As noticias da morte do príncipe Rhaegar chegaram ao Porto Real rápido, do jeito que noticias trágicas tendiam a fazer. Elia ouviu pela manhã, e esperou que alguém contasse para Aerys antes que ela o encontrasse naquela tarde.

Um homem tem o direito saber de sobre a morte de seu filho o mais rápido possível, mas nos últimos tempos aqueles que diziam o que o Rei não queria ouvir tendiam a ser punidos, Elia não tinha certeza nem que ele não o faria com ela.

Ela era uma princesa e a mãe do herdeiro do trono de Westeros, mas mais do que isso ela era uma refém. Rhaella e Viserys foram levados para a Pedra do Dragão, um lugar bem mais seguro que o Porto Real caso as tropas de Robert Baratheon avançassem mais e tomassem a cidade, mas nem ela nem seus filhos puderam acompanhar sua sogra e enteado, para garantir que Dorne não se rebelasse contra os Targaryens, portanto seria tolo politicamente machuca-la de qualquer maneira mas sanidade era algo que estava longe do comportamento de Aerys.

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Em retrospecto Elia achava que ela devia ter percebido que algo havia mudado mesmo antes dela entrar na sala do trono, não havia o som constante da voz de Aerys repetindo “Queime eles todos”. O corredor estava vazio mas isso não era incomum, Rhaegar tinha levado metade da guarda real para Dorne para proteger a sua amada Lyanna meses atrás, e a outra metade ele levou na sua última visita ao Porto Real para lutar ao lado dele contra Robert Baratheon, deixando apenas o rapaz Lannister para ficar com o Rei Louco.

E foi em Jaime Lannister que Elia reparou primeiro ao entrar na sala do trono, não nos corpos de Aerys e do Piromancer no chão, mas no rapaz sentado no trono de ferro com seu rosto inexpressivo. Demorou até que ele reparasse nela, e quando ele o fez sua expressão facial mudou.

“Então vossa alteza qual vai ser a minha punição ? Morte ou a muralha ?” ele disse tentando parecer arrogante, mas Elia podia ver que as mãos dele ainda estavam tremendo.

“Jaime o que aconteceu ?”

“Eu matei ele”

“Eu posso ver isso, o que eu quero saber é o que aconteceu antes disso”

Jaime continuou em silêncio.

“Se você não me contar eu não posso te ajudar”

“Como se você fosse me ajudar”

“Tente”

“Tá. Ele ia queimar a cidade inteira, ele chamou o piromancer, e meu pai está vindo para a cidade e ele me pediu para mata-lo, e eu não podia, eu não podia. Então o que vai ser morte ou a muralha ?”

“Nenhum dos dois”