficar tão alarmado agora, certo?

—Certo. – Lyra murmura e concorda com a cabeça, apertando a mão de James levemente, começando a andar, arrastando ele junto, mas parando de repente, e virando-se para ele com um sorriso envergonhado no rosto. – É melhor você ir na frente, eu não lembro o caminho.

James ri de leve junto com Lyra e bagunça o cabelo dela, começando a liderar o caminho, os dois ainda com as mãos entrelaçadas.

+++++++++

Quando Lyra chega ao seu dormitório, já pode ver Evy e Ruby dormindo tranquilamente em suas respectivas camas. A garota suspira, se sentando na beirada de sua própria cama, afrouxando sua gravata e a tirando, a pendurando no pé da cama, e durante uns minutos ela fica encarando o nada, apenas pensando sobre o seu dia. Ela suspira, de novo, profundamente e passa as mãos pelo resto, coçando os olhos e bagunçando o cabelo todo, apenas pensando: “Tenho que me desculpar com Rafael amanhã.”

Todo o silencio que era presente no quarto, foi interrompido com pequenas batidas na janela. Lyra torna a cabeça rapidamente na direção da mesma, e lá, na parte de fora, junto com o frio da noite, à luz do luar, estava sua coruja, majestosamente, a olhando com seus olhos que lembravam Lyra do universo, nas pequenas garras da coruja era visível um pacote médio e retangular, coberto por papéis na cor marrom. Lyra sorri e abre a janela, deixando o animal entrar, acariciando sua cabeça e pegando o pacote, e leva a coruja até sua gaiola ao lado da cama da garota. Após ter certeza de que estava tudo bem com seu animal de estimação, Lyra se vira para o pacote apoiado em sua cama e ela sorri de leve.

Lyra sabia que não dormiria aquela noite, assim como não dormia em outros dias. Em dias antes de ir para Hogwarts. Antes de acreditar em magia e em tudo que, agora, ela era capaz de fazer. Em dias que a maior mágica que ela podia fazer era virar as páginas de um livro.

Lyra sabia que naquela noite ela seria como ela era antes.

Apenas uma garota que lia demais.

 

Bem, você construiu um mundo mágico

Porque sua vida real é trágica.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro de grámatica, etc. :3
Comentem o que acharam, e muito obrigada por lerem ♥



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